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The Zombie Knight Saga – Capítulo 23

Teu amado parentesco…

3° Juramento: Família e Honra



Uma semana é bem específico. — Garovel disse. Como você sabe quanto tempo se passou?

Bom, no caminho de volta, os policiais estavam realmente muito felizes. Hmm… eles me contaram que foi incrível, porque eu estava desaparecido já faziam três semanas… e sabiam que tinha sido mais tempo.

Garovel ficou quieto brevemente mais uma vez.

Bom, puta merda, Hector. Sinto muito. Não percebi que era tão ruim assim.

Eu… não é, quero dizer… se eu tivesse conseguido explicar para as pessoas da assistência social, então talvez… mas eu… eu só…

Não, pare com isso. Com certeza que não é sua culpa. O que quero saber é como o Serviço Social não te tirou dos seus pais.

Ser-Serviço Social? Eu, uh… eu não, ah…

Bah. Como não perceberam que esse era um caso de negligência? O incidente foi relatado como um abuso infantil? Ou talvez eles só pensaram que você fugiu?

Eu não sei de nada disso, hmm… quero dizer, ne… negligencia? Sé-sério, não é assim… uh…

Hector. Uma coisa é os seus pais serem um pouco distantes de você ou não se interessarem muito na sua vida de adolescente. Outra coisa totalmente diferente é eles esquecerem o filho de dez anos em outra cidade.

A moto começou a desviar do curso e ele teve que corrigir o caminho.

Mas tá… está tudo bem. Quero dizer, eu nunca pensei nisso desse jeito, então…

Claro que não. É como você foi criado. Mas não significa que esteja tudo bem.

Hector não tinha resposta para aquilo.


O restante da viagem foi bem silencioso. Garovel aproveitou a chance para descansar, com a recomendação de que Hector deve acordá-lo se ele se perder, mas era só uma linha reta daqui para frente, então ele não se preocupou muito.

Em vez disso, estava mais preocupado com o desdém óbvio de Garovel quanto aos seus pais. Mesmo quando finalmente viu as torres de Brighton aparecendo no horizonte, isso ainda o incomodava.

Hector não podia pensar explicitamente, com medo de acordar Garovel, mas as ideias ainda pairavam silenciosamente em sua mente, nunca formando palavras conscientes, mas ainda assim o deixando inquieto.

Ele não pensava mal de seus pais. Eles cuidaram dele por toda sua vida. Puseram um teto sobre sua cabeça, roupas em seu corpo, comida em seu estômago. Até deram brinquedos,  jogos, livros, sua própria TV e seu próprio computador. Talvez não fosse muito para algumas pessoas, mas ele sabia que para outras, isso era muito.

E nunca abusaram dele, algo que não podia ser dito de vários outros pais. Ele já viu crianças com pais assim. Aquelas crianças tinham uma vida difícil, não ele, e elas aguentavam a dor delas muito melhor do que ele. Certamente, elas amariam ter pais como os dele.

Ele foi com sua moto até um cemitério e a estacionou atrás de um mausoléu, sob a sombra de uma fileira de árvores. Checou o interior do prédio, suas paredes de pedra envolviam duas câmaras e ele ficou um pouco surpreso ao ver que o dinheiro roubado ainda estava lá. Ele esperava mesmo que alguém o teria levado depois de duas semanas, mas depois pensou que esse era um esconderijo melhor do que o antecipado. Era escuro e pacífico lá dentro, mas Garovel deu suas condolências por escolhê-lo anteriormente, como se tentasse fazer alguma piada mórbida, apesar de que, sério mesmo, era um local muito conveniente.

De lá, Hector não precisou andar muito até chegar na Rua Cedar. Ver sua casa de novo, sob a luz âmbar do sol da tarde, trouxe um sentimento de alívio. Mesmo com todos os problemas, ele pelo menos estava feliz de vê-la.

Ele entrou e viu seu pai sentado sozinho no sofá, assistindo TV.

Seu pai olhou para Hector. O homem não se levantou.

— Ei, filho. — Ele disse totalmente indiferente e casual. — Não te vi nos últimas dias.

Hector esperou mais um momento, se perguntando se havia algo mais, mas seu pai terminou de falar. De repente, ele ficou feliz de não ter acordado Garovel.

— … encontrei um trabalho.

— Oh. Que bom.

Hector tentou não franzir o cenho. A tentação de deixar a conversa morrer era forte e talvez o curso de ação mais sábio, mas aquela preocupação anterior ainda estava lá como um comichão.

— … onde está minha mãe? — Ele tentou.

— Dormindo. Ela teve um dia longo no trabalho.

— Al… algo aconteceu?

— O de sempre. Clientes sendo chatos e coisa e tal.

A expressão de Hector parecia forçada enquanto ele lutava para encontrar outro tópico. Quase parecia machucá-lo fisicamente, como se seu corpo quisesse ir embora, mas seu cérebro não o permitisse.

— Vo-você quer… um… fazer algo juntos alguma hora? Nós três, quero dizer.

— Tipo?

— Não sei… talvez nós podiamos ir…. ver um filme?

Ele deu um olhar estranho para Hector.

— Não gostaria de ir com seus amigos?

— Nã… não…

— Sério? Eu sei que quando estava na sua idade, não queria fazer nada com meus pais.

Hector não tinha ideia de como responder a isso. O sorriso irônico de seu pai não o confortou em nada.

O homem só deu de ombros e voltou a ver TV.

— Eu vou ver o que sua mãe acha da ideia.

— Tá bom… — E com isso, a conversa não parecia ter mais da salvação. Ele desistiu e foi para seu quarto.

Ele ficou deitado um tempinho em sua cama antes de decidir praticar com seu ferro novamente. Logo, ele sentiu Garovel acordar.

Ah. O ceifador disse, saindo do corpo de Hector.

Nós já chegamos.

— Sim. Você parece um pouco melhor.

Eu me sinto um pouco melhor. E você já está treinando, entendo.

— Sim… então, uh… nós estamos de volta em Brighton, mas… que porra fazemos agora?

Bom. As notas de Roman disseram que deve levar uns meses até Atreya entrar em guerra. Então. Eu acho que a única coisa lógica a se fazer é nos focarmos em desenvolver mais sua habilidade com ferro até nossos  aliados voltarem para tomarem de volta Sescoria.

— Nós só vamos deixar a Abolir e o Geoffrey correrem soltos? Eles vão massacrar várias pessoas…

Qual a alternativa? Correr para impedi-los nós mesmos? Nós vamos morrer e, então, realmente não vai ter mais ninguém para proteger os civis aqui.

— Acho que sim…

Mas de um certo jeito, você tá certo. Nós não podemos ficar parados aqui e você continuar a meditar até nossa vitória. Isso não vai funcionar. Meditação é boa para um crescimento constante, mas não é rápido o bastante. Para termos uma chance, nós precisamos te forçar mais.

— E como fazemos isso?

Simples. — Garovel disse. Nós vamos atrás de problema.


O retorno de Geoffrey a mansão dos Rofal foi decididamente algo silencioso. Desmond queria que ele ficasse em Sescoria, mas Geoffrey pensava que ele devia ficar em Brighton para continuar os negócios da família. Mas para seu grande desapontamento, ninguém estava aqui para recebê-lo. Nos últimos dias, ele tinha a casa toda para si.

Então, ele consertou isso.

Dúzias de fantoches vivos passeando nos corredores. Ele transformou isso num jogo, controlando todos eles de seu escritório, vendo através de seus olhos, passeando por suas mentes e criando uma verdadeira peça ao fazê-los interagir uns com os outros de vários jeitos – algumas vezes pacificamente, a maioria das vezes não.

Isso o entreteu por um tempo enquanto ele esperava seu telefone tocar, mas, então, uma surpresa alegre chegou quando um de seus fantoches viu alguém entrar pela entrada da frente, alguém fora de seu controle.

O estranho era um homem idoso, enrugado e com cabelo cinza, mas com olhos brilhantes e um sorriso largo. E ele tinha um ceifador com ele.

Geoffrey imediatamente esqueceu seus brinquedos humanos e foi cumprimentá-los.

— Olá e bem-vindos! — Geoffrey disse alegremente. — Posso perguntar o que traz vocês aqui?

O idoso olhou para ele ansiosamente.

— Boo! — Ele disse, balançando ambas as mãos na frente de seu rosto.

Geoffrey piscou. E, então, percebeu que ele não conseguia mexer seu corpo. El lutou, mas uma força invisível o mantinha no lugar.

O velho riu.

— Só brincando! — Ele o soltou e Geoffrey deu um passo para trás.

Desculpe. — O ceifador disse. Ele só está animado em te ver. Você é Geoffrey Rofal, sim?

— Sim. Quem são vocês?

Eu sou Feromas e este aqui é Damian Rofal. Ele é o seu avô.

Geoffrey piscou novamente. Então, mais algumas vezes.

— Eae, meu Neto! Como estão as coisas?! Não tão boas, pelo visto! Aha! Você matou todos os seus subordinados?! Isso não é algo muito inteligente de se fazer, seu malandrinho!

— Você é mesmo meu avô?

— Claro!

Eu espero que você vá nos perdoar por não vir ao funeral de Joseph. A família não costuma contar mais as coisas para Damian. Eles acham que ele não sabe o que eles estão falando.

— Eles acham que eu sou um lunático! Aha!

O que só está meio certo.

— Cala essa boca Feromas! Eu sou afiado que nem faca, isso sim!

O ceifador olhou para Geoffrey. Nós pensamos que você ia precisar de uma ajudinha em gerenciar as coisas. A família não tem mais participantes dispostos que também não morrem de medo de você e Damian tem estado muito inquieto ultimamente, de qualquer jeito.

— Eu sou que nem um lagarta!

Ah, ele se foi de novo. Não se ouça nada que ele falar pelos próximos vinte minutos, mais ou menos.

— Você gostaria de ver um truque de mágica, meu jovem?! Me traga dez coelhos, dez chapéus e uma machadinha!

Geoffrey sorriu.

— Eu gosto do seu estilo Vovô.

Damian ficou com uma expressão confusa.

— Eu gosto do seu estilo também, Vovó. Suas sobrancelhas estão mais pontudas do que eu me lembro.

Sério mesmo. Não ligue para ele. Por favor.

Damian olhou para Feromas.

— Então, você quer que eu mate quem?

Ninguém, nesse momento, Damian. Por favor só relaxe.

— Tudo certo, Chefe. Você é o chefe, Chefe. — E, então, ele ficou perto do ceifador, rígido como um pedaço de madeira.

— Você quer que ele cuide dos negócios da família? — Geoffrey disse. — Ele é capaz disso pelo menos?

… por favor não me faça perguntas tão difíceis. Você quer nossa ajuda ou não?

Geoffrey franziu sua boca, pensando por um momento e, então, deu de ombros.

— Claro, tudo certo. Porém, todos os outros fugiram, então não estou certo do que vocês estão pensando em fazer.

Feromas o encarou por um bom tempo, então só deu um suspiro gigante.

— Está tudo bem! — Damian disse. — Eu conheço todo tipo de pessoas boas!

— Ele está lúcido de novo?

Não tenho certeza…

Como a Fada dos Dentes!

Ah, aí está.

— Nós vamos construir uma fortaleza de dentes! Ninguém vai conseguir entrar! A menos que a gente queira, claro. Então nós precisaremos de uma ponte elevadiça de dentes. E talvez alguns cavalos de dente.

Geoffrey levantou uma sobrancelha.

— Com quanta frequência ele fica assim exatamente?

Uma ou duas vezes no dia, talvez. Varia.

Abruptamente, Geoffrey ouviu o telefone tocar. Ele correu de volta para o escritório para atender.

— Sim, olá? Desmond?

<Eae, Geoffrey. Consegui umas informações para você. Em uma cidade no oeste, nós conseguimos um relatório de um homem andando lá com dois bebês.>

— Excelente!

<O nome da cidade é Battonburg. A informação é um pouco velha, então talvez ele não esteja mais lá. Mas você pode conseguir uma pista se você for no lugar.>

— Muito obrigado Desmon! Eu vou fazer isso.

<Se divirta lá. E me ligue se precisar de mais alguma coisa, certo?>

— Claro. Você é muito gentil. — Ele desligou e olhou para Feromas e Damian. — Tá bom. Eu tenho que ir. Um. Aproveitem a construção da sua fortaleza de dentes ou o que for.

— Claro!

Ei, pera um minuto. — Feromas disse. Você não quer perguntar nada pra gente?

Geoffrey pausou.

— Hmm, nada em particular.

Mas… você não está curioso sobre o que eu sou? Ou o motivo de você ser tão diferente das pessoas normais?

— Eu já sei dessas duas coisas. Você é um ceifador e eu sou uma aberração.

Feromas franziu o cenho. C

omo caralhos você  já sabe disso?

— Eu conheci uma galera da Abolir. E eles…

Damian voltou ao normal.

— Abolir está aqui em Atreya? Ah, eles foram os responsáveis pelo incidente em Sescoria algumas semanas atrás?

— Sim. Eu estava lá com eles. Foi super divertido. — Geoffrey inclinou sua cabeça. — Mas acho que estou curioso com o motivo de só conhecer vocês agora. Se vocês sabiam que eu era uma aberração esse tempo todo, então por que não me contaram quando eu era menor?

Feromas respondeu.

É por causa desse merda aqui. Ele te criou sem eu saber e, então, esqueceu completamente de me falar sobre você. Não foi até a sua tia visitar ele a alguns dias atrás e informar a ele sobre a morte de Joseph que o seu nome apareceu.

— E eu de repente lembrei! — Damian disse. — Como está sua mãe a propósito? Não vejo ela a eras.

— Nem eu. — Geoffrey disse. — Mas espera um minuto. Você me criou? Como?

— Oh, seus amigos na Abolir não te contaram? — Damian disse. — É um processo maravilhoso entende. Primeiro, você captura um ceifador. E se certifica que eles não possuem uma alma de servo ligada a eles, ou isso só complica tudo. Então, você precisa de um homem e uma mulher e ambos precisam possuir o gene recessivo dos ceifadores. E, então, depois da mulher ficar grávida, você faz uma transfusão de alma, esculpe a alma emergente da criança e colocando a alma do ceifador que você capturou mais cedo no corpo. Se tudo ocorrer bem, a alma resultante renascerá com novos corpo e mente e você vai ganhar um lindo bebê aberração.

Geoffrey levantou uma sobrancelha.

— Traço genético dos ceifadores?

O traço que nos permite viver depois da morte. — Feromas disse.

— Sim, é um gene recessivo e terrivelmente raro hoje em dia. — Damian disse. — Com sorte, eu sou um portador deste, da mesma forma que algumas das minhas crianças, incluindo sua mãe. O mágica mesmo foi fazer ela ter um filho com quem também era portador. Ela foi bem cabeça dura, sabe, e estava determinada a casar com alguém por amor. Eu tive que planejar extensivamente eventos para que ela se apaixonasse pelo cara certo.

Era isso que você estava fazendo? Por que nunca me contou? Eu achava que você só estava sendo um merda quando você sabotava os relacionamentos dela.

— Eu queria te surpreender! — Damian disse, sorrindo.

Feromas suspirou novamente.

Claro. Por um segundo, você me fez esquecer que você é um idiota de merda.

— Huh. — Geoffrey disse. — Então, se você não tivesse feito essa transfusão de alma na minha mãe, eu teria nascido como um ser humano normal?

— Aparentemente, sim. Mas você não seria um portador do gene ceifador como seus pais. Ele manifestaria em você. Então, quando você morresse, você teria se tornado um ceifador como Feromas aqui.

— Oh!

— Infelizmente, com dois pais que são apenas portadores do gene, a taxa de sucesso é de vinte e cinco por cento. Se a criança é meramente uma portador também, então a transfusão vai simplesmente matar o indivíduo. Caso contrário, você teria alguns irmãos mais velhos.

Não me admira que ela nunca vá te visitar.

— Hmm. — Geoffrey disse. — Não estou certo do que pensar. Ser um ceifador é mais divertido do que uma aberração ?

Duvido. Tédio é um problema sério para muitos de nós.

— Então, eu tenho que te agradecer Vovô.

— Sem problemas.

A propósito, eu sou o bisavô de Damian aqui. Então, você devia me agradecer pelos seus genes também.

— Entendi! Obrigado vocês dois então!

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