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The Player that Can’t Level Up – Capítulo 329

O Falso Deus (4)

O corpo de Michael absorveu rapidamente o Santo Graal e o resultado foi instantâneo.

Dun, dun, dun, dun, dun, dun.

Michael começou a tremer e flutuou.

Gi Gyu e El assistiram à cena em silêncio. Se quisesse, poderia ter ficado com o Graal, mas não o fez, e ninguém o impediu de entregá-lo a Michael. Afinal, Gi Gyu estava sincronizado com Michael, então se o Graal tornasse Michael mais forte, ele também ficaria mais forte. Então devolver o Santo Graal a Michael era a jogada mais inteligente aqui.

Mas havia apenas uma coisa que preocupava Gi Gyu.

— Por favor, não se preocupe — El o tranquilizou. — Ele nunca vai trair você.

— Tudo bem — respondeu Gi Gyu. O Santo Graal era tão poderoso que poderia destruir a sincronia enquanto Michael o aceitasse. Este objeto tinha quase tanto poder quanto Gabriel. Gi Gyu suspeitava que fosse tão poderoso quanto ele. Ele temia que a sincronização pudesse realmente ser desfeita se Michael se tornasse tão poderoso quanto ele.

— Tenho certeza de que ele não vai me trair — disse Gi Gyu a El e a si mesmo. A quebra de sincronia era um evento improvável e, mesmo que acontecesse, era ainda mais improvável que Michael o traísse.

— Especialmente se ele for realmente Rafael — Gi Gyu sussurrou enquanto olhava para o rosto de Michael com a testa franzida.

Michael começou a se estabilizar. O tremor parou e uma luz fraca começou a escapar de partes de seu corpo, incluindo olhos, boca, nariz e orelhas. A luz era ofuscante, mas Gi Gyu e El mantiveram os olhos bem abertos para observar tudo.

‘A situação dentro do corpo de Michael está muito mais estável agora’, pensou Gi Gyu. Comparado à quando Gabriel segurou o Santo Graal dentro de seu corpo, Michael aceitou esse objeto com mais facilidade. E também não parecia que o corpo dele  estava desmoronando. Claro, em parte porque Gi Gyu fez o possível para manter Michael seguro. Ele garantiu que qualquer excesso de energia divina além da capacidade de Michael fluísse para ele ou para El.

— Está feito — anunciou Gi Gyu quando viu a luz desaparecer. E Michael caiu na cama com um baque surdo.

Um breve silêncio caiu antes de Michael grunhir: — Ugh…

Abrindo os olhos, ele perguntou: — Onde…? Estou dentro do Caos?

Michael não estava falando nada que fizesse sentido. Ele ergueu a cabeça, olhou para El – que também olhava para ele – e perdeu a consciência novamente.


Depois de muito tempo, Michael finalmente acordou novamente.

— M-me deem algum tempo para pensar… — Michael implorou depois de acordar. A confusão era evidente em seu rosto enquanto ele conversava suavemente com El, ignorando completamente Gi Gyu.

Felizmente, Gi Gyu ainda estava sincronizado com Michael.

— No que tanto está pensando? — perguntou Sung-Hoon.

Gi Gyu balançou a cabeça e mudou de assunto. — Ouvi dizer que você foi incrível durante a batalha.

— Hm?

— Todos me disseram que puderam fazer seus trabalhos facilmente por sua causa, Sung-Hoon — explicou Gi Gyu.

A batalha entre Castro e Hamiel feriu gravemente Alberto, então Sung-Hoon foi forçado a assumir as rédeas. Acontece que ele era um excelente comandante. Os outros ajudaram, é claro, mas ele realmente fez jus ao seu título: Chefe da Éden. Não era exagero dizer que muitos cidadãos ainda estavam vivos graças a Sung-Hoon.

Sung-Hoon corou de vergonha. Mas tanto ele quanto Gi Gyu ficaram sérios quando El anunciou: — Os ferimentos internos e externos dele foram curados.

No momento, ela estava ajudando Alberto a se recuperar. Não havia mais anjos no mundo, então El era a única que poderia usar a Vida de forma eficaz para tratar ferimentos graves.

— Mas ele ainda não consegue acordar — acrescentou El.

— Você sabe por quê? — perguntou Gi Gyu.

— Provavelmente é… — Parecia que El estava prestes a dizer algo, mas mudou de ideia. Ela respondeu: — Ainda não tenho certeza. Por enquanto, tudo o que podemos fazer é esperar.

Gi Gyu confiava totalmente em El. Ela nunca mentiria intencionalmente ou o confundiria, então rapidamente aceitou a resposta dela.

Sung-Hoon anunciou preocupado: — Mas ele é muito necessário agora…

Muitas pessoas estavam trabalhando duro para restaurar Roma e reabilitar os seus cidadãos.

— Quase todos os políticos de alto escalão do governo italiano morreram na batalha. Os membros de alto escalão da Associação Italiana também estão mortos. — O rosto de Sung-Hoon ficou sombrio. — Não há ninguém no comando agora. A Itália está em crise agora.

Gi Gyu perguntou incrédulo: — Você está dizendo que não há ninguém para liderá-los? Ninguém?

— Exatamente. Todos com qualquer poder de decisão estão mortos. — Sung-Hoon não precisou explicar o porquê.

‘Lágrimas de Deus’, Gi Gyu pensou severamente. Muitos ficaram viciados, alguns voluntariamente e outros à força, nesta droga espalhada pelo Vaticano. Durante a batalha, eles se transformaram em monstros e foram mortos.

— Muitos estão considerando assumir o controle da Itália, que por enquanto está sem liderança — afirmou Sung-Hoon. Isso fazia todo o sentido. Gi Gyu suspeitava que a AEJ provavelmente daria o primeiro passo.

— Existem várias figuras talentosas e capazes na Itália, mas o problema é… — Sung-Hoon parou.

— Nenhum deles é conhecido o suficiente — Gi Gyu finalizou os pensamentos de Sung-Hoon. Eles viviam em um mundo moderno. Reis e nobres já não governavam e qualquer um poderia se tornar líder de um país.

‘Mas o problema é que é preciso ser reconhecido pelo povo.’ Gi Gyu sabia que o próximo governante teria de ser reconhecido pelo povo italiano e pelos líderes de outros países.

— E aquele com todas essas qualificações é o gerente da filial italiana, Alberto — disse Sung-Hoon com convicção enquanto se virava em direção à Árvore Sefirot onde Alberto estava descansando.

Gi Gyu disse sinceramente: — Tenho certeza que ele acordará em breve.


— Obrigado.

— Muito obrigado…

Os refugiados romanos apertaram a mão de Gi Gyu e se curvaram diante dele. Atualmente, apenas os cidadãos romanos viviam dentro do Éden, pois os turistas que visitavam Roma já haviam retornado aos seus países.

Sung-Hoon aconselhou Gi Gyu a visitar os refugiados. Quando Gi Gyu fez isso, as pessoas se reuniram ao seu redor para agradecê-lo.

— N-não é grande coisa. — Gi Gyu não pôde deixar de se sentir constrangido. Era verdade que ele os salvou, mas tinha muitos outros motivos para derrotar Gabriel. Além disso, ele sabia que a maioria dessas pessoas, senão todas, havia perdido amigos e familiares na batalha. Ele não pôde deixar de se sentir culpado.

Gi Gyu estava cumprimentando os refugiados com uma expressão rígida quando Sung-Hoon sussurrou para ele: — Você pode ficar mais confiante, ranker Kim Gi Gyu.

Sung-Hoon piscou para ele e continuou: — Não importa o que digam, você os salvou.

A voz de Sung-Hoon estava baixa demais para os não-jogadores ouvirem. Ele acrescentou: — Se não fosse por você, todos teriam morrido, certo?

Gi Gyu sabia que Sung-Hoon estava certo. Sung-Hoon explicou: — E não são só eles. O mundo inteiro deveria estar agradecendo. Então, por favor, sinta-se confiante consigo mesmo. Você tem o direito de aceitar o agradecimento deles e consolá-los pela perda. Você é digno, ranker Kim Gi Gyu.

Gi Gyu finalmente se sentiu um pouco melhor agora. Ele não achava que Sung-Hoon estava certo sobre tudo, mas concordava que se sentir culpado agora era inútil.

Gi Gyu continuou o encontro com os refugiados e os consolou: — Tenho certeza de que poderão voltar para casa em breve.

Claro, nem todos se sentiram gratos a Gi Gyu. Não que estivessem zangados com ele ou acreditassem que ele era o responsável.

— Eles estão apenas com medo — sussurrou Sung-Hoon, e Gi Gyu concordou com a cabeça. Alguns cidadãos apenas lançaram olhares estranhos para ele à distância; o medo em seus olhos era evidente.

Gi Gyu se aproximou de uma criança que estava olhando para ele e perguntou: — Deve ter sido muito difícil para você. Há alguma coisa que você precisa?

— Ackkk! — Infelizmente, a criança gritou e se recusou a segurar a mão de Gi Gyu.

— M-me desculpe! — uma mulher, aparentemente a mãe da menina, pediu desculpas.

— Nossa filha ainda não sabe de nada — acrescentou o pai da criança em pânico.

— Por favor! Por favor, nos perdoe — implorou a mãe.

Um silêncio desconfortável caiu antes que aqueles que agradeciam a Gi Gyu gritassem: — O que diabos estão fazendo?! Vocês envergonharam nosso salvador!

— O que há de errado com a filha de vocês?! Não ensinaram boas maneiras a ela?!

— Uaaahhh! — a menina, que não devia ter nem 10 anos, começou a chorar.

O povo rapidamente ficou irritado e chateado, e a situação só se acalmou após o aparecimento dos jogadores que mantinham a área.

Gi Gyu não pôde deixar de se sentir perturbado. Se virando, ele disse a Sung-Hoon: — Vamos voltar.


— O que aconteceu em Roma foi transmitido ao vivo para todo o mundo. Então todos no mundo testemunharam as proezas do Éden, não apenas a população romana. — Sung-Hoon parecia estressado. — Todo mundo viu o que você pode fazer, ranker Kim Gi Gyu. Seu poder e sua influência sobre o mundo… Eles sabem agora.

As coisas eram diferentes agora. O mundo não conhecia todos os detalhes do que tinha acontecido na região do rio Bukhan, pois o seu respectivo governo e associação fizeram de tudo para esconder a verdade completa. Era por isso que a maioria dos não-jogadores não conhecia toda a extensão do poder de Gi Gyu. Eles não sabiam e não queriam saber. Ninguém queria acreditar que uma única pessoa pudesse ter tanto poder.

Mas as coisas mudaram. A força de Gi Gyu não era mais segredo.

— As pessoas se dividiram em dois grupos — explicou Sung-Hoon. — O primeiro admira seu poder. Estão orgulhosos de você e se sentem aliviados por terem um jogador tão poderoso.

As massas sempre admiraram os poucos escolhidos com poder; é um fato histórico. Era por isso que os não-jogadores invejaram os jogadores. E eles também sentiam orgulho, pois seus semelhantes exerciam um poder surreal.

Sung-Hoon acrescentou: — Essas pessoas quase o reverenciam como se você fosse o Deus deles.

Gi Gyu se tornou uma nova religião para alguns. Mesmo antes da Torre e dos jogadores aparecerem, o conceito de religião estava desaparecendo da Terra. Mas o olhar das pessoas antes de Gi Gyu sugeria que ele estava voltando. Isso era reverência em seus olhos? Adoração por alguém além do humano?

— Então, há o outro grupo. Como você viu antes… — Sung-Hoon lambeu os lábios secos e continuou: — O segundo grupo só está com medo de você. Eles não o veem como humano, ranker Kim Gi Gyu. Eles também acreditam que você é algo totalmente diferente. Por isso…

Quando Sung-Hoon hesitou, Gi Gyu o tranquilizou: — Não se preocupe. Por favor, continue.

— Eles o veem como um monstro. Estão se perguntando se você é um monstro do andar mais alto da Torre…

Tanto Gi Gyu quanto Sung-Hoon ficaram quietos. Um silêncio constrangedor caiu entre eles.

Sung-Hoon quebrou esse silêncio. — Você está bem?

— Ah… Sim, estou bem. Afinal, isso era esperado. — Gi Gyu poderia entender por que alguns se sentiriam assim. E ele mesmo passou por isso. Sua capacidade de sincronização o ajudou a compreender os pensamentos e sentimentos de outras pessoas.

— Ah. — Parecia que Sung-Hoon se lembrou de algo. Ou talvez ele estivesse tentando mudar de assunto. — É sobre Gabriel.

— Sim?

Sung-Hoon coçou a cabeça e continuou: — Há alguns jogadores que dizem que Gabriel era o jogador com as cem espadas.

— Perdão?

Gi Gyu estava procurando pelo jogador com as cem espadas. Ele até ordenou que Haures o procurasse também. Este foi o jogador que deu ao Escudo de Ferro uma espada sagrada.

— Gabriel? Você está falando sério? — perguntou Gi Gyu incrédulo.

— Sim, aqueles que receberam espadas do jogador com cem espadas disseram isso.

— Ah! — Gi Gyu exclamou como se tivesse percebido alguma coisa.

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