O rosto de Soo-Jung se iluminou consideravelmente. Ainda mantendo os olhos em Ha Song-Su, ela perguntou telepaticamente a El.
– Tem certeza?
Se seu aluno tivesse retornado, a situação deles melhoraria significativamente.
E…
‘Não vou precisar usar meu último recurso.’ Soo-Jung ficou aliviada. O último recurso era uma coisa do tipo “faça ou morra”, que custaria a ela o significado de sua existência e o fardo que seu codinome, Lúcifer, carregava.
– …
Infelizmente, a resposta de El não foi tão satisfatória quanto ela esperava.
– A conexão está fraca. Tenho certeza de que a situação dele está um pouco melhor agora, mas isso não significa que ele esteja livre. Ou pode ser isso…
Soo-Jung sugeriu:
– Pode ser por causa daquela barreira ao redor do Éden.
Talvez Baal e o resto do pessoal tivessem feito algo a respeito da situação da barreira. Resumindo, a situação deles era melhor do que há pouco.
Soo-Jung sorriu e continuou:
– Vocês ouviram a El, certo? Meu aluno retornará em breve, então de agora em diante…
Ela chutou o chão; ela havia se recuperado quase totalmente do último ataque de Ha Song-Su.
– Apenas se concentrem em prolongar a luta até que ele volte.
Tudo o que precisavam fazer era ganhar um pouco mais de tempo para ele, e Soo-Jung acreditava que era possível.
‘Agora que Ha Song-Su está se concentrando em se defender… Nós podemos fazer isso!’ Soo-Jung não sabia por que era assim, mas era uma coisa boa. Ela não esperava muitos problemas em prolongar essa batalha por mais algum tempo.
Franzindo a testa, Gi Gyu olhou para frente. Ele tinha certeza de que havia atravessado o portal para entrar no Éden, mas se viu em um lugar diferente.
O mundo ao seu redor estava escuro como breu, mas uma energia familiar dançava ao seu redor.
‘Energia mágica…’
A energia mágica em seu corpo era suficiente para fazê-lo explodir, e, horrivelmente, ele tinha entrado em um lugar com ainda mais disso.
‘É uma barreira?’
Gi Gyu de repente percebeu que devia estar na fronteira da barreira inimiga que cercava o Éden.
— Ugh. — Tao Chen estava ofegante ao lado dele. Ele se ajoelhou no chão e agarrou seu coração em agonia. Gi Gyu rapidamente o ajudou, sugando a energia mágica ao redor de Tao Chen com as mãos.
Gi Gyu já estava com dor, então absorver ainda mais energia para ajudar Tao Chen só agravou sua dor.
— Como poderia haver um lugar como este? — Tao Chen sussurrou. Ele estava confuso e por um bom motivo.
O porão do palácio presidencial tinha uma energia mágica mais espessa, mas Gi Gyu já havia absorvido tudo antes de Tao Chen fazer sua entrada.
Tao Chen finalmente se levantou e perguntou: — Este é o Éden?
Em vez de responder, Gi Gyu assentiu.
— Então é uma barreira… Haa… Como vamos passar por isso? — Tao Chen olhou para isso desesperadamente. Gi Gyu percebeu que Tao Chen não estava muito bem. Ele sentiu que o receptáculo de Tao Chen estava quase vazio e sua magia era muito tênue. Não admira que Tao Chen quase tenha desmaiado no momento em que entrou neste lugar.
Gi Gyu olhou para a barreira antes de fechar os olhos. Lou, que estava enrolado em sua perna, ficou líquido novamente.
— O que é isso? — Tao Chen parecia curioso.
Em vez de responder, Gi Gyu lhe entregou Paimon e Bodhidharma.
Tao Chen ficou confuso, mas rapidamente os aceitou.
Ele obviamente conhecia Bodhidharma, mas o outro homem era um estranho para ele. Tao Chen queria saber sua identidade, mas não perguntou.
A voz de Gi Gyu falhou quando ele avisou: — Por favor… dê… um passo para trás…
Cada vez que sua boca se abria, uma terrível energia mágica saía de sua garganta e lhe causava dor. Engolindo em seco, Gi Gyu pegou Lou, que havia se transformado em uma espada gigante novamente. Desta vez, Gi Gyu precisava usar as duas mãos.
— Ugh — ele grunhiu. No momento, Lou era basicamente a essência da energia mágica. Além de tudo isso, Gi Gyu teve que absorver a toxina misturada na barreira agora há pouco. Só segurar Lou agora fez com que sua sincronização se tornasse mais ativa e todas as toxinas começaram a fluir para ele.
Ele precisava fazer isso rapidamente.
‘Preciso abri-la!’ Gi Gyu queria abrir a barreira.
Quando Lou tentou cortar a barreira, criou um ruído abrupto semelhante a um grito. Naturalmente, Lou teve que absorver a energia mágica da barreira para criar uma abertura.
Slice!
— Hup! — Gi Gyu ofegou. De alguma forma, ele conseguiu girar Lou em um arco completo.
Tao Chen, parado longe por ordem de Gi Gyu, cambaleou.
A pressão e o terrível cheiro da energia mágica o envolveram. Se ele estivesse mais perto, ele teria morrido. Ele olhou para o local que Lou havia atacado.
O ataque de Lou à barreira criou até uma explosão; surpreendentemente, a barreira parecia ilesa.
— Não rasgou… — Tao Chen sussurrou.
Eles ainda estavam cercados pela escuridão, e a barreira ainda estava lá, inteira e sem rasgos.
Gi Gyu baixou Lou enquanto mantinha os olhos colados na barreira.
Só então, o local que Lou atacou começou a se dividir.
Porém, uma abertura ainda não apareceu na barreira. Tudo o que Lou conseguiu criar foi uma pequena rachadura que emitia luz.
Gi Gyu não usou toda a sua força, mas tinha acreditado que era o suficiente. A rachadura resultante era minúscula, nem grande o suficiente para um anão. Então, ele deu mais um passo em direção à barreira e balançou Lou.
Outro barulho parecido com um grito foi ouvido.
Crack.
— Ai, meu Deus — Tao Chen disse em descrença. Outra pequena rachadura apareceu na barreira, mas nada mais. A barreira se recusava a quebrar.
Do que era feito?
Gi Gyu balançou Lou furiosamente uma e outra vez até que ele cuspiu sangue. Ele se agachou sobre um joelho.
— Você está bem? — Tao Chen gritou.
Apesar dos muitos ataques, a barreira permaneceu intacta.
‘Como?’ Gi Gyu se perguntou. Se a barreira fosse feita apenas de energia mágica, ela já deveria ter sido destruída. Ele não acreditava que tivesse calculado mal.
De repente, seus olhos se arregalaram. Ele sabia a resposta.
Alguém dentro da barreira a estava mantendo. Consequentemente, parecia que nenhum dos ataques de Gi Gyu danificou a barreira. Como que para provar a teoria de Gi Gyu, a energia negra e mágica preencheu a pequena fenda que ele acabara de criar.
— Tao Chen… — disse Gi Gyu enquanto engolia a dor ardente.
— Vá em frente! — Tao Chen também não estava muito melhor. Seus ferimentos só aumentaram graças à energia feiticeira e às consequências da tentativa de Gi Gyu de quebrar a barreira.
‘Ele vai ficar bem?’ Tao Chen olhou para Gi Gyu preocupado. Ele sabia que Gi Gyu não estava bem desde que entraram neste lugar.
Parecia que Gi Gyu estava tentando evitar que algo o comesse vivo. Enquanto lutava contra isso, ele também tinha que usar muito de seu poder para quebrar a barreira.
— Vou criar outra rachadura, então… por favor, não perca a chance. Você tem que entrar… — Gi Gyu explicou.
Tao Chen assentiu sem fazer perguntas.
— Ugh… — Gi Gyu grunhiu e se levantou novamente.
Fwoosh.
Gi Gyu convocou ainda mais poder desta vez. Lou já era uma espada enorme, mas ficou ainda maior. Ele agora era mais um aríete do que uma espada.
A energia mágica dentro de Gi Gyu se moveu. Sua Vida o manteve em movimento enquanto a Morte começou a emergir. Bem no meio, ele misturou Caos.
E…
Whoosh!
Gi Gyu balançou Lou.
— Ugh… — Tao Chen permaneceu o mais firme possível para evitar ser mandado voando pelos ares. Ele estava prestes a se tornar um governante, então ganhou mais poder, mas mal era o suficiente para mantê-lo no local.
Finalmente, uma luz semelhante à do sol os banhava do outro lado da barreira. Da nova rachadura, eles podiam sentir a Vida e a Morte.
— …!
E foi seguido por fogo, gelo e loucura. Tao Chen nem conseguia acreditar no que estava bem diante dele. Era diferente de tudo que ele já tinha visto.
— Rápido… — Gi Gyu implorou, mantendo Lou preso na barreira. A energia mágica fervente foi liquefeita para manter a rachadura aberta.
— Você…! — Tao Chen olhou para Gi Gyu, cujo corpo estava em colapso. Cada poro de seu corpo sangrava, e tudo isso misturado com energia mágica, acumulando-se ao redor e sob seus pés.
Tao Chen podia ver dentro da barreira graças à luz semelhante ao sol.
— Rápido! — Gi Gyu gritou.
— Certo! — Tao Chen carregou Bodhidharma e Paimon sobre os ombros e pulou na fenda. O líquido preto fervente de Lou estava desaparecendo lentamente.
Gi Gyu cerrou os dentes e gemeu: — Fenrir…
Por enquanto, isso era tudo que ele podia fazer para ajudar.
— Haa… Haa…
Depois que Tao Chen desapareceu, Gi Gyu caiu no chão. Ele estava acabado.
— Haa… Haa… — Hal, que nunca havia ofegado antes, estava bufando agora.
Slash.
Ele balançou sua alabarda em direção a um demônio correndo em sua direção. A força de seu inimigo não o incomodava – o número deles sim.
— Exatamente de onde… — Botis sussurrou. — De onde vieram todos esses demônios?
Incontáveis demônios os cercavam. Era raro ver tantos demônios, mesmo no inferno.
— Isso me lembra da Grande Guerra… — Botis parecia enojado.
Havia tantos demônios e monstros que matá-los parecia inútil. As criaturas de Gi Gyu não tinham tempo de se recuperar, então a maioria delas estava exausta.
O exército de mortos-vivos do Éden sofreu tantas fatalidades que parecia improvável que algum dia fosse restaurado à sua antiga glória.
— Kyaaaaa! — Rei Grifo caiu do céu. Hart rapidamente usou sua magia para resgatá-lo, mas as coisas pareciam ruins.
— Nesse ritmo, nós… — Hart sussurrou impotente. Mais e mais demônios vinham até eles em ondas. Os olhos de Hal vacilaram, imaginando se seria assim que a casa de seu grande mestre seria destruída.
Talvez já fosse tarde demais.
O muro construído por Brunheart tremeu, indicando que a batalha que ocorria lá dentro também não estava indo bem.
Só então, um rosnado familiar foi ouvido. Veio de uma criatura que caiu repentinamente no meio do exército inimigo. Todos se viraram para ver um cachorrinho.
— Bi? — Hart gritou o nome familiar.
Bi, em sua forma de cachorrinho, latia para os inimigos.
— Bi! — Hal imediatamente moveu seu cavalo em direção a Bi. Ele nem teve a chance de se perguntar por que ou de onde Bi havia aparecido. Tudo o que Hal conseguia pensar era que seu amiguinho estava em perigo.
Hal correu em direção a Bi enquanto balançava sua alabarda quando, de repente, um trovão soou.
Boom.
Um raio atingiu o cachorrinho no meio do exército inimigo e Bi se transformou em um lobo gigante.
Bi balançou a pata dianteira.
— N-Não é possível. — A voz de Botis tremeu. Uma criatura mítica da qual ele só tinha ouvido falar estava diante dele.
Era o cão de guarda do trono do inferno.
— F-Fenrir? — Botis sussurrou: — Nossos poderes estão se recuperando…
Os olhos de Hal começaram a arder intensamente. Não foi apenas Hal – todas as criaturas de Gi Gyu sentiram o poder fluindo através delas.
Ao mesmo tempo, os esqueletos no chão começaram a ficar de pé novamente. Os louva-a-deus com membros rasgados também começaram a se curar. Os cavaleiros da morte rastejando no chão se levantaram.
O Rei Grifo também se levantou e voou em direção a Hart, que rapidamente subiu em cima do pássaro.
— Contra-ataquem… — Hart murmurou.
Mas, ao contrário de Hart, Hal ergueu sua alabarda e rugiu: — O Grande Mestre está de volta!
Outros começaram a gritar alto também.
— O Grande Mestre está de volta!
— O Grande Mestre está de volta!
Seus gritos encheram o Éden.
Hal ordenou: — Agora! É hora de revidar!
Dun, dun, dun, dun, dun.
Todo o Éden tremeu ao contra-atacar.