Vitórias sem parar.
Como Bargan havia previsto, continuou a aproveitar seu impulso.
Ele lutou mais três lutas consecutivas e venceu todas elas.
Claro, as lutas se tornaram cada vez mais difíceis à medida que progredia.
Não tinha sofrido nenhuma lesão grave hoje, mas Bargan só tinha vencido por uma margem muito pequena.
Mesmo assim, estava feliz.
— Estou ficando mais forte a uma taxa explosiva.
Quanto mais lutava, mais certeza tinha desse fato.
— Sete vitórias consecutivas!
Aram soltou uma gargalhada.
— Parece que você está em sua melhor condição. Mas consegue manter esta forma até “aquele” dia?
— Não posso dizer com certeza.
— Claro.
— …
Faltava cerca de uma semana.
Ao ter esse pensamento, Bargan olhou para a rua.
Ele estava sentado com Aram em uma mesa em um restaurante ao ar livre. Aram segurava um grande pedaço de carne assada em uma mão e estava mordendo com seus dentes afiados.
Na frente dele havia uma grande pilha de ossos sem um vestígio de carne restante.
Vendo sua aparência casual, Bargan murmurou baixinho.
— Você não parece tão preocupado. Não resta muito tempo.
— Haha. Nós iremos…
Aram, que comeu o resto da carne de uma só vez, limpou a boca oleosa com a mão.
— Nada vai mudar mesmo se eu estiver preocupado com isso, vai? É muito mais produtivo encher meu estômago.
Suas palavras estavam certas.
No entanto, Bargan ainda não conseguia comer.
Em vez disso, tomou goles de um copo de cerveja enquanto falava.
— A propósito, Aram.
— O que foi?
— Você realmente nunca conheceu o homem chamado Ountar?
A expressão de Aram ficou envergonhada quando ouviu essa pergunta.
— É porque ele está sempre ocupado lidando com a nossa situação… O resto de nossos camaradas também está extremamente ocupado.
— …Quantos estão exatamente no seu grupo?
— Incluindo eu… Somos quinze.
Isso era menos do que Bargan esperava.
Ele já tinha ouvido falar sobre o “plano”.
Mas não foi detalhado ou elaborado o suficiente para ser chamado de operação adequada.
No início daquele dia, eles entrariam na arena e se esconderiam em um local seguro até que seu alvo chegasse. Eles escolheram as arquibancadas. Embora a arena fosse grande, a maior parte era espaço vazio, então não havia muitos lugares para se esconder.
Então, eles ficariam escondidos até que Kangki viesse lutar contra Kaytai, e “atacá-lo todos de uma vez”.
Esse foi um colapso grosseiro de sua “operação”.
“…Quinze.”
Era um número que não tinha chance de vencer uma batalha total.
Não havia apenas Kangki, havia também seu grupo de guarda-costas.
Em outras palavras, o primeiro ataque surpresa foi extremamente importante.
Mesmo que eles não pudessem matá-lo no primeiro ataque, tinham que acertar pelo menos um ou dois ataques letais que ajudariam suas chances de alcançar a vitória.
— A propósito, e quanto ao seu ajudante?
Aram de repente fez essa pergunta como se tivesse acabado de se lembrar, mas Bargan balançou a cabeça.
— Não consegui encontrá-lo.
— Hmm. Isso é ruim.
— …
Aram bebeu o resto de sua cerveja em um gole antes de ficar de pé.
— Está ficando muito frio, então vejo você mais tarde, sênior. Já que te chamei para sair comigo, vou pagar a conta.
— Te devo uma.
— Fica tranquilo.
Aram sorriu largamente e, depois de pagar a conta, saiu com as mãos balançando ao lado do corpo.
Bargan calmamente o observou sair por um tempo antes de finalmente se levantar também.
Thuk.
Então ele começou a seguir Aram.
Ele sabia como Aram era habilidoso.
O viu lutar algumas vezes na arena. Aram era um lutador cujo nível era considerado em torno dos níveis médios da arena de Lirua, e sua classificação era semelhante a Bargan, que havia vencido várias lutas consecutivas.
No entanto, isso não significava que suas verdadeiras habilidades correspondiam à sua classificação.
Na verdade, a experiência e a intuição de Bargan lhe disseram que Aram estava realmente escondendo suas verdadeiras habilidades. Claro, isso significava que não havia base lógica ou prova para essa suposição.
Então, para resumir tudo…
Bargan simplesmente não confiava completamente em Aram.
Na verdade, sua avaliação atual dele estava na fronteira entre completa desconfiança e suspeita.
Claro, foi bom quando o conheceu no início.
Quando soube que havia uma “organização” se rebelando contra Kangki das sombras, ele tinha grandes expectativas e até sentiu admiração por “Ountar” que conseguiu encontrar essas pessoas com ideias semelhantes e uni-las.
Mas depois de pensar um pouco mais profundamente, ele notou algumas discrepâncias.
“Mesmo assim…”
Bargan acordou de seus pensamentos de repente e verificou seus arredores.
O número de pessoas andando por ali vinha diminuindo constantemente. Isso significava que, a partir daquele momento, ele teria que ser um pouco mais cuidadoso ao segui-lo.
Aram caminhou pela rua vazia com sua arrogância única. Então, ele virou em um beco ao lado da rua.
Bargan parou.
Um beco.
“Daqui em diante…”
Suas chances de ser pego seriam muito maiores.
Em um beco tão apertado e deserto, ele não teria desculpa para seguir em frente se fosse descoberto.
Se as coisas não saíssem como queria, a relação de confiança que construiu com Aram seria destruída.
Depois de ter esse pensamento, Bargan bufou levemente.
“Que relação de confiança?”
Eles só se conheciam há uma semana.
A “organização” não teve escolha a não ser ficar escondida dos olhos de Kangki. Em outras palavras, era perfeitamente compreensível que montassem um esconderijo em uma área deserta como esta.
O mesmo pode ser dito do motivo de Aram estar escondendo sua força. Se mostrasse sua verdadeira habilidade, atrairia atenção. Não havia nada de estranho nisso.
No entanto, a sensação de desconforto em seu peito não desapareceu.
Bargan entrou silenciosamente no beco.
Os prédios altos tornaram-se cortinas ásperas que bloqueavam o luar. Graças a isso, os becos estreitos e complicados se tornaram um labirinto escuro.
Bargan sentiu que não poderia chegar mais perto sem ser encontrado.
“Então.”
Ele teria que usar algo que não podia quando havia mais pessoas ao redor.
Confie na audição dele.
Tuk, tuk…
O som de passos veio de não muito longe.
Aram foi a única pessoa que entrou no beco, então, naturalmente, esses passos pertenciam a ele.
Respirando fundo, Bargan seguiu lentamente os passos.
Tuk, tuk…
Concentrar-se em sua audição era mais frustrante e cansativo do que esperava.
Talvez porque a distância entre eles fosse muito grande, o som dos passos era fraco, e às vezes até era interrompido.
Ele estava nervoso.
Também estava tenso.
Mesmo assim, Bargan não deixou de seguir.
Então.
Tuk.
Os passos pararam.
— …
Bargan também parou de se mover, sua expressão rígida com a tensão.
Os passos só poderiam ter parado por dois motivos. Uma era que ele havia chegado ao seu destino, e a segunda era que ele o havia notado.
“O que devo fazer?”
Para confirmar isso, ele teria que se aproximar.
Se foi o primeiro, então sua sombra foi um sucesso, mas se foi o último…
— …
Bargan decidiu parar de pensar nisso e se mover. Ele não podia recuar depois de já ter chegado tão longe.
Depois de se aproximar da esquina que Aram havia dobrado, ele cuidadosamente enfiou a cabeça e olhou ao redor.
Lá, Aram estava de pé.
Com as costas retas, ele parou em um beco sem saída onde nem mesmo um buraco de rato podia ser visto.
— Saia daqui, sênior.
— …
Parece que ele também o ouviu.
Com um suspiro quase inaudível, Bargan caminhou lentamente ao redor da esquina.