Por algum motivo estranho, Makoto começou a fazer barulhos na taverna pouco a pouco. Ele disse algo num tom alto e de repente, um grande careca russo se aproximou e sentou na mesa onde Leon e Makoto estavam. O bartender também trouxe vários copos de cerveja. Makoto e o russo deram um aperto de mãos.
“Acho que isso é um concurso… o que o Makoto tá planejando?”
Um de cada vez, Leon e o grande russo beberam um copo de cerveja. No décimo quinto copo, o careca desabou, enquanto o estômago de Leon estava levemente cheio. As coisas ficaram um pouco mais barulhentas quando Makoto disse algo alto e então o bartender deu um copo de cerveja de graça para todos.
“Saquei… ele estava tentando fazer todos ficarem bêbados e fazê-los falarem o que querem. É um bom plano, mas me pergunto se durarei o bastante o bastante.”
Leon lembrou de seus dias na ilha; havia dias que comeu muito para recuperar o peso que sempre perdia depois de recuperar grandes feridas. Porém, somente algumas vezes se sentia cheio. Uma daquelas vezes foi quando comeu dezenas de quilos de folhas de anjo azul.
“Acho que agora que nossos corpos podem usar mana, podemos usar e armazenar energia com mais eficácia.”
Naquela noite, Leon foi ao banheiro várias vezes, mas mesmo depois de beber 75 copos de cerveja, não se sentiu nenhum pouco bêbado. Naquele ponto, ele estava recebendo olhares cheios de admiração e medo entre os bebedores daquele bar. Seja como for, as coisas ficaram irritantes, então Makoto decidiu parar ali.
Desde que Makoto pagou cinco rodadas de bebidas para todos, as pessoas dentro do bar estavam olhando para ele como se fossem melhores amigos. Mas por algum motivo, ninguém tentou conversar com Leon. Entretanto, isso estava bem para ele; pois não sabia falar russo mesmo. Leon e Makoto só saíram da taverna à meia-noite, e Leon se perguntou como achariam um hotel tão tarde. Porém, para surpresa, Makoto tinha outros planos.
“Vamos deixar a cidade pelo ar.” Makoto sussurrou: “Seiji e seus soldados ficaram aqui dois dias atrás. Não temos tempo a perder para descobrir a rota que estão usando.”
Leon assentiu, então caminharam até um beco escuro e voaram na direção do céu até ficarem invisíveis na escuridão da noite antes de irem ao nordeste. Seria difícil para os russos os verem à noite. Era quase impossível, mas Leon decidiu ser cauteloso e criou uma plataforma de gelo. Contudo, fez a plataforma também para protegê-los dos satélites. Ele até disfarçou o topo da plataforma ao cobrir com areia para fazê-la parecer mais ou menos com uma nuvem de chuva.
No amanhecer, Leon destruiu a plataforma de gelo e criou um abrigo subterrâneo para descansarem por algumas horas. Eles estavam com pressa, mas também não podiam se dar ao luxo de cometer erros, e precisavam estar bem descansados no caso de encontrarem o grupo que sequestrou Yuki.
“O que você ouviu na taverna?” Leon perguntou.
“Que um grupo grande de forasteiros estavam sendo escoltados por um bando de russos suspeitos ficaram naquela cidade por uma noite.” Makoto respondeu: “Embora o caminho seja rigoroso e o clima severo, eles estão indo para a estação de trem mais próxima. Os russos criaram uma ferrovia que cruza seu território inteiro para transportar os recursos que reuniram das dungeons para Moscou. Eles pretendem usar essa ferrovia para chegar em Moscou o mais rápido possível.”
“Entendo… a propósito, você sabe por que ninguém tentou falar comigo?” Leon perguntou.
“Disse que você era um bebedor ferrenho.” Makoto respondeu: “Mas também disse que você nasceu surdo e mudo.”
“… De qualquer forma, se sabemos onde estão indo, não deveríamos emboscá-los?” Leon franziu a testa.
“No começo, era meu plano.” Makoto disse: “No entanto, Seiji usou um item para escapar de Tóquio. Itens que podem ser usados para mover entre grandes distâncias são consumíveis e caros. Mas, as chances dele ter alguns extras é alto, para serem usados no caso de uma emergência. Se tentarmos emboscá-lo e falhar, as coisas se tornarão mais difíceis. Se notarem que estou aqui, enviaram seus homens para nos caçar.”
“Faz sentido, então, qual é o plano?” Leon perguntou.
“Plantaremos um dispositivo de espionagem no trem para ouvir suas conversas e segui-los de uma distância segura.” Makoto explicou: “Com suas skills, não deve ser difícil se infiltrar em Moscou. Assim que soubermos o máximo possível sobre seus planos e o local onde pretendem manter a Yuki, atacaremos.”
Leon assentiu, mesmo que este tipo de plano fizesse Makoto ficar longe do Japão por mais que alguns dias, era a melhor chance que tinham para não falhar. Para alguém que poderia se tornar tão esquentado quando sua filha era parte da equação, Makoto certamente poderia ser sangue frio.
“Como plantaremos o dispositivo de espionagem?” Leon perguntou.
“Eu farei isso.” Makoto disse: “Porém, não posso me aproximar do trem enquanto Seiji e seus homens estão cautelosos a ataques. Então, farei você causar uma distração e forçar o trem a parar. Assim que os soldados tentarem lidar com a distração, instalarei o dispositivo.”
Leon se perguntou se escolher uma maneira indireta estava bem. Contudo, considerando que Makoto conhecia muito mais Seiji e os russos, logo entendeu que tinha um motivo para isso. De qualquer forma, considerando que Seiji e seus homens provavelmente chegariam na estação de trem naquele dia, eles teriam que se mover muito mais tarde para preparar a distração. Assim, decidiu descansar o máximo que podia.