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The Zombie Knight Saga – Capítulo 21

Aliança da calamidade, não se renda…

— Então, agora você entende o motivo de nós valorizarmos tanto as aberrações. — Desmond disse. — Tirando o fato delas serem tão incrivelmente divertidas de se trabalhar, quero dizer.

Geoffrey riu.

— O que você quer fazer agora? Nós temos uma missão para cumprir, mas se você vier com a gente, nós podemos te introduzir a uma galera bacana. Eles vão te ajudar a crescer mais seus poderes mais rápido e seguramente do que você consegue por conta própria. E eles definitivamente vão te manter entretidos.

— Isso parece incrível! — Mas o sorriso de Geoffrey diminuiu. — Mas há outra coisa que eu quero resolver primeiro.

— Oh?

— Talvez vocês possam me ajudar. Quão boa é a rede de informação da Abolir?

— Você não vai achar outra melhor. Por que?

— Eu gostaria muito de encontrar alguém. Um homem chamado Colt.

— Me diga mais.


Roman teve uma surpresa agradável ao ver um kit de primeiros-socorros na caminhonete de Gerald. Cuidar de feridas não era seu forte, mas Voreese e Mehlsanz conseguiram instruí-lo bem. E quando ele terminou, ele achou que a bandagem branca de algodão de Lynnette parecia habilmente colocada.

Na primeira hora mais ou menos de viagem, as perguntas de Lynnette foram implacáveis, mas dado tudo que ela passou, ele não ia deixar de explicar nada. E depois que conseguiu aceitar a existência de seres imaginários e pessoas imortais, ela começou a perguntar o motivo de Hector não estar se regenerando como antes.

— Porque seu ceifador está seriamente ferido. — Roman explicou. — Ele não vai começar a se regenerar até Garovel se recuperar.

Lynnette olhou para o elmo meio destruído do que sobrou da cabeça de Hector. Ela não conseguia ver o inconsciente Garovel, sua forma enrugada agarrada na parte detrás dela, mas Roman conseguia.

Para os seus olhos, ceifadores pareciam pássaros etéreos. Corvos, precisamente – mas no momento, Garovel era pouco mais do que uma mancha preta. Ele teria que aceitar as palavras de Voreese que ceifadores ainda conseguiam se recuperar de um estado desses.

Mehlsanz e Voreese estavam ambos ativamente escoltando o perímetro para garantir que eles não estavam sendo seguidos, o que significava voar bem alto no céu para conseguir visibilidade. Eles não viram nada e, depois de um tempo, Roman finalmente começou a relaxar.

Aquela luta devia ter sido mais suave. — Voreese disse em particular. Talvez nós estivemos conflitos por tempo demais.

De olhos fechados, Roman descansou sua cabeça contra a janela do caminhonete.

Você disse que não queria atrair atenção e construir um império.

Eu sei. Mas esse país é importante para você. E, aparentemente, nós escolhemos aliados de merda. Se eu soubesse que você queria proteger algo, eu teria te empurrado mais para você ficar mais forte.

Ele olhou para Voreese com um olho.

Eu não achava que meus sentimentos importavam muito para você.

Então você é um idiota maior do que eu pensava.

Ele sorriu e fechou seus olhos de novo.

Logo, eles chegaram na cidade de Walton. Sua cidade natal era uma visão acolhedora, mesmo com sua visão borrada por não estar com óculos. Voreese deu as direções a Rainha até a mansão de Roman no centro da cidade. Eles saíram do veículo no estacionamento subterrâneo e pegaram o elevador para subir.

— Por que vocês não descansam um pouco? — Roman disse para as damas. — Se sintam a vontade aqui e nós vamos nos reunir mais tarde para descobrir nosso próximo movimento.

— Eu estou pronta para discuti-lo agora. — Helen disse.

Roman olhou para Lynnette.

Ela olhou para Rainha.

— Eu acho que gostaria de descansar, se você não se incomodar…

— Claro. E obrigado Lynnette. Sua ajuda foi inestimável.

— Eu vou fazer uma ligação. — Roman disse. — Eu conheço um bom doutor particular.

As portas do elevador se abriram e uma loira pequena estava esperando por eles.

— Mestre Roman! — Ela disse. — Você parece uma merda! O que aconteceu?

— Coisa pra caralho. Nós temos Gina. Trate eles bem.

Gina franziu.

— Por que você não ligou mais cedo? Eu já estaria com tudo pronto.

— Telefone foi destruído. Por favor leve Lynnette aqui para um dos quartos.

— Senhor, você está, é uma cabeça que você tá carregando?

— Ela pertence a um conhecido. Estou mantendo segura para ele. Agora, por favor.

Ela enrijeceu, mas assentiu.

— Como você diz. Por favor me siga.

— Oh e me traga um novo par de óculos.

Gina imediatamente pegou um novo de um bolso em suas vestes.

Ele o pegou.

— Ah, finalmente! — Ele olhou ao redor, piscando alegremente antes de levantar uma sobrancelha para Gina. — Por que você tem meus óculos com você?

— Porque você é uma pessoa muito necessitada, senhor.

Ele a dispensou e Lynnette a seguiu. Ele mostrou a cozinha para Helen e começou a arranjar algo para comer.

— Eu ainda não sei quem é você. — A Rainha disse. — Ou o motivo de você ter decidido me ajudar.

Roman jogou um sanduíche já pronto para ela.

— Meu nome é Roman Fullister — Ele disse, comendo um próprio. — Quanto ao motivo de eu ter te ajudado, eh… acho que seria parte meu orgulho patriota e parte negócios.

— Negócios. — Ela disse. — Você quer dizer roubos.

Voreese bufou.

Roman é para os roubos o que você é para Atreya.

Roman franziu o cenho.

— Isso te tornaria a rainha dos ladrões Voreese.

Ah, você sabe o que eu quis dizer.

— Por favor, deixa que eu falo.

Não, vai se foder! Roman só rouba dos super ricos! E ninguém fica sabendo, mas ele toma conta dos pobres também! Ele é um ótimo cara!

Roman coçou sua cabeça.

— Eu não sei muito quanto a isso. Eu vivo bem confortavelmente como você pode ver.

Psh! Você tá falando com a porra da Rainha, Roman. Ela não ficou impressionada com o seu piso brilhante e pias chiques. Esse lugar provavelmente parece um barraco para ela.

Foi a vez de Helen franzir o cenho.

Roman suspirou e se apoiou em sua geladeira.

— O ponto é, eu tenho uma operação organizada aqui em Atreya. Um número de pessoas altamente qualificadas trabalha para mim. E ao passo que eu podia tirar proveito do caos que os planos da Abolir vão trazer, isso só iria ferir meus negócios a longo prazo.

E Roman cresceu em Atreya, então ela tem um lugar especial em seu coração.

— Sim, acho que sim.

Ele era um órfão também.

— Olha, não vejo como isso é relevante…

Viveu nas ruas por muito tempo, isso sim. É uma verdadeira história do mendigo se dando bem na vida.

— Voreese, mas que porra? Eles não ligam para nada disso.

Bom, eles deviam! Nossos aliados anteriores obviamente não ligavam e olha como se mostraram aqueles merdas!

— Nós sabíamos que eles eram merdas quando nos aliamos a eles.

Sim, mas não sabíamos o quanto! Eles são merdas pra caralho!

— Você vai precisar desculpar Voreese. — Roman disse. — Ela tende a guardar mágoas. Não que eu discorde dela nessa aí.

Mehlsanz continuou flutuando atrás de Helen.

O que nós devemos fazer agora? Nós fugimos da capital. E não parece que nós temos o poder para conquistar Sescoria.

Voreese assentiu. E nós definitivamente não temos o poder para ficar com Sescoria. Mesmo se matarmos os que já estão lá, mais podem aparecer como Gerald disse.

— Então, nós precisamos de mais poder. — Helen disse. — Onde podemos encontrá-lo?

Um silêncio breve pairou  no ar.

A expressão de Roman azedou.

— Você consegue pensar em alguém que não seja da Vanguarda?

Helen olhou para todos.

— Eu não estou certa se entendo o que é esse grupo a Vanguarda. Eles protegem as pessoas da Abolir, não?

— Eles protegem, sim. E se nós pedirmos a ajuda deles, eles provavelmente ajudarão. Mas depois, eles não vão só se despedir da gente. Eles vão querer nosso apoio também.

— Isso só parece o justo. — Helen disse.

— Talvez, — Roman disse — mas você deve entender Vossa Majestade. Você pode muito bem perder o controle de Atreya para eles.

— Nós veremos quanto a isso,

E além disso, ela já o perdeu para a Abolir. — Voreese disse.

Há outro problema. — Mehlsanz disse. Eu abandonei a Vanguarda. Não estou certa se eles vão nos acolher. Eles podem muito bem tentar nos matar.

Oh. Que alegria.

— Então, talvez nós devêssemos pedir ajuda da Sai-hee. — Roman disse.

Voreese deu de ombros e inclinou sua cabeça de pássaro.

Vale a pena dar uma olhada nisso, mas eu não criaria expectativas. Eu dúvido que ela vá quebrar sua neutralidade e atacar a Abolir só porque nós pedimos ajuda.

E entrar em contato com ela não será fácil.

Helen dobrou seus braços.

— Por que a Abolir quer guerra exatamente? E que tipo de guerra eles estão tentando criar?

— Se nada mais, os motivos deles são sempre fáceis de entender. Eles querer causar o máximo de destruição e morte possível. Não importa o plano deles, vai ser feito para maximizar essas coisas.

O plano deles é óbvio. — Mehlsanz disse. Eles querem que Atreya instigue uma guerra com outro país de tal maneira que até ainda mais países serão arrastados para a luta.

Isso não é algo fácil de fazer. — Voreese disse. A maioria dos países aprendeu suas lições sobre formar alianças perigosamente dependentes.

Mas esse vai ser o objetivo deles. — Mehlsanz disse. Nos olhos deles, mesmo se eles falharem em arrastar mais pessoas para briga, eles ainda vão ter uma guerra como eles querem. E eles vão se certificar de que vai ser a mais sangrenta possível.

— Entendo. — Helen disse, ela foi até o próximo quarto e ligou a televisão. Não levou muito tempo para encontrar um canal onde um repórter estava de pé confuso na frente do Castelo Belgrant com carros de polícia e caminhões de bombeiros no fundo. — Eles vão tentar usar isso. — Ela disse. — Meu desaparecimento logo será descoberto e eles irão reunir o apoio do público.

— Você realmente acha que eles vão conseguir jogar a culpa em outro país? — Roman perguntou.

— Não estou certa. Talvez haja alguma gravação em vídeo do ataque que irá exonerar qualquer grupo acusado.

Eles vão esperar e ver o que a mídia aprendeu antes de fazer o movimento deles. — Voreese disse.

— Mesmo se eles falharem em conseguir o apoio do público, — A Rainha disse. — eles podem simplesmente declarar guerra mesmo assim e tal ato ridículo poderia incitar uma rebelião armada.

E, então, seria apenas uma guerra civil. — Mehlsanz disse. Todas as estradas levam para guerra de algum jeito.

Helen esfregou sua testa e se sentou num sofá preto. Ela fechou seus olhos.

— Meu marido sem sombra de dúvidas tentará se opor a eles…

Mehlsanz flutuou mais perto.

Eles não vão matar ele.

Todos olharam para ela com expressões de quem não se convenceu.

Eles não vão, — ela insistiu com você fora da jogada, o poder caí no colo dele. Seria suspeito demais se você desaparecer e ele morrer ao mesmo tempo. Eles querem o apoio do público, lembra? Para a guerra deles ser a maior possível, eles precisam dele vivo.

A Rainha suspirou.

— Eu espero que você esteja certa.

Roman e Voreese trocaram olhares e todos ficaram em silêncio por um tempo, simplesmente escutando as notícias do repórter sobre quão pouco eles sabem no momento. Roman se sentou e colocou a cabeça de Hector em uma mesinha perto dele.

Voreese falou primeiro.

Nós temos uma coisa ao nosso favor pelo menos. Eles precisam de tempo para organizar a guerra deles. O que significa que nós temos tempo para impedir eles.

— Verdade. — Roman disse. — Quanto tempo você acha que temos?

Difícil dizer. — Voreese disse. Mas não consigo imaginar isso demorar mais que seis meses. O que você acha, Rainhazinha?

— Coordenação de um ataque inicial levaria menos de uma semana. — Helen disse. — Preparações para uma guerra longa precisariam de mais tempo, mas não mais que um mês. Entretanto, se eles querem mesmo ganhar as pessoas primeiro, então sim, nós temos mais tempo. Eu acho que uns quatro meses, se nenhuma outra complicação se levantar, o que também é duvidoso.

Roman ajustou seus óculos.

— Bom, em todo caso, nós não devíamos perder tempo aqui.

Concordo. — Voreese disse. Nós devíamos sair de Atreya assim que você estiverem preparados.

— E ir para onde? — Helen perguntou.

Até onde eu sei, as forças mais próximas da Vanguarda estão em Korgum. Mas eles estão com as mãos cheias em Dozer, então eles podem não querer nos emprestar nenhum soldados.

Mehlsanz pairou perto de Helen.

Eh… eu realmente preferiria que não encontrar outra pessoa da Vanguarda de novo.

— Por que você desertou mesmo? — Roman perguntou.

Mehlsanz pausou brevemente.

Minha serva anterior, ela cresceu na guerra. Antes mesmo de eu ressuscitar ela, ela sobreviveu duas guerras como uma soldada criança. Foi tudo que ela aprendeu. E, então, um dia, nós descobrimos que sua irmã se tornou uma serva da Abolir.

A expressão de Roman escureceu.

— Deixa eu advinhar. A irmã tinha uma doença mental.

Sim. A irmã dela não era uma psicopata, mas ela não entendia as consequências do que ela estava fazendo. E o ceifador dela tirou vantagem daquilo. Mas claro, a Vanguarda tinha que pará-la. Ela estava matando pessoas inocentes. E minha garota – Valencia era o nome dela – ficou devastada ao descobrir isso. Ela queria proteger sua irmã, mas ela não podia. Ela não queria lutar contra ela também, então os superiores nos moveram para um campo de batalha diferente. Mas isso não fez muita diferença naquele ponto. Valencia não queria lutar mais. Ela só queria ir para outro lugar e viver pacificamente.

Malditos filhos da puta da Abolir…

Mehlsanz assentiu.

Eu normalmente não concordaria com tal pedido, mas depois de tudo que ela passou , eu queria dar a ela uma chance de uma vida pacífica. Por um tempo, pelo menos. Eu pensei que ela conseguiria achar uma pessoa para se apaixonar e eu a deixaria envelhecer com a aquela pessoa e, então, depois disso, eu a libertaria e voltaria para lutar contra a Abolir com um novo servo. E, além disso, eu meio que queria uma pausa das lutas.

— Acho que seus chefes não curtiram muito a ideia.

Eles se recusaram. Se ela não iria lutar, eu tinha que libertar ela, sem exceções. Eu protestei e, então, eles me aprisionaram e me disseram que se eu não ia libertar ela, eles teriam que me matar. Então, eu libertei ela. E fugi na primeira oportunidade que tive.

E eles não foram atrás de você?

Eu me escondi por um tempo, com níveis cada vez menores de sucesso. E agora, os status de Helen são a única coisa que me protegem. A Vanguarda não vai matar o líder de uma nação que não está sob o controle da Abolir.

— Deve ter sido difícil. — Roman disse.

Helen franziu o cenho.

— Sinto muito por tudo que você teve de passar Mehlsanz, mas eu tenho o que é necessário para proteger Atreya – mesmo se isso significar me aliar a pessoas que você não aprova.

Eu sei.

Voreese inclinou sua cabeça empenada, fantasmagórica.

A Vanguarda não é mais o que costumava ser. Eles sempre foram idiotas hipócritas, mas eu nunca vi eles indo tão longe assim. O que mudou?

Não estou certa honestamente. Eu notei as regras mais duras só a alguns anos atrás. Eu não consigo me lembrar de um incidente em particular.

— Eu sempre ouvi que o líder da Vanguarda era um cara bem decente. — Roman disse. — Esse não é mais o caso? Ou talvez nunca foi?

Eu não saberia. — Mehlsanz disse. Eu só vi Sermung uma vez e isso foi a cinquenta anos atrás.

— Hmm. — Roman olhou para todos e ajustou seus óculos de novo. — Bom, nós não temos ideia de onde as pessoas da Sai-hee estão, então eu acho que nós devíamos tentar ir até a Vanguarda em Korgum primeiro.

— Eu concordo.

As penas de Mehlsanz se desalinharam, mas ela assentiu.

Nós devemos ter muito cuidado.

E quanto a Hector e Garovel? Voreese disse. Eles vão ficar fora da jogada por pelo menos uma semana. Provavelmente mais.

— Não podemos esperar tanto tempo. — Roman disse. — Eu quero estar fora desse país em dois dias no máximo.

Você podia só levar a cabeça dele com a gente. — Voreese disse.

— Eh. Eu não acho que devíamos levar eles para fora do país sem a permissão deles. Eles podem ter um motivo para ficar em Atreya. Quanto nós sabemos sobre eles pelo menos?

Não muito. — Mehlsanz disse. Eu trabalhei com Garovel a uns trinta anos atrás e ele parece mais ou menos o mesmo. O que é algo bom. Mas não sei nada sobre Hector.

Helen olhou para o elmo.

— Nós sabemos que ele nos protegeu. Isso não é nada.

— Nós também sabemos que Garovel disse que eles não estavam preparados para morrer por você. — Roman disse. — E, então, ambos quase morreram.

Helen assentiu lentamente.

— Eles podem ficar aqui. Gina vai tomar conta deles. E, além disso, eu realmente não quero tentar contrabandear uma cabeça para um país estrangeiro. Eu ouvi falar que as pessoas não gostam muito disso.

— Muito bem.

— Que tal a garota da espada? Devemos ficar com ela?

— Não posso mandar Lynnette de volta para Sescoria. Abolir vai matar ela.

— Ah sim.

— Se ela quiser, então ela pode nos acompanhar.

— Tudo certo. — Roman se levantou e esticou seus braços. — Eu tenho muitas identidades sobrando para mim, então nós só vamos precisar de mais duas.

Você  tem alguém que faz documentação falsa? — Mehlsanz perguntou.

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