Gullard viajou tão rápido que suas asas rasgaram.
Este também era um poder de suas asas, mas era algo que apenas o Rei Demônio e os Cinco Duques sabiam.
No entanto, ele não poderia usar esse poder livremente com apenas 10% de seu poder.
Seu corpo inteiro já parecia um trapo rasgado, sua carne e sangue caindo como chuva, pois ele era incapaz de superar a forte pressão do vento.
No entanto, Gullard não parou nem desacelerou. Nesse ponto, ele não podia sentir mais nada além de dor, e ele sabia que sua morte era inevitável. Mas seu senso de dever superou o medo da morte.
Taht!
Então, finalmente, ele chegou ao seu destino.
Assim que seus pés tocaram o chão, Gullard sentiu uma intensa energia demoníaca perfurando sua pele. Essa energia demoníaca era tão poderosa que até os Demônios seriam dominados pelo medo, mas esse não era o caso de Gullard. Em vez disso, ele se sentiu confortável como se tivesse voltado para casa depois de muito tempo.
— Gullard?
Ele ouviu a voz de Azazel. A essa altura, Gullard não conseguia mais enxergar, mas, por sorte, sua língua ainda podia se mover.
— Aza… zel.
— O que diabos está acontecendo? Quem fez isso com vo—
— O Rei… Ele está na minha frente?
Gullard cortou Azazel. Ele não podia se dar ao luxo de perder tempo. Ele podia sentir sua língua gradualmente endurecendo. Isso significava que seu tempo estava se esgotando.
Azazel pareceu perceber isso. Sua cabeça se abaixou tristemente enquanto ele disse.
— Sim, ele está olhando para você.
Gullard ajoelhou-se. Não, foi mais como se ele tivesse caído de joelhos.
— Meu… Rei…
[Gullard Phisfounder.]
A voz do rei soou.
Ao ouvi-la, Gullard sentiu a dor que assolava seu corpo gradualmente começando a diminuir.
— Por favor, perdoe-me por cumprimentá-lo de maneira tão vergonhosa.
[Parece que você tem algo a me dizer. Diga-me.]
O rei falou em tom contundente.
Um leve sorriso floresceu nos lábios de Gullard. Certo, este era o rei. O rei era mais forte e mais direto do que qualquer outra pessoa. Mesmo a morte de um de seus súditos favoritos não o perturbaria muito.
Gullard sorriu brilhantemente por um momento antes de falar.
— Um homem apareceu de repente… Ele se intitulava o Grande Mago.
— !
Foi Azazel, não o Rei Demônio Kasajin, que pareceu atordoado com essas palavras.
[…]
Kasajin apenas permaneceu em silêncio. Ele olhou para Gullard com uma emoção insondável escondida em seus olhos.
— Ele é forte. Ele parecia estar se segurando… Mas ainda foi demais para mim.
[Entendo.]
— Sim. No entanto…
Gullard continuou confiante.
— Ele é mais fraco que o Rei.
[…]
Kurk.
Gullard tossiu levemente, seguido pelo som dele engolindo o sangue de volta.
Infelizmente, esse foi o fator decisivo. Depois de fazer isso, ele sabia que não iria durar muito mais tempo.
— P-Por favor, perdoe… Este servo fraco. Lamento não poder alcançar a grande causa junto com você, meu Rei…
Depois de dizer essa última palavra, Gullard ficou em silêncio. Ele morreu de joelhos, curvando-se diante de seu rei.
Azazel olhou para seu cadáver com uma expressão solene.
“Você fez um ótimo trabalho. Descanse bem, camarada.”
Então ele se virou para Kasajin.
— Eu me lembro do que você disse… Sobre Lukas Trawman…
[Pare.]
O rei o interrompeu.
[Isso é coisa do passado. Muito, muito tempo atrás. Agora, essas memórias não passam de um borrão.]
Houve um breve lampejo no rosto de Azazel Trawman quando ele ouviu essas palavras, mas foi isso. Azazel não reagiu mais do que isso.
Ele não se atreveu a mostrar grosseria ao refutar as palavras do rei. Mesmo que pensasse que ele estava mentindo.
— Então, se eu encontrar Lukas Trawman…
[Conte-me. Você não seria capaz de enfrentá-lo.]
Kasajin continuou em uma voz baixa.
[Eu mesmo vou matá-lo.]
A magia que o homem acabara de exibir era incrível.
Porque aquela única magia havia exterminado completamente o exército híbrido, o que fez com que todos sentissem a ameaça de morte.
Joanna não pôde deixar de se lembrar da Medusa que ele acabara de mostrar. Essa era a verdadeira Medusa? Comparado com o feitiço que ela usou, o alcance e o poder estavam em níveis completamente diferentes.
Por que ele não mostrou seu poder antes, se ele era tão forte?
Joanna não pôde deixar de pensar nisso.
Ainda havia Demônios e Bestas Demoníacas em Zinga, e alguns híbridos conseguiram sobreviver.
Claro, eles não estavam em boas condições, e não conseguiriam mostrar muito de sua força nas lutas que viriam. No entanto, eles ainda eram uma força formidável para Joanna e o resto da Sol Cinzento enfrentarem.
Ba-ba-bang!
Magias de fogo explodiam constantemente no chão. No entanto, as Bestas Demoníacas que eles estavam enfrentando agora eram diferentes das Bestas Demoníacas que eles enfrentaram antes. Mesmo quando atingido por magias de 5 estrelas, suas peles ficavam apenas levemente chamuscadas.
O rosto de Joanna ficou pálido mais uma vez.
Ela estava em um estado hiper-focado.
Ao mesmo tempo, ela se sentia livre.
“Esta… É uma batalha de verdade.”
Ela podia sentir isso.
A quantidade de experiência que ela ganharia em apenas alguns segundos neste campo de batalha era algo que ela não seria capaz de aprender em seu ambiente anterior, protegido, mesmo que passasse dez anos.
Ela não tinha tempo para pensar. Mas era exatamente por isso que ela não conseguia parar de pensar e planejar. Ela não podia deixar de pensar só porque não tinha tempo.
O que ela tinha que olhar não era um deles, mas toda a horda.
Em vez da única Besta Demoníaca na frente dela, ela tinha que ver os movimentos dos inimigos como um todo. Em vez de apenas ela mesma, ela tinha que prestar atenção em todos os seus aliados.
Em outras palavras, ela tinha que ver todo o campo de batalha. Ela tinha que coletar informações constantemente e usar as magias certas, nos lugares certos, nas horas certas, sem cometer erros.
Claro, se ela fosse uma maga comum, ela não teria que ir tão longe.
“No entanto.”
Ela não era uma maga comum.
Ela era Joanna, a Arquimaga.
Não.
Ela era a Escolhida do Grande Mago.
Isso significava que ela tinha que suportar tais dificuldades.
— …
Um par de olhos vermelhos a encaravam.
Era um Demônio, o segundo em comando de Zinga.
Conde Perado.
Nenhum dos humanos havia notado sua presença ainda, mas não para menos.
Mesmo agora, Perado não havia liberado nenhuma energia demoníaca e, em vez disso, observava calmamente a situação à distância.
Ele não tinha se revelado.
Perado era um Demônio até o âmago. Isso significava que ele valorizava sua própria sobrevivência mais do que qualquer outra coisa.
Havia apenas dois momentos em que ele faria seu movimento.
Quando sua segurança estivesse garantida ou quando ele encontrasse a chave para a vitória.
Perado olhou ao redor do campo de batalha pensativo.
Os humanos estavam claramente em desvantagem. Seja em termos de força individual, números ou localização geográfica, nada estava a seu favor.
E, no entanto, eram os Demônios que estavam morrendo unilateralmente.
Claro, isso não era muito surpreendente. Era do conhecimento geral que os humanos à beira da morte eram os mais irritantes.
Mas mesmo quando isso levado em conta, essa situação não fazia muito sentido.
Depois de pensar um pouco, Perado finalmente percebeu qual era o problema.
Era a presença de personagens que desempenhavam um papel fundamental em manter a linha de defesa.
— Três.
Lee Jong-hak abatia Bestas Demoníacas na frente.
Elijah comandava e encorajava suas tropas do meio.
E, por último, Joanna, que prestava atenção em todo o campo de batalha pela retaguarda e bombardeava o inimigo com magias.
Todos os três eram irritantes, mas estava claro quem era o mais irritante entre eles.
“Aquela mulher.”
A maga.
Mesmo Perado não pôde deixar de admirar seu amplo campo de visão. Se aquela mulher não usasse constantemente as magias certas nos momentos certos para ajudar seus aliados enquanto também lhes fornecia informações vitais, os humanos já teriam sido exterminados.
“Em outras palavras, se aquela mulher morrer, nós venceremos.”
Depois de chegar a essa conclusão, o olhar de Perado de repente ficou frio.
Suprimindo sua presença, ele rapidamente diminuiu a distância para Joanna. Dois guardas estavam de cada lado de Joanna, mas não eram um problema.
Shurk.
Com um brilho roxo em torno delas, as unhas de Perado ficaram anormalmente longas e afiadas. Assim que ele apareceu, rasgou os dois guardas em um instante, suas garras rasgando-os em pedaços com o menor toque. Os guardas se tornaram pedaços de carne espalhados antes mesmo de serem capazes de gritar.
Foi só então que Joanna sentiu a presença de Perado e engasgou em choque. Ela já estava exausta de seu fluxo constante de magias. E tinha muito pouco mana, com sua força mental tão fina quanto um fio.
E apenas quando ela atingiu seu limite, um Nobre Demônio de alto escalão apareceu.
Clam!
As garras roxas brilhantes que estavam indo diretamente para ela foram inexplicavelmente bloqueadas. Então, Joanna sentiu a presença de alguém atrás dela.
— Frey?
— Bom trabalho.
— Ah…
Com apenas duas palavras, toda a tensão em seu corpo foi aliviada. Joanna cambaleou um pouco, mas Lukas a pegou pelos ombros.
— Acabou. Você pode descansar agora.
— …
Era pedir muito, mas Joanna assentiu e fechou os olhos sem hesitar.
“Ótimo.”
Lukas havia reconhecido ela.
Ela podia dizer, mesmo sem olhar para ele.
Até ficar inconsciente, Joanna era quem estava no controle do campo de batalha. Ela havia desempenhado fielmente seu papel muito além das expectativas de Lukas.
A batalha ainda não havia acabado, mas ela havia conquistado o direito de descansar.
— Você!
Os olhos de Perado se arregalaram.
Ele sabia que aquele homem à sua frente era um poderoso mago que havia expulsado até mesmo o duque Gullard.
Ele devia correr ou devia lutar? Mais importante, onde estava o duque Gullard?
Ele estava indeciso, e essa indecisão criou uma pequena abertura.
Crack!
E Kran nunca perderia tal abertura.
A ponta de sua espada perfurou o queixo de Perado antes de cortar seu cérebro.
Perado morreu antes mesmo que pudesse fazer um som.
Esta foi uma morte fútil imprópria para um Conde, mas foi um resultado natural quando seu oponente era um dos Top Três.
— Humpf.
Kran limpou o sangue de sua espada com um bufo. Então, ele se virou para o campo de batalha e estalou a língua.
— Vocês ainda não conseguiram se livrar desse lixo? Que patético.
A sede de sangue surgiu em seus olhos.
Então, ele saltou para a batalha sem hesitar.
— Kieek!
— Kuk!
Foi como se uma enorme rajada de vento tivesse surgido no campo de batalha. Com nada além de sua espada, Kran massacrou Demônios e Bestas Demoníacas enquanto avançava facilmente. A maioria das Bestas Demoníacas não conseguia lidar nem com um único golpe de sua espada, e mesmo os Demônios mais fortes não duravam muito na frente dele.
Quando notaram sua presença, os membros da Sol Cinzento congelaram quase inconscientemente.
Kran olhou para eles e balançou a cabeça.
— Vocês estão todos no caminho. Recuem. Eu cuido disso sozinho.
Depois dessas palavras curtas, Kran retomou sua matança.
Lee Jong-hak assistiu a essa cena se desenrolar com um olhar vazio.