Supreme Magus – Capítulo 1115

“Minha sugestão é um restaurante familiar aconchegante. Um lugar com um ambiente agradável e boa comida onde a estranheza de Morok ainda vai se destacar muito, mas não vai te expulsar.” disse Phloria.

“Excelente ideia. Qual estabelecimento você me recomenda?” perguntou Quilla.

“Caso você tenha esquecido, tem pouco tempo desde que fui demitida do exército. Eu só conheço várias cantinas e restaurantes chiques onde meus parceiros anteriores me levaram. Eu nunca namorei pessoas fora do nosso status social, exceto Lith. Muitas complicações.” Phloria deu de ombros.

“Friya, me diga que você tem boas notícias para mim.” disse Quilla.

“O clima está bom e a temperatura quente. Juntamente com a lua cheia, deve tornar a noite perfeita para um encontro.” Friya apontou para o céu claro.

“Não isso! Eu quero que você me recomende um lugar ou pelo menos como sair dele com classe se as coisas derem errado.” Quylla deu um tapa na testa em frustração.

“Desculpe, mas exceto durante meu tempo como professora assistente na academia, eu sempre pegava homens em tavernas. Fácil de encontrar, fácil de largar. É incrível o que a solidão pode fazer você fazer depois de beber bastante coragem líquida.” disse Friya.

“Pela minha experiência em separações, apenas seja direta. Diga a ele que ele não é a pessoa que você procura como parceiro e que é melhor continuarem amigos. A maioria dos homens não entendem sinais mais sutis e, às vezes, para aceitar a rejeição eles precisam ser chutados, então use um vestido bonito e leve uma arma.”

Desesperada, Quylla ligou para Tista, que lhe sugeriu alguns restaurantes no Marquesado Distar.

“Eles são todos bons estabelecimentos onde eu jantei com meus colegas depois que me formei na academia. Lith estava longe o suficiente para que os homens reunissem coragem suficiente para me convidar para sair, mas seu nome ainda instilava medo suficiente para afastar idiotas.” disse Tista.

“A propósito, estou honestamente surpresa com sua bravura. Meu irmão me disse coisas horríveis sobre Morok e ele é na verdade uma Besta Imperador. Você tem certeza de ter considerado todas as implicações possíveis?”

“Bons deuses, eu só quero um encontro, não bebês! Além disso, ele era um humano apenas até alguns anos atrás e se você passar um pouco de tempo com ele, você notará que Morok não é muito mais insuportável do que a maioria dos caras que me chamaram para sair.” disse Quilla.

“Você tem certeza? Quero dizer, o Reino Grifo está cheio de caras legais sem sangue de besta em suas veias. Você poderia ter qualquer um.” disse Tista.

“Meu dinheiro poderia ter qualquer um.” Quylla zombou. “Mas talvez você esteja certa e encontrar um cara legal seja fácil. Por que você não pede ao seu namorado para me apresentar a alguns de seus amigos?”

“Você sabe que eu não tenho namorado!” Tista corou de vergonha.

“Exatamente o meu ponto. Obrigada por seu conselho inestimável sobre como ficar solteira.” Quylla desligou e marcou seu encontro com Morok no Scorpicore Glutão, em homenagem ao ex-Senhor da floresta do Grifo Branco.

Scarlett, a Scorpicore, gostava tanto de sua cozinha que, graças às suas repetidas visitas e à quantidade de comida que ela consumia a cada vez, os proprietários ganharam dinheiro suficiente para transformar um restaurante minúsculo em um restaurante adequado.

Mesmo depois de sua partida, o estabelecimento ainda era famoso por seu ambiente jovial e porções generosas. Eles não tInham problemas em servir as Bestas Imperador em sua forma original, então uma criatura metamorfoseada como Morok estava fadada a passar despercebida.

Esperançosamente.

Quylla decidiu usar uma blusa vermelha para enfatizar sua pele rosa clara, um colar de prata para chamar a atenção para seu pescoço esguio, calças confortáveis para uma fuga rápida e Vínculo de Sangue, as correntes gêmeas de Adamantino que Orion havia criado para ela, apenas por segurança.

Morok ficou agradavelmente surpreso com seu lindo traje, assim como ela estava ao vê-lo vestido como uma pessoa normal pela primeira vez desde que se conheceram. Seu longo cabelo preto com quatro mechas de cores diferentes estava limpo e preso em um rabo de cavalo.

Sua barba era curta e bem cuidada, dando-lhe uma aparência madura. Ele usava um sobretudo leve sobre uma camisa branca e calça de linho marrom. A única coisa estranha em sua aparência eram seus olhos, um vermelho e outro azul.

“Parece bom.” Quylla disse, tentando quebrar o gelo.

Morok estava com medo de falar e dizer algo inapropriado enquanto Quylla se sentia mais desconfortável a cada segundo.

“Obrigado, mas é tudo graças a Ajatar, o Drake, meu novo mentor. Ele me dá uma surra regularmente, muitas vezes por razões que eu suspeito que não estejam relacionadas com meu aprendizado, mas pelo menos ele sabe como se vestir.” disse Morok.

“A propósito, você parece…” Ele fez uma breve pausa para olhar para sua própria mão direita, onde ele havia escrito todas as palavras a serem evitadas, enquanto a esquerda continha uma lista de coisas sobre as quais eles poderiam falar.

“…maravilhosa. A combinação de vermelho e prata com certeza chama a atenção para o seu… pescoço.”

“Obrigada, agora vamos entrar antes que percamos nossa reserva.” Quylla atravessou a porta primeiro, preparando-se para o impacto.

O Scorpicore Glutão era muito melhor do que ela esperava, fazendo Quylla agradecer interiormente a Tista por sua sugestão. As paredes internas, os móveis e o piso eram todos feitos de madeira maciça.

O interior era composto por duas salas, ambas com mesinhas quadradas com duas cadeiras cada, distanciadas o suficiente para permitir que os clientes tivessem espaço suficiente para garantir sua privacidade.

Apenas fogos naturais iluminavam o local, dando aos plebeus a sensação de estar em casa, enquanto para Quylla lembrava apenas suas missões no campo. Desde que ela completou 12 anos e se matriculou na academia Grifo Branco, o fogo se tornou algo que ela usava apenas em seus feitiços.

De certa forma, a falta de luzes mágicas a ajudou a relaxar. O encontro parecia uma missão de exploração de território inexplorado para ela, então o fogo colocou o clima certo. Tudo, desde o restaurante até o homem na frente dela, parecia estranho.

“Eu não esperava que você levasse meses para marcar nosso encontro. Faluel realmente lhe deu tão pouco tempo livre ou você está aqui apenas porque perdeu uma aposta?” Morok percebeu o quão tensa Quylla estava e tentou fazer uma piada estúpida que infelizmente não estava muito longe da verdade.

“Sem tempo livre e sem apostas envolvidas.” Quylla corou um pouco, confundindo a piada com a franqueza habitual de Morok. “É só-“

“O que posso oferecer a vocês esta noite?” Um garçom bonito de trinta e poucos anos a salvou do constrangimento. Ele usava uma camisa branca simples, calça preta e um colete marrom.

“Eu não sei, cara. Eu sou novo aqui, então eu começaria com um menu.” Morok não gostava de ser interrompido, muito menos ter que confiar no gosto de um estranho sobre sua comida.

“Eu posso sugerir a você-“

“Menu, cara. Um daqueles pedaços de papel com coisas escritas por toda parte que geralmente ficam por conta da casa. Você quer que eu faça um desenho para você?” O garçom levantou as mãos em um pedido de desculpas e entregou-lhes dois menus antes de ir embora.

“Isso foi rude.” disse Quilla.

“Sim, eu sei. O cara é livre para me dar a comida que ele quer, desde que seja ele quem pague por isso.” Morok assentiu, feliz por estarem na mesma página.