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The Devil’s Cage – Capítulo 306

O Diabo

 

Era inverno na Costa Oeste. Quando o sol se pôs e a noite chegou, a temperatura despencou. As pessoas nas ruas apertaram os casacos, enrolando lenços no pescoço e colocando luvas. Todo mundo estava correndo de volta para sua casa quente.

Os trabalhadores nas docas ainda estavam ocupados.

Aquelas docas não eram como o Porto Hologest, orientado para cargas. O turismo era a principal prioridade lá.

Fora das docas, os carros estavam estacionados de maneira ordenada. Ao lado deles, havia um atendente educado.

Philly suspirou pelo serviço. Verdade seja dita, depois de viver no mar por tanto tempo, isso o deixou deprimido. Embora fosse um passeio de balsa de luxo, o bando de pessoas antiquadas e rigorosas ao seu redor o fazia se sentir um prisioneiro.

— Esta é a Costa Oeste? Terra firme é bem melhor. Será que tem algo para me tirar do tédio? — Philly perguntou ao atendente, apertando o casaco.

— Minhas sinceras desculpas, senhor. Sou apenas um motorista… — O atendente respondeu de maneira cortês.

— Um motorista armado? Parece que esses idiotas antiquados estão colaborando com algumas pessoas poderosas na Costa Oeste. — Philly grunhiu baixinho.

Ao olhar em volta casualmente, viu um homem parado não muito longe da frota de carros.

O jovem estava usando um manto de penas pretas e carregando uma caixa enorme. Sua roupa estranha chamou a atenção de Philly na mesma hora. Ele tinha certeza de que o jovem não era da Costa Leste.

Embora Philly odiasse pessoas antiquadas, sua profunda aversão o ajudou a se lembrar de todos naquele navio.

O homem com roupa especial não era do seu grupo…

Um indivíduo místico da Costa Oeste? — Philly adivinhou enquanto caminhava direto para ele.

— Ei, cara! Conhece algum lugar bom pra se divertir que possa me indicar, se é que você me entende? Um lugar onde você pode gastar dinheiro com pernas longas e peitos grandes… — Philly disse.

O jovem franziu o cenho. Ele não estava com nojo. Era apenas a reação natural de alguém que estava sendo perturbado.

Sua reação intrigou Philly. Não havia muitas pessoas que reagiriam tão estranhamente a ele. A maioria dos místicos o evitava como uma praga, e aqueles com uma atitude não tão boa o repreendiam completamente.

Todos os místicos da Costa Oeste são tão interessantes? — Philly se perguntou antes de começar a disparar uma série de perguntas.

— O que você está pensando? O que está fazendo aqui? Você não sabe que é perigoso aparecer aqui?

Suas perguntas implacáveis fizeram Kieran virar a cabeça em sua direção. Ele usava uma jaqueta e seus dois pequenos tufos de bigode e cabelo foram cuidadosamente penteados e gelificados.

Kieran franziu o cenho ainda mais. Aquele homem era um místico da Costa Leste. Ele confirmou sua identidade quando percebeu que o homem havia descido da balsa.

Mas a primeira impressão que ele deixou…

De acordo com as descrições de Simones, a Costa Leste não havia experimentado a Guerra da Lua Sangrenta, por isso eles foram capazes de preservar suas tradições. Embora nem todos os indivíduos místicos da Costa Leste as obedecessem, ninguém deveria perguntar sobre a localização de um bordel como esse.

— Ei, cara! Eu não sei o que você está fazendo aqui, mas eu sugiro que você saia. Esses caras não são tão divertidos quanto eu. Eles estão aqui para agitar as coisas um pouco. Temperamento deles não é dos melhores. Se eu fosse você, deixaria a Costa Oeste e passaria férias em alguma cidadezinha do interior, bem afastada daqui. Sei que é horrível viver em uma cidade assim sem mulheres bonitas e lugares para jogar, mas é melhor do que perder a vida, não é? — Philly disse com um dar de ombros.

Ele gostou de Kieran, então não se importou em dar-lhe alguns conselhos. Afinal, seria uma pena que aquele jovem perdesse a vida assim.

Suponho que seja virgem ainda… — Philly pensou enquanto olhava para Kieran. Ele parecia maduro, mas ainda tinha um rosto jovem.

Kieran estava parado como um poste, enraizado no local, como se não tivesse ouvido o que Philly havia dito.

Philly revirou os olhos.

— Pessoas teimosas sempre perdem no final! — Ele murmurou, pronto para voltar ao seu grupo. Ele fez tudo o que pôde. Se Kieran não quis seu conselho, o que mais ele poderia fazer?

Forçá-lo a sair? Philly odiava forçar outras pessoas a fazer coisas que não queriam.

Se seus camaradas percebessem que ele ainda estava desaparecido, ele seria punido.

Todos os velhotes que lideravam o grupo desta vez queriam destruir os místicos da Costa Oeste. Qualquer um que os atrasasse seria punido.

Philly havia sido punido algumas vezes antes. Embora tivesse certeza de que os velhotes haviam feito isso de propósito para lhe dar um exemplo, isso não diminuía sua antipatia por eles ou seu esforço para obedecer às ordens.

Philly não tinha intenção de ser punido novamente.

Quando esse pensamento surgiu em sua mente, ele apressou os passos. No entanto, no momento seguinte, ele foi atingido por uma explosão.

Uma onda de energia ardente com uma força imparável o atacou por trás. Incapaz de resistir à onda, ele foi jogado para longe.

Enquanto era jogado, Philly arregalou os olhos, olhando para a cena atrás dele em choque.

O que ele viu…

Asas formadas por chamas puras e um corpo de quatro metros de altura, com chifres tão afiados quanto lâminas, subiam em espiral, como se estivessem perfurando o céu.

O Diabo! Como o Diabo poderia aparecer na Costa Oeste?

Assim que ele superou o choque, a mente de Philly se encheu de perguntas. Todos da Costa Leste que vieram com Philly tinham o mesmo pensamento.

Logo, eles não seriam mais capazes de descobrir a resposta para essa pergunta.

Quando o Diabo abriu suas tremendas asas de fogo, chamas extremamente quentes foram explodidas como ondas de choque, varrendo todos em seu caminho.

Uma parte dos místicos da Costa Leste nem sequer teve a chance de reagir. Eles foram imediatamente transformados em cadáveres carbonizados.

Os cadáveres cheiravam a enxofre, seu cheiro se espalhando pelas docas.

De repente, as runas místicas nas asas ardentes do Diabo brilharam mais uma vez.

— Forme uma barreira resistente ao fogo! — Um dos líderes dos místicos da Costa Leste gritou.

Ele estava segurando um pequeno escudo redondo na mão, que irradiava uma luz deslumbrante. Uma enorme barreira de campo de força foi formada ao redor de todos, mas quando as chamas ardentes bateram contra a barreira, a luz deslumbrante diminuiu e começou a se quebrar.

Com o barulho abalador, o líder foi jogado para longe como se um caminhão o tivesse atingido, colidindo contra a multidão. Ninguém poderia poupar tempo para checá-lo.

Uma espada bastarda vermelha escura apareceu na mão direita do Diabo. Comparada à sua altura, a grande espada parecia uma pequena lâmina.

Enquanto varria os místicos da Costa Leste, seu corpo extremamente longo e afiado era como a foice do Ceifador, ceifando almas com uma varredura implacável.

[Discurso Arrogante] emitia um brilho vermelho fascinante. Sua aura selvagem e indomada se fundiu com o poder místico caótico e desenfreado do Diabo e se transformou em um tufão mortífero, devastando qualquer coisa em seu caminho.

Os místicos da Costa Leste não estavam parados, esperando pela morte. Seus corações transbordavam intenção assassina. Cada um deles estava determinado a derrubar o Diabo, mesmo que morressem.

Todos começaram a atacar com seus encantamentos mais fortes.

Alguns dos místicos correram para o Diabo com gritos frenéticos.

A fileira da frente estava tentando ganhar algum tempo para a fileira de trás preparar seus feitiços. Eles atacaram com uma resolução mortal, mas as armas místicas em suas mãos, que podiam cortar ouro e quebrar jade, eram fracas e ineficazes contra o Diabo.

Nenhum ataque funcionou, mas foi o suficiente para segurá-lo.

Os preparativos para feitiços haviam entrado na fase final.

A luz gélida da lua foi bloqueada quando uma grande nuvem escura se formou no céu. Raios dançavam como cobras e trovões rugiam ao redor.

De repente, três relâmpagos gigantes caíram da nuvem.

O corpo do Diabo foi atingido pela força da natureza.

Então, o desespero apareceu nos rostos dos místicos da Costa Leste.

O Diabo estava ileso.

— Acabou!

Rosland suspirou suavemente depois de assistir à cena nas docas através de sua bola de cristal. Seu rosto envelhecido estava cheio de prazer. Ele ficou impressionado com o poder do Pássaro da Morte e encantado por ter apostado no lado certo.

Rosland inconscientemente virou-se para a neta, que estava impressionada com a cena na bola de cristal.

— Você entende agora? — Rosland perguntou.

— Como… como ele conseguiu… — Tally estava apontando para a silhueta do Diabo, que estava matando todos.

Ela nunca havia imaginado que Kieran teria a capacidade de se transformar em um Diabo. Era algo inacreditável!

— Você sabia o tempo todo? — Tally olhou para o avô.

— Não… — Rosland balançou a cabeça.

— Então por que? — Os olhos de Tally estavam cheios de dúvida. Ela sabia que seu avô não estava mentindo para ela, mas estava confusa sobre o motivo de ele tomar tal decisão.

— Porque acredito no Deus da Terra. Acreditei na profecia de Vossa Majestade! — O velho disse, curvando-se no espaço diante dele.

Tally não zombou do avô por se curvar diante do vazio. Ela estava olhando calmamente para a projeção do massacre na bola de cristal.

Ela estava sem palavras.

 

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