O sol finalmente se pôs.
Lukas não pôde deixar de lembrar como Joanna protestou ferozmente na sala.
“Temos que levar Frey conosco! Se você não levá-lo, você vai se arrepender! Sério!”
Apesar de suas fortes alegações, Joanna ainda foi praticamente arrastada por Lee Jong-hak sem conseguir o que queria.
Eles pareciam ter partido por outra saída, mas Lukas usou a mesma estátua de anjo que eles usaram da última vez.
Clique—
Depois que a estátua abriu, Lukas enfiou a cabeça para fora do buraco. Como esperado, não havia uma única pessoa por perto.
— Huu.
Ele respirou fundo.
O ar não estava fresco porque a área estava corrompida, mas ainda era melhor do que o ar no esgoto.
Lukas saiu da entrada. Ele podia sentir a aura de Sedi não muito longe. E parecia que ela ainda não tinha intenção de esconder sua presença.
Ele foi em direção a ela.
Depois de uma breve caminhada, entrou em um beco escuro. Dentro dele, ele viu Sedi parada entre uma lixeira e uma pilha de cadáveres.
Seu cabelo preto como breu caía em cascata pelas costas como uma cortina de ébano, e ela era excepcionalmente bonita de uma maneira distintamente desumana.
Lukas não pôde deixar de pensar em seu antigo companheiro enquanto olhava para Sedi, mas logo balançou a cabeça levemente.
Seu olhar se voltou de Sedi para os cadáveres caídos no chão.
Antes que pudesse identificar a quem pertenciam, ouviu uma voz fria.
— Eles são demônios. Eu os matei.
— Por quê?
— Como eu disse antes, tolos que não conhecem seu lugar merecem morrer.
— Você veio aqui para me encontrar, não foi?
— Isso mesmo.
Sedi olhou para o rosto de Lukas por um momento.
Foi só depois de alguns minutos que Lukas percebeu que ela estava hesitando.
— Letip disse… Que neste universo…
De repente.
Centenas de morcegos voaram do céu. Todos esses morcegos tinham pelos sinistros cor de sangue, asas muitas vezes maiores que seus corpos e, acima de tudo, presas assustadoramente longas.
Esses morcegos circulavam enquanto soltavam gritos aterrorizantes por um momento antes de se agruparem entre Lukas e Sedi.
Seus corpos derreteram e se fundiram antes de finalmente assumirem uma forma semelhante a um humano.
Após a transformação, a figura que agora estava entre eles era um homem de meia-idade com pele extremamente pálida. Ele usava um terno elegante, um chapéu fedora e um monóculo. Mas os chifres vermelhos que perfuravam seu fedora entregavam a identidade desse homem.
Lukas poderia facilmente dizer quem era esse homem.
O Duque Vampiro.
— Senti uma presença estranha… Mas ela desapareceu de repente. Hmmm.
Depois de murmurar para si mesmo, Gullard olhou para os cadáveres de demônios ao seu redor.
— Quem fez isto?
Nem Lukas nem Sedi lhe responderam.
— Então vocês não vão me responder. Que divertido. Vocês farão tudo o que eu disser depois que eu sugar todo o sangue dos seus corp—
— Ei.
Gullard virou-se para olhar para Sedi com uma expressão confusa.
— Você está falando comigo assim, garotinho?
— Não vê que os adultos estão conversando agora?
O aborrecimento estava claro na voz de Sedi.
— Eu não estou de muito bom humor agora, então saia daqui se você não quer morrer.
A expressão de Gullard ficou irritada instantaneamente, e seu olhar ficou frio. Ao mesmo tempo, parecia que o ar ao redor havia ficado mais frio.
Uma simples mudança em seu humor havia criado uma mudança tão profunda ao seu redor. Isso era para mostrar o quão poderoso era o Duque Vampiro.
Mesmo Lee Jong-hak, que estava realizando uma operação em outra parte da cidade, teria dificuldade em mostrar sua verdadeira habilidade sob essa pressão.
Pode-se dizer que o Duque Vampiro atingiu um reino de “meia transcendência” no qual sua alma era capaz de interagir com o mundo físico. Da perspectiva de um mortal, ele era um ser comparável a um ser absoluto.
Para colocar de uma forma que apenas Lukas entenderia, Gullard era um ser que estava no mesmo nível de um semideus.
Infelizmente para ele, seu oponente era vários níveis acima de um Semideus.
Um ser que estava dentre os Absolutos.
Sedi.
— …
Lukas contemplou calmamente enquanto olhava para os dois a uma curta distância.
A situação continuou a escalar rapidamente, e havia muitas coisas que ele ainda não tinha percebido, mas a visão diante dele parecia ser uma coisa boa para ele.
O Duque Vampiro usou o pseudônimo de Dragul Phisfounder. Havia muitas coisas que Lukas queria perguntar a ele, mas seria extremamente difícil capturá-lo vivo com o poder que ele atualmente tinha à sua disposição.
No momento em que o encontrou pessoalmente, essa especulação se tornou uma certeza.
Mas e se Sedi incapacitasse Dragul?
Não, ele nem precisava disso. Seu objetivo seria facilmente alcançável desde que ela apenas reduzisse o poder de Dragul até certo ponto.
Um vento quente soprou pelo beco sujo.
Houve um breve impasse.
Mas foi Gullard quem deu o primeiro passo.
Agitação—
Seu corpo se desfez como neblina antes de se tornar mais uma vez morcegos que se espalharam em todas as direções.
Lukas estreitou os olhos.
Cada um desses morcegos era tão forte quanto um Nobre Demônio de baixo escalão. Assim que suas presas afiadas perfurassem sua carne, mesmo uma criatura do tamanho de um elefante seria sugada em um instante.
Centenas, não, milhares de morcegos avançaram como uma onda muito além de aterrorizante e agora parecia mais uma calamidade.
Mas Sedi calmamente olhou para esta calamidade iminente enquanto invocava sua arma da alma.
Paht—
Uma foice que era mais longa do que sua altura pousou suavemente em sua pequena mão branca. Ao mesmo tempo, fumaça preta explodiu debaixo de seus pés.
Boom!
A fumaça disparou em todas as direções, girando para criar um grande vórtice. Sedi ainda não tinha balançado sua foice, mas um vendaval feroz apareceu do nada.
Vendo isso, a onda de morcegos, que estava avançando com um impulso feroz, tremeu inconscientemente.
Crack crack!
Splat!
Em um instante, milhares de morcegos foram despedaçados como aviões de papel. Como insetos que foram pulverizados com inseticida, os morcegos caíram no chão um após o outro.
E na chuva de carne e sangue, Sedi murmurou em um tom sombrio.
— Você achou que um truque tão insignificante funcionaria em mim?
Agitação—
Como se para responder a sua pergunta, os morcegos, que haviam caído em poças de sangue no chão, se fundiram mais uma vez.
Gullard olhou para Sedi com os olhos arregalados.
— Isto…
O que diabos aconteceu?
Gullard não conseguia processar a série de eventos que acabara de acontecer. Ou talvez seu cérebro se recusasse a processar.
Um ataque, uma resposta, um impasse.
Isso por si só mostrava claramente a diferença de poder entre os dois lados. Esta era uma conclusão que veio de seu embate anterior. Seu único embate.
E parecia que Gullard era o mais fraco dos dois.
— Quem diabos… É você?
— Veja por si mesmo.
Sedi abraçou sua foice de uma maneira sedutora enquanto um sorriso sádico se espalhava lentamente por seu rosto.
— Sinta que tipo de ser eu sou com seu corpo. Mortal.
— !!
— Por favor, não morra.