Lukas ficou perdido em pensamentos por um tempo.
Ele entendeu que Sedi estava em perigo, mas havia uma coisa que não entendia muito bem.
Havia um total de quatro Absolutos atualmente naquele mundo.
Kasajin, Nodiesop, Letip e, claro, Lukas.
Naturalmente, todos eles eram seres com os quais os mortais comuns nunca poderiam se comparar.
“No entanto…”
Como Lukas, todos os Absolutos teriam sido submetidos a várias restrições poderosas.
O jogo buscava a justiça, e as lutas não eram exceção.
Se não fosse pelas restrições que impunham essa justiça, não só o Reino Celestial, mais todo este planeta já teria sido completamente destruído a essa altura.
Um único planeta era um campo de batalha muito pequeno quando os combatentes eram quatro Absolutos.
Por outro lado, Sedi era uma Absoluta caída.
Era muito provável que não tivesse sido submetida a nenhuma restrição e, se tivesse, certamente seriam mais fracas do que as colocadas em Lukas.
Poderia um Absoluto com poder limitado realmente ser uma ameaça à vida de Sedi?
“Os outros Absolutos devem ter concluído o tutorial também.”
Em outras palavras, seus momentos de entrada deveriam ser semelhantes aos de Lukas. Com apenas alguns meses de diferença na melhor das hipóteses.
Seria possível para eles recuperar até mesmo um décimo de sua força em tão pouco tempo?
Lukas olhou para Arid.
— Você sabe qual Absoluto está lá?
— Sinto muito. Não consigo descobrir quem é…
Mesmo o poder de comunicação de Arid não poderia revelar quem era.
Isso confirmou que era realmente um Absoluto.
— Juntar-se à Sedi é a principal prioridade.
— Eu também acho.
Ele tinha ouvido que a Ilha da Morte era incrivelmente grande, mas se houvesse dois seres com um poder incrível nela, eles inevitavelmente colidiriam um dia. Além disso, com a personalidade de Sedi, era improvável que ela se sentasse em um lugar e esperasse que Lukas fosse até ela.
— Vim até aqui, porque senti que deveria lhe contar isso.
— Obrigado.
— Não, me desculpe, eu não pude ser mais útil.
Lukas pensou por um momento e disse.
— Ha-rin está muito longe. Caso contrário, ela ficaria feliz em vê-lo.
— Eu gostaria de vê-la também, mas…
Arid soltou uma risada amarga.
— Meu objetivo era encontrar o Mestre. Não me deram mais tempo.
— …
Se Arid quisesse, Lukas poderia dar-lhe a liberdade subjugando os Sacerdotes do Leste e do Oeste.
Mas parecia que Arid não considerava a Ilha do Deus Dragão um inimigo.
Dez anos não era pouco tempo.
A essa altura, Arid provavelmente já havia superado os obstáculos mentais que tinha quando o viu pela última vez.
“A Deusa atuou como uma guia para Arid.”
Embora sentisse que fora privado de seu papel como Mestre, sentiu também que teve sorte.
Se Arid tivesse sido deixado vagando sozinho por 10 anos sem qualquer orientação, então era possível que ele tivesse seguido o caminho errado.
Arid era puro e imaculado, mas quanto mais algo fosse puro, mais fácil era de ser tingido pelas várias cores que encontrava.
— No entanto, por favor, diga olá para a irmã mais velha Min por mim. Ela parece se preocupar facilmente com os outros.
Lukas acenou para Arid, que estava falando com ele com um sorriso tímido no rosto.
Depois disso, continuou a ter uma conversa um tanto frívola com Arid.
Arid tornou-se bastante falante. Talvez fosse pelo prazer de encontrar Lukas depois de tanto tempo. Sua boca se movia constantemente enquanto falava sobre tudo o que aconteceu com ele nos últimos 10 anos, incluindo as coisas triviais que ocorreram na Ilha do Deus Dragão. Às vezes havia algumas coisas que ele não conseguia dizer, mas com suas palavras, Lukas foi capaz de aprender muito sobre a Ilha do Deus Dragão, que sempre foi um mistério.
“Ilha do Deus Dragão…”
Lukas tinha a sensação de que, se encontrasse a Deusa, seria capaz de descobrir muitas de suas dúvidas restantes.
Na hora em que a conversa estava chegando ao fim, Arid tirou algo do bolso.
— Você vai precisar disso.
Era uma placa quadrada.
Parecia ser feita de madeira, e nela havia uma elaborada escultura de um dragão que quase parecia vivo.
— O que é isso?
— Esta é a Placa do Dragão que é necessária para entrar na Ilha da Morte. E este é um mapa das partes da Ilha da Morte que foram exploradas até agora.
Desta vez ele pegou um pedaço de pergaminho enrolado.
Quando abriu um pouco, Lukas viu um mapa bastante detalhado da Ilha da Morte.
Não apenas exibia a forma geral e a topografia da Ilha da Morte, mas também mostrava como chegar lá.
— O que são essas marcas verdes no mapa?
— Esses são os lugares onde os Homens Dragão vivem.
— Homens Dragão? Não dizem que nenhum Homem Dragão vive na Ilha da Morte?
— Existem alguns. Mas comparado ao tamanho real da Ilha, é praticamente nada. Os Homens Dragão que vivem lá são ferozes e bárbaros e, mais importante, são incrivelmente poderosos. A maioria dos Homens Dragão não os considera civilizados. Para sobreviver no ambiente hostil em que vivem, eles tiveram que mudar mentalmente e fisicamente.
— …
— Seria melhor evitar encontrá-los, a menos que não haja absolutamente nenhuma escolha. Como ficar sem comida ou água, ou por causa de uma lesão com risco de vida.
Isso significava que cada encontro com eles era meio que uma aposta.
Lukas assentiu.
— Existem várias maneiras de entrar na Ilha da Morte, mas a maneira mais rápida e segura é através de uma pequena ilha chamada Ilha do Templo. Atravessar o mar em vez daquela ilha seria muito mais perigoso.
— Vou manter isso em mente.
— Sim. E, por fim, você precisará de equipamentos especiais para bloquear a energia demoníaca na Ilha da Morte.
Como esperado, havia uma razão pela qual ela se chamava Ilha da Morte…
Havia muito mais coisas que ele precisava preparar do que imaginava.
— Originalmente, eu ia apresentá-lo a um ferreiro da Ilha da Morte, mas não há necessidade disso agora.
Quando Lukas inclinou a cabeça para o lado, Arid explicou.
— Ouvi dizer que a senhorita Nekdu está em Lirua agora.
— Ah.
— Com as habilidades dela, não será difícil fazer um bom conjunto de equipamentos para você.
— Você conhece Nekdu?
Arid assentiu.
— Sim. A senhorita Nekdu é da Ilha do Deus Dragão.