*BOOM!*
Houve uma enorme explosão atrás da viatura policial.
A onda de choque sacudiu o carro com força, mas Schmidt tentou controlar o volante, conseguindo evitar que o carro capotasse.
Depois de fazer a parada de emergência, Schmidt rapidamente se virou para ver a explosão.
Tudo o que ele viu foi o carro do velho casal se transformando em uma bola de fogo. Não havia chance de que o velho casal pudesse sobreviver a isso.
Schmidt ficou chocado com a explosão repentina. Ele sentou-se atordoado no banco do motorista, inconscientemente, olhou para Louver, que estava no banco de trás.
Louver parecia completamente perdido, seus sentidos ficaram atordoados pela cena.
O jovem estava olhando fixamente para o veículo em chamas. Depois de alguns segundos, ele começou a gritar seus pulmões para fora.
— Nãaaaaaaaaaaaaao!
Enquanto gritava, Louver saiu do carro e saiu correndo.
Schmidt queria detê-lo, mas antes que ele pudesse reagir, Kieran já o havia retirado do banco do motorista e corrido para o lado do carro.
Três artilheiros com metralhadoras leves apareceram na esquina da rua e começaram a atirar na viatura policial sem hesitação.
Os sons contínuos de tiro forçaram as perguntas de volta para dentro da boca de Schmidt. Isso não significava que ele iria sentar lá e não fazer nada.
Depois que ele foi retirado por Kieran, seguiu-o, rolando em um canteiro de flores verde para evitar o fogo dos inimigos.
Schmidt recuperou os sentidos e começou a atirar de volta.
*Bang!* *Bang!* *Bang!*
Os disparos repetidos diminuíram as balas de seus inimigos.
Um dos artilheiros caiu, mas os dois restantes responderam com uma chuva ainda maior de balas.
A chuva de balas forçou Schmidt a manter a cabeça baixa.
— Porra, mais que porra. Vou chamar reforços.
Sob a força das balas voando acima de suas cabeças e os destroços voando por todo o lugar, Schmidt estava se sentindo estranho. Ele notou que Kieran estava extraordinariamente calmo, mas ele rapidamente amaldiçoou novamente quando seus inimigos começaram a atirar ainda mais.
De repente, pararam de atirar.
Schmidt aproveitou a oportunidade para rolar para o lado do canteiro de flores, preparando-se para atirar de volta. Mas o que ele viu em seguida o deixou de boca aberta.
Os dois atiradores restantes caíram e começaram a implorar por suas vidas, gritando tristemente.
Ambos os braços dos artilheiros haviam sido decepados e suas pernas separadas dos corpos. O primeiro artilheiro, que havia sido baleado por Schmidt, parecia exatamente o mesmo.
Essa cena horrível era apenas o começo.
Quem viu o rosto retorcido e enlouquecido de Louver saberia que não poderia ser detido com facilidade.
Uma lâmina que brilhava como o claro reflexo de um lago silencioso apareceu de repente em sua mão. A lâmina parecia ter se tornado viva através do empunhar do jovem quando começou a girar como um redemoinho.
Cada brilho frio da lâmina dividia o ar ao redor dela. Houve uma série de gritos dos artilheiros. Nenhum deles foi capaz de acalmar a raiva dentro de seus corações. O que restou foi apenas um mar de desespero.
A única esperança de Louver era chegar em casa e voltar para seus pais. Eles eram sua única esperança de sobreviver todos esses anos, mas essa esperança foi roubada agora.
Nada mais restou nele senão o desespero, e o desespero trouxe destruição. Sua única opção era destruir os outros, ele ou ambos.
— Pare! Louver. Pare agora mesmo!
Quando Schmidt entendeu a situação, ele levantou a arma e apontou para Louver. Ele fez isso instintivamente por causa de seu trabalho como policial. No entanto, suas palavras foram incapazes de penetrar na grossa parede de raiva que cercava Louver. Eles só o deixaram ainda mais furioso.
Um brilho frio varreu o ar quando um dos artilheiros foi decapado pela afiada lâmina brilhante.
*Bang!*
Schmidt deu um tiro de advertência, apontando a arma para Louver novamente. Sua atitude era auto-explicativa.
Louver levantou a cabeça e virou os olhos para a arma de Schmidt. Então ele levantou a longa lâmina na mão.
Schmidt rapidamente moveu a arma ligeiramente, apontando para o braço de Louver. É claro que ele não levaria a vida dele, mas também não queria perder os dois artilheiros restantes.
Ele não sentiu empatia ou piedade por eles. Tudo o que queria era obter informações daqueles bastardos.
Qualquer um poderia dizer que aqueles artilheiros foram contratados para matá-los.
— Eu sugiro que você não atire. Se você fizer isso, Louver vai se jogar na frente da arma e levar o tiro. Ele pode e vai. Ele tem um desejo de morrer agora.
Kieran podia ver claramente o desespero no rosto de Louver. Ele já experimentou desespero, então a expressão no rosto de Louver era muito familiar. Ele sabia o que um homem era capaz de fazer se seu coração estivesse cheio de desespero.
Ele gesticulou para Schmidt se levantar, e depois caminhou em direção a Louver lentamente.
— Pa… Parado aí.
Louver apontou a lâmina para Kieran.
— Louver, se você quiser morrer agora, é o seu direito. Ninguém pode tirar isso de você. Será que isso seria suficiente? Esses desgraçados eram apenas bodes expiatórios contratados por outra pessoa. Eles não são os mentores reais. Você está disposto a deixar o verdadeiro mentor do assassinato de seus pais andar livremente por aí? Viva Louver, viva! Encontre aquele cara e tire sua vida com suas próprias mãos!
Kieran não parou como Louver ordenou que ele fizesse. Em vez disso, acelerou seus passos e começou a falar mais rápido.
No momento em que falou sua última palavra, ele já estava ao lado de Louver, olhando-o nos olhos.
Louver não recuou do olhar de Kieran dessa vez. Ele era como uma pessoa diferente com a lâmina nas mãos.
Seu rosto era magro e pálido, já que não estava exposto à luz do sol há muito tempo. Seu cabelo era longo e bagunçado, mas seu olhar era afiado como a lâmina que ele estava segurando.
— Mate-o! Mate-o!! — Ele estava murmurando em voz baixa.
Ele já havia baixado a lâmina que apontava para Kieran.
Kieran sabia que a semente da vingança estava brotando e crescendo junto com sua vontade de viver. Sua expressão diferente e as palavras que ele murmurou provavam isso.
No entanto, ninguém sabia o que a fruta final seria.
Schmidt chegou mais perto, querendo interromper as palavras persuasivas de Kieran, mas no final não disse nada. Ele rapidamente ligou para a delegacia para pedir reforços.
Kieran estava olhando com as sobrancelhas franzidas para os artilheiros sobreviventes, que estavam gritando em agonia.
Os três artilheiros devem ter montado sua emboscada lá desde cedo. Caso contrário, sua má intenção não poderia ter escapado da Percepção de Kieran.
A explosão do carro dos pais de Louver também deve ter sido planejada com antecedência. Uma bomba temporizada poderia ter sido facilmente instalada no local. Eles tinham que matar as testemunhas, afinal das contas.
Louver deve saber algum tipo de segredo, já que tem alguém querendo tirar sua vida e de seus familiares.
Tendo isso em mente, Muntle não deveria ser apenas um simples taxista e sequestrador. Ele também deve ser de algum tipo de gangue ou facção. O grupo por trás de Muntle deve ter ouvido falar sobre sua morte e queria eliminar qualquer perigo potencial.
Era a única explicação razoável para a emboscada.
Kieran olhou de novo para Louver, que ainda estava murmurando. Ele parecia histérico e seu coração batia muito rápido.
— Louver, você pode me dizer o que aconteceu com você?
Kieran tentou falar calmamente e amigável. Ainda assim, Louver ainda estava resmungando algo sem sentido, como se as palavras não tivessem chegado aos seus ouvidos.
O estado de Louver deu a Kieran um mau pressentimento.
Ele levantou a mão e acenou na frente dos olhos de Louver, mas Louver não piscou nem recuou.
— O que aconteceu? — A ação de Kieran chamou a atenção de Schmidt.
— Problemas… — Kieran apontou a maneira estranha de Louver.
— Mas que porra…
Schmidt tentou se comunicar com Louver olhando para ele, mas o resultado fez a expressão de Schmidt mudar antes de olhar para Kieran de novo.
— Estou pensando no que você está pensando, mas ainda precisamos de um profissional para confirmar. Quando a ambulância chegará? Peça-lhes para enviar um psicólogo, se for possível. — Kieran disse.
— Sem problemas. — Schmidt assentiu antes de pegar seu telefone novamente.
…
Estavam na delegacia, no escritório de Schmidt.
Kieran estava sentado ao lado de Schmidt no sofá, assistindo a televisão mostrando a cena da morte do Ladrão de Coração em repetição. Esta era a terceira vez que ele estava assistindo.
— Descobriu alguma coisa? — Schmidt perguntou, parando o vídeo com o controle remoto.
— Vamos fazer uma visita ao corpo. — Kieran disse.
Ele tinha uma ideia do que havia acontecido, mas não queria dizer ainda.
Kieran tinha o hábito de não compartilhar seus planos, a menos que tivesse pelo menos 99% de certeza.
— Vamos então. — Schmidt levantou-se e correu para fora do escritório, com evidente impaciência.
Assim que ele abriu a porta do escritório, eles ouviram algum barulho vindo da sala de interrogatório.
*Bang!*
Um dos policiais foi enviado voando para a porta da sala de interrogatório, batendo com força contra ela antes que outro policial o pegasse.
— Mate-o! Mate-o!!
Louver, que estava resmungando na sala, se afastou quando o psicólogo gritou. Depois de uma rápida olhada em seus arredores, ele correu em direção a Kieran a uma velocidade ridícula.
Mas, ele não estava em uma posição de ataque. Ele apenas ficou ao lado de Kieran murmurando.
O psicólogo saiu correndo da sala de interrogatório gritando.
— Oficiais. Alguém, por favor. Peguem-no. Como poderia um paciente escapar? Tragam as restrições e mais sedativos.
— Fique quieto, doutor! Desculpe minhas maneiras, mas eu já lhe disse antes, Louver é um caso especial. Por favor, trate-o de forma gentil e suave e nos ajude a diagnosticar sua condição, em vez de gritar por restrições e sedativos. — Schmidt gritou de volta para o psicólogo, alertando-o de uma maneira severa.
— Mas…
— Sem mas! Mais algum problemas e eu vou ter que encontrar um médico melhor.
O psicólogo estava prestes a expressar sua preocupação, mas foi interrompido pelo aviso de Schmidt.
Schmidt já estava em um dia ruim. O assassino que ele prendeu morreu na delegacia sem uma razão óbvia, e o próprio Schmidt foi emboscado por artilheiros a caminho da delegacia.
Agora ele tinha que lidar com um psicólogo pouco confiável. Se isso não viesse a violar seu próprio código moral, ele já teria sacado a arma e pedido ao médico que sumisse.
O psicólogo pareceu chateado quando se afastou, e Schmidt sabia que ia reclamar com seus superiores. Ele nem se importou. Esta não era a primeira vez, e definitivamente não seria a última.
Ele se virou para levar Kieran ao necrotério, quando de repente viu algo.
Após o acidente, Louver sofreu um colapso mental. No entanto, naquele exato momento, ele apontava para a filmagem de vigilância e conversava com Kieran sobre alguma coisa.