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The Great Mage Returns After 4000 Years – Volume 2 – Capítulo 451

Capítulo 451

Porém, Sedi não aceitou tão facilmente.

Ela avançou em Lukas sem nem se preocupar em limpar o sangue preto da boca.

Swoosh.

Ele ouviu o som da foice cortando o ar, mas não foi ameaçador. Em primeiro lugar, um ataque mais lento que a velocidade do som não significava nada para o atual Lukas.

Ele não achava que Sedi também não soubesse disso.

Ele inclinou ligeiramente a cabeça para esquivar do ataque. Originalmente, com o nível de habilidade de Sedi, esquivar-se com apenas um pequeno movimento não era algo possível. Ao mesmo tempo, isso era uma prova do quão fraca ela estava atualmente.

Sedi não parou mesmo depois que seu ataque foi esquivado. Ela brandiu a foice como uma louca. Havia muita emoção envolvida. A demonstração de habilidade arrepiante que ela havia mostrado antes, enquanto rebatia as magias, havia desaparecido.

Apenas alguns minutos atrás, a foice havia se movido como um de seus próprios membros, mas agora ela parecia estar tendo problemas para suportar seu peso. Parecia que seu pequeno corpo estava sendo arrastado pela arma.

Seu corpo estava cheio de aberturas.

Ele só precisaria de um dedo para subjugá-la ou matá-la.

Paak!

Lukas escolheu a primeira opção. Ele agarrou a foice com as próprias mãos antes de jogá-la para longe. Era algo que ele só poderia fazer porque não havia força por trás do golpe dela.

— Uaah!

Apesar de perder a arma, Sedi ainda avançou com os punhos nus. Não havia hesitação em suas ações, e o uivo animalesco foi um bônus.

Lukas sentiu que não precisava mais usar magia, poder divino ou força externa.

Ele apenas usou artes marciais para responder aos ataques de Sedi, redirecionar a força e colocá-la no chão.

— Kuhuk

Sedi soltou um suspiro. Sangue podia ser visto escorrendo de sua boca. Lukas estalou os dedos, fazendo com que o chão ao redor dela se movesse como argila e prendesse todo o seu corpo.

— Ugheek!

Sedi lutou para se libertar das amarras e ficar de pé, mas o chão já havia recuperado a dureza.

A situação se inverteu completamente. Lukas não era mais quem estava preso.

— …

Depois de um tempo, Sedi parou de se debater. Pode-se dizer que ela desistiu muito rapidamente, mas, neste caso, era completamente razoável. Ela entendeu o fato de que não poderia se libertar com sua própria força.

— Você se saiu muito bem.

Sua voz era composta por uma estranha mistura de emoções.

Parecia afiada, mas também havia um tom claro de profunda autodepreciação. Havia muitas outras emoções misturadas, mas Lukas não conseguiu identificar todas.

— Este não é o fim. No mínimo, você não pode simplesmente acabar com isso restringindo meus membros e me encarando.

— …

— Você sabe o que deve fazer.

— O que eu tenho que fazer?

Sorrindo, Sedi gesticulou com o queixo em direção à arma que havia voado para trás dela.

— A foice não é uma arma feita especificamente para execução? Então…

Lukas ficou em silêncio.

— Não fique em silêncio.

E para Sedi, esse silêncio foi uma resposta que a deixou desconfortável.

Porque isso significava que ele estava pensando.

— Pense com cuidado. Lembre-se do que eu fiz com você.

A voz de Sedi parecia cheia de uma emoção incompreensível.

— Quem foi que cortou os membros do pai? Quem arrancou seu olho? Quem cortou a cabeça do seu melhor amigo?

— …

— Responda-me!

A voz de Sedi estava cheia de desespero.

Lukas não respondeu e, em vez disso, continuou a olhar para Sedi com um olhar solene.

E então ele disse algo absurdo.

— Você matou Kasajin por um momento como este?

Sedi percebeu que essas palavras não eram completamente ridículas.

— Caso você perdesse. Cortou a cabeça de Kasajin para que eu te matasse sem hesitação. Esse era o seu plano?

— Pare.

A voz de Sedi ficou fria novamente.

Talvez tenha sido porque ela perdeu muito sangue, mas parecia que sua mente estava um pouco mais clara. O fenômeno das bordas de sua visão ficando escuras também havia desaparecido um pouco. Talvez a Sedi atual fosse a mais sã desde que chegou ao Mundo Vazio.

— Você parece pensar que há algo de errado comigo, mas não há nada assim. Foi apenas ampliado. Fiz o que sempre quis fazer.

Mesmo que tivesse sido motivado por impulso, o fato dela ter agido daquela forma não mudaria.

Sedi fez uma pausa antes de murmurar com a voz rouca.

— Então tudo que eu fiz foi escolha minha… Decisão minha. Então, por favor, deixe de lado sua simpatia barata e faça o que precisa ser feito. Caso contrário, tudo se repetirá depois que o pai deixar este lugar. Você sabe disso, não é?

— Ter simpatia é errado?

Em vez disso, Lukas perguntou de volta. E continuou antes que Sedi pudesse responder…

— Eu não estou tentando encobrir você. Não tenho intenção de confortá-la. Claro, não vou te perdoar pelos atos terríveis que cometeu. Porém, me preocupar com você é minha liberdade. Mesmo que você fizesse coisas piores, eu ainda me preocuparia com você.

O coração de Sedi afundou quando ela ouviu a palavra ‘preocupar’.

Tentando não demonstrar o quanto isso a incomodava, ela disse…

— Não se deixe levar por reconhecimentos triviais… Papai não é assim.

— Reconhecimento nunca será trivial. E… Eu era assim. Há muito tempo. Antes de conhecer você.

Ele era assim no passado, quando era chamado de Grande Mago.

— Achava que se alguém cometesse um crime, era natural que fosse punido por isso. Ainda não acho que isso esteja errado. No entanto… Claramente faltava algo nesse pensamento. Eu fui capaz de perceber isso neste mundo.

Ele se lembrou do passado que viu e do Orfanato Trawman.

E Sophia.

— Eu tinha uma figura materna. Como você. Sedi. Ela e eu não éramos parentes de sangue.

Sedi ainda estava ofegante, mas ela não o impediu.

Primeiro, porque ela sabia que Lukas não gostava de falar sobre seu passado, e segundo, porque ela não conseguia evitar ficar profundamente interessada no que ele estava dizendo.

— No entanto, eu acreditava que nossa conexão era feita a partir de algo mais profundo. Eu sabia. Simplesmente ser parente de sangue não fazia de você uma família.

— Família…

— Um dia, descobri que a mulher que considerava minha mãe, Sophia, estava cometendo crimes horríveis.

Enquanto continuava a falar, Lukas sentiu como se a situação daquela época se sobrepusesse à atual.

— Foi imperdoável. Foi tão terrível que nem consigo falar. Eu testemunhei isso pessoalmente… E a matei com minhas próprias mãos.

Foi mais um massacre unilateral do que um assassinato.

Claro, isso não foi o que ele realmente fez no passado.

Em vez disso, quando comeu o corpo de outro Lukas no lixão e se deparou com uma memória semelhante como consequência disso, Lukas matou Sophia sem hesitação.

Sophia morreu sem poder dizer suas últimas palavras. Foi um fim adequado para uma assassina que havia deixado de lado sua humanidade, mas não foi um fim que representasse uma aparência final adequada para a mulher que ele considerava sua mãe.

— É da natureza humana ser influenciado pela emoção, mesmo quando sabemos que é moralmente errado.

[…]

Quando ele citou o que ouviu de um ‘Lukas’, ele ouviu alguém rir em sua cabeça.

— É claro que essa não é a coisa certa a fazer. Mas acho que tal imperfeição é necessária. Para você e para mim.

Lukas sentiu como se uma luz tivesse se acendido em sua cabeça. Talvez tenha sido porque ele continuou pensando sobre isso. A maneira como ele deveria tratá-la e a maneira como ela deveria tratá-lo. A resposta agora estava clara.

Ele caminhou em direção a Sedi. Cada passo foi dado sem hesitação, e quando ele estendeu a mão para ela, cujo corpo inteiro estava contido, Sedi instintivamente se encolheu e fechou os olhos com força.

Surk—

Mas o que ela logo sentiu foi o toque de dedos movendo suavemente seus cabelos.

No momento em que Sedi estava prestes a abrir os olhos.

Ttak.

Ela sentiu uma dor aguda na testa.

Foi a primeira vez em sua vida que Sedi sentiu esse tipo de dor… Não. Seria mesmo dor? Enquanto ela ficava perplexa com esse sentimento vago, Lukas falou.

— Por que você fez isso?

— !

Sua voz severa causou ondas em seu coração.

— Você não deveria ter feito isso.

Ele estava repreendendo ela… E ensinando-a.

Estava repreendendo Sedi por fazer a escolha errada com base em sua própria experiência.

Assim como um pai de verdade.

— Urp

Algo quente subiu de seu peito.

Sedi afirmava ser filha de Lukas, mas não era criança. Ela sabia usar o bom senso e sua personalidade era mais avançada do que a maioria dos seres inteligentes.

Quando uma criança comete um erro, ela não percebe que é um erro. Eles só percebem que o que fizeram foi errado depois de serem repreendidos pelos pais.

Essa era a diferença crucial entre Sedi e uma criança.

Ela estava plenamente consciente de seus erros. Ela sempre teve consciência de que o caminho que trilhava era errado. Era como se um pedaço de chumbo descansasse em seu peito, do qual ela não conseguia se livrar.

Sedi estava determinada. Ela decidiu que carregaria esse peso pelo resto da vida.

Mas agora, essa determinação… Havia desaparecido.

Porque a voz severa de Lukas removeu o peso.

Não, ele não o removeu. Ele o aliviou. Removeu metade da culpa de Sedi e assumiu a responsabilidade.

Este homem tolo.

— Hu

Ela ouviu um som estranho. Veio de sua própria garganta.

Sua visão ficou embaçada, mas não estava tão escura como antes. Em vez disso, o rosto de Lukas parecia envolto em névoa.

— Hhthuu

Um som triste escapou de sua boca.

O som bestial mostrou que Sedi estava tentando com todas as suas forças suprimir o soluço que ameaçava sair.

Lukas não disse nada.

— Desc-, ulpe…

Mas quando ele ouviu a voz que saiu, respondeu baixinho.

— Tudo bem.

— Desculpe. Hup. Pai. Huk

Finalmente, ela não conseguiu impedir que as lágrimas derramassem. Elas não eram negras.

Sedi, que até agora só estava derramando um líquido preto, finalmente soltou outra coisa pela primeira vez.

— Sinto muito… Pai. Por duvidar de você. Por ser obcecada. Por tentar forçar você. Não é desse jeito… O relacionamento que eu estava imaginado, não é desse jeito.

Ela realmente achou que não tinha escolha senão continuar caminhando mesmo sendo o caminho errado? Não seja ridícula. Sedi estava tão envergonhada de si mesma que não aguentou.

Ela poderia ter voltado a qualquer momento. Esse nível de escolha e vontade sempre existiu. Mesmo assim, Sedi apenas ignorou e continuou andando. Na verdade, apesar de saber que estava trilhando o caminho errado, ela estava cheia de ganância. Dominada pelo desejo.

Este foi o resultado.

Não foi culpa do pai dela, Lukas.

— Obrigada…

Sedi sorriu levemente.

— É isso. É o suficiente. Então, me mate.

Sedi mencionou sua própria morte pela primeira vez.

— Isso é diferente de antes. Agora posso morrer com um sorriso. Não estou blefando, esse é realmente o caso. E a ideia de morrer para alguém que não seja o pai… Eu odeio isso.

Afinal, essa também era a sua ganância.

Sedi estava ficando enojada de sua falta de vergonha mesmo nesse momento.

Ao mesmo tempo, ela esperava que Lukas não se importasse com essa infantilidade.

— É isso mesmo que você quer?

— Desculpe. Por fazer a coisa errada.

— …

Lukas olhou para Sedi com um olhar vazio. Então ele estendeu a mão.

A foice que estava presa no chão a uma curta distância tremeu antes de flutuar sozinha, eventualmente parando na palma da mão de Lukas.

Sedi sorriu levemente.

— Adeus, pai.

“Foi muito bom rever você.”

Essas últimas palavras não saíram de sua boca. Era muito vergonhoso.

Então, a foice caiu como uma guilhotina.

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