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Damn Reincarnation – Capítulo 158

A Capital (2)

A propriedade principal da família Lionheart estava localizada nos arredores da capital Ceres. Levava horas para chegar ao centro de carruagem.

Se Lavera tivesse pedido a um dos cavaleiros Lionheart para acompanhá-la, ela teria usado uma carruagem. Mas com Eugene a acompanhando, as coisas eram diferentes. Afinal, por que eles se incomodariam em usar uma carruagem quando tinham um portão de dobra que poderiam usar? O portão de dobra na propriedade principal geralmente não era ativado a não ser em ocasiões importantes. No entanto, Eugene era atualmente respeitado o suficiente para justificar o uso do portão de dobra por motivos pessoais.

— Quando você está falando de uma prótese ocular, está falando de um artefato feito especialmente? — Mer perguntou ativamente.

Ao contrário do habitual, Mer não estava no manto. Desde que chegara à propriedade principal, fora várias vezes ao centro da capital, mas nunca com Eugene. Talvez por causa disso, Ancilla fez esforços consideráveis para vestir Mer da cabeça aos pés desde o amanhecer.

— Já ouvi falar de olhos protéticos que podem ser conectados diretamente aos nervos ópticos das pessoas, mas ouvi dizer que são caros. — Disse Lavera enquanto acariciava o tapa-olho direito. Em vez de seu uniforme de empregada, ela usava um vestido formal hoje.

— Dinheiro não deve ser um problema. Você deve comprá-lo se precisar. Será desconfortável viver sem um olho. — Disse Eugene com naturalidade.

— Como aprendiz de empregada, estou recebendo mais salário do que mereço, mas…

— Claro, você não pode pagar com seu salário. Não posso comprar para você? — Eugene inclinou a cabeça como se dissesse algo óbvio.

— Agradeço o gesto, mas estou bem, senhor.

— Não precisa recusar.

— Não posso usar esses olhos protéticos. — Explicou Lavera, levantando um pouco o tapa-olho e expondo marcas de corte e queimaduras ao redor do olho. — O interior do meu olho foi queimado com um ferro quente, então nunca poderei enxergar com meu olho esquerdo, não importa o quão cara seja a prótese ocular que eu use.

— Errr… — Mer tremeu depois que viu o ferimento de Lavera dentro de seu tapa-olho. — Então… Humm… Não vai ficar bom se você usar uma prótese ocular feita de joia?

— Não vai ser bom se você simplesmente não disser nada? — Eugene aconselhou.

Mer refutou: 

— Estou sendo atenciosa com a Senhorita Lavera à minha maneira.

— Você estava sendo atenciosa quando sugeriu a uma elfa caolha que colocasse uma joia em seu olho?

— Estou desesperada com sua falta de humanidade em chamar a elfa caolha de elfa caolha, Sir Eugene.

— Eu não disse nada de errado.

Uma conversa muito imprudente estava sendo trocada entre Eugene e Mer. Enquanto isso, incapaz de dizer qualquer coisa, Lavera, o assunto da conversa, apenas ficou quieta. Claro, ela sabia que eles estavam sendo atenciosos à sua maneira enquanto diziam essas coisas. No entanto, o que ela deveria dizer quando eles falavam sobre coisas como caolha ou olho de joia?

— Eu só gosto de olhos protéticos comuns. — Lavera não iria interferir, mas sentiu que a conversa nunca terminaria se ela não o fizesse.

— Existem olhos protéticos que podem ser usados para autodefesa. — Mer sorriu.

— Eles disparam raios mortais ou algo assim? — Eugene perguntou.

— Esses olhos podem existir.

— Já vi isso antes… — Eugene falou sem pensar muito, mas então percebeu a presença de Lavera e limpou a garganta antes de continuar. — Quando fui ao deserto de Nahama. Alguns dos Assassinos e Xamãs de Areia usavam olhos protéticos gravados com fórmulas mágicas.

— É desse tipo de olho protético que eu estava falando. — Mer aplaudiu ao entrar na conversa. Não era difícil ver pessoas que perderam um membro ou tiveram uma flecha cravada nos olhos trezentos anos atrás. Portanto, naturalmente, alguns malditos malucos usavam artefatos especialmente feitos para compensar as partes perdidas de seus corpos.

No entanto, esses artefatos feitos especialmente tinham limites no final. Não importava quanta engenhosidade e esforços os talentosos artesãos, alquimistas e magos usavam na tentativa de fazer olhos protéticos com minerais mágicos raros, os olhos protéticos criados artificialmente eram, em última análise, esmagadoramente inferiores aos olhos demoníacos.

Claro, olhos demoníacos também eram muito raros. Eles só podiam ser encontrados entre os demônios, mas nem todos eles tinham. Apenas alguns poucos demônios de alto escalão tinham olhos demoníacos com habilidades ridículas. Aqueles olhos demoníacos eram um símbolo de poder entre os demônios de sangue puro. Era uma herança transmitida e consistentemente desenvolvida por diversas gerações dentro das famílias de demônios de sangue puro.

[Ouvi dizer que a Rainha dos Demônios da Noite tem o Olho Demoníaco da Fantasia. Isso é verdade?]

Mer perguntou a Eugene em sua mente.

“Sim, mas seu olho demoníaco não tem poderes magníficos, ao contrário de seu nome.”

[De acordo com os registros, a Rainha dos Demônios da Noite matou sozinha trinta mil forças de elite de Turas.]

“Noir Giabella não era a única do povo demônio de alto escalão que tinha o poder de fazer isso na época.”

[Ela chegou a afogar trinta mil homens em uma planície que não tinha uma gota d’água sequer. Pelo que li, a planície se transformou em mar quando o olho dela brilhou, e as ondas do mar se precipitaram sobre os exércitos…]

“É verdade que trinta mil pessoas morreram afogadas, mas a planície não virou mar.”

[Qual é a diferença?]

“O olho demoníaco da Noir Giabella… Hmm… Não transforma ilusão em realidade. Ela apenas faz os outros se sentirem assim. Esses trinta mil homens viram as ondas do mar e se afogaram… Mas não foram realmente afundados no mar.”

[Hmm… Então ela mostra ilusões poderosas, é isso?]

“Sim, o olho demoníaco de Noir Giabella é chamado de Olho Demoníaco da Fantasia porque ela e seu olho combinam fantasticamente bem, mais ou menos nojentamente bem.”

Noir Giabella era a Rainha dos Demônios da Noite. Entre os numerosos demônios noturnos, ela era a mais poderosa. Como tal, ela reinava sobre eles. Os sonhos criados por ela eram tão requintados que eram difíceis de distinguir da realidade. Ela poderia interferir e quebrar mentes humanas em segundos, tornando seu poder incomparável a outros demônios.

Seu Olho Demoníaco da Fantasia poderia fazer os outros sonharem mesmo quando acordados. Quando alguém era pego por seu olho, sua realidade se transformava em sonhos.

[Você disse que o olho demoníaco dela não tem poderes magníficos, mas quando ouço sua história, sinto que o Rei Demônio a quem a Rainha serve pode lutar contra Deus.]

“Estou te dizendo, não é assim. Ela pode ser bem forte, mas no final, tudo o que ela faz é criar ilusões, não mudar a realidade. Se você se controlar, ela não poderá iludi-lo. Para ser sincero, tive mais dificuldade em lidar com o Olho Demoníaco da Glória Divina do Gavid Lindman e o Olho Demoníaco das Trevas da Iris, em vez do da Fantasia da Noir Giabella.

Noir Giabella havia causado tantos problemas ao grupo dos heróis em Helmuth, mas ninguém no grupo de Eugene colapsou ou enlouqueceu.

[Isso não significa apenas que você é o melhor no final?]

“Eu não era o único que era o melhor. Anise manteve sua barreira sagrada e Sienna bloqueava todos os tipos de interferência mental o tempo todo. É por isso que não nos iludimos.”

[A Senhorita Sienna é realmente a melhor.]

Mer sorriu timidamente enquanto assentia. Enquanto eles conversavam com suas mentes, Lavera naturalmente se alienou, mas ela não se importou muito e se concentrou apenas em caminhar.

Ela inevitavelmente se acostumou a ser alienada.

A capital do Império Kiehl, Ceres, era a cidade mais chique em que Lavera já esteve. A cidade era bem administrada: as estradas eram bem pavimentadas, os pedestres usavam estradas diferentes das carruagens, guardas eram posicionados a cada poucos quarteirões e as pessoas nas ruas vestiam roupas finas e estavam muito relaxadas.

Era uma cena cotidiana neste lugar. Lavera e Eugene estavam caminhando na área central de Ceres. Mesmo que os plebeus trabalhassem por toda a vida, nunca poderiam possuir nem mesmo um pequeno quarto nesta área.

Lavera havia morado em Nahama no passado. Seu dono era um comerciante que havia acumulado uma fortuna por meio do comércio. No entanto, ele não vivia uma vida moralmente correta.

Devido ao seu ambiente hostil, a lacuna entre ricos e pobres era flagrantemente revelada em Nahama. Seu dono desfrutava de vários prazeres em sua grande mansão, mas fora de sua mansão, muitas casas antigas não podiam nem proteger as pessoas da noite fria do deserto.

Seu dono às vezes colocava uma coleira em Lavera e dava uma volta pela cidade. Era um evento comum em Nahama. Nobres e comerciantes ricos de lá frequentemente exibiam seus raros ‘animais de estimação’. E Lavera era o mais raro de todos eles — uma elfa. Ela era uma ótima mascote que fazia seu dono estufar o peito de orgulho.

À medida que as ‘competições’ dos proprietários continuavam, as pessoas pobres falavam em sussurros e olhavam para Lavera com intenções hediondas misturadas com ciúme, hostilidade e ganância. Ela estava acostumada com as pessoas olhando para ela daquele jeito.

Quando seu dono pervertido ficava entediado durante o passeio, ele furtivamente soltava a coleira de Lavera e a fazia andar sozinha. Toda vez que fazia isso, Lavera caminhava, olhando em volta com cuidado, curvando os ombros o máximo que podia.

Depois de passar um tempo assim, seu dono desaparecia e pessoas com más intenções imediatamente se aproximavam de Lavera.

Então ela tinha que fugir e se esconder deles, mas no final, sempre era pega. Não havia nada que Lavera pudesse fazer além de gritar. E enquanto gritava, os guerreiros de seu dono apareciam e a salvavam. O passeio nunca era divertido para Lavera, mas quando pensava no que aconteceria depois, preferia o passeio.

Ela não deveria mais sentir dor no olho esquerdo, mas de alguma forma ele doía. Memórias horríveis vieram à tona em ondas, fazendo-a estremecer subconscientemente, mas logo prendeu a respiração depois de olhar para seus arredores pacíficos.

Esta cidade era diferente da cidade de Nahama. Embora as pessoas pudessem estar olhando para ela, não a olhavam com intenções hediondas. Lavera sabia o porquê — ela estava usando um manto que tinha o símbolo da família Lionheart nas costas enquanto caminhava com Eugene e Mer.

— Tem algo errado? — Eugene perguntou quando sentiu Lavera perder o equilíbrio.

— Uma velha lembrança passou pela minha cabeça. — Lavera respondeu hesitante.

— Tenho certeza de que não é uma boa memória. Não perca tempo pensando no passado. Pense no almoço que teremos em vez disso. — Eugene olhou pela janela.

— O que vamos comer? — Lavera perguntou com um leve sorriso no rosto.

— Vamos a um restaurante que Sir Gerhard costuma frequentar. Sua refeição de vitela é realmente boa! — Mer falou com olhos brilhantes. Ela havia recomendado o restaurante para Eugene e Lavera, e Ancilla fez uma reserva pessoalmente para eles. O restaurante era tão famoso que as pessoas tinham que fazer reservas com uma semana de antecedência para poder pelo menos sentar no canto do restaurante. No entanto, esta manhã, a segunda Senhora da família Lionheart reservou o assento da janela com uma grande vista usando a influência da família.

— Para ser sincero, acho que os jantares na propriedade principal são melhores. — Resmungou Eugene.

Os garçons do restaurante continuamente serviam pratos sofisticados. A comida era tão boa quanto parecia, mas não tão boa quanto os pratos servidos na propriedade principal dos Lionhearts.

— Você come muito bem para quem fala essas coisas. — Mer zombou.

— Por que deixaria comida no prato quando vim de tão longe para comer? Não estou dizendo que a comida é ruim.

— Se não gostar, não precisa comer. Dê para a Senhorita Lavera ou para mim.

— Por que eu daria minhas sobras para outra pessoa? É só pedir mais um. — Eugene resmungou novamente enquanto cortava seu grande bife. Sentada em frente a Eugene, Lavera olhou para frente enquanto cortava seu bife em pedacinhos.

Embora Eugene tivesse reclamado como se não fosse dar seu bife a Mer, ele estava colocando os pedaços que acabara de cortar no prato dela. Radiante, Mer naturalmente comeu os grandes pedaços de bife, um por um.

— Vocês dois parecem pai e filha. — Lavera comentou baixinho.

— Você está louca? — Eugene rapidamente se virou para Lavera em estado de choque.

— Na verdade, também acho, Senhorita Lavera. — Mer sorriu.

As reações de Eugene e Mer foram o oposto uma da outra. Ainda radiante, Mer colocou um pedaço de seu bife no prato de Lavera.

— Eu nunca nem me casei antes. Por que você me trataria como o pai de alguém? — Eugene falou, irritado.

— Tem planos de se casar, mestre Eugene? — Lavera perguntou enquanto mastigava o pedaço de bife de Mer.

— Não.

— Há um boato circulando entre os servos. — Você e a Mestra da Torre Branca compartilham um ‘vínculo especial’… — Lavera parou.

— Você está realmente louca? Eu? Com a Mestra da Torre Branca? Com A Melkith El-Hayah?

Kiyaaaaahhhh!

O grito estranho de Melkith veio à mente de Eugene, fazendo-o franzir a testa.

— Uh… Não há uma grande diferença de idade entre nós? Acabei de fazer vinte anos este ano. — Disse Eugene hesitante.

— Hehe… — Mer riu baixinho ao lado de Eugene.

Franzindo a testa para Mer, Eugene continuou: 

— A Mestra da Torre Branca tem quase setenta anos agora. Se tivesse se casado cedo, teria um neto da minha idade.

— Uma diferença de cinquenta anos é muito? — Lavera perguntou inocentemente.

— Sim, você é uma elfa. — Eugene gemeu.

— Estou ciente de que a Mestra da Torre Branca é velha do ponto de vista humano, mas ela não viverá mais do que os humanos comuns como Arquimaga? Entre os seres de longa vida, a idade de setenta anos é considerada muito jovem.

— Então devo ser um bebê aos seus olhos.

— A Mestra da Torre Branca não apenas parece jovem, mas também tem uma mente pura e jovem. — Lavera continuou sua visão sobre Melkith.

— Estranhamente soa como um elogio, mesmo que isso signifique que ela não consegue agir de acordo com sua idade.

— Você não quer uma parceira mais velha quando se casar? — Lavera perguntou, levando Mer a olhar para Eugene com olhos brilhantes.

— Bem… Talvez seja melhor ela ser mais velha do que eu… Do que ser muito jovem.

— Você está considerando outra mulher para ser sua parceira além da Mestra da Torre Branca?

— Você está estranhamente muito curiosa sobre o meu casamento hoje. Recebeu secretamente ordens do meu pai ou da Nina?

Sem responder, Lavera ficou quieta.

Balançando a cabeça, Eugene estalou a língua. 

— Meu pai está sendo idiota. Não faz muito tempo que me tornei adulto, então por que ele já está preocupado com meu casamento?

— A Senhora Ancilla também está preocupada com casamento. Ela quer que o Sir Cyan se case com uma princesa de outro reino. Você também gosta de princesas, Sir Eugene? — Mer interrompeu.

Com uma cara de nojo, Eugene respondeu: 

— O quê? Princesa? Não… Não tenho planos de me casar.

— Ainda assim, você pode se casar se a pessoa for mais velha, estiver na mesma sintonia que você e for sua amiga íntima, certo? — Mer sorriu, imaginando o futuro onde seu nome era Mer Lionheart em vez de Mer Merdein.

Eugene nunca imaginou se casar. Por que ele pensaria em se casar quando tinha um monte de coisas para fazer agora?

“Mas… Bem…” Eugene gemeu.

Como havia morrido em sua vida passada sem ter filhos, ele queria se casar e ter muitos filhos.

No entanto, pensaria sobre isso depois de terminar as coisas que não conseguiu concluir em sua vida passada. Embora fosse difícil matar todos os demônios, ele queria matar o Rei Demônio do Encarceramento e o Rei Demônio da Destruição…

Estranhamente, as mulheres que Eugene conhecia vieram à sua mente: Sienna Merdein, Ciel Lionheart, Kristina Rogeris e Melkith El-Hayah.

Além dessas quatro mulheres, havia várias outras mulheres que Eugene conhecia, mas essas quatro eram aquelas com quem ele havia se aproximado.

Casar com Sienna? Por que ele se casaria com aquela garota violenta? Ela xingava sempre que Hamel fazia alguma coisa. As vezes em que Sienna o chamava de ‘filho da puta’ e ‘arrombado’, irritada, passou pela mente de Eugene. Então, por que iria passar seu tempo, comer e acordar com ela todos os dias?

“Espera, já não tínhamos feito isso em Helmuth?” Pensou Eugene.

—Hamel.

—Você realmente voltou para mim.

Dentro da Árvore do Mundo, Sienna abraçou Eugene, sorrindo com os olhos marejados. Quando esse momento veio à mente de Eugene, ele não conseguiu mais continuar pensando nela.

Então que tal Ciel…? Ela ainda não era uma criança? Eles seriam capazes de se casar em primeiro lugar? Bem, era possível, pois eram irmãos que tinham pais totalmente diferentes. Embora Eugene fosse atualmente o filho adotivo de Gilead, ele estaria mais do que disposto a anular a adoção de Eugene por causa do casamento. Na verdade, Gilead prefere ser chamado de “sogro” em vez de “tio”.

“Bem, acho que a Senhora Ancilla também iria querer.”

Não era um mau negócio para a família Lionheart, mas Eugene realmente não conseguia se imaginar casado com Ciel.

Havia também Kristina Rogeris, a candidata a Santa do Império Sagrado. Ela se parecia com Anise e estava ligada a ela, que se tornou um anjo por algum motivo.

No entanto, casar-se com a Santa era absolutamente absurdo. A Igreja da Luz não obrigava seus sacerdotes a permanecerem solteiros, mas freiras e monges tinham que fazê-lo. A restrição também se aplicava à Santa. Eugene realmente não conseguia imaginar Kristina como sua esposa, e ela também teria que estar meio louca para se casar com Eugene. Apesar de tudo isso, Kristina teria que renunciar à Igreja da Luz se eles se casassem.

Depois disso, as coisas ficariam realmente incômodas e complicadas. Eugene conheceu os Inquisidores no Castelo dos Leões Negros, mas eles eram egoístas, hipócritas e sabichões. Definitivamente iriam caçar Kristina depois que ela renunciasse à Igreja, chamando-a de herege e corrompida.

“A Senhorita Melkith é…”

—Kyaaaah!

—Kiyaaaah!

Eugene parou de pensar. Além disso, qual era o sentido de imaginar tudo isso? Não era como se algo assim tivesse acontecido na realidade.

— Pedi à loja da Rua Alcard para fazer minha prótese ocular. A rua fica a oeste de Ceres. — Lavera explicou calmamente, trazendo Eugene de volta à realidade.

A rua ficava perto do palácio, mas longe do bairro central onde viviam todos os ricos.

Ainda assim, o portão internacional de dobra estava localizado nas proximidades, tornando-se uma rua movimentada para muitos turistas que visitavam o Império Kiehl. Esta rua também abrigava os aventureiros e guildas de mercenários. Como tinham que viajar muito para fazer suas missões, como matar monstros e aventurar-se em masmorras, era mais conveniente ter um portão de dobra internacional por perto.

Com muitas pessoas nessas linhas de trabalho frequentando esta rua, várias lojas exclusivas que não podiam ser encontradas no distrito central estavam localizadas ali; lojas preferidas por mercenários e aventureiros em vez de cavaleiros ou nobres.

Havia lojas que vendiam armas funcionais e práticas em vez de decorativas e alquimistas que vagavam pelas ruas, vendendo discretamente poções eficazes, mas de aparência suspeita.

O grupo de Eugene chegou à Rua Alcard pelo portão de dobra. Ela parecia diferente do distrito central por onde o grupo de Eugene acabara de passar. Na verdade, esta era a rua ‘mais difícil’ da capital Ceres.

— Eu nunca vim aqui antes. — Mer olhou em volta, sentindo o coração bater forte de emoção.

A rua não era perigosa. Os guardas patrulhavam por ali também, mas geralmente não se intrometiam em brigas entre aventureiros ou mercenários das guildas. Em vez de mediar, resolver e prendê-los um por um, os guardas sabiam que era mais fácil deixar os membros da guilda lutarem entre si.

— Ah, tem tanta gente irritante. — Embora não tivesse se dado ao trabalho de olhar em volta, Eugene podia sentir as pessoas olhando para seu grupo de todas as direções. O grupo de Eugene se destacava, atraindo a atenção, uma elfa de um olho só, um homem de cabelos grisalhos com olhos dourados, vestindo um uniforme dos Lionheart e uma garota de cabelos roxos em seu lindo vestido formal.

— Você deve estar muito irritada também, já que as pessoas sempre olham para você por ser uma elfa. Eles não vêm e brigam, não é? — Eugene perguntou a Lavera.

— Eu vim a esta rua pela segunda vez, mas nada disso aconteceu até agora. — Lavera balançou a cabeça.

— Com qual cavaleiro você saiu da última vez?

— Sir Nein dos Cavaleiros Leão Branco me protegeu.

— Hmm, coisas assim não aconteceram da última vez, porque aquele cara é grande e parece intimidador.

— É verdade que as pessoas nesta rua são agressivas, mas não pensariam levianamente nos Lionhearts e chegariam perto… — Lavera parou de falar enquanto virava a cabeça.

Um homem sardento de cabelos espessos aproximava-se furtivamente do grupo, sorrindo servilmente.

— Você é Sir Eugene Lionheart? — O homem perguntou.

Ele estava sozinho. Como Eugene apenas olhou para ele sem dizer nada, o homem limpou a garganta enquanto continuava: 

— Meu nome é Tepir. Estou trabalhando como repórter no jornal Scarth.

— Que jornal é esse? — Eugene perguntou a Mer.

— É o jornal de merda que publica fofoca exagerada, um tabloide.

— Errrr… — Tepir gemeu.

— É mais uma editora de romances de ficção do que uma editora de jornal. Qual foi o artigo que li? Oh, verdade. O misterioso assassino em série vaga pela capital ao amanhecer… Mas acontece que ele é o filho ilegítimo do Marquês X?! Scarth irá fazer uma entrevista exclusiva com ele! Eles escrevem esse tipo de coisa. — Mer falou.

— Há algum assassino em série rondando a capital de madrugada? — Eugene inclinou a cabeça em confusão.

— Não, não há. Viu? Eu te disse. Publica romances de ficção, não notícias. — A crítica de Mer fez Tepir franzir a testa visivelmente.

Mantendo sua compostura com dificuldade, Tepir perguntou.

— Você poderia me dar um momento de seu tempo?

— Não dou entrevistas. — Respondeu Eugene, sucinto.

— Por favor, não vai demorar. Ouvi dizer que a família Lionheart passou recentemente por um problema humilhante e vergonhoso…

— Você tem coragem. Está dizendo isso mesmo sabendo que meu sobrenome é Lionheart? — Bufando, Eugene acenou com a mão. — Pare de falar merda e vaza daqui. Você pode continuar brincando se quiser escrever seus artigos com uma caneta na boca pelo resto da vida.

Como se não esperasse que um jovem nobre de uma família de prestígio dissesse tais coisas, Tepir piscou, incapaz de dizer qualquer coisa.

— Vaza. — Disse Eugene a Tepir já duas vezes. Tepir hesitou, mas permaneceu parado. Estalando a língua, Eugene apontou o dedo na direção de Tepir.

Pop!

Com apenas um único dedo, Eugene atingiu o meio da testa de Tepir. Gritando, Tepir caiu no chão.

— Algumas pessoas simplesmente não escutam. Oh, você pode escrever isso no seu artigo, a propósito. Eugene Lionheart da família principal dos Lionheart é um arrombado e violento como um cão raivoso. Se as pessoas me encherem o saco, irão acabar levando uma surra. Entendeu?

Ancilla estava recentemente empenhada em oprimir os jornais, então se Tepir realmente publicasse um artigo como esse, ela literalmente destruiria o jornal Scarth e daria um exemplo para outros jornais.

— Você já está se certificando de que não receberá nenhuma proposta de casamento? — Mer sorriu.

— Fique quieta.

— Estou certa, não estou? Você está anunciando que tem um problema sério com sua personalidade, para que outras nobres damas e princesas não o peçam em casamento, certo?

— Minha personalidade está bem. Claro, eu ajo de forma rude com desgraçados rudes. Para palavras bonitas aparecerem, palavras bonitas precisam circular. 

[Se a Senhorita Sienna disser palavras bonitas para você, você vai dizer palavras bonitas de volta para ela?]

Mer perguntou em sua mente.

“Aquela garota… Nunca disse palavras bonitas…”

—Conheço você, Hamel.

—Mesmo que sua reencarnação tenha mudado seu corpo, substituído seu rosto e até mesmo lhe dado um novo nome… Você ainda é o mesmo Hamel que sempre conheci.

[Por que parou de falar?]

— Está quente hoje. — Resmungou Eugene, passando por Tepir, que ainda estava caído na estrada.

A brisa da primavera roçou o cabelo de Eugene. Ela estava fria, porque o inverno ainda não havia acabado.

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Giovanne
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Giovanne
3 meses atrás

Fiquei mal com a história da lavera…

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