No assento traseiro de uma carruagem acoplada indo para longe de Centralle, eu olhava para as fileiras de assentos vazios, antes de virar meus olhos para a cidade minguante que ainda havia de perder seu entusiasmo.
Bebidas sendo lançadas de um lado para outro, o festival de Centralle não estava nem de perto próximo de sua conclusão.
É claro, essa carruagem deveria estar completamente cheia.
Mas tendo sido atingidos pela onda de alto astral varrendo a capital, uma grande maioria das pessoas decidiu estender sua estada.
Como resultado, era como se nosso grupo houvesse reservado tudo.
Observando as paredes cercando a cidade, apertei a Joia.
A realeza de Faunbeux…
… Já havia partido.
(Nós estivemos aos cuidados dela. Espero que ela fique bem.)
Nós mal fomos capazes de conversar na hora da partida.
Porque ela havia estado triste demais para isso.
Eu ouvi a voz do Terceiro.
『Lyle, quando você retornar, estou certo que…』
(Eu sei.)
Enquanto eu continuava não prestando atenção ao cenário atrás de nós, Eva chamou:
— Que cê tá fazendo?
— … Só olhando para a Capital Imperial. Fazendo um juramento interno de retornar algum dia.
Dizendo isso, fui para o meu assento, e Eva sentou-se ao meu lado.
— Hm~ então acho que tudo bem… certo! Antes de eu me juntar a tudo isso, deixe-me ouvir a história. Os contos do elenco de apoio também são importantes, e saber um pouco mais vai me deixar colocar mais emoção na minha canção!
Para seu sorriso completamente aberto, dirigi algum cinismo.
— Não é uma história tão interessante.
— Eh? Mesmo quando você passou pelo seu primeiro Crescimento apenas em Daliem, beijou uma autômato à vida em Arumsaas, e ludibriou um nobre em Centralle? Olha, eu já sei esse tanto, então que mal há em me dizer o resto?
— Quem espalhou tudo isso!?
— Todo mundo!
Coloquei Eva e seu sorriso de lado, para olhar para as outras membras de meu grupo sentadas em volta.
Mônica acenou sua mão para mim com um sorriso. Os ombros da Aria tremiam levemente.
Ela estava rindo. Ela estava desesperadamente tentando se segurar.
Novem parecia um pouco apologética, e Clara escondia sua face por trás de seu livro.
Miranda me lançou um beijo, e Shannon estava descaradamente rindo.
— Vocês são as piores, gente! Por que divulgar logo isso entre tudo!?
Diante de minhas palavras, Aria falou:
— Não faça alvoroço. Eva disse alguma coisa sobre ter que saber isso e aquilo se fôssemos ser companheiros. Veja, algumas das suas ações foram tão fortes que simplesmente escapou.
Não passe isso como “deixar escapar”!
Eva estava alegremente tomando notas.
— Oy, isso não vai aparecer na canção, vai?
— Eh? Não, não tenho a menor ideia. Por enquanto só vou acompanhar até o fim, e tudo vai depender de como eu determinar a importância. Esse sendo o caso… que tal você me dizer o conto do Lyle que ninguém mais sabe. Apenas para mim!
Com essas palavras finais, ela riu para Aria.
(Significando, que ela estava basicamente me ameaçando de colocar tudo aquilo na canção se eu não falasse…)
Todas fizeram expressões irritadas de repente, Mas apenas a Novem pareceu um pouco triunfante.
Como um tipo de amiga de infância minha, Novem sabia mais dos meus dias mais novos.
— Que golpe sujo.
— Eu irei pelo menos longe assim. Agora apenas fale logo. Pra. Fora. Com. Isso!
Diante de sua insistência, pensei um pouco.
E se ela iria cantar sobre isso de qualquer jeito, então…
— Vou falar, mas antes disso, você terá que me prometer uma coisa.
— O quê? Se for algo como “mesmo se eu te disser, você não pode cantar sobre”, eu recuso.
Eu sacudi minha cabeça:
— É o contrário. Há uma história que eu gostaria que você cantasse.
— Uma história que não conheço? Eu me considero o tipo que sabe bastante, então se for uma que você conhece, acho que posso conhecer também. Ou será que você está pedindo uma composição?
Eu…
— Os Ancestrais da Casa Walt. Você não conhece eles, certo?
Confirmando que ela realmente não sabia, Eva assentiu. Mas talvez seu interesse não tenha sido captado, já que me mostrou uma clara desaprovação.
— Esses tipos de histórias geralmente têm montes de exageros enfiados. Há um bocado de gente que pede que as histórias de seus antepassados sejam transformadas em canções. Para poder fazer as Casas deles parecerem mais grandiosas.
Eu ofereci um sorriso sincero, e falei:
— Sim, posso apostar. Mas não é como se eu fosse apenas te contar as coisas boas deles.
Ouvindo isso, Eva assentiu:
— É mesmo? Neste caso vamos ouvir. Que tipo de ancestrais você teve?
— Houve sete deles, mas vejamos… que tal irmos em ordem?
E assim eu contei a história de nosso fundador.
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… Dentro da Joia.
O Terceiro estava bastante vexado.
『Agora, sobre o assunto do Lyle transformar nossas vidas em canção.』
O Quarto, indiferentemente…
『Isso realmente importa?』
Para com um homem que não parecia entender, o Terceiro berrou:
『Baseado em como o Lyle se sentir, nossas histórias serão marcadas em pedra por anos vindouros! Vai ser horrível se alguma coisa estranha acabar entrando! Como se vocês pudessem entender os sentimentos de um homem que supostamente morreu com valentia!』
O Terceiro segurava sua cabeça com as duas mãos, balançando. Aqueles em volta olhavam para ele com expressões incomodadas.
Soltando um suspiro, o Quarto falou:
『Bem, que tal recebermos alguma outra opinião?』
Eles realmente não se importavam que o Lyle houvesse escolhido enfrentar a Celes.
Mas seus métodos para tal até agora eram incertos.
O Quinto expressou um bom argumento:
『E espera, se não sabemos a situação presente, então dizer que criaremos contramedidas é… coisas do tipo a como outros países estão indo, e suas relações com Bahnseim, há um bocado.』
O Sexto…
『Bem, acho tudo que eles podem fazer por enquanto é coletar informação, enquanto aumentam seu capital e treinam.』
O Sétimo assentiu:
『Para ir contra a própria Celes, eles precisarão de uma força feminina de elite daqueles resistentes à sua influência.』
Reunir soldados para criar um exército.
Talvez criar uma larga organização mercenária, e usar isso para desafiar Bahnseim.
Com assassinato, mesmo se vencermos, o Lyle perderia sua chance de ficar nos holofotes.
『Se não houver nada a se fazer por enquanto além de afiar os poucos soldados que ele tem no momento, então o problema a se considerar é que tipo de vitória exatamente eles estarão almejando.』
Após vencer, o que o Lyle planeja fazer?
Se mal realizado, tudo que sobrará para ele no final, será ser assassinado.
Afinal, Lyle é da mesma Casa Walt que a Celes.
Aquele que, dos cinco ancestrais restantes, havia tido a maior posição, o Sétimo, deu sua previsão.
『Em primeiro lugar, se o Lyle estará na cabeça de tudo ou não é essencial. Se ele liderar a investida e decidir se retirar depois, o país será dividido em estados combatentes, posso apostar. Se ele planejar colocar alguém no pedestal, a pessoa terá que ser alguém com carisma e habilidade o bastante para governar uma larga nação.』
Como o Lyle realizaria isso.
Era ainda outro fator que afetaria tudo.
O Sexto…
『No pior dos casos, mesmo após a vitória, a insatisfação contra o garoto cresceria, e isso nos traria ao assassinato…』
Insatisfeito, o Quinto olhou para o teto, e falou:
『Mas elevar outra pessoa também é um saco. Não há garantia nenhuma de que a pessoa nunca será capturada pelo charme da Celes pelo caminho. Mesmo se forem no mesmo sexo que ela, você acha que Bahnseim aceitaria uma Rainha após terem passado pelo inferno nas mãos da Celes?』
O Quarto reuniu as opiniões:
『Por enquanto, que tal fazermos o Lyle e Cia conseguirem habilidade o bastante para montarem resistência. Bem, como eles estão agora, ainda não serão capazes de conseguirem um palco para lutar.』
Havia uma montanha de problemas.
Mas tudo se basearia nas decisões do Lyle.
O Quinto…
『Nós teremos que treinar o Lyle também. Se apenas ensinarmos a ele nada além de nossas Skills como estivemos fazendo até agora, não consigo imaginar ele derrotando a Celes nunca. Alguém aqui terá que treinar pessoalmente as habilidades dele.』
O Sexto assentiu, e…
『Certo. Significando…』
O Terceiro de repente se intrometeu na conversa.
『O mais forte entre nós deve ser a pessoa a fazer isso. Então…』
Todos assentiram:
『Esse seria eu.』
『Aposto que sou eu』
『Quer dizer eu?』
『Totalmente minha vez.』
『Sim, esse sou eu.』
Em um instante, silêncio engoliu a sala de conferências, e todos se levantaram de seus assentos com sorrisos em suas faces.
O Terceiro:
『Oy, oy, quanto vocês acham que eu tive que lutar durante minha vida? Quantas vezes vocês acham que aquele desastre de Rei incompetente me mandou para lutar?』
Corrigindo a posição de seus óculos com um dedo, o Quarto sorriu.
『Ficarei incomodado se você achar que minha Skill não serve para nada além de movimentação. Minhas desculpas a todos vocês, mas não acredito que eu vá perder para o Terceiro ou qualquer outro.』
O Quinto sacudiu sua cabeça, uma expressão cansada em sua face.
『Quantas vezes vocês acham que minhas terras foram atacadas? E através de tudo isso, eu persisti e criei uma fundação estável. Bandidos e soldados, mercenários…. quantos vocês acham que eu esmaguei?』
O Sexto riu das ameaças dos outros.
『Fui eu quem expandiu a Casa Walt, sabe. Me desculpe dizer, mas não sinto que perderia até para o meu pai, o Quinto.』
O Sétimo…
『Para ajudar na recuperação de Bahnseim, eu cruzei incontáveis campos de batalha. De maneira nenhuma e nunca um homem que passou por algo assim seria fraco. Bem, mas posso entender como meus antepassados gostariam de insistir que são os mais fortes.』
Sua risada seca ecoou através da sala, e com o abrir da boca do Quinto…
『Corta essa! Um pirralho fugitivo só precisa calar a boca! Você nunca ganhou de mim até o fim!』
『Porque eu nunca iria com tudo contra os mais velhos! Você ainda está arrastando aquela coisa de fugitivo… quer vir pra cima, velhote de merda!?』
『Acha que tem chance? Gostaria que você mantivesse suas piadas até certo ponto, sabe.』
『Meus pensamentos exatos. Bem, o Quarto foi mais um oficial civil, então duvido que ele entenderia os sentimentos de nós, militares.』
『Ha ha ha, então vocês querem brincar de soldados com essas míseras medalhas nos seus peitos? Vocês todos seriamente acreditam que todas as minhas lutas foram feitas em uma mesa? Talvez tenham sido esses seus pensamentos ingênuos que deixaram a Celes colocar as mãos na Joia Amarela em primeiro lugar.』
『Agora você falou demais, quatro olhos de merda!』
『Não subestime os óculos!』
『『『Eu sou o mais forte aqui!!』』』
E, enquanto tudo na Joia estava prestes a explodir em caos, o Lyle se manifestou.
Talvez ele não tivesse nada para fazer na longa viagem, já que decidiu dar uma parada na Joia.
— Por que é que vocês todos estão tão agitados. E espera, vocês estão falando tão alto que eu consigo ouvir do lado de fora, sabe.
Diante de um irritado Lyle, o Terceiro reteve tudo que tinha a dizer sobre o caso da Eva, e explicou a situação atual.
『Não, entenda, esses caras estão ficando excitados sobre quem é o mais forte. Você pode dizer imediatamente, não pode, Lyle?』
O Sétimo se dirigiu ao seu neto.
『Agora diga a eles sobre minha força, Lyle. Em primeiro lugar, nós só ficamos capazes de usar magia ao máximo a partir do Quinto. Se for considerar o quanto a forma deve ter estado definida por volta da minha geração, nossa diferença em habilidades deve ser mais do que clara.』
Dando alguns olhares para a face do Lyle, o Sétimo tentou provar sua superioridade para o resto.
Mas o Lyle cruzou seus braços…
— E por que as coisas chegaram a isso?
O Quarto limpou sua garganta, e explicou:
『Ah, é só que pensamos que a pessoa que deveria te treinar teria de ser o mais forte entre nós. Veja, há alguns aqui que equivocadamente acreditam ser o mais forte.』
Inspecionando a área com um sorriso, ele se virou para o Lyle e assentiu.
O Sexto também:
『Você pode dizer, não pode, Lyle… agora que tal dizer a eles quem é o mais forte?』
O Quinto também:
『Isso mesmo. Você sabe quem é o mais forte, certo Lyle?』
Lyle assentiu algumas vezes, e respondeu com um sorriso:
— Então eu só tenho que derrotar todos vocês, não é? Não é simples? Se todos nós lutarmos, o assunto deve se resolver sozinho.
A atmosfera instantaneamente congelou, e os ancestrais trocaram olhares antes de se moverem com o intuito de cercar o Lyle.
O Terceiro pôs sua mão no ombro esquerdo do Lyle.
O Quarto se pôs na frente dele.
O Quinto, com sua mão no ombro direito do Lyle.
O Sexto e Sétimo circulavam por trás.
— Eh? Uhm…
O Terceiro sorriu.
『Entendo. Então você pensa tão pouco de nós… bem, tenho certeza que somos mais fracos que a Celes. Mas escuta aqui…』
O Quarto:
『Você está nos subestimando demais, Lyle.』
O Quinto colocou alguma força em seu aperto, fazendo o Lyle se encolher.
『Isso mesmo. Essa é uma boa chance, então que tal te ensinarmos uma coisinha ou outra?』
O Sexto sorriu.
『Então vamos lá. Nós todos vamos te treinar juntos.』
— Eh? Hm… é o Sétimo!
Lyle buscou ajuda de seu avô, mas o homem apenas sorriu.
『Não se preocupe. Se você se machucar aqui, você é consertado em um piscar de olhos. Mesmo se seu peito for perfurado, você estará ileso na realidade… Agora, já faz um tempo desde a última vez que te treinei.』
Ele estava sorrindo, mas os seus olhos apenas não continham alegria nenhuma.
— Sim, mas esse é só o resultado, não é!? Isso não muda o fato de que eu serei perfurado, não é? Ei, ei espera!
Todos carregaram um barulhento Lyle. O Quarto tomou a liderança, e abriu uma das portas.
『Você não tem que se preocupar demais. Você só vai estar lutando um pouco com todo mundo. Tenho certeza que vai ser divertido, ahahaha!』
— N-Nãaaaao!!
O berro do Lyle enquanto era levantado através da soleira foi cortado pelo fechar da porta…