— Mesmo assim, não foi longe demais? — Dezra perguntou, exasperada.
Desde o amanhecer, o dia dela foi agitado. Embora raramente participasse de combates e tivesse uma patente baixa, Dezra também era uma gladiadora registrada em Shimuin. Em quatro dias, uma batalha que parecia ser uma vitória garantida a aguardava. Normalmente, ela teria participado, mas concordou em se juntar à subjugação da Imperatriz Pirata, então teve que reorganizar sua agenda de lutas.
Foi por isso que ela e Carmen visitaram o proprietário do Coliseu de Mador no raiar do dia para cancelar o duelo agendado.
No entanto, à tarde, quando ela voltou para sua mansão, não tinha certeza do que havia acontecido em sua ausência. Dezra encarou Eugene, genuinamente perplexa e irritada.
— Você conhece o apelido da Senhorita Ciel, certo? É a Rosa Branca. A Rosa Branca! Mesmo depois de mais de trinta batalhas, nem um arranhão ou mesmo uma partícula de poeira manchou a imaculada Rosa Branca! — Dezra gritou.
— Uh… bem…
— Hmm, o quê? O que é essa hesitação? Fale, Eugene Lionheart! Mesmo que você e a Senhorita Ciel sejam irmãos, mesmo que tenha sido apenas um treino, como você pôde jogar a Rosa Branca no chão? E de costas, ainda por cima!
— Hm…
— Uma pessoa comum teria morrido com uma queda dessas. Se não a morte, a espinha teria se despedaçado, deixando-os confinados à cama para o resto da vida—
— Espere. — Eugene interrompeu Dezra com uma expressão séria. Embora ele reconhecesse a maior parte de suas reivindicações, algo simplesmente não estava certo para ele.
— Por que você trata Ciel com formalidade e fala informalmente comigo? — Ele perguntou.
Ele não estava tentando mudar de assunto, mas sim estava genuinamente curioso.
Dezra pausou momentaneamente em sua tentativa fervorosa de fazer seu ponto. Naquele breve instante, seus pensamentos voltaram quase uma década atrás, de volta à Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea, onde ela conheceu Eugene Lionheart pela primeira vez. Ela se lembrou de falar informalmente naquela época também…
Dezra limpou a garganta de maneira constrangedora enquanto desviava o olhar de Eugene.
— Peço desculpas… Sir.
— Muito bem. — Eugene aceitou a forma como ela o tratou.
— Mas este é um tópico completamente diferente. Você ainda errou, não foi, Sir… Eugene? Por que você jogou a Senhorita Ciel no chão? — Dezra perguntou.
— Ciel quis assim. — Respondeu Eugene.
— Fale algo sensato! Quem em sã consciência desejaria ser jogado no chão…?
Antes que Dezra pudesse terminar, ela foi interrompida por um riso abafado de Sienna, que estava ouvindo silenciosamente a conversa do sofá. Pega em flagrante, ela cobriu apressadamente a boca com as duas mãos.
Totalmente perplexa, Dezra encarou Sienna. Embora desejasse perguntar por que Sienna ria, considerando sua reputação como a Sábia Sienna, ela não podia facilmente se permitir indagar. Apenas assumiu que devia haver uma explicação razoável.
—O que é isso de chamá-la de Rami? É o ‘Rami’ em ‘Rami-tardada’?
Enquanto isso, Sienna estava imersa em algo completamente diferente e tentava desesperadamente ignorar o comentário de Eugene sobre o jogo de palavras que se repetia em sua cabeça.
Para salvar Sienna, Carmen começou a abordar a pergunta não respondida de Dezra do outro lado do sofá.
— Ela simplesmente não queria simpatia piedosa. — Ao lado dela estava Ciel, agora limpa da poeira de sua queda. Carmen olhou momentaneamente para o rosto de sua discípula antes de perguntar. — Quanto tempo você planeja ficar deitada?
Ciel havia retomado os sentidos há algum tempo. De todos na sala, apenas Dezra não havia percebido isso. Os arranhões de seu impacto no chão haviam sido cuidados por Kristina, então ela não tinha mais ferimentos físicos. No entanto, Ciel sentia uma dor persistente profundamente dentro de si.
Era especialmente proeminente na profundidade de seu peito. Ciel discretamente mordeu o interior do lábio em resposta à dor inconfundível.
— Estava refletindo sobre a situação. — Dizendo isso, Ciel abriu os olhos e se sentou. — Embora parecesse que foi sem sentido. Depois de ser derrotada assim, havia pouco a aprender com a reflexão.
— Não gosto da frase ‘foi sem sentido’. — Disse Carmen com uma leve inclinação de cabeça. — Cada derrota carrega significado. Mesmo que alguém seja completamente derrotado, eles devem encontrar significado nessa derrota.
— Hmm, ouvindo você dizer isso… acho que não foi completamente sem sentido. — Admitiu Ciel.
— Você aprendeu algo? — Perguntou Carmen.
— Sim. Aprendi que mesmo que seja apenas chão nu, cair de costas pode ser extremamente doloroso, o suficiente para morrer. — Ciel encolheu os ombros com um sorriso brincalhão e continuou. — Mas agora, não sinto mais dor. Será que é graças à Santa?
Os olhos de Ciel encontraram os de Kristina, seu rosto impassível. Ciel usava o mesmo sorriso brincalhão que exibia com frequência. Mas tanto Kristina quanto Anise rapidamente perceberam a farsa. As expressões não eram diferentes de máscaras, e a Santa de Yuras sempre foi hábil em mudar as delas.
— Não era uma lesão grave para começar. — Disse Kristina enquanto usava uma máscara própria. Ela achava necessário. Se revelasse seus verdadeiros sentimentos e olhasse para Ciel com evidente ‘simpatia’, era possível que algo se quebrasse na orgulhosa jovem nobre.
[Mesmo pensar isso é simpatia], apontou Anise com um tom amargo, mas Kristina não mudou a fachada escolhida.
— Eu a tratei, mas dói em algum lugar, ou você se sente desconfortável de alguma forma? — Perguntou Kristina.
— Há algumas coisas, mas acho que não é algo tratável, mesmo para você, Santa Rogeris. — Respondeu Ciel antes de desviar o olhar e varrê-lo pela sala.
Primeiro, ela olhou para Sienna do outro lado da sala. Então, Ciel desviou o olhar do sofá em direção a Dezra perto da janela. Dezra, ingênua e bondosa, parecia prestes a chorar, mesmo sem saber a razão.
— Eu tenho um pedido. — Finalmente, o olhar de Ciel se fixou em Eugene. Encarando-o intensamente, ela continuou. — Senhora Carmen, peço desculpas, mas você poderia sair da sala? Dezra, você também.
Carmen prezava Ciel como pupila. Embora Ciel fosse sua bisneta por linhagem, seus sentimentos por sua discípula eram muito mais profundos do que os de uma parente distante. Carmen se levantou silenciosamente de sua cadeira sem questionar.
— Ah… Sim. — Dezra obedeceu também. Embora não fosse a garota mais sagaz, ela sentiu que esse não era o momento de questionar Ciel.
— Então nós também… — Kristina recuou enquanto olhava para Sienna, que se levantou do sofá, percebendo a seriedade da situação.
— Não. — No entanto, Ciel segurou o pulso de Kristina. Seus olhos dourados estavam fixos em Sienna quando ela disse. — Vocês duas devem ficar aqui.
— O quê?
— Uh… por quê?
— Porque vocês têm que ficar. — Disse Ciel firmemente. Seu coração doía, e suas emoções estavam abaladas. No entanto, a voz de Ciel não traía seu verdadeiro estado. Ela estava se esforçando ao máximo porque sentia que era necessário.
Eugene permitiu que a situação se desenrolasse conforme Ciel estava dirigindo. Afinal, ele era responsável pelo estado atual das coisas, e não era um covarde que viraria as costas e fugiria devido aos resultados de suas ações.
Depois que Carmen e Dezra saíram da sala, Eugene encarou Ciel antes de falar.
— Ciel—
— Eu vou falar. — Ciel o interrompeu no momento em que ele pronunciou o nome dela. — Eu, eu tenho muitas coisas que quero te perguntar. Eugene… Eugene Lionheart. No entanto, o que vou dizer agora é, bem, eu vou dizer muitas vezes… Bem, aqui está a primeira.
Ela não conseguia articular suas palavras como desejava. Não queria agir assim, mas não estava indo como planejado. Ciel pressionou seu coração dolorido e respirou fundo.
— Quando foi? — Essa foi a primeira pergunta dela. — Quando você soube dos meus sentimentos? — Ela perguntou.
Não havia como rodear a questão. Ciel encarou Eugene, que estava em pé junto à janela.
— Há muito tempo. — Disse Eugene, olhando-a nos olhos.
— Muito tempo? Quando? Exatamente quando? — Ciel perguntou.
— Depois que fui adotado pela família principal. — Respondeu Eugene.
Ciel tinha treze anos, e como uma garota de treze anos poderia esconder bem seus sentimentos? Talvez Ciel tenha assumido que escondeu seus sentimentos bem, mascarando-os por trás de suas piadas.
Mas isso não refletiu em Eugene como tal. Embora ele também tivesse treze anos na época, tinha experiências e memórias de sua vida passada.
— É mesmo? — Ciel assentiu com uma risada vazia.
Já se passaram oito anos. Quando Cyan, Ciel e Eugene tinham treze anos, passaram pela Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea, e Eugene foi adotado pela família principal após ser reconhecido por suas habilidades.
Sua mãe, Ancilla, era sábia e calculista. Em vez de fazer um inimigo do gênio de treze anos, ela esperava que seus filhos pudessem se tornar verdadeiros irmãos de Eugene. Eugene não poderia se tornar o patriarca da família como alguém da linhagem colateral. No entanto, ela nunca conseguira descansar tranquilamente. O garoto de treze anos tinha mostrado talento demais. Então, embora pudesse ter tentado manter Eugene sob controle, ela escolheu conectar Eugene aos gêmeos através de laços de afeto.
—Não faça um inimigo de Eugene. Construa um vínculo de irmandade. Faça com que ele possa se tornar sua força. Não o menospreze por ser adotado. Trate-o como um igual. Brinquem juntos, treinem juntos e criem memórias. Certifique-se de que ele não nutra ressentimentos contra você. Faça com que, um dia… ele possa ficar ao seu lado e ajudá-lo.
As palavras eram destinadas a Cyan, mas Ciel também captou sua essência. Mesmo antes de ouvir as palavras de sua mãe, Ciel estava muito interessada em Eugene.
Ele era um parente distante de uma vila remota que ela nunca tinha ouvido falar. Em sua chegada, ele venceu seu irmão no primeiro dia e emergiu triunfante na Cerimônia de Continuação da Linhagem Sanguínea. Para Ciel, sempre curiosa, Eugene era simplesmente fascinante demais para ser ignorado.
Ela ansiava se aproximar, tornar-se irmã de verdade. Havia muitas razões para fazer isso. Do ponto de vista de Ciel, a escolha era simples. Ela se aproximaria casualmente, iniciaria uma conversa e, se sentisse qualquer relutância, pressionaria ainda mais. Criada sem restrições dentro do clã, a súbita aparição de um novo irmão era um conceito novo para ela.
Irmãos? Aos treze anos, essa palavra parecia estranha para ela.
Sim, naquela época, era apenas um sentimento peculiar. Aquela sensação inexplicável, que ela não conseguia articular muito bem naquela idade jovem, mais tarde se transformou em um sentimento mais negativo com o advento da adolescência.
Irmãos? A ideia era absurda. Cyan, seu irmão gêmeo, compartilhava ambos os pais. Mesmo Eward, meio-irmão, compartilhava metade do seu sangue.
Mas e Eugene Lionheart? Ele era um estranho — era assim que ela queria percebê-lo. Era assim que ela tinha que percebê-lo. Ele não era um irmão, mas um homem. Assim como ela o tinha considerado dessa maneira, Ciel Lionheart desejava que ele a visse da mesma forma.
— Você sabia o tempo todo. — Ciel manteve sua máscara, sem estar pronta para revelar as emoções que se agitavam por baixo. — Por que você…? Não, isso é uma pergunta clichê demais, não é? Eu sei o que você vai dizer, Eugene. Como você não poderia? Você sempre me tratou da mesma forma, seja agora ou oito anos atrás.
— Ciel—
Eugene disse quietamente.
— Eu sei. Aos seus olhos, eu sou para sempre a garota de treze anos, a menina atrevida que pensa que é a coisa mais fofa do mundo.
“Ainda não,” Ciel disse para si mesma. Tremendo, ela apertou os punhos que estavam descansando em seu colo.
— Eu quero perguntar algo… diferente. Não muito diferente. A pergunta é a mesma. Eugene, quando? — Ciel continuou. — Quando você começou a namorar a Santa, Kristina Rogeris?
— Ciel—
Eugene chamou novamente.
— Não me diga que você vai negar? Vocês dois… Não, haha, espere, pessoal. — Cuspiu Ciel.
O turbilhão ardente dentro de seu peito se recusava a diminuir.
Não, não era mais uma simples dor, mas um calor intenso. Parecia que as chamas rugiam dentro de seu ser. Essas chamas queimavam o coração de Ciel com seu abraço abrasador, tentando fazê-la liberar sua fumaça amarga e cáustica com suas palavras.
— Desde quando? — Ela repetiu.
— Senhorita Ciel. — Kristina estava perdida, incerta da expressão que deveria adotar.
Tanto Kristina quanto Anise sabiam que seu relacionamento com Eugene só existia devido à misericórdia e compreensão de Sienna. Elas estavam dolorosamente cientes; portanto, as duas Santas constantemente buscavam conquistar os afetos de Hamel — ou seja, de Eugene.
A simples ideia de Sienna as rejeitando na cara delas era aterrorizante. Embora frequentemente lançassem palavras travessas e sorrisos sarcásticos para Sienna, era a maneira delas de se defender, de se proteger.
Estava tudo bem fazer isso, já que o interlocutor era Sienna, pois ela entenderia, dada a ligação de três séculos atrás. Sem tal entendimento, elas estariam para sempre à mercê de Sienna.
No entanto, seu oponente atual não era Sienna Merdein, mas a jovem de vinte e um anos, Ciel Lionheart. Enquanto Sienna podia ver as Santas como uma serpente de duas cabeças, Kristina e Anise não eram literalmente assim.
— Não faz muito tempo. — Eugene interveio, não deixando as Santas responderem. Ele se acomodou em frente a Ciel e continuou. — Havia sinais das emoções antes. Eu só estava cego demais para reconhecê-los.
— Haha. — Ciel soltou uma risada sarcástica enquanto baixava o olhar. Após uma pequena pausa, ela disse. — Sim, eu sabia. Vocês… não, vocês todos eram bastante óbvios. Não eram, Santa Rogeris? Desde que você veio para a Mansão Lionheart como convidada, você olhou para Eugene com olhos cheios de mel.
— Senhorita Ciel… — Kristina começou.
Mas Ciel a cortou.
— Eu posso entender isso. A Santa e o Herói, não é um par improvável.
Quem começou isso?
Quem se apaixonou primeiro?
Quem confessou primeiro?
Quem foi o primeiro a…
Ciel pressionou a mão sobre a boca, silenciando mais perguntas. Ela temia as respostas que poderia ouvir. Estava certa de que as chamas dentro dela haviam queimado tudo, deixando apenas cinzas para trás…
— Mas isso, eu não consigo compreender. — Ela exclamou, sua mão ainda sufocando sua boca. — Santa Kristina Rogeris. Você, eu posso entender. Mas a Sábia Sienna? Senhorita Sienna, o-o que é você?
Ela sabia que sua pergunta era extremamente rude, quase insultante. No entanto, ela não podia suportar mais sem buscar clareza.
— Senhorita Sienna… Você não pode. Certo? Você não é da mesma geração que nós. Você percebe isso também, não é, Senhorita Sienna? I-Isso é… É absurdo.
— Uh… Hm…
Sienna não podia assumir a mesma postura de Kristina ou Anise. Desde o momento em que Ciel começou seu interrogatório, tudo parecia tão desconfortável e torturante quanto se estivesse sentada em uma cama de espinhos. Sienna apenas moveu os lábios sem conseguir formar uma resposta.
— De todas as pessoas… Por que você, Senhorita Sienna, faria isso com todas as pessoas? — A voz de Ciel vacilou de confusão. — Nós somos descendentes do Grande Vermouth. E, Senhorita Sienna, você não amou Hamel, o Tolo?
— H-Hamel foi quem confessou… — Sienna murmurou hesitante.
— Mas vocês compartilharam os mesmos sentimentos, não foi? Contos de fadas podem diferir da verdadeira história, mas ainda assim… isso… isso não deveria ser. Não pode ser, de jeito nenhum. — Ciel continuou a expressar suas dúvidas.
— O que não deveria ser? — Eugene interveio com um suspiro profundo mais uma vez. — As emoções não seguem absolutas, Ciel.
— Você ousa me dizer isso?! — A voz de Ciel se quebrou de raiva. — Agora você diz que as emoções não são absolutas? Você, que sempre me tratou como uma mera criança, ousa dizer isso?!
A tontura dominou Ciel. Eugene tentou falar, mas Ciel rapidamente o cortou com um gesto. Ela não queria ouvir a resposta dele. Ela tinha medo.
— Quando começou? — Ciel pressionou, fazendo a mesma pergunta. — Com a Senhorita Sienna? Desde sua primeira viagem a Samar?
Eugene apenas a encarou em silêncio.
— Por que você não responde? Tudo bem, não vou pressionar. Em vez disso, vou perguntar algo mais. Quem foi primeiro? — Ciel questionou incansavelmente.
— O que você quer dizer com isso? — Eugene respondeu.
— Haha, hahaha! — Ciel começou a rir inconscientemente com essa resposta.
Quem foi?
Quem se apaixonou primeiro?
Quem confessou seus sentimentos primeiro?
Quem foi o primeiro?
— Entre a Senhorita Rogeris e Senhorita Sienna, quem foi?
A pergunta parecia desconcertar todos os presentes. Um silêncio pesado envolveu a sala, durante o qual Ciel riu amargamente.
— Eugene, eu não te culpo. Honestamente, eu posso ser a estranha. Afinal, nós somos… somos irmãos, certo? Mas pense sobre isso. Quando tudo começou, nós tínhamos apenas treze anos. Você entende o que estou querendo dizer? Passamos mais tempo como estranhos do que como irmãos.
Ciel não podia mais manter sua compostura. Ela não conseguia mais manter a mão pressionada sobre a boca.
— Quem foi primeiro? — Ela repetiu, determinada. Não havia mais fachadas para ela se esconder. Ela não conseguia. Ciel se levantou com dificuldade, e embora Kristina tenha estendido a mão para apoiá-la, Ciel a afastou com ferocidade.
— Fui eu. — Ciel confessou, sua visão embaçando. — Não foi a Senhorita Rogeris ou a Senhorita Sienna. Fui eu, Ciel. Eugene, Eugene Lionheart, eu fui a primeira a te ver.
Lágrimas escorriam quentes por suas bochechas; a sensação de queimação parecia como se chamas flamejantes saíssem de seus olhos.
— Eu fui a primeira, a primeira a te adorar. Eu, que você sempre viu como uma simples pirralha! Fui eu que te amei antes de qualquer outra pessoa.
Todos ficaram em silêncio diante da declaração angustiante de Ciel.
— Mas por quê? — Ciel cambaleou para se aproximar de Eugene. — Por que não posso? Por que você só me vê como uma criança? Por que não posso ser uma mulher para você? O que me falta?
Palavras não filtradas escaparam de seus lábios.
— Não me venha com a bobagem de que não houve tempo suficiente. Eu te conheço desde criança. Assim como você me viu crescer, eu também te vi. Eu não te vejo mais como uma criança, então por que você não pode enxergar além da minha juventude?
Ela se sentia lamentável.
— Não entendo o que… O que me falta. Eu sou feia? Falta charme? É meu temperamento? Porque minha personalidade é ruim? Se for algo disso, posso mudar.
— Não é isso. — Eugene disse firmemente.
— Então o que é? Por que não pode ser eu? — Ciel gritou através de suas lágrimas.
Os olhares das pessoas ao seu redor não importavam mais. Ela não pensou em como enfrentaria o mundo depois disso. Ela estendeu as mãos e segurou os ombros de Eugene com força.
— E-Eu… te disse, eu te vi antes de qualquer outra pessoa. Gostei de você e te amei antes de qualquer outra. É ainda o mesmo. Eu… Eu…
— Isso não é verdade. — Disse Eugene.
As lágrimas que Ciel derramava eram dolorosamente claras. Eugene podia sentir seu peso enquanto escorriam por seu rosto e caíam do queixo. A maneira como suas mãos tremiam ao agarrá-lo abalou o coração de Eugene.
— Não foi você quem me viu e amou primeiro. — Ele disse.
— O que você está dizendo…?
— Eu não sou o Eugene Lionheart que você conhece.
Ele não queria mentir para Ciel enquanto ela soluçava.
— Eu sou Hamel. — Ele admitiu.
— O quê…?
— Hamel, Hamel Dynas. Eu sou a reencarnação de Hamel, que morreu há trezentos anos. — Eugene suspirou profundamente ao confessar. Os olhos cheios de lágrimas de Ciel ficaram em branco.
Ela tinha que acreditar nele. Isso é o que Eugene esperava. Doía seu coração, o deixava cru e contraído, mas ele pensou que essa revelação faria com que Ciel entendesse e recuasse.
— O quê…? — Os lábios trêmulos de Ciel se abriram. — E daí?
Esse “e daí” kkkkk. Não esperava!
“e daí” caralho eu não esperava essa reviravolta
Man… Mesmo recebendo essa revelação ela disse idai mesmo que vc seja hamel dynas mesmo que vc seja o Deus da luz ou quem quer que fosse pra mim vc e apenas eugene lionheart.
-Eu sou Hamel
-E daí?
ABSOLUTE CINEMA ✋😮🤚
cai fora ciel, ele ja pertence as milfs jovens e harem é merda.
Quando a Anise ganhar um corpo oq seria da Kristina então “milfs jovens”. Harém é vida!
Caramba… Só espero que ele dê uma chance pra ela
That is Cinema Senhores! Absolute cinema!
Absolute cinema!