O preço da Lágrima da Terra continuou a subir. Era difícil dizer quem era o licitante. Quem quer que fosse o concorrente, continuaram a aumentar o preço, e Midas fez uma oferta mais alta em conformidade. Ele não teve escolha.
“Porra, quem é? Eu vou esquartejá-lo! Tudo bem que tenho muito dinheiro sobrando, mas tenho que pegar a Lágrima do Lago também!”
Se usasse muito dos fundos, poderia ficar para trás. Antes, achava que havia uma baixa chance de isso acontecer e não acreditava que o leilão da Lágrima da Terra seria tão competitivo.
“Além disso, aquele cara também poderia participar do lance pelo outro tesouro!”
Ele jogou fora a possibilidade de Zich ser o concorrente atual. No entanto, ele talvez participasse da compra da do Lago, já que o dinheiro da Terra iria para ele.
“Ele tinha jeito de valorizar o dinheiro acima de tudo, então pode estar satisfeito com o valor que receber pela venda da Lágrima da Terra. Mas talvez mudem de ideia se receberem uma quantia maior do que esperavam!”
A sua boca sangrava de tanto mordê-la de raiva.
Zich amou participar, porém, havia uma coisa que ele se arrependia. “Quero ver a expressão daquele cara em primeira mão!”
— Por quanto tempo você vai aumentar o preço? — perguntou Lyla.
Ao lado dela, Hans e Snoc sentaram-se sem pensar, incapazes de envolver suas cabeças em torno dos números inimagináveis que continuavam aumentando. Foi o mesmo para Leona. O preço estava além do nível que ela poderia calcular com a sua própria métrica de contar maçãs.
— Eu não vou parar até passar a mão em pelo menos metade dos fundos dele.
— Você pode dizer quanto ele tem?
— Consigo adivinhar.
Midas tinha controle total sobre um décimo da quantidade total de ouro que ele fez. E, exceto pelo ouro nas armaduras, a barra que havia dado a Zich e outras coisas menores, ele manteve todo o seu ouro sob controle perto. Nem o colocava numa caixa mágica.
“É por isso que ele fez coisas ridículas, como um castelo dourado. Se pensarmos que a carruagem dele é o total do ouro manipulável, ele deve ter, na verdade, umas dez vezes o tamanho dela.”
E como ele devia ter gastado em luxos, a quantidade utilizável era menor. Zich já havia calculado uma estimativa aproximada da carruagem.
“Eu deveria fazê-lo gastar pelo menos seis daquelas em dinheiro.”
Em contraste com Midas, que estava se contorcendo, nervoso, Zich pressionou pacificamente o botão e aumentou o lance de novo.
Entre as muitas casas de leilões em Tungel, a mais especial e secreta era o mercado negro. Lá, um evento muito estranho estava se desenrolando. Os preços astronômicos continuavam a ser feitos para um item comum, que não tinha propósito específico e foi o primeiro introduzido no leilão. As pessoas assistiram com entusiasmo. Era uma visão estranha, entretanto não um fenômeno impossível. Ocorria em outras casas de tempos em tempos.
A causa era pura competição. Pensavam que uma batalha feroz havia provocado entre duas pessoas ricas. Não competiam pelo item, mas pelo orgulho pessoal.
“Pare de dar lances, desgraçado!”
Ele calculou o orçamento remanescente. Os seus fundos já tinham diminuído para um pouco mais da metade do valor original. Quase quis desistir, contudo, não podia deixar o seu ponto fraco sozinho.
“Que desgraça!”
No fim, ele aumentou o preço de novo. Nervoso, esperou pela resposta. Todavia, o oponente, que fazia lances após o seu de imediato, não mostrou resposta.
— Dou-lhe uma, dou-lhe duas, vendido! — gritou o leiloeiro.
Todos ficaram impressionados e parabenizaram o vencedor.
“A-acabou?” Jogou todo o corpo no encosto da cadeira. “Eu ganhei.”
No entanto, ele não estava feliz. Foi uma vitória alcançada após muitos ferimentos. Desde que se tornou um alquimista, nunca esteve ansioso por causa de dinheiro até agora.
Toc, toc!
Alguém bateu na porta do quarto dele. Midas, que estava recuperando o fôlego, fez uma careta. “Cacete, eu só queria descansar um pouco!”
Mas como sabia quem era, se levantou da cadeira.
— Parabéns!
Os funcionários, ao fazerem uma saudação, captaram o humor azedo de Midas ficaram tensos. Ainda assim, terminaram o trabalho com responsabilidade e disseram.
— Com licença, senhor, mas por favor, faça o pagamento.
No mercado negro, os clientes precisavam pagar de imediato. Havia guardas para evitar que o cliente causasse uma cena.
— Tch! Tudo bem. — Estalou a língua. Em um piscar de olhos, mais da metade da vasta riqueza dele sumiu. Era como se tivesse perdido uma parte do coração.
“É por causa disso.” Tocou a Lágrima da Terra dada. Era um minério vermelho que soltava uma luz misteriosa.
Ele queria jogá-la no exato momento. Porém, a quantia exorbitante paga o impediu, fazendo com que ele desse um suspiro chateado e jogasse a joia na sua caixa mágica.
“Quem diabos era…? Não, não é hora de ficar preso a isso.”
Como fora capaz de comprar a Lágrima da Terra como planejado, tinha que se concentrar. Como todo o dinheiro da joia desviado para Zich e os companheiros dele, a competição podia ter ficado mais difícil do que o previsto.
“Além disso, aquele arrombado que queria a Lágrima da Terra também pode querer a do Lago. Preciso de dinheiro emprestado.”
Várias coisas foram trazidas para leilão. Algumas receberam um preço alto, outras não receberam um preço tão alto quanto o esperado. Entretanto, apesar dos altos e baixos, cada objeto encontrou o seu dono. Enfim, era hora do tesouro élfico.
— É ela! — Leona se levantou.
Zich também olhou para ela. Mesmo que estivesse executando muitos planos para recuperá-lo, foi a primeira vez que ele a viu em pessoa.
“Bonita” foi a primeira coisa que brotou na cabeça dele. Ela tinha a forma de uma gota prestes a cair de uma folha. Do tamanho da palma de uma mão, era azul e emitia uma luz misteriosa semelhante à emitida pela água no luar. Mesmo antes de considerar as habilidades dela, aparentava ser muitíssimo valiosa como uma peça de arte.
O leiloeiro começou a licitação. De todos os lugares, começaram a aumentar o preço, diferente do inexpressivo Zich.
— Você vai participar no final de novo?
— É.
Ele pegou uma caixa mágica e girou as mãos sobre ela. Era a que continha todas as moedas de ouro que recebeu da Lágrima da Terra.
— Eu não sabia que colocariam todas as moedas dentro de uma caixa mágica e entregariam para nós — disse Lyla.
A caixa não era deles, mas havia sido entregue para que levassem com facilidade as moedas para casa.
— Essas pessoas são supergananciosas em trazer o máximo de dinheiro para cá. Ao nos dar esta caixa, estão nos dizendo que o nosso produto foi um megahit.”
— E podemos… chamar de produto?
— Com certeza! É um muito bom. Basta olhar para as nossas vendas. — Sacudiu a caixa, rindo.
— Eles nos dariam o valor que ganhamos na hora?
— Só para aqueles que estão participando do leilão. É para que aqueles que receberam dinheiro do seu item possam aumentar os preços dos outros. Tudo planejado.
— Uau, eles são bons nos negócios. — Ela balançou a cabeça.
Enquanto conversavam, o preço da Lágrima do Lago subiu de modo considerável. À medida que aumentava, os participantes diminuíam; logo, ele estagnava. Foi nesse momento que Zich se juntou, e como tinha sido antes, o valor da do Lago aumentou exponencialmente, fazendo as pessoas aplaudirem. Em apenas um dia, duas guerras de licitação ocorreram em um leilão.
As somas astronômicas animaram o leiloeiro. Apesar da animação abaixo dele, Zich colocou o queixo no peito da mão, entediado, e pressionou um botão com a outra mão. Quando o preço chegou a um certo ponto, a nitidez nos olhos dele mudou.
— O que aconteceu? — questionou Lyla.
— Está tudo acontecendo de acordo com o plano. Esse cara está começando a usar mais dinheiro do que tem agora.
— Então ele está usando o valor que pegou emprestado, certo?
— Uhum.
Neste momento, o plano estava quase completo. Ele deu uma olhada em Leona, cujo rosto estava congelado.
— Vou perguntar de novo. Está mesmo bem com isso? Senhorita Leona, se quiser acabar com isso ao recuperar o seu tesouro, não te impedirei.
Ela caiu em pensamentos profundos, mas não demorou muito para dizer: “percebi isso agora, mas Zich, você não é uma pessoa boa, é?”
— É por aí. Na verdade, eu me classificaria como uma pessoa muito ruim.
Ao lado dele, Lyla assentiu. Hans, Snoc e Nowem desviaram o olhar.
— Mas é claro que você está fazendo isso para me ajudar, certo?
— Sim.
— Então, tudo bem. — Sorriu — Se eu não tivesse te conhecido, nem estaria aqui, em primeiro lugar. Vou confiar em você até o fim desta vez.
— Pode se arrepender.
— Foi o que decidi. Mesmo que me arrependa, o que mais poderei fazer?
— Pelo menos, por enquanto, a sua confiança em mim não será traída. Eu vou encontrar a Lágrima do Lago para você. Para isso, por enquanto, temos que desistir dela.