A mana que Eugene reuniu para ativar a Proeminência se dispersou. Eugene olhou para o céu por um momento, depois limpou a expressão e recuperou a compostura antes de se virar.
Ele notou Kristina limpando o sangue da boca com as costas da mão e perguntou:
— Você está bem? — A barreira que ela formou usando o poder divino não era fraca de forma alguma, mas não foi párea para o poder absoluto do ataque de Edmond. Kristina suportou o peso da destruição, sua barreira destruída pela força do ataque.
— Estou… Bem. — Disse Kristina enquanto recuperava o fôlego e invocava a Luz. A dor latejante que ela sentia foi eliminada por seu poder divino. Mas embora estivesse aliviada da dor física, não conseguia encontrar paz. — Peço desculpas, Sir Eugene. Fui fraca demais
— Não diga isso. — Eugene a interrompeu com uma expressão indiferente. Ele não queria trair suas verdadeiras emoções para Kristina, especialmente quando ela tinha manchas de sangue tão claras no rosto. No entanto, sua resposta só causou mais angústia a Kristina.
Ela abaixou a cabeça enquanto mastigava os lábios. Eugene estalou a língua ao ver isso e puxou um lenço antes de se aproximar dela.
— Ele é chamado de Cajado do Encarceramento da geração atual. Além disso, ele extraiu poder de todos os tipos de fontes. Mesmo sendo a Santa, você não conseguiria manter a barreira nessas condições.
— Verdade…
[Hamel está correto, Kristina. Mesmo para mim, era impossível suprimir sozinha o Cajado do Encarceramento, trezentos anos atrás.]
Parecia que as maldições e o ódio que sentiam do Cavaleiro da Morte os assombravam. No entanto, Anise conseguiu se recompor, sabendo que o Cavaleiro da Morte não era realmente Hamel.
[Como eles ousam?] Cuspiu Anise.
Mas isso não significava que ela tivesse dissipado sua raiva. Pelo contrário, sua raiva fervia sob a superfície, tornando-se mais nítida. Anise não conseguiu perdoar o Cavaleiro da Morte e a maga negra que o criou. O simples pensamento de suas ações fez seu sangue ferver. Pegaram o corpo de Hamel e o transformaram em uma marionete retorcida, uma zombaria do homem que ele havia sido. Mas isso não foi suficiente para eles. Ainda deram um passo além, imbuindo o Cavaleiro da Morte com falsas memórias e forçando-o a fingir ser Hamel. O insulto era insuportável, não apenas para Anise, mas para todos que conheceram Hamel há três séculos.
— Hum… — Lovellian ergueu a cabeça, revelando sua expressão pálida. A Torre Vermelha era conhecida por ser especializada em magia de invocação e, como Mestre da Torre Vermelha, ele poderia reivindicar ser o maior invocador da época.
E ainda assim, ele falhou. Lovellian tentou cancelar a invocação reversa do Cavaleiro da Morte, mas não conseguiu interferir no enorme poder que Edmond utilizou.
— Por favor, dê uma olhada nisso. — No entanto, não foi como se ele não tivesse conseguido produzir nenhum resultado. Embora Lovellian estivesse com falta de mana para interferir diretamente na invocação, ele conseguiu rastrear o fluxo de mana no breve momento.
Lovellian ergueu seu cajado, fazendo com que a estrutura do espaço se distorcesse e ondulasse ao seu redor. Então, com um aceno de mão, ele projetou uma cena diante dele. Não foi um familiar poderoso que invocou, mas um ‘olho’ que lhe permitiria observar as ações de Edmond de longe. Embora a distância tornasse impossível conjurar uma entidade mais poderosa, a observação era possível.
Todos os olhos foram atraídos para a projeção enquanto ela ganhava vida diante deles. A imagem mostrava a capital da tribo Kochilla, um lugar que ficava muito além de sua localização atual. Apesar da distância, a vista era clara, oferecendo uma visão panorâmica da cidade lá do alto. A visão que os saudou era brutal e cruel.
Diante deles havia um enorme altar em forma de pirâmide, cujo tamanho pairava sobre os incontáveis prisioneiros que subiam pelas suas laterais. No topo do altar estava um grupo de feiticeiros, com máscaras e roupas feitas de pele humana. Tinham nas mãos facas compridas e sinuosas, que cravavam impiedosamente no peito dos que chegavam ao cume. Era uma cerimônia brutal, que envolvia a extração viva dos corações pulsantes dos prisioneiros.
Os prisioneiros tropeçavam e rolavam pela pirâmide depois de terem seus corações roubados em um grande poço localizado abaixo. Dentro do fosso havia pilhas de corpos facilmente numerados aos milhares.
Mesmo depois que os corações foram removidos dos corpos dos prisioneiros, eles continuaram batendo. Perto dali, guerreiros estavam de prontidão, ao lado dos feiticeiros, prontos para receber os corações ainda batendo. Eles cuidadosamente carregavam os órgãos para a parte de trás da pirâmide, onde um grande caldeirão os aguardava. O caldeirão era tecido com os ossos dos mortos e continha um líquido vermelho, pegajoso e fervente. Quando os corações pulsantes eram jogados na panela, eles se dissolviam instantaneamente, o líquido carmesim ficando ainda mais escuro ao se misturar com os órgãos.
— Que terrível… — Melkith murmurou horrorizada com a visão. Cyan mastigou os lábios para não vomitar. Ele não estava muito acostumado a ver tantos cadáveres.
Mas não havia apenas um altar onde tal ritual acontecia. Na verdade, havia cinco desses altares na capital da tribo Kochilla, e a forma que eles formavam era claramente visível olhando de uma grande altura acima da capital. Era um pentagrama invertido, um símbolo preferido na magia negra desde os tempos antigos.
— Você não acha rude espiar? — Uma voz veio da cena. Lovellian moveu seu olho mágico com uma expressão rígida. Um homem voava em direção a eles, vestido com um chapéu de feltro e uma capa curta que parecia totalmente deslocada na paisagem infernal abaixo. Edmond Codreth sorriu enquanto acariciava a barba.
— Não é o Poder Negro de Balzac. É o Mago Chefe da Torre Vermelha… Lovellian Sophis? Deve ser. Eu vi a Chefa da Torre Branca, Melkith El-Hayah, também, mas ela não é proficiente nesse tipo de magia. — Continuou Edmond.
— E o que você sabe sobre mim? — Melkith resmungou, mas era verdade. Melkith era proficiente em muitos tipos diferentes de magia como Arquimaga, mas como Edmond disse, ela não era uma mestra em magia de invocação, o que exigia ser espontâneo e delicado.
— Antes de mais nada, como alguém que trilha o mesmo caminho da magia… Gostaria de lhe fazer um elogio. É incrível que você tenha conseguido detectar o fluxo de magia naquele breve momento e até mesmo invocar um familiar, apesar da diferença em nossos poderes. — Disse Edmond.
— Não quero ouvir seus elogios. — Retrucou Lovellian.
— É porque sou um mago negro? Sei que sua infância foi arruinada por um mago negro, mas… Bem, vamos parar de falar sobre isso. Vocês todos nunca concordarão comigo de qualquer maneira. Edmond fez uma pausa e depois desviou o olhar de Lovellian. — No entanto, acho que somos mais do que capazes de nos entender. O que você acha, Balzac Ludbeth?
Naturalmente, o olhar de Edmond estava direcionado para Balzac. Embora os dois locais estivessem separados por uma grande distância, a raiva fria contida nos olhos de Edmond era espessa o suficiente para se projetar através das imagens projetadas.
— Não sei se você sente o mesmo, mas sempre pensei em nós como amigos. Nós nos conhecemos há muito tempo e conversamos sobre muitas coisas. — Disse Edmond.
— Pense bem, Edmond. Certamente conversamos muito, mas… Não foi uma conversa inútil? Acho que a maior parte foi superficial. — Retrucou Balzac.
— É perturbador ouvir isso. Então, você está me traindo, já que a maioria das nossas trocas foram inúteis? — Perguntou Edmond.
— Acho que você fez uma escolha errada de palavras. Não é traição, já que nunca estive do seu lado, para começar. Assim como você se move apenas para seu próprio benefício, eu também me movo para meu próprio benefício. — Balzac respondeu suavemente. Sua indiferença fez com que as sobrancelhas de Edmond se contorcessem de descontentamento.
— Você está planejando roubar meu ritual? — Perguntou Edmond.
— Talvez. — Respondeu Balzac.
— Eu te conheço bem, Balzac Ludbeth. Você não tem capacidade. — Retrucou Edmond.
— Você acha mesmo? — Balzac perguntou, um sorriso brincando nos cantos dos lábios. Edmond não respondeu. Ele não conseguiu encontrar nada para dizer. Na verdade, ele mal conhecia Balzac. Edmond não conseguia descrever o tipo de mago que Balzac era. Ele estava confiante ao descrever Amelia Merwin, mas não podia dizer o mesmo de Balzac.
Antes de assinar um contrato com o Rei Demônio do Encarceramento, Balzac era um excelente mago, aclamado como um possível sucessor para o cargo de Mestre da Torre Azul. Então, um dia, ele deixou repentinamente a Torre Azul e foi para Helmuth.
Inúmeros magos tentaram obter uma audiência com o Rei Demônio do Encarceramento, mas poucos conseguiram entrar na imponente torre de Babel, muito menos colocar os olhos no próprio Rei Demônio. No entanto, Balzac era diferente. Sua reputação como um mago talentoso e respeitado o precedia, e foi isso que lhe concedeu acesso ao santuário interno do Rei Demônio.
No entanto, teria sido difícil para ele obter um contrato com o Rei Demônio com nada mais do que suas habilidades como mago. Pelo contrário, teria sido impossível se apenas as suas capacidades tivessem sido levadas em consideração. Naquela época, o Rei Demônio do Encarceramento já tinha Amelia Merwin e Edmond Codreth.
Mesmo assim, Balzac conseguiu assinar um contrato com o Rei Demônio. O que ele desejava através do contrato despertou o interesse do Rei Demônio do Encarceramento, mas Edmond não sabia o que era.
Foi assim que surgiram os Três Magos do Encarceramento. Havia… Trocas. No entanto, suas interações foram limitadas a conversas superficiais, com pouca compreensão dos pensamentos e intenções de cada um. As habilidades mágicas de Balzac pareciam normais na superfície, mas estava claro que ele tinha profundezas ocultas. Para realmente se entenderem, eles teriam que se envolver em uma competição mágica. No entanto, nunca haviam dado esse passo.
— Que coisa totalmente desagradável. — Cuspiu Edmond, todos os vestígios de sorriso desaparecendo de seu rosto. — Já que você diz isso, deixe-me esclarecer algo, Balzac. O ritual que presido é perfeito e não patético o suficiente para ser eliminado por gente como você.
Balzac não respondeu, mas encolheu os ombros. Os olhos brilhantes de Edmond dirigiram-se para Eugene.
— Não vai quebrar e eu não vou falhar. Eugene Lionheart, sei que você é o Herói e chamou a atenção de Sua Majestade, o Rei Demônio do Encarceramento. Porém, se acha que não vou te matar só por causa disso, está muito enganado.
— E você acha que pode me matar? — Perguntou Eugene enquanto seus lábios se curvavam em um sorriso torcido. — A lâmina que você enviou era cega e velha. Você realmente acha que pode me matar com essa arma?
— Sua raiva e repulsa são flagrantes. É porque você não é apenas um Lionheart, mas também o sucessor de Hamel, o Tolo? Deixe-me corrigi-lo primeiro. Não importa para mim se a espada é cega ou afiada. Não sou tão fraco quanto um mago negro para ficar desesperado por uma lâmina. — Retrucou Edmond. Ele deveria induzi-los a marchar até a capital da tribo Kochilla? Edmond não poderia ser derrotado se definisse este lugar como campo de batalha. A grande e cruel cidade era há muito tempo território de Edmond e atualmente continha uma grande concentração de poder como epicentro do ritual.
Mas o seu oponente certamente também estaria ciente deste fato. Edmond não estava em condições de relaxar, pois ignorava o verdadeiro propósito de Balzac.
Edmond teria muito tempo para fazer os preparativos enquanto esperava a marcha de seus inimigos. Da mesma forma, seus oponentes também teriam tempo para se preparar. Ele não sabia que tipos de truques Balzac havia escondido nas mangas, e os dois Mestres de Torre também o incomodavam. Para piorar a situação, os dois em questão eram magos especializados em guerra entre os Arquimagos de Aroth. O Mestre da Torre Vermelha poderia travar uma guerra de números com suas invocações, enquanto a Mestra da Torre Branca poderia fazer uso de numerosos espíritos com seus contratos com dois Reis Espíritos.
“Mesmo se eu fizer deste o campo de batalha… Se a Sábia Sienna também entrar na briga…”
Porém, o que mais preocupava Edmond era a possível ressurreição de Sienna. Embora ele nunca tenha tido a chance de se comparar a Sienna como mago, Sienna Merdein era uma Arquimaga que até ameaçou os Reis Demônios. Ele estava confiante em derrotá-la em uma batalha mágica um-a-um em um campo de batalha vantajoso, mas se a Sábia Sienna se juntasse ao grupo de seus poderosos inimigos… Ele julgou que suas chances eram mínimas.
— Então vou matar todos vocês com minhas próprias mãos… — Finalmente, ele tomou uma decisão. Deixaria a capital e marcharia, travando uma batalha decisiva para complementar os sacrifícios restantes necessários para o ritual.
Ele não sabia quanto tempo os oponentes precisariam, mas uma grande guerra seria suficiente para satisfazer os requisitos do ritual.
— Eu marcharei com os bárbaros até a Pegada do Deus da Terra imediatamente. Se você quiser fugir, fique à vontade para fazê-lo. Estou disposto a mostrar essa misericórdia. — Disse Edmond.
O grupo identificou a localização da Pegada do Deus da Terra estudando o mapa no dia anterior. O vale estava situado entre a Tribo Kochilla e a Tribo Zoran e era o único lugar na densa floresta que não tinha árvores. Segundo as crenças do povo nativo de Samar, o vale oco era uma pegada deixada pelo Deus da Terra e era considerado um local para as grandes tribos travarem batalhas em grande escala. Na verdade, foi palco de uma batalha feroz há alguns meses, quando os Kochillas e os Zorianos se enfrentaram pela primeira vez.
As palavras de Edmond foram um incentivo flagrante. Uma torre de ossos também foi erguida na Pegada do Deus da Terra, e as Veias Terrestres também foram torcidas. Mesmo assim, enfrentá-lo na Pegada do Deus da Terra ainda era melhor do que marchar até a capital da Tribo Kochilla para enfrentá-lo lá.
Crack.
As imagens ficaram borradas, consequência da destruição do olho mágico. Lovellian estalou a língua enquanto balançava a cabeça.
— É como você disse, Mestre da Torre Negra. Edmond está se apressando para terminar seu ritual.
Ele havia declarado sua intenção de marchar, embora não houvesse necessidade. A ânsia de Edmond em provocar seus inimigos a marcharem até a Pegada do Deus da Terra era uma indicação clara de seu desespero para completar o ritual a qualquer custo. Ele parecia não estar disposto a tolerar quaisquer obstáculos ou circunstâncias imprevistas, e o grupo percebeu isso pela sua ousada declaração de marchar em direção a eles.
Balzac observou atentamente a expressão de Eugene enquanto murmurava para si mesmo:
— Ele está tentando apressar mais do que eu esperava, mas posso adivinhar por quê. Ele está desconfiado da existência de Sir Eugene… Bem como da ressurreição de Senhorita Sienna. — Embora Balzac não tivesse ouvido diretamente sobre a ressurreição de Sienna, ele poderia atual que estava relacionado ao paradeiro dela.
“Se a Senhorita Sienna estivesse livre, não teria razão para ela não ter se juntado a nós… Parece que outras condições precisam ser atendidas para sua ressurreição.”
Balzac voltou sua atenção para Ramira. Embora nunca lhe tenha sido informada a identidade dela, ficou evidente que a menina era um filhote.
— Aquele Cavaleiro da Morte de antes. Era realmente Sir Hamel? — Cyan perguntou enquanto massageava seu rosto pálido com as mãos. — Não entendo por que ele teria dito qualquer uma dessas coisas. Ele quer acabar com o clã Lionheart? Por que Sir Hamel diria tal—
— Não. — Eugene cuspiu. — Aquele Cavaleiro da Morte… O corpo pertencia ao… Sir Hamel, mas a pessoa não era Sir Hamel.
— E como você saberia disso? — Perguntou Cyan.
Eu saberia disso, porque eu sou Hamel, seu moleque. Eugene mal se conteve para responder. Bem, agora que chegou até ali, não seria problemático para ele revelar sua verdadeira identidade. No entanto, por outro lado, Eugene pensou que poderia se matar de vergonha. Ele sempre falou sobre a grandeza de ‘Sir’ Hamel para Cyan, mas se Cyan descobrisse que Eugene era Hamel…
— Bem… Os espíritos podem ver as almas dos humanos. Tempest me disse que o Cavaleiro da Morte não era Sir Hamel. — Eugene explicou apressadamente.
— Tem certeza? Ele ficava dizendo que era Sir Hamel. — Disse Cyan.
— Por que eu mentiria para você sobre isso? E tenho certeza que você não saberia, mas Sir Hamel não é um idiota como aquele Cavaleiro da Morte. E, como você disse, por que Sir Hamel iria querer massacrar o clã Lionheart? Que razão ele teria para amaldiçoar Sir… Moron, a Senhorita Sienna e a Senhorita Anise? — Continuou Eugene.
— Talvez ele tenha ficado bravo depois de descobrir o conteúdo do conto de fadas? — Melkith sussurrou baixinho enquanto ouvia a conversa. Os ombros de Kristina tremeram de repente — resultado de Anise pigarrear de repente.
— Esse é um argumento válido. — Até Eugene teve que reconhecer isso. Sienna e Anise foram coautoras do conto de fadas e nunca imaginaram que Hamel reencarnaria quando escreveram a história. Na verdade, quando Eugene leu o conto de fadas pela primeira vez após reencarnar, ele rangeu os dentes.
No entanto, ele nunca amaldiçoaria Sienna e Anise por causa de um conto de fadas. Como ele poderia? Agora que teve a oportunidade de refletir sobre isso, com o luxo da retrospectiva, ele teve que admitir que sua morte no Castelo do Rei Demônio do Encarceramento tinha sido… Um suicídio egoísta. Ele escolheu sua própria morte depois de perceber que seu corpo estava quebrado e não podia mais lutar. Na verdade, era uma forma de preservar seu orgulho e ao mesmo tempo morrer em seus próprios termos. Ele esperava que seus companheiros ficassem furiosos com sua morte e derrotassem o Rei Demônio do Encarceramento.
Apesar de quaisquer desculpas que pudesse inventar, no final, sua morte foi feia e egoísta, e Eugene teve que admitir isso como um fato. O que Sienna e Anise fizeram com o conto de fadas poderia ser considerado trivial comparado ao que ele fez com elas.
“Embora eu desejasse que eles tivessem temperado um pouco menos com seus próprios interesses…”
Eugene balançou a cabeça, lembrando-se de como o conto de fadas terminou.
— Hmm, Sir Hamel não é tão superficial a ponto de amaldiçoar seus companheiros pelo conteúdo de um conto de fadas. — Disse Eugene.
— Como você saberia? — Perguntou Melkith.
— Como eu iria saber? E-Eu simplesmente sei disso. Afinal, sou o herdeiro de Sir Hamel, sucessor da Senhorita Sienna, e uh, conheci Sir Moron também… Uh… Ouvi deles exatamente o quão heroico Sir Hamel era. — Explicou Eugene.
[Kristina. Como Hamel pode dizer coisas tão embaraçosas com a própria boca?]
“Eu… Acho que Sir Eugene é… ótimo em auto-objetificação.”
[Meu Deus…! Kristina, você está claramente cega por alguma coisa aqui!] Anise gritou, fazendo Kristina corar levemente.
— Honestamente, não vale a pena se preocupar com esse Cavaleiro da Morte. Eu posso lidar com isso sozinho. Em vez disso, acho mais irritante que Amelia Merwin, a mestra do Cavaleiro da Morte, esteja conspirando com Edmond… — Eugene disse.
— Edmond apenas pegou emprestado o Cavaleiro da Morte. Amelia não virá para a floresta. — Respondeu Balzac.
— Como você pode ter certeza? — Perguntou Eugene.
— Assim como Edmond desconfia de mim, ele também desconfiará de Amelia. Em primeiro lugar, Edmond está usando os guerreiros e feiticeiros da tribo Kochilla como ferramenta, sem receber qualquer ajuda de outros magos negros ou demônios. Realizar um ritual tão grande sem receber qualquer ajuda é uma grande façanha, mas ele não está fazendo isso para mostrar suas habilidades, mas sim… Para eliminar todas as variáveis possíveis. — Balzac disse com um sorriso amargo. — Se Amelia tivesse cooperado com Edmond, este ritual já teria sido concluído. Se Edmond é um mago negro bem equilibrado, Amelia é uma necromante que está no auge. Um exército de mortos-vivos não precisaria de suprimentos ou descanso.
— Eu odeio magos negros, mas odeio mais os necromantes entre eles. — Eugene cuspiu, lembrando-se do rosto do Cavaleiro da Morte.
Mano o Balzac cada vez que abre a boca meljora como personagem.