Lubella descansou o dia todo. Ela não conseguia dormir por estar constantemente se escondendo e correndo, então precisava pousar o máximo possível.
Quando escureceu, Zich e ela saíram do alojamento. Depois de carregá-la pela janela e colocá-la no chão primeiro, ele voltou para dentro do quarto e saiu pela porta da frente. Para sua boa sorte, a lua e as estrelas estavam cobertas por nuvens, e ele segurou as mãos dela enquanto atravessavam a escuridão e se dirigiam para a mansão do prefeito.
— É ali. — Lubella sussurrou enquanto apontava para o casarão.
O esperado: era enorme. Plantas caras e exóticas alinhavam o quintal e cercavam uma estrutura de três andares, fora as mais de uma dúzia de janelas. Como se para mostrar a riqueza do proprietário, era cara como era pitoresca.
Zich olhou para a mansão do prefeito. Antes do dia, havia examinado os terrenos próximos, então já tinha visto antes.
— Espera um pouco.
Deixou ela por um tempo e pulou em um telhado próximo; de lá, olhou ao redor da mansão. Vendo a visão na frente dele, seus olhos se estreitaram em suspeita.
Lâmpadas foram plantadas ao redor do quintal, e tinha até mesmo uma mágica, então a casa brilhava intensamente. Guardas também podiam ser vistos no quintal.
Tudo isso não era estranho. Houve aquele incidente recente com Lubella, e afinal era a casa do prefeito, então ter guardas para proteger a mansão não era estranho. Mas tinha muito poucos.
“Também parece que não há guardas que possam controlar a mana.”
Ele também teve a mesma suspeita quando viu a mansão durante o dia.
Desceu do telhado e contou a Lubella o que viu e então perguntou: — Havia apenas alguns guardas desde o início?
— N-não consigo lembrar.
Lubella baixou a cabeça em remorso, mas Zich não a culpou. Sendo uma candidata para se tornar a próxima Santa, estava apenas começando a ganhar experiência no mundo exterior; era irracional esperar que se lembrasse do número de guardas na casa de uma pessoa. Zich só perguntou por precaução.
— Vamos primeiro tentar entrar.
— Vai ficar tudo bem? Não havia algo errado?
— Bem, parece que uma armadilha pode estar esperando por nós.
— E-Então não devemos entrar?
Lubella ficou chocada com o tom quase entediado de Zich.
— Olha, se tivéssemos um pouco mais de informações, poderíamos recuar um pouco mais e observar a situação e ajustar nossos planos de acordo…, mas não temos isso, certo?
— N-não.
— Mesmo que haja uma armadilha, temos que entrar de qualquer maneira, certo?
— Sim.
Os olhos dela tremiam de nervosismo. Medo e hesitação se contorceram e sacudiram seu coração. No entanto, no final, o que assumiu seu coração foi firme determinação e vontade forte.
— Simbora.
Vendo sua mudança de coração, Zich soltou um pequeno sorriso.
Como esperado, posso ver vislumbres de seu futuro eu.
Pensando bem, a figura mais incômoda e irritante do Grupo dos Heróis era ela.
“Em batalha, você realmente tem que matar o curandeiro primeiro.”
Mas esse foi o fim da lembrança, pois se concentrou no presente e comentou: — Você não precisa se preocupar muito. Não vamos entrar de forma imprudente. — Deu um tapinha nas suas costas para acalmá-la.
Quando pareceu se acalmar um pouco, a levantou por cima dos ombros.
— Ah! — prestes a soltar um grito de choque, logo fechou a boca — O-o que você está fazendo?!
— É porque vamos entrar furtivamente na mansão agora. Isso é muito mais confortável.
— Ma é como se eu fosse uma bolsa!
— Você é uma bolsa. Pelo menos por enquanto.
O encarou, mas foi ignorada. Ele se moveu pela escuridão e caminhou em direção à mansão.
Tap!
Com seus movimentos leves dos pés, todo o seu corpo subiu. Lubella segurou o pescoço de Zich com força. Mesmo que ela experimentasse isso toda vez que eles entravam e saíam de seu alojamento, ela ainda não estava acostumada aos saltos de Zich. Depois que Zich pousou em um pedaço macio de grama enquanto mal fazia um som, ele olhou em volta.
“Não tem guardas por aqui, e nem mesmo uma pessoa olhando pela janela.”
Sem hesitar, Zich continuou avançando. Ele usou os arbustos, árvores e estátuas para se manter escondido dos guardas em constante movimento.
Lubella observou Zich com surpresa enquanto ele se movia rápido.
Enfim, chegaram a uma das janelas da mansão; a janela de madeira estava bem fechada. Com uma mão, Zich ajustou o braço com o qual estava segurando a bagage e tirou uma adaga com a outra. Então, a empurrou pela janela.
Snap!
Depois de um leve som de corte, a janela se abriu sem um som sequer. Zich entrou pela janela e, depois de colocar Lubella no chão, fechou a janela de novo.
Pegou uma fechadura que havia caído, torceu-a em um ângulo de noventa graus e a usou para fechar a janela como se estivesse costurando dois quadros. A janela estava bem fechada mais uma vez.
— Eu acho que você pode ficar tranquila por enquanto. Ninguém está perto de nós.
— Quando você me disse que tinha uma vida difícil, isso significava que você era um ladrão antes?
— Por que acha isso? Eu entrei na casa muito naturalmente?
— Sim. Nesse ritmo, eu acreditaria se você me dissesse que é um ladrão mestre.
— Eu costumava ser um nobre.
— Por favor, não mente pra mim. — Lubella fez uma cara séria. — O crime de se passar por um nobre vale a pena a pena de morte.
— Quando terminarmos com tudo isso, tente investigar Zich Steelwall da família Steelwall. Você provavelmente encontrará algumas informações interessantes.
— Steelwall?
Até ela sabia da família Steelwall. Eram alguns dos aristocratas mais renomados do reino.
“E ele está dizendo que é Zich Steelwall?”
Ao usar “Steelwall” como seu sobrenome, isso significava que era um dos membros da família do senhor. Assim, havia uma grande chance de que estivesse diretamente relacionado ao conde.
Além disso, a pessoa que Lubella pensava ser um ladrão há pouco nunca havia revelado seu sobrenome até agora. Ele também tinha a incrível habilidade de cortar uma pequena mesa ao meio com uma colher de pau.
— Calma aí! Você é mesmo um nobre? E um Steelwall?
— É por isso que eu te disse para tentar investigar mais tarde. Há assuntos mais urgentes agora.
Zich bateu de leve nos ombros de Lubella.
— Como conseguimos entrar na mansão com sucesso, agora é a sua vez. Tente se lembrar da localização do quarto do prefeito.
Com as palavras dele, ela se sacudiu de volta à realidade.
Não era hora de ela satisfazer sua curiosidade sobre pequenos assuntos.
— Me siga.
Começou a liderá-lo com cuidado. Como os corredores eram densamente acarpetados, seus passos quase não faziam barulho. Se houvesse pessoas por perto, Zich sentiria sua presença e a levaria para um quarto ótimo até que desaparecessem.
Pode com facilidade cortar todas as fechaduras das portas com a sua adaga, e depois que fizeram um progresso significativo como este, ela parou em uma porta específica.
— É aqui. A estátua de Bellu estava armazenada aqui.
Zich olhou para a porta. Não havia presença humana dentro da sala. No entanto…
— Há um sentimento irritante sobre este quarto.
Para provar que os seguidores de Karuwiman e Bellid eram como óleo e água, Lubella observou com uma voz cínica: — Bem, todos os de Bellid são irritantes.
Zich abriu a porta.
A luz do corredor lentamente penetrou pela porta e entrou na sala. E com o brilho, “aquela coisa” apareceu: seu rosto se assemelhava ao de um peixe e tinha dois conjuntos de chifres nas laterais do rosto, superior e inferior, totalizando quatro chifres. O corpo era musculoso e havia teias nas mãos e pés da estátua. Os olhos, longos e penetrantes, emitiram a atmosfera de uma besta faminta, e eles desafiaram qualquer um a entrar para ser abatido em um instante.
— Bellid parece uma cabeça de peixe estúpida como de costume.
— Sim. As pessoas estúpidas de Bellid adoram um deus estúpido como eles.
Lubella acrescentou em seus próprios insultos à zombaria de Zich. Como Bellu era o deus maligno da água, muitas partes de sua aparência manifestaram isso. Então, um apelido que ficou com ele foi cabeça de peixe. Claro, os seguidores de Bellid desprezaram esse apelido.
Ele se aproximou da estátua. Já que não tinha poderes sagrados feito ela, não tinha a capacidade de reconhecer se a aura suja de Bellu estava na estátua de imediato. Contudo, se tocasse nela, poderia encontrar a informação que queria.
Put!
Colocou as mãos na estátua e a imbuiu de leve em mana. A estátua reagiu e o corpo dele estremeceu.
“É uma sensação horrível, não importa quantas vezes eu sinta.”
Parecia algo como tocar um peixe que estava apodrecendo há vários dias ou nadar em uma piscina imunda.
Zich soltou a estátua e disse: — Parece que essa estátua é toda cagada. Na verdade, seria melhor se fosse assustador ou perigoso. Sinto como se estivesse rolando em uma lata de lixo podre.
— Haha. Essa é uma ótima expressão!
Os olhos de Lubella brilharam. Parecia que a melhor maneira de ganhar a confiança deste futuro Santo não era apenas realizar atos de bondade, mas atacar verbalmente os seguidores de Bellid sem misericórdia.
— Mas de qualquer forma, com isso, agora podemos ter certeza de que os seguidores de Bellid fazem parte disso.
— Você não acreditou em mim?
— Só estou me certificando. Há uma possibilidade de que você poderia ter sido enganado.
— Eu nunca vou confundir a aura de Bellid.
Lubella respondeu mal-humorada à declaração de Zich.
— Vamos procurar o prefeito primeiro. Parece que esta é a estátua principal do ritual; teria sido possível cancelar o ritual logo no início, mas agora é impossível fazê-lo sem uma grande quantidade de força. A única maneira de parar o ritual é destruir o catalisador.
— Sim. Tudo bem, eu entendo.
Saíram do quarto. Lubella parecia arrependida por não poderem destruir a estátua imediatamente, e seus olhos ficaram colados a ela por um longo tempo.
Começaram a se esgueirar pela mansão mais uma vez. Da mesma forma que encontraram o quarto com a estátua de Bellid, logo chegaram ao quarto do prefeito: a porta do prefeito era vermelha e enorme, com decorações elaboradas. Qualquer um poderia ter visto que era o quarto do dono da casa.
— É isso.
— É, parece que sim. O tapete é novo.
Parecia que eles haviam trocado os tapetes encharcados de sangue por novos.
— Ele vai estar lá dentro?
— Eu posso sentir uma presença ali dentro.
Os olhos de ambos se encontraram e assentiram juntos.
Swing!
Zich pegou sua espada e Lubella segurou seu cajado.
Thud!
Ele abriu a porta e entrou na sala primeiro e ela seguiu logo atrás dele. Um pequeno número de velas iluminou o cômodo, mas suas poucas luzes não estavam nem perto o suficiente para iluminar todo o quarto. Em vez de iluminar a sala, a luz cintilante e trêmula só tornava a atmosfera mais ameaçadora.
Parecia ter sido construído para ser usada como escritório e espaço de recepção. Em um canto, havia uma mesa e cadeira caras usadas para negócios; do outro lado, uma grande mesa de madeira e cadeiras confortáveis ao redor, além de muitas decorações elegantes nas paredes.
Ao lado direito da entrada, havia outra porta na parede — que parecia levar ao quarto do prefeito. Todavia, não precisavam se preocupar em entrar no quarto do prefeito e encontrá-lo lá, porque tinhauma pessoa olhando para eles com uma atitude arrogante de seu assento. Estava vestido com roupas elegantes e estava severamente acima do peso.
— Ele é Ma…!
Zich agiu mais rápido do que os avisos de Lubella.
Swing!
Seus balanços eram realmente como o vento. Zich atravessou a sala a qualquer momento. Ele subiu na mesa e apontou a espada para o pescoço do prefeito e parou lá. Ele levou menos tempo para fazer tudo isso do que para alguém piscar os olhos.
— Seu…
Mesmo antes de Lubella terminar sua frase, a situação já havia acabado. Suas palavras desapareceram no ar sem nenhum propósito real.
— Você é o prefeito? O principal líder dos seguidores de Bellid? — Zich perguntou, e os olhos de vidro do prefeito começaram a se mover em sua direção.
— Não dê tempo a ele! Se ele falar, os mortos-vivos virão até nós como algum dependente de álcool!
Lubella correu para onde Zich estava e instou-o a punir o prefeito. No entanto, Zich não moveu sua espada e fez contato visual com o prefeito.
Sigh~!
Depois de soltar um suspiro, Zich se levantou da mesa e tirou a espada do pescoço do prefeito.
— O que está fazendo? — Lubella gritou de surpresa.
Zich balançou a cabeça em recusa.
— Pegamos a pessoa errada.
— Quê?
— Este humano não é a causa desses acontecimentos.
Slice!
Zich sacudiu levemente a espada e cortou a cabeça do prefeito. O corpo começou a ficar mole.
Com essa visão assustadora, Lubella fechou os olhos por alguns momentos, mas logo os abriu e olhou para Zich — as palavras que dissera não podiam ser ignoradas.
— O que você quer dizer com pegamos a pessoa errada? Isso quer dizer o que…?!
Zich de repente se moveu da mesma maneira que a luz, entretanto seus movimentos eram tão fluidos quanto a água quando cortou o ar.
Snap!
Um leve som de corte podia ser ouvido, e foi naquele momento…
Kyaaaahhhh!
Foi um grito aterrorizante que soou como se viesse direto do inferno, cheio de ressentimento e ódio.
Lubella fechou os ouvidos com as mãos, mas isso não foi muito útil. O grito soou como se estivesse dentro de sua cabeça. Mas mesmo neste momento, não fechou os olhos. Ela viu algo passar voando em um instante, e essa “coisa” passou por ela e se dirigiu para a entrada da sala.
Thud!
Um homem saiu do nada e agarrou o objeto voador. Então, Lubella viu o homem franzir a testa e olhou para o objeto em suas mãos.
— Hã?
Os olhos dela se arregalaram de surpresa. O homem era alguém que ela conhecia antes.
— Sr. vice-prefeito?
Droga, cliquei em (4) estrelas sem querer dnv, não tem como mudar isso não? :’)