Bargan voltou à recepção para receber os ganhos da partida.
— Ótimo trabalho, Senhor Bargan, foi uma luta incrível
Com um grande sorriso no rosto, a atitude da recepcionista foi completamente diferente de antes.
Por outro lado, a atitude contundente de Bargan não mudou nada desde o início.
— Estou aqui para receber meus ganhos.
— Sim! Aqui está.
Clink.
Ela tirou uma bolsa que parecia bem pesada.
— São 1.500 erus. Além disso, parabéns, Senhor Bargan, por vencer quatro partidas consecutivas.
Clap Clap.
Ela até bateu palmas suavemente depois.
Bargan a ignorou e olhou para a bolsa.
1.500 erus não era de forma alguma uma quantidade pequena. Para ser específico, era o dobro do que havia ganhado na luta anterior.
Isso era natural, pois quanto maior o valor do lutador, maiores seus ganhos. Bargan estava aumentando gradualmente seu valor a cada dia.
Se ganhasse sua próxima luta, seus ganhos provavelmente dobrariam novamente.
“Claro, quanto maior a classificação, mais difícil é conseguir uma luta.”
Pelo menos, ele não seria capaz de lutar várias vezes em poucos dias como estava fazendo agora.
No entanto, estava tudo bem por enquanto.
Com toda a honestidade, suas quatro vitórias consecutivas também foram uma surpresa para ele.
Bargan estava bem ciente de seu nível de habilidade. Ele só poderia ser considerado um dos melhores lutadores dentre aqueles com a classificação mais baixa na Arena Lirua.
E, no entanto, havia vencido quatro vezes seguidas.
Não havia uma grande diferença entre Bargan e Himba, com quem lutou hoje.
No entanto, a batalha tinha sido unilateral. À primeira vista, pode ter parecido uma batalha bastante feroz, mas os ataques de Himba nem lhe causaram nenhum problema.
Claro, pode-se dizer que o resultado foi influenciado pela sorte e outros fatores complexos que eram difíceis de calcular, mas o fator mais decisivo foi o ímpeto de Bargan.
“Enquanto eu mantiver essa forma, valeria a pena tentar mesmo se eu encontrar alguém mais forte do que eu.”
Mais importante, Bargan sentiu que estava ficando mais forte quanto mais lutava.
Saindo da arena, Bargan começou a se dirigir para a pousada, mas parou pouco depois de começar.
Estava começando a escurecer.
— …
E um homem estava parado na frente dele.
Um Homem Dragão com escamas azuis.
— Você tem muita habilidade, sênior.
Sênior.
Era um título estranho e não algo que esperava ouvir de alguém que encontrou pela primeira vez.
Bargan respondeu com uma voz fria.
— Não me lembro de ter um júnior como você.
— Isso é natural. Este é o nosso primeiro encontro.
Bargan estreitou os olhos ligeiramente com a resposta astuta. Assim que começou a pegar seu porrete, o homem mudou de atitude e acenou apressadamente com as mãos.
— Ah. Calma, calma. Eu não vim aqui para lutar.
— Você espera que eu acredite nisso?
— Sério. Eu tenho algo para te dizer.
— Diga então. Estou ouvindo.
— Eu não posso dizer isso aqui.
— …
Ele estava brincando?
Assim que a irritação de Bargan estava prestes a atingir outro nível, o homem falou com urgência.
— Juro. Não tenho intenções hostis em relação ao sênior. Pelo contrário, pode-se dizer que estamos do mesmo lado.
— Do mesmo lado? Você está dizendo que sabe o que eu quero?
Bargan tinha um sorriso frio nos lábios, mas o homem na frente dele apenas balançou a cabeça calmamente como se estivesse esperando por tal pergunta.
— Claro que eu sei. Você não está insatisfeito com a escuridão nesta cidade?
— O quê?
— A manipulação de resultados.
— !
A expressão de Bargan mudou ligeiramente com essas palavras.
Quando viu isso, o homem soltou um leve suspiro de alívio.
— Você está interessado agora?
— Quem é você?
— Você pode me chamar de Aram. Um lutador que está insatisfeito com a escuridão em Lirua assim como o sênior.
Aram olhou em volta por um momento antes de continuar.
— Devemos mudar de local primeiro. Há muitos olhos e ouvidos por aqui.
No fim, Bargan decidiu levar Aram para a pousada onde estava hospedado. Aram o seguiu com grande cautela. Às vezes parecia que estava verificando se alguém os seguia.
Clique.
Mesmo depois que entraram no quarto e fecharam a porta, ele não baixou a guarda. Em vez disso, verificou minuciosamente o quarto por alguns minutos e até abriu a janela para olhar para fora.
Foi só depois disso que finalmente abriu a boca.
— Hmmm. Felizmente, não parece que nos perceberam.
Aram enxugou um pouco de suor frio da testa antes de se sentar casualmente na cama.
— Primeiro… Devo dizer que é bom encontrar outro camarada?
— Esqueça a saudação e vá direto ao ponto.
Aram soltou uma risada amarga.
Mas parecia que ele tinha se acostumado com o tom frio de Bargan de certo modo.
— Tudo bem então. Vou ser direto, sênior. Por favor junte-se a nós.
— Nós?
Aram assentiu.
— Isso mesmo. Assim como o sênior, sou um dos lutadores que estão insatisfeitos com o estado atual de Lirua. Acho que Kangki e os outros líderes da cidade são todos loucos.
— …
— No entanto, eu só tinha pensamentos vagos sobre isso. Afinal, não tive coragem de fazer nada a respeito. O adversário é um homem superforte que conseguiu chegar às semifinais do Campeonato, e as forças que o apoiam são insondáveis.
Essas palavras eram coisas que Bargan entendia muito bem.
Ele também lutou contra a escuridão em Lirua e sentiu desespero quando percebeu sua profundidade.
— Mas então eu o conheci…
— Quem?
— Ountar.
Esta era a primeira vez que ouvia o nome.
— Sob sua liderança, camaradas que tinham o mesmo pensamento puderam se unir. Não posso dizer o número exato, mas posso pelo menos dizer que crescemos o suficiente para sermos considerados uma organização.
A expressão de Aram ficou um pouco triste.
— Levou muito tempo e muita paciência.
— …
Bargan ficou sem palavras por um momento.
Ele nunca teria esperado algo assim.
Não podia acreditar que um homem como Kangki não soubesse da existência de uma organização oposta na cidade que ele controlava.
“Eu também não sabia.”
Mesmo depois de deixar Lirua, Bargan nunca tinha ouvido boatos sobre eles. Esta foi a primeira vez que ouviu falar sobre Ountar e a organização da qual Aram fazia parte.
— Há uma razão pela qual eu vim até você, sênior.
— Não é porque você quer que eu me junte à sua “organização”?
— Isso também, mas é principalmente porque gostaríamos da força do sênior emprestada para uma operação.
— Operação?
Aram baixou a voz.
— Esta pode ser nossa melhor chance de matar Kangki.
— O quê? Como?
— Uma vez por mês, a Arena Lirua fica fechada por um dia. A desculpa é que é para limpar, mas essa não é a verdade. Esse é o dia em que Kangki usa a arena para si mesmo.
— Usa a arena para si mesmo?
— Exatamente. Mesmo agora, ele nunca negligencia seu treinamento. No dia em que a arena está fechada, ele chama alguns lutadores para lá e os torna seus parceiros de luta. O lutador geralmente depende do humor de Kangki, mas desta vez, podemos confirmar que o lutador será “Kaytai”, que está em quarto lugar na arena.
— Como você pode ter tanta certeza?
— Porque Kaytai é um dos nossos camaradas.
Isso significava que o quarto lutador classificado fazia parte de sua organização.
Bargan não conseguiu esconder sua surpresa.
Parecia que a organização liderada por esse homem chamado Ountar era maior do que ele pensava inicialmente.
Aram continuou a falar em tom solene.
— Então, traçamos um plano. Não é muito complicado. Todos atacaremos Kangki, que irá para a arena com segurança mínima naquele dia. Este mês é a nossa melhor chance. Se perdermos esta oportunidade, podemos não ter outra como esta por vários anos.
— Por que diz isso? Ele não usa a arena uma vez por mês?
— Porque desta vez, dois de seus três capangas desapareceram.
— Três capangas?
— Eles são os seres mais perigosos e aterrorizantes que apoiam Kangki.
Quando disse isso, Aram tremeu um pouco. Isso mostrou o quão aterrorizantes esses “capangas” eram.
— Eles são “Samash”, atual Campeão da Arena de Lirua, e “Hubi”, também conhecido como Ceifador da Meia Noite. De acordo com Kaytai, ambos estão atualmente realizando missões especiais para Kangki.
— Missões especiais?
— Isso mesmo.
Depois de fechar a boca por um tempo, Aram falou com uma voz séria.
— Não tenho muita certeza sobre os detalhes, mas parece que eles estão procurando por alguém.
O tempo voou em um piscar de olhos. Talvez fosse porque ele não podia se dar ao luxo de perder um único segundo.
Afinal, no momento, estava exausto, então só poderia se mover adequadamente depois que recebesse uma certa quantidade de descanso e nutrição.
— …
Lukas balançou a cabeça por um momento, negando esse pensamento.
Mesmo os outros Absolutos não considerariam este corpo de carne e osso como seus corpos.
Então, ele levantou a cabeça.
Na frente dele havia um enorme castelo que se estendia até o céu.
A maior parte da preparação havia sido concluída e era hora do final do jogo.
É claro que, se alguém o visse agora, pensaria em suas ações como uma forma de cometer suicídio. Mas seus planos não eram de forma alguma desesperados.
— Você aí, pare!
Foi nesse momento que um guarda em frente ao castelo chamou Lukas com uma voz cautelosa.
Ele estava vestido com uma túnica na medida em que nem mesmo seu cabelo estava visível. Então era natural que desconfiassem.
— Quem é você? E por que veio ao castelo do Lorde da cidade?
— Tire o capuz para que possamos ver seu rosto.
— Meu nome é Lukas…
Lukas baixou o capuz, revelando seu rosto.
— E eu estou aqui para ver o Lorde da Cidade.