Damn Reincarnation – Capítulo 226

Parecia que sua cabeça havia congelado. Eugene forçou os olhos e cerrou os punhos com força. O Sono Forçado, o poder dos Demônios da Noite, permitia que colocassem para dormir qualquer alvo à sua vista. Era mais uma sugestão intensa do que uma magia, e era um poder que todo Demônio da Noite possuía.

Naturalmente, a força real da habilidade variava dependendo do nível do próprio Demônio da Noite. Demônios da Noite de baixo nível precisariam olhar nos olhos de seu alvo por algum tempo antes que pudessem colocá-los para dormir, então a súcubo inferior da Rua Bolero encorajava suas tentativas com coisas adicionais como drogas e álcool.

No entanto, quando se tratava de Demônios da Noite de nível médio ou mais forte, eles podiam empurrar seu alvo para dormir com nada além de compartilhar um olhar e manter uma conversa. Como seu nome sugere, os Demônios da Noite cavam os sonhos de seus oponentes, então não é exagero dizer que o que os distingue um do outro é a rapidez com que conseguem colocar seus oponentes para dormir.

O oponente que Eugene enfrentava neste momento era poderoso o suficiente para forçar o sono imediatamente com um simples contato visual, e em várias pessoas. E de uma certa distância também, nem mesmo sendo necessário contato visual adequado com todos. Além disso, não era como se o grupo de Eugene estivesse despreparado e indefeso.

O poder divino de Kristina cresceu exponencialmente após o despertar de Anise, e a variedade e o poder da magia divina que ela poderia exercer também aumentaram. Mesmo assim, ela falhou em impedir completamente o sono forçado. Foi parcialmente porque Kristina não era tão forte quanto Anise em seu auge, mas também porque a existência no controle do corpo de Scalia era de uma classe completamente diferente, Noir Giabella, a Rainha dos Demônios da Noite.

“Comparada a trezentos anos atrás, ela está mais…”

Eugene podia sentir o interior de seu punho latejando. As pontas dos dedos estavam afundando na palma da mão e fazendo com que sangrasse, mas não havia como evitar. Ele sentiu como se fosse cair no sono instantaneamente se não se forçasse a se concentrar assim. O sono forçado de Noir não era tão forte trezentos anos atrás. Na verdade, o sono forçado de Noir nunca conseguiu penetrar na barreira de Anise. Como tal, Noir havia recorrido a outros métodos para assediar Hamel e seus companheiros no passado.

A tática mais comum era emboscá-los. Primeiro, ela tentaria dominar o grupo de Hamel com um grande número de Demônios da Noite. Então usaria seu Olho Demoníaco da Fantasia para mudar suas realidades e sonhos.

Mas e agora? Eugene olhou para Scalia, ou melhor, para Noir. Seus olhos estavam cheios de incontáveis estrelas e representavam os de Noir, mas este não era o Olho Demoníaco da Fantasia. Lembrando como ela resmungou por ter que usar um receptáculo de baixo nível, pode-se deduzir que nem mesmo o verdadeiro corpo de Noir assumiu o controle de Scalia. E, no entanto, seu sono forçado era tão poderoso… Havia uma explicação óbvia.

Trezentos anos era muito tempo, e Noir não dormia por aí. Noir Giabella tornou-se poderosa para superar seu apelido de Rainha dos Demônios da Noite. Ela agora era tão forte quanto os Reis Demônios de antes.

“Eu deveria tê-la matado trezentos anos atrás”, pensou Eugene com pesar.

[Devíamos tê-la matado trezentos anos atrás.] O mesmo pensamento também passou pela mente de Anise.

Noir estava no pico do povo demônio trezentos anos atrás. Ninguém esperava que ela buscasse uma força maior e a alcançasse. Claro, não houve muitas oportunidades adequadas para matá-la, mas ainda assim, tanto Anise quanto Eugene lamentaram não terem se esforçado ainda mais para eliminá-la.

— Você está sendo vigilante? Que fofo. — Noir disse com um sorriso largo. Ela ainda estava inclinando a cabeça para o lado como um gato curioso e continuou falando enquanto enrolava os cabelos ruivos de Scalia com os dedos. — Não precisa ter tanto medo. O que acabei de fazer foi… Bem, foi apenas uma pequena brincadeira. Vocês são considerados jovens, mesmo entre os humanos, certo? Para mim, todos vocês não passam de bebês balbuciantes.

Enquanto Noir continuou com uma voz divertida, Eugene e Kristina compartilharam um olhar silencioso.

Eles não enfrentavam o verdadeiro corpo de Noir, o que foi uma sorte. Se Noir estivesse ali pessoalmente, eles nunca teriam chance com sua força atual. Poderiam tentar enfrentar uma batalha contra o verdadeiro corpo de Noir de muitas maneiras diferentes, mas haveria apenas uma conclusão: era impossível para eles matar Noir agora. Mesmo trezentos anos atrás, isso era impossível para Hamel realizar sozinho, então era natural que esse resultado ocorresse, especialmente porque Noir ficou mais forte desde então.

“Poderíamos matá-la, já que não é seu corpo verdadeiro, mas… Qual é o sentido se não matarmos seu corpo verdadeiro?”

Eugene esfriou a cabeça e suprimiu sua intenção assassina.

[Não abra suas asas.]

Anise pensou da mesma forma. O único lado positivo era que ela não seria afetada pelo Sono Forçado ou a Cascata Onírica. Anise atualmente residia em Kristina, e estava mais do que acostumada com os ataques de Noir. Anise não era uma existência comum de forma alguma, e sua força mental excedia em muito a de qualquer ser humano normal.

O mesmo era verdade para Kristina também. Com as duas juntas, era impossível para Noir cavar no sonho de Kristina. Na verdade, não era exagero dizer que o grupo do Herói de trezentos anos atrás resistiu com sucesso às tentativas de Noir graças à presença da Santa.

Se Noir tivesse permissão para invadir Kristina, ela perceberia a presença de Anise. Naturalmente, Anise não queria que tais coisas acontecessem, e foi por isso que alertou Kristina para manter suas asas dobradas. Oito asas chamariam muita atenção de qualquer um, incluindo Noir.

— Você não está com medo. — Disse Noir com um sorriso alegre. — Os bebês de hoje em dia são muito corajosos. Longe de se sentir intimidado por mim, você sente raiva e vontade assassina. Além disso, as está segurando em vez de expressar suas emoções como um bebê?

— Então… — Eugene questionou. — Não devo sentir nada depois que você de repente sacou sua espada e nos atacou?

— Vamos lá. Eu te disse, não? Isso foi apenas uma pequena brincadeira. É… Pense nisso como uma diferença cultural. Pense nisso como uma diferença entre humanos e demônios. Além disso, eu não estava realmente tentando matar vocês. — Respondeu Noir com uma risadinha. Ela apontou para Dior, que estava meio enterrado na neve. — Mesmo esse jovem cavaleiro, certo? Eu poderia facilmente tê-lo matado quando ele ficou no caminho do meu ataque surpresa. Eu poderia matá-lo agora mesmo se eu quisesse. Ele está dormindo sem se importar com o mundo, então se eu pegasse minha espada e apenas…!

Noir de repente levantou a voz e balançou a espada.

— Eu poderia simplesmente matá-lo! Mas não vou, certo? É por isso que estou dizendo que é apenas uma brincadeira, uma piada. Acho que os humanos podem pensar que é um pouco exagerado, mas nada mais é do que uma brincadeira inofensiva para mim.

Sua espada parou milímetros na frente do pescoço de Dior. Noir riu antes de jogar sua espada para trás.

— Você se ofendeu? — Ela perguntou.

Eugene não respondeu, mas se concentrou em ficar alerta enquanto olhava para Noir. Após um breve momento de silêncio, Noir deu de ombros.

— Minha nossa… As crianças de hoje carecem de senso de humor. Nesta era de paz, não há razão para eu emboscar e matar os filhos do clã Lionheart, não é? Se eu fizesse isso, seria desastroso.

— E a princesa de Shimuin está bem? — Eugene repreendeu.

— Eu não a matei, matei? Esta princesa se esforçou demais para corresponder às expectativas dos outros. Ela treinou duro sem dormir, mas honestamente, suas habilidades são apenas mais ou menos. Eu não iria tão longe a ponto de dizer que ela é ruim, mas honestamente não é talentosa o suficiente para ser reverenciada como a Princesa Cavaleira. — Disse Noir. Ela ergueu a mão flácida e tocou a bochecha. — Que desperdício de sua juventude e aparência. Eu gostaria que ela pudesse viver com moderação e aproveitar sua vida em vez de ficar tão obcecada com a espada. Você entende do que estou falando? Eu não ataquei esta princesa. Eu a ajudei. Acho que não tem jeito mesmo, já que ela é assim por natureza, mas… Não é triste que ela nem consiga dormir direito?

— Não é que ela não consiga dormir. Ela parece não gostar. — comentou Eugene.

— É porque ela tem tanto medo. Bem, eu fui longe demais com a minha piada? Simplesmente mostrei a ela alguns sonhos, mas ela surtou e não queria dormir. Também não foi um pesadelo tão ruim. — Noir respondeu alegremente.

— Você é muito nojenta, não é? — Disse Eugene com um sorriso torcido. — Você vasculhou o sonho da princesa Scalia e assumiu o controle dele, porque sabia que não poderíamos agir descuidadamente contra a princesa de Shimuin.

— As piadas só são divertidas quando são sujas. Teria sido ainda mais divertido se você tivesse ferido esta princesa com sua espada… Ahahaha. Estou apenas brincando, apenas brincando. Só uma piada. Por favor, não me olhe assim. — Disse Noir com um aceno de mão. Ela então perguntou de repente: — Você sabe quem eu sou?

— A Rainha dos Demônios da Noite. — Respondeu Eugene.

— Como você sabia? Isso não é divertido! Eu ia me apresentar com uma expressão solene, mas agora você estragou tudo para mim.

— Tive uma ideia aproximada quando vi a princesa Scalia não querendo dormir. Não que eu esperasse que fosse a própria Rainha dos Demônios da Noite. — Disse Eugene.

— Devo dizer que você tem boa intuição? Ou uma rica imaginação? Ou… É como esperado de um Lionheart? — Noir olhou para Eugene com olhos brilhantes.

— Isso mesmo. Eu sou Noir Giabella, a Rainha dos Demônios da Noite. Você sabe o que esse nome representa? Você realmente sabe quem eu sou? Posso fazer o que quiser. Visar a princesa Scalia? É só uma brincadeira. Atacar vocês? Outra piada. Eu realmente não poderia considerar isso um ataque. E o fato de eu não ter cavado em seus sonhos? — O sorriso de Noir desapareceu em um instante. — É porque o nome Lionheart é mais respeitável do que Shimuin, aquele país insignificante do outro lado do mar. O fundador do clã Lionheart, Vermouth Lionheart, era um homem horrível para mim, mas também alguém que merecia admiração. Então respeito seus descendentes. Da mesma forma, respeito vocês que continuam o legado da Santa Anise Slywood, haha.

Mesmo sem um sorriso, os olhos de Noir ainda brilhavam como se fossem as inúmeras estrelas no céu, e quando seu olhar se voltou para Kristina, ela, sem saber, agarrou o mangual em sua cintura.

Desconsiderando a ação de Kristina, Noir continuou com sua explicação hipócrita.

— Bem, é realmente apenas uma piada e uma saudação para mim. Por que alvejei a princesa Scalia? Bem, infelizmente, meu verdadeiro corpo está em Helmuth. Estou aqui agora usando um íncubo de baixo nível, mas… Não seria embaraçoso me mostrar em um corpo tão lamentável? É por isso que cavei nos sonhos da princesa. A rainha e a princesa. Se eu ceder um pouco, está quase certo, não é?

— Uma saudação? — Perguntou Eugene enquanto inclinava a cabeça para o lado.

Noir mais uma vez exibiu um sorriso brilhante e bateu palmas. — Isso mesmo, uma saudação! Por quê? Não gostou?

— Seja qual for a sua intenção, ainda é verdade que tentou nos forçar a dormir e nos assediar em nossos sonhos. — Eugene apontou.

— Ah, como assim, assediar? Olhe em volta. Nada além de branco e vento por toda parte. Não é mais divertido nos divertirmos em um lugar bonito feito em nossos sonhos do que neste lugar desolado? Isso é o que eu queria fazer. — Noir disse alegremente.

— Você atacou a princesa de Shimuin, a família Lionheart e a Candidata a Santa de Yuras. — Eugene disse sem rodeios.

— Ah. Então você quer fazer disso uma questão política? Não seja tão exigente. Você realmente acha que pode me ameaçar, uma duquesa de Helmuth, com algo assim? Não adiantaria nada me ofender.

O sorriso de Noir permaneceu inabalável. Ela estava certa. Não havia nada a ganhar, e Eugene não queria fazer de Noir Giabella uma inimiga ainda. O mesmo aconteceu com Anise, que estava assistindo à situação se desenrolar por meio de Kristina.

— Você está certa. — Eugene concordou. Parecia que espinhos estavam crescendo em sua boca e ele engoliu pedaços de uma lâmina. Mesmo assim, se forçou a concordar com a cabeça. — Não tenho intenção de tornar isso uma questão política, embora não possa dizer o mesmo da princesa de Shimuin.

— Ahaha. Você não precisa se preocupar com isso. Esta princesa e aquele cavaleiro pensarão em tudo como um sonho. Nada vai acontecer enquanto você conseguir convencer aqueles lindos bebês adormecidos atrás de você. A propósito, você vai continuar me chateando? — Noir perguntou com um beicinho.

— Do que você está falando? — Perguntou Eugene.

— Você realmente não sabe? Não sabe o quanto sua atitude contundente está me machucando? — Disse Noir em um tom abatido. Sua expressão mudou mais uma vez. Lágrimas encheram seus olhos como se ela estivesse genuinamente triste e, depois de algumas piscadas, as lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Scalia. — Por que você não me diz seu nome?

Eugene apenas continuou olhando para Noir.

— Ah, claro, eu sei quem você é. Mas mesmo que eu saiba quem você é, quero ouvir diretamente de você. Eu te disse meu nome, não disse?

Em vez de responder, Eugene fez um leve movimento com a mão dentro do manto. Mas foi isso. Ele não puxou a mão. Esta era uma das maiores vantagens do Manto das Trevas. Enquanto ele mantivesse a mão dentro dele, nem mesmo a Rainha dos Demônios da Noite saberia quais armas Eugene usaria.

— Vai sacar Altair? — Noir adivinhou. — Não pense em esconder. Eu sei que você é o mestre de Altair, a Espada Sagrada. É uma das razões pelas quais vim até esta terra fria.

— E daí? Existe alguma razão para continuar falando comigo? — Perguntou Eugene.

— Uau, você é muito direto. É porque você é descendente de Vermouth? Realmente é semelhante a ele em como é franco. A necessidade de continuar nossa conversa, você diz? Claro que existe! Eu ainda não ouvi você dizer seu nome—

— Eugene Lionheart. — Cuspiu Eugene antes que Noir pudesse terminar.

Noir não reagiu imediatamente e simplesmente encarou Eugene. Depois de piscar algumas vezes, ela riu.

— Você me odeia tanto assim? Acho que não fiz muito para ser odiada por você… Hehe, você sabe que seu ódio e determinação só me estimulam mais?

Noir começou a caminhar em direção a Eugene em um ritmo vagaroso.

— Desde muito tempo atrás, eu me sentia atraída por pessoas obstinadas que me desprezavam. Eu quero cavar em seus sonhos e ver seu traseiro nu. Quero deixá-lo louco do prazer que só eu posso dar. Claro, posso fazer isso na vida real também, já que sou um Demônio da Noite.

— Não diga coisas tão nojentas. — Cuspiu Eugene.

— Ahaha, essa é uma boa reação. É revigorante e fofo. Dizem que você é a segunda vinda do Vermouth… Mas era Hamel quem me odiava tanto assim, e não Vermouth. Ah, você sabe quem ele é, certo? Hamel, o Tolo. — Disse Noir.

Como se ele não soubesse. Eugene silenciosamente ativou a Fórmula da Chama Branca, e quando uma chama roxa começou a subir ao seu redor, Noir parou em seu caminho.

— Hmm, isso está além do que eu imaginava. Acho que não poderia me divertir com você neste receptáculo e corpo de má qualidade. — Comentou Noir.

— Não pretendo me divertir com você. — Respondeu Eugene sem rodeios.

— Que fofo.

A luz em seus olhos se apagou e os olhos perderam o foco antes de se fecharem. O corpo de Scalia caiu para a frente, mas o olhar de Eugene estava em outro lugar.

Pssssss…

Uma substância parecida com névoa negra emanou do corpo de Scalia. A névoa se fundiu em um único ponto, e o Demônio da Noite formou-se antes de se erguer. Seu rosto não era muito diferente do que Eugene lembrava de trezentos anos atrás. Seu rico cabelo descia até os tornozelos, seus olhos brilhavam como as estrelas no céu e um chifre vermelho crescia em sua testa.

— Eu gosto de você. — Disse Noir a Eugene com um sorriso. Ela levantou o dedo e apontou para Kristina. — O mesmo vale para você, Kristina Rogeris. Com esse manto e rosário em volta do pescoço, parece mesmo que estou vendo Anise Slywood de trezentos anos atrás.

— É um prazer ouvir tal avaliação de você. — Respondeu Kristina.

— Não é mesmo? Minha avaliação é uma garantia certa, pois conheço a Anise há trezentos anos. Você deveria tomar isso como uma honra e se alegrar. — Noir proclamou.

Ela mexeu os dedos e formou um pequeno círculo. A mana negra se juntou para formar duas moedas.

— É um presente. — Disse ela. As moedas voaram em direção a Eugene e Kristina e pairaram na frente deles. Naturalmente, não estenderam a mão. — Em breve, o Parque Giabella será concluído em Helmuth. Com essas moedas—

— Não preciso disso. — Eugene cuspiu abruptamente.

— Vamos lá, não fique assim. Venha visitar, vai ser muito divertido. Não, não, na verdade, fere meu orgulho implorar tanto. Hmph, se você não quer, então não venha. — Noir disse mal-humorada.

As moedas despencaram do ar e caíram na neve.

— Realmente vou embora agora, então vou te dar uma última chance. Se me pedir para não ir—

— Vá. — Interrompeu Eugene.

— Bem, tudo bem. Estou indo mesmo. Mas é um pouco decepcionante agora que vou embora. Você gostaria de dormir comigo antes de eu ir? — Noir perguntou.

A expressão de Eugene se contraiu com sua sugestão repentina. Kristina também a encarou com o rosto pálido.

[Essa vadia maluca], Anise também cuspiu palavras duras sem esconder sua raiva.

Noir deu de ombros calmamente, apesar dos olhos penetrantes e assassinos.

— Não leve a mal. Estou perguntando de uma forma completamente formal, como um Demônio da Noite. Estou apenas me oferecendo para mostrar seus desejos.

— Desapareça. — Rosnou Eugene.

— Tudo bem, tudo bem. Realmente estou indo. Ah, mas… Parece que você não gostou muito da minha piada e saudação, então vou me desculpar antes de ir. As unhas de Noir se alongaram como uma lâmina afiada e ela colocou as unhas no pescoço enquanto ria. — Essa cabeça pode não ser um pedido de desculpas suficiente, mas a sinceridade é o mais importante de qualquer maneira, certo?

Ela cortou a própria garganta com um golpe das pontas dos dedos.

Fwoosh!

Uma torrente de carmesim derramou da ferida, e sua cabeça meio dilacerada inclinou-se para o lado sob seu próprio peso. Mas Noir continuou a rir enquanto o sangue escorria de seus lábios. Ela agarrou a cabeça com a outra mão e puxou-a para o lado.

— Espero ver todos vocês em Helmuth um dia. — Ela sussurrou pouco antes de sua cabeça ser completamente arrancada. O corpo sem cabeça caiu no chão e não demorou muito para que ele mudasse. Estava voltando à sua aparência original após a partida de Noir.

Eugene encarou o corpo sem dizer nada, e logo o corpo do íncubo se espalhou e desapareceu na névoa. Os lábios de Kristina se moveram ativamente no silêncio, e uma luz brilhante varreu os arredores.

— Ela se foi. — Declarou Kristina.

Não havia sinal de Noir nas proximidades. Kristina caiu no chão com um longo suspiro, e seu coração batia rapidamente. Seu medo havia vencido e ela tremia incontrolavelmente.

— Você fez bem em se conter. — Foi Anise quem falou após um momento de silêncio. Ela levantou a cabeça e olhou para as costas de Eugene. — Acho que foi uma sorte em muitos aspectos que Noir Giabella não tenha vindo com seu verdadeiro corpo. Graças a isso, percebemos o quão forte ela se tornou nesta época.

— Isso mesmo. — Eugene concordou facilmente.

— Eu estava nervosa. Achei que você poderia perder o controle e atacar Noir Giabella.

— Eu sei distinguir quando devo e não devo fazer esse tipo de coisa. Eu também era assim trezentos anos atrás.

— Você não era assim no começo, Hamel. Você só conseguiu desenvolver o autocontrole por causa da minha educação. — Repreendeu Anise.

— Talvez um pouco. — Eugene concordou antes de olhar para baixo. Ele viu uma moeda preta de cassino enterrada na neve. No centro da moeda estava o rosto sorridente de Noir Giabella. — Tem razão, Anise. Foi realmente uma sorte termos a oportunidade de ver a diferença entre nós e Noir Giabella.

Eugene pegou a moeda, e a chama da Fórmula da Chama Branca ejetou de seus dedos e a queimou sem deixar vestígios.

No final, era apenas uma questão de tempo. Eugene um dia mataria Noir Giabella.

— Isso é o bastante.

Eugene riu enquanto sacudia o sangue da palma da mão.