— Hm. — O sorriso de Sienna de repente tremeu ligeiramente.
Seus olhos verdes se arregalaram em círculos enquanto ela olhava penetrantemente para Eugene. Depois de examiná-lo assim por alguns momentos, ela inclinou a cabeça de um lado para o outro algumas vezes.
— Hum? — Sienna murmurou pensativamente.
Depois que terminou de inclinar a cabeça, abruptamente empurrou o rosto para mais perto de Eugene. Desconfortável com sua abordagem repentina, Eugene imediatamente levantou as mãos para impedir que o rosto de Sienna se aproximasse.
— O que está fazendo? Está louca? — Eugene cuspiu.
— Tire as mãos do caminho. — Sienna apenas exigiu.
Dito isso, Sienna não esperou que Eugene removesse suas mãos. Ela agarrou as mãos dele por conta própria e as empurrou para fora de seu caminho.
— Parece muita diferente, mas… Não… Não é a mesma coisa? — Sienna murmurou para si mesma.
— O que está dizendo mesmo? — Eugene perguntou aborrecido.
— Hamel, você… Parece que você aprendeu alguma magia? — Um largo sorriso se abriu no rosto de Sienna. Ainda segurando as mãos de Eugene, ela as balançou infantilmente enquanto ria para si mesma. — Também não é qualquer tipo de magia! Você aprendeu a magia que eu criei. Não é mesmo?
— Sim. — Eugene admitiu relutantemente.
Sienna soltou algumas fungadas orgulhosas.
— Hm, hmhm, hmhmhm. Bem, claro que você aprendeu. Mesmo que centenas de anos tenham se passado desde que desapareci, não há como uma maga tão excepcional quanto eu ter nascido durante esse tempo. Nesse caso, isso deve significar que a maioria dos magos de hoje em dia aprenderam o sistema de círculo mágico que eu criei.
— Bem, algo assim. — Reconheceu Eugene.
— No entanto, Hamel, você não apenas aprendeu meu sistema de círculo mágico. Olhando para a sua mana… Você deve ter enxertado minha pesquisa em Bruxaria na Fórmula da Chama Branca de Vermouth, não é mesmo? — Sienna o acusou com confiança.
Eugene não tinha certeza do que estava causando tanta diversão em Sienna, pois ela continuou a sorrir para ele. Não parou apenas com sua expressão alegre, ela ainda estava fungando orgulhosamente enquanto ria. Eugene sentiu que a atitude dela era um pouco irritante.
Mas o fato era que ele havia aprendido o sistema de círculos mágicos, assim como a pesquisa dela em Bruxaria.
Já que era esse o caso, isso significava que Eugene era praticamente discípulo de Sienna. Embora tenha afirmado ser discípulo de Sienna em vários pontos antes de hoje, ele não desejava ser reconhecido assim pela própria Sienna. Fazer uma coisa dessas criaria um conflito inevitável com sua própria autoestima…
Eugene respondeu desajeitadamente.
— Eu poderia ter aprendido tudo, mas—
— De agora em diante você deve me venerar como sua professora. — Sienna exigiu abruptamente.
— Você acha mesmo que aprendi isso porque quis? — Eugene argumentou. — Depois de ouvir sobre sua morte—
— Eu não morri. — Interrompeu Sienna.
Eugene continuou.
— Depois de ouvir sobre o seu desaparecimento… Uh, bem… Você poderia chamar isso de ato de luto por uma velha camarada e amiga…
— Então o que está dizendo? Está tentando alegar que realmente não aprendeu o sistema mágico de círculos? Acho que você também não aprendeu nada com a Bruxaria, certo? — Sienna refutou sarcasticamente suas negações. — Eu sou a professora, você é o discípulo. Percebeu?
— Você está procurando outra surra. — Eugene a ameaçou. — Então eu simplesmente não preciso usar magia pelo resto da minha vida, preciso? Dessa forma, não preciso chamá-la de professora.
— Não diga algo tão ridículo, Hamel. Você já se aproveitou de todo esse conhecimento e aprendeu tudo o que pôde, então por que está discutindo neste momento? Como pode uma pessoa ser tão sem vergonha?
— O que diabos você quer dizer com isso?
— Bem, mesmo em sua vida passada, você sempre foi um filho da puta sem vergonha. — Surpreendentemente, Sienna rapidamente aceitou sua recusa em chamá-la de professora.
A essa altura, ela havia parado de balançar as mãos de Eugene e as soltou, mas ainda não havia parado de sorrir e rir consigo mesma.
Com a maneira como eles estavam sentados, a distância entre eles havia ficado bem próxima. Sienna pareceu perceber isso de repente. Tossindo baixinho, ela tocou um dos joelhos de Eugene e disse:
— Você está muito perto. Deve recuar um pouco.
— Você é quem rastejou até mim em primeiro lugar, então por que está reclamando comigo? — Eugene protestou.
— Quando rastejei até você? — Sienna negou constrangida.
— Você poderia realmente ter envelhecido tanto a ponto de agora ter demência? — Eugene a olhou pensativamente. — Esqueceu o jeito que agarrou meu rosto e o esfregou agora há pouco?
— Hamel, você… Apenas tente me chamar de velha mais uma vez e veja o que vai acontecer. — Sienna prometeu a ele sombriamente enquanto chamas pareciam explodir em seus olhos. — Se você não tivesse sido derrotado no caminho para o castelo do Rei Demônio do Encarceramento, teria a mesma idade que eu. Portanto, se estivermos calculando sua idade real, devemos contar também todos os anos desde sua vida anterior.
— Se vai falar besteira como essas, deveria pelo menos fazer com que pareça um pouco mais razoável. Realmente acha que isso faz algum sentido? Por que incluiria os anos desde minha vida passada em minha idade? A idade é calculada pela idade do corpo. Desde que reencarnei, meu corpo está fresco e jovem. Quanto a você… — Eugene parou sugestivamente.
— Por que simplesmente não vai em frente e diz outra palavra? —Sienna o desafiou. — Porque eu realmente vou te matar.
— Bem, só estou dizendo. — Eugene recuou depois de pensar um pouco.
— O corpo físico é mera vaidade. — Sienna fungou. — Além disso, meu corpo está selado há centenas de anos, e eu o reconstruí fisicamente várias vezes antes disso. Se eu for libertada deste selo, reconstruirei meu corpo mais uma vez, e então meu corpo voltará a ter apenas um ano de idade.
— Aham, sim. Vá em frente e diga que tem um ano de idade. Você gostaria que eu te desse uma mamadeira também? Vou carregar você nas costas e até colocar você para dormir com uma canção de ninar. — Ofereceu Eugene.
Os punhos de Sienna se fecharam e começaram a tremer com seus comentários provocativos. Ela olhou para Eugene, então suspirou pesadamente e balançou a cabeça.
— Não vale a pena. Mudando de assunto. — Sienna perguntou: — Mais importante, o que aconteceu para você mudar de ideia? Embora eu tenha me oferecido para ensinar magia várias vezes durante sua vida passada, você nunca me aceitou.
— Isso foi apenas na minha vida passada. — Eugene rapidamente cuspiu uma desculpa enquanto desviava o olhar desajeitadamente. — Afinal, trezentos anos se passaram. Eu estava sozinho depois que reencarnei e nem sabia se todos vocês estavam vivos ou mortos. Como ainda havia dois Reis Demônios restantes… Bem, eu apenas pensei que não tinha escolha a não ser aprender magia.
Seria impossível para Eugene atingir seu objetivo apenas com a habilidade que herdou de sua vida anterior como Hamel. Não estava apenas um pouco além do reino das possibilidades, mas imensuravelmente. Felizmente, o corpo em que ele reencarnou era tão superior ao corpo de Hamel que os dois nem podiam ser comparados. Além disso, mesmo após a reencarnação, ele ainda manteve todo o talento de sua vida anterior.
Vermouth estava desaparecido. Assim como Anise, Sienna e Moron. Como todos eles não estavam lá, isso significava que Hamel precisaria aprender todo o conhecimento e lidar com todas as responsabilidades que costumavam ter quando estavam juntos como um grupo.
Ou pelo menos era o que Eugene dizia a si mesmo.
Mesmo que fosse incapaz de aceitar a tradição do clã Lionheart da cerimônia de continuação da linhagem sanguínea, ainda não havia arriscado a desgraça indo contra ela.
Sem demonstrar teimosia ou orgulho desnecessários, Eugene conseguiu ser adotado pela família principal.
Lá, ele aprendeu a Fórmula da Chama Branca de Vermouth, que sempre invejou secretamente.
Tendo obtido a Winith, ele ainda nutria o desejo de obter ainda mais uma das muitas armas que Vermouth havia usado.
A fim de aprender magia, que ele nem sequer havia tido um vislumbre em sua vida anterior, ele partiu para estudar no exterior, em Aroth.
Por vários anos, se trancou em Acryon e se dedicou a aprender a magia de Sienna.
Tudo o que Eugene fez foi para se tornar mais forte do que Hamel. Mesmo sabendo que seu trabalho árduo pode não render frutos imediatamente, ainda plantou as sementes para o futuro. Para algum dia; sim, algum dia superar com sucesso seu antigo ‘eu’ e matar os dois Reis Demônios restantes.
Com isso como foco, ele desistiu de todos os seus bloqueios desnecessários de sua vida anterior. No entanto, Eugene não queria revelar a Sienna o desespero ao qual seu coração havia chegado, pela ausência de seus companheiros. Era algo vergonhoso demais.
Sienna também não pediu mais detalhes. Ela não era estúpida. Podia ver a razão pela qual Hamel, ou Eugene, aquele idiota, imbecil, desprezível, teimoso e desgraçado rude… Poderia ter abandonado as inibições de sua vida passada que o impediram de aceitar sua oferta, apesar da quantidade de esforço que ela colocou em o persuadindo.
Sienna estava muito familiarizada com Hamel.
— Desculpa.
Foi por isso que Sienna foi a primeira a abaixar a cabeça e se desculpar.
— Pelo que você está se desculpando? — Eugene perguntou.
— Eu só… Sinto que podemos ter deixado você se sentindo muito sozinho. — Disse Sienna com pesar.
— Até parece. — Eugene bufou.
Com a cabeça curvada assim, tudo o que Eugene podia ver era o topo da cabeça de Sienna e seus cabelos ondulados e roxos. Essa visão o lembrou de Mer em Acryon e Eugene inconscientemente estendeu a mão e deu um tapinha no alto da cabeça de Sienna.
— O que você está fazendo? — Sienna perguntou em estado de choque.
— Você acabou de me lembrar da sua familiar. — Eexplicou Eugene.
Siena suspirou.
— Ah… Mer. Então você se encontrou com aquela garota também.
— Ela está indo muito bem. — Eugene tentou assegurá-la.
— O caralho que está. — Sienna xingou com uma carranca enquanto empurrava a mão de Eugene para longe dela. — De jeito nenhum aqueles velhos magos teriam deixado Mer em paz. Ela deve ter passado por muita coisa depois que desapareci.
— Bem, isso é verdade. — Admitiu Eugene. — É tudo porque você levou às últimas partes da Bruxaria com você.
— Ah, isso? — Sienna piscou os olhos surpresa por alguns momentos antes de cair na gargalhada. — Isso foi apenas uma mentira.
— O que disse?
— Não há partes posteriores da Bruxaria. Bem, se realmente chegasse a isso, daria para dizer que algo assim está dentro da minha cabeça, mas é mais como uma verdade da magia que é impossível realmente definir em um grimório.
— Mas me disseram que a família real de Aroth tem uma cópia dos últimos volumes da Bruxaria.
— Isso é… Hummm… Essa foi apenas a minha maneira de fornecer algum apoio à família real. Como a família real do reino da magia, eles não deveriam pelo menos possuir um grimório que pode atuar como um símbolo de sua dignidade para a posição? É uma compilação de alguns dos feitiços de alto nível que criei.
Os lábios de Eugene se separaram silenciosamente, pois não conseguia pensar no que dizer sobre isso.
Depois de finalmente soltar um leve suspiro de surpresa, ele mal conseguiu pronunciar as palavras:
— V-Você está dizendo que os enganou?
— Ei calma aí, isso está indo um pouco longe demais. Eu realmente não os enganei, é mais como uma mentira inocente. De qualquer forma, é fato que os presenteei com um grimório cheio de feitiços poderosos e únicos. Eu mesmo fiz todos os feitiços e até os compilei em um grimório, então não cabe a mim chamá-lo pelo título que quiser? — Sienna sorriu com uma expressão culpada e tentou agir como se suas mãos estivessem limpas. — Bem… Esse mal-entendido é tudo porque eu não sabia que acabaria entrando em reclusão assim. Eu estava pensando em entrar em retiro pouco antes de tudo o que aconteceu, mas tecnicamente falando, isso foi mais um erro do que uma enganação deliberada.
— Mas ouvi dizer que os magos de Aroth realmente desmontaram Mer para tentar descobrir a verdade sobre as últimas partes da Bruxaria e seu refúgio oculto. — Relatou Eugene.
— Fizeram o quê?! Aqueles filhos da puta ingratos! Mesmo tendo contribuído tanto para a história da magia, só porque entrei em reclusão, eles ousam atormentar minha familiar?! — As sobrancelhas de Sienna se ergueram em indignação. Ela pulou de onde estava sentada e chutou Eugene.
Não doeu muito. No entanto, Eugene simplesmente não conseguia entender por que ela o chutou de repente. Por que bateu nele quando ele nem fez nada?
— Por que acabou de me bater? — Eugene imediatamente exigiu.
Sienna deu sua razão:
— Porque não há mais ninguém aqui além de nós!
— O que isso tem a ver com você me bater–? — Eugene perguntou antes de ser interrompido.
— Não seja tão exigente! Se eu puder voltar para Aroth no futuro, não vou parar de chutá-los, vou virar tudo de cabeça para baixo! Esses idiotas da realeza. Esses magos idiotas! Embora já tenham se passado duzentos anos desde que desapareci, eles ainda estão presos na ilusão de que existe outra parte da Bruxaria! — Incapaz de conter sua raiva, Sienna bateu os pés enquanto gritava.
Eugene também sentiu a mesma sensação de traição. Mesmo que ele tenha pensado tanto em se juntar aos Magos da Corte, só porque lhe foi prometido acesso às últimas partes da Bruxaria… Apenas para ser informado de que as outras partes não existiam para começo de conversa?
Sienna se virou para Eugene.
— Você também é um idiota, Hamel!
— O idiota não sou eu, é o Moron. — Defendeu-se Eugene.
— Isso mesmo, você é um babaca! — Sienna concordou. — Você deve ter visto a Bruxaria também, certo? Com base nas qualidades e na sensação de sua mana, parece que você conseguiu obter uma pequena compreensão da minha pesquisa. Mas mesmo assim, realmente acreditou que haveria uma segunda parte?!
— Isso… Claro que não acreditei. — Eugene mentiu de forma pouco convincente.
Sienna percebeu imediatamente.
— Não minta para mim.
— Bem, se você realmente parar para pensar, não é tudo culpa sua? Por que você inventou tal mentira que acabou desperdiçando o tempo de tantas pessoas? Hein? Você quer chamar isso de mentira inocente? Quer voltar para Aroth e virá-la de cabeça para baixo? Antes de fazer isso, precisa se ajoelhar e pedir desculpas a Mer. Por causa da sua mentira, você causou tantos problemas a ela… — Eugene virou o jogo contra Sienna.
— Claro que vou pedir desculpas a ela. — Sienna admitiu com um beicinho enquanto se sentava. — Enfim, a Bruxaria, como foi?
— Que tipo de reação você espera de mim? — Eugene perguntou hesitante.
— Apenas sua opinião honesta. Estou esperando ansiosamente por sua admiração e respeito pelo trabalho da maior gênio da história da magia, como nunca houve e nunca será visto no passado, presente e futuro, — Sienna gabou-se.
— Oh, bem, sua magia era muito bacana. — Eugene concordou.
— Só isso?
— Realmente bacana?
— Você realmente não consegue ser honesto, não é? — Em algum momento, Sienna parou de fazer beicinho e agora estava sorrindo mais uma vez. — Hmm, acho que é bem bacana. O princípio central da Bruxaria é o Eternal Hole. A Bruxaria que deixei em Acryon era apenas um livro didático destinado a guiar aqueles tolos a entender o Eternal Hole.
— Tudo bem. Já sei que você é uma gênio, então pare de mudar de assunto e responda às minhas perguntas. — Eugene disse, olhando para Sienna sem nenhum traço de diversão.
Sienna também parou de sorrir.
— Raizakia, aquele filho da víbora, como vou encontrá-lo? — Eugene perguntou mais uma vez.
— Eu já disse que é impossível para você do jeito que está agora. — Sienna murmurou.
— Você acha que estou perguntando sem saber disso? Mesmo na minha vida passada, aquele desgraçado não era alguém que eu estaria confiante em matar sozinho. — Eugene a informou.
O Dragão Negro, Raizakia, era um monstro. Mesmo antes de sua queda, ele era um dos mais fortes entre os dragões mais jovens, mas depois de matar seu próprio Senhor e devorar o coração do dragão chefe, ele se tornou um monstro ainda mais intimidador.
— Sienna, você está preocupada comigo agora? — Eugene perguntou a ela.
— Não. — Sienna mentiu de forma pouco convincente.
— Claro que não. Quem seria tão estúpido? Não seria engraçado se você, que quase morreu e foi selada, estivesse realmente preocupada comigo, que estou vivo e bem? — Eugene observou sarcasticamente.
— E se… — Sienna murmurou enquanto evitava o olhar dele. — Pelo meu bem, você vai procurar Raizakia, e quando finalmente o encontrar… Ele te matar? Nesse caso, o que devo fazer?
— Como assim, o que você deve fazer? — Eugene zombou. — Por que tanto medo de algo que nem aconteceu—
— Você não sabe. — Cuspiu Sienna com uma risada baixinha. — Você… Não sabe de nada. Hamel, não há como você saber. Depois que você morreu… Como acha que o resto de nós se sentiu? Sabe que emoções estavam passando por mim enquanto eu segurava seu colar? Que tipo de pensamento passou pela minha cabeça enquanto eu estava em seu túmulo?
— Eu sei. — Disse Eugene enquanto segurava Sienna pelos ombros. —Sei que você chorou como um bebê enquanto estava lá. Também sei como você passou as décadas em que esteve em Aroth.
Surpresa, Sienna ficou em silêncio.
— Mas sabe como me sinto? Não há como você saber disso. Você, que foi preso aqui por este selo, definitivamente não saberá como me sinto. Você pode conhecer o eu da minha vida anterior, mas não tem ideia do meu eu atual. — Argumentou Eugene.
— Isso provavelmente é verdade. — Sienna admitiu fracamente.
— Então só precisa descobrir por si mesma. Mas se permanecer presa aqui, definitivamente não será capaz de aprender nada sobre mim. — Afirmou Eugene com confiança. — Sienna Merdein, pare de se preocupar inutilmente comigo e livre-se da ilusão de que eu, como alguém que já reencarnou uma vez, vou me deixar derrotar mais uma vez.
Sienna ergueu a cabeça para olhá-lo.
Eugene continuou.
— Você veio me encontrar, e eu também fui procurá-la. Sinto muito, mas não posso deixar você ficar de fora disso. Vou libertá-la deste lugar de alguma forma. Vou garantir que você esteja livre para se levantar sozinha e sair daqui, para que possa viajar comigo. Mesmo que fique aí reclamando que não quer ir comigo, vou tirar você daqui, mesmo que isso signifique ter que arrastá-la junto.
Os olhos de Sienna vacilaram com essas palavras. As mãos de Eugene apertaram os ombros de Sienna enquanto ele olhava diretamente em seus olhos verdes trêmulos.
— Você não tem objeções a isso, certo?
— Ahahaha…
Depois que ele cuspiu esta última pergunta, Sienna caiu na gargalhada.
— Você diz que não conheço o seu eu atual? Não, isso não é verdade. Eu te conheço, Hamel. Mesmo que sua reencarnação tenha mudado seu corpo, substituído seu rosto e até mesmo lhe dado um novo nome… Você ainda é o mesmo Hamel que sempre conheci.
— Se for esse o caso, então também deve estar ciente de como estou falando sério quando digo tudo isso.
— Uhum. — Sienna concordou com um sorriso, mesmo enquanto deixava cair algumas lágrimas. — Você continua o mesmo de sempre. Nem uma única coisa… Mudou em você.
— Se você sorrir enquanto chora e bater um vento sua cara vai ficar assim para sempre. — Eugene a advertiu.
Sienna bufou.
— A quantidade de besteiras que você fala também não mudou.
— Enfim, apresse-se e diga-me como encontrar Raizakia. — Insistiu Eugene enquanto sacudia Sienna pelo aperto que mantinha em seus ombros.
— Meu cajado ainda está guardado em Acryon? — Sienna finalmente perguntou.
— Akasha? Ainda está lá. — Eugene confirmou. — Foi guardado em segurança junto com a Bruxaria.
— Bem, claro que isso aconteceria. — Disse Sienna com certo alívio. — Por mais tolos que os magos de Aroth possam ser, nem mesmo eles se rebaixariam ao nível de tentar algo com o Akasha.
Sienna ficou perdida em pensamentos por alguns momentos. Depois de considerar se deveria fazer alguma coisa sobre isso, Eugene gentilmente sacudiu Sienna pelos ombros mais uma vez.
— Me deixa só um minuto, seu filho da puta. — No final, Sienna foi incapaz de suportar e deu um tapa na bochecha de Eugene enquanto o xingava.
Como da última vez que ela o chutou, seu tapa não doeu tanto.
— Vou te ensinar a técnica para liberar o selo de Akasha. — Sienna disse assim que terminou sua contemplação.
— Isso significa que poderei encontrar Raizakia assim que tiver o Akasha? — Eugene perguntou.
— Não vai ser fácil. — Aconselhou Sienna. — A razão pela qual Raizakia foi pego na fenda dimensional foi em parte por causa de suas próprias ações e em parte porque cometi um erro por estar gravemente ferida. Mesmo assim, Hamel, se você tiver Akasha com você e estiver por perto, poderá sentir a abertura da fenda dimensional onde Raizakia foi aprisionado.
Sienna não conseguia nem ter certeza disso. Por enquanto, tudo o que podiam ter certeza era que Raizakia tinha que estar preso em algum lugar dentro de uma fenda dimensional. Se ele tivesse sido banido para outra dimensão ou tivesse morrido, sua maldição não teria durado centenas de anos como durou.
— Então isso significa que precisarei vasculhar todo o continente. — Suspirou Eugene.
— Se não quiser, então não faça. — Sienna fez beicinho.
— Quando eu disse que não queria? Vai ser mamão com açúcar. Além disso, significa que também poderei usar seu equipamento sofisticado. — Eugene disse presunçosamente.
— Estou dizendo isso por via das dúvidas, mas se eu melhorar mais tarde, com certeza vou pegar Akasha de volta de você. Além disso, se você exagerar e quebrar o Coração do Dragão de Akasha… — Sienna parou de falar em advertência.
— Eu já estou bem ciente. — Eugene dispensou suas preocupações. — Isso fará com que os dragões venham me procurar, certo? Não, isso não seria realmente melhor? Em primeiro lugar, os dragões não são ainda melhores em usar magia do que você?
— Realmente acha que aqueles lagartos excessivamente orgulhosos simplesmente concederiam gentilmente seus pedidos? Eles provavelmente iriam liberar seus sopros no maldito que deliberadamente quebrou o cajado que sua tribo ajudou a criar como um presente. Mas se você quiser testar essa teoria, pode tentar. — Sienna o desafiou.
— Bem, se nada mais funcionar, então posso tentar. — Eugene respondeu antes de se perder em pensamentos por alguns momentos.
O Dragão Negro, Raizakia, chegou à fama durante sua vida anterior, mas sua presença ainda estava se tornando conhecida até nos dias atuais. Na verdade, ele ainda era conhecido como um dos três duques de Helmuth.
Fazia duzentos anos desde que Sienna havia banido Raizakia para uma fenda dimensional, mas ele de alguma forma ainda mantinha uma presença ativa em Helmuth.
— Se esse for realmente o caso, isso significa que o Raizakia em Helmuth deve ser uma farsa. — Sienna disse, seus olhos se estreitando em suspeita depois que Eugene transmitiu essa informação. — Tinha que ser o próprio Raizakia quem invadiu este domínio. Se a tentativa de bani-lo tivesse falhado completamente, ele poderia apenas repetir sua intrusão mais uma vez.
— Mas se esse não é o verdadeiro Raizakia, isso significa que outra pessoa está fingindo ser ele? — Eugene apontou.
— Não tem um jeito que faria aqueles demônios malditos em Helmuth continuarem a respeitar o status de Raizakia se ele não estivesse por perto. Então provavelmente é… O clone de Raizakia ou seu filhote.
— Filhote? — Eugene repetiu interrogativamente.
A testa de Eugene franziu enquanto ele tentava relembrar suas memórias de Raizakia. Aquele Dragão Negro realmente tinha um filhote?
— Também não estou muito certa disso. Como vou saber se aquele filho da víbora chocou um ovo ou não? No entanto, seja qual for, isso não é necessariamente uma coisa ruim para você… — Sienna parou de falar abruptamente no meio da frase e cobriu a boca.
Eugene sorriu com essa visão e bateu levemente na perna de Sienna.
— O que há com o silêncio repentino? Você está certa, isso não é uma coisa tão ruim para nós. Seja o clone de Raizakia ou seu filhote, de qualquer forma, ele deve ter algum tipo de conexão com o original. Se conseguirmos de alguma forma colocar nossas mãos neles, poderemos encontrar as coordenadas de onde Raizakia está preso.
— Não faça nada desnecessário, Hamel. — Advertiu-o Sienna.
— Não vou. Já tendo morrido uma vez, até eu odiaria repetir a experiência. — Disse Eugene com um sorriso. — Ah, isso mesmo.
Enquanto ainda estava sorrindo, algo de repente surgiu em sua cabeça. Eugene imediatamente apagou o sorriso de seu rosto e olhou para Sienna.
— Ei, o que há com aquele negócio? — Exigiu Eugene.
Sienna ficou surpresa.
— O que está dizendo de repente?
— Aquele conto de fadas. — Rosnou Eugene.
A expressão de Sienna endureceu.
Com os dentes cerrados, Eugene sibilou.
— Hamel, o Tolo.
— Humm… — Sienna tentou pensar em algo para dizer.
Eugene a interrogou.
— Quem escreveu aquilo?
Sienna gaguejou.
— E-Eu não sei. Só pensei que isso era interessante. Quando o vi pela primeira vez… Ah! N-Não, na verdade nunca li, então…
— Este é realmente o momento e o lugar para tais bobagens? Mesmo sabendo que você deixou a primeira edição do conto de fadas em Acryon. — Eugene a pressionou.
Sienna lutou para inventar uma desculpa.
— Isso é… Eu só… Comprei isso como lembrança.
—Já lhe disse para não falar besteiras. — Eugene rejeitou facilmente a alegação. — Eu ouvi de Mer que você leu esse conto de fadas centenas de vezes, não é?
— Por que ela está inventando mentiras tão ridículas? Já que sua manutenção foi negligenciada por centenas de anos, algo poderia ter quebrado…? — Sienna continuou a agir como inocente.
— O conteúdo da primeira edição era algo de se ver. A linda, atraente, querida e fofinha Sienna. — Eugene disse provocando.
— N-Não havia nada sobre eu ser querida ou fofinha… Provavelmente? — Sienna argumentou hesitante enquanto tentava desesperadamente rastrear sua memória.
— De qualquer forma, definitivamente houve algumas vezes em que você foi chamada de linda e fofa. Está louca? Como pode escrever algo assim com sua própria mão? — Eugene a questionou.
— D-Do que está falando! Por que eu escreveria algo assim? N-Não fui eu. — Sienna negou de forma pouco convincente.
— Então foi a Anise?
— Ah… Hummm.
— Você realmente está se apegando a essas bobagens até o fim. Não acha que vocês duas estavam sendo um pouco exageradas? Você e a Anise são fofas, atraentes, queridas, fofinhos e outras besteiras, né? Mas por que Moron é um idiota e eu sou um filho da puta? — Eugene xingou.
— Eu disse que não escrevi! — Sienna gritou alto enquanto seu rosto ficava vermelho.
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