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The Great Mage Returns After 4000 Years – Volume 2 – Capítulo 507

Capítulo 507

Ele nunca deixou sua bagunça para ser cuidada por outra pessoa. Para ser franco, o papel de Lukas sempre foi o oposto.

Ele até cuidava das bagunças que não causou. Ele precisava.

Não havia nenhum sentimento heroico de sacrifício por trás disso. Simplesmente não havia mais ninguém que pudesse cuidar disso além de Lukas.

Se ele ignorasse, uma cidade afundaria nas profundezas do mal, o destino de um país seria abalado ou um mundo inteiro seria destruído…

—Por que você está resolvendo a merda de outra pessoa?

—O quê?

—Não tem nada a ver com você.

Não tinha nada a ver com ele.

Contanto que ele soubesse disso, não poderia ter nada a ver com ele.

Se ele desse as costas, seria assombrado pela culpa pelo resto da vida.

E com toda a honestidade, ele se sentia muito mais confortável resolvendo por si mesmo do que deixando para outra pessoa. Ele achava difícil.

Por causa disso, houve um momento em que Lukas era surpreendentemente incapaz de confiar em alguém.

Mas não hoje.

O Rei Demônio e o Deus Demônio eram coisas que Lukas deveria resolver. Mesmo que Lukas não assumisse total responsabilidade, ele deveria estar pelo menos mais profundamente envolvido do que Yang In-hyun.

E ainda assim, ele deixou Yang In-hyun lá.

Esse fato fez Lukas se sentir estranho, mas não foi tão ruim quanto ele pensava.

— …

As vibrações do ar, ou os gritos do espaço.

Ele podia sentir uma sensação nas costas que não poderia ser descrita adequadamente em palavras.

Yang In-hyun e o Deus Demônio começaram a lutar seriamente.

Mesmo assim, Lukas não olhou para trás. Em vez disso, ele suprimiu sua atenção de se voltar para trás dele.

A probabilidade de Yang In-hyun derrotar o Deus Demônio?

Honestamente, era baixa. O suficiente para eles lutarem mil vezes e ele vencer apenas uma. Não, até mesmo isso poderia ser considerado a perspectiva mais otimista.

[Yang In-hyun provavelmente já está arriscando sua vida na batalha contra o Deus Demônio.]

Ele ouviu a voz do Deus do Relâmpago.

[No final, aquele cara provavelmente teria vencido, mas seu corpo já está um desastre. O Deus Demônio provavelmente apareceu assim que ele teve certeza de sua vitória e baixou a guarda. Pegando emprestado o corpo do Rei Demônio.]

“…”

[Lukas Trawman, você condenaria as ações do Deus Demônio como covardes?]

“Não.”

Lukas balançou a cabeça.

Essa foi uma ação sem sentido, um gasto inútil de emoção.

De qualquer forma, por mais que ele insistisse no assunto, seria impossível despertar sentimentos de culpa no Deus Demônio. Afinal, era assim que um Governante era em primeiro lugar.

[Interessante.]

O Deus do Relâmpago falou com uma voz interessada.

[Você está adquirindo uma compreensão mais profunda dos Governantes.]

“Acho que isso nos deixa igualados.”

[O quê?]

“Você também não está compreendendo melhor os humanos?”

[…]

Naquele momento, Lukas pôde sentir a surpresa do Deus do Relâmpago.

Nesse estado, Lukas e o Deus do Relâmpago não estavam apenas compartilhando sentidos. Eles também estavam experimentando uma assimilação de emoções até certo ponto.

[Você…]

O Deus do Relâmpago tentou dizer algo e parou. Porque ele havia chegado ao seu destino. Então Lukas não estava mais curioso sobre o que o Deus do Relâmpago diria.

A cena que se desenrolava superou em muito suas expectativas, deixando-o sem palavras.

— Isso…

Em algum momento.

Lukas percebeu que não conseguia mais ouvir o barulho do campo de batalha. É por isso que ele acelerou ainda mais e não teve escolha a não ser agradecer a ajuda de Yang In-hyun.

No entanto, sua ansiedade não diminuiu.

Impossível, poderia a batalha já ter terminado?

Só poderia significar a morte ou aniquilação de um lado.

E assim que viu essa cena, Lukas percebeu o motivo.

Havia muitos cadáveres lá.

Estes não eram os cadáveres de pessoas comuns da cidade. Cada um dos cadáveres espalhados pertencia a um ser poderoso que, ao menos, superava Dok Go-yun. Provavelmente eram os camaradas que Diablo reuniu dos universos unidos.

Havia alguns que lhe eram familiares. Não estavam no nível de serem chamados de conhecidos. Havia membros do Círculo do universo natal de Lukas. Seres do mesmo universo de Lukas.

E entre os cadáveres.

Estava Diablo.

— …

Diablo estava deitado no chão com a metade inferior completamente destroçada. Ele não conseguia sentir sua aura excepcionalmente sombria e decadente. À primeira vista, ele parecia um esqueleto comum.

Lukas foi até Diablo e se ajoelhou, olhando dentro das órbitas roxas.

— O que aconteceu?

[…]

— Diablo, você não disse que esperaria por mim?

Chamas fantasmagóricas desbotadas tremeluziam nos buracos escuros.

As chamas fantasmagóricas, que queimavam assustadoramente há não muito tempo, agora pareciam velas prestes a se extinguir. Esta parecia ser uma representação visual da vitalidade de Diablo.

[Eu esperei…]

Sua voz estava fraca, como se fosse ser cortada a qualquer momento.

Diablo pode morrer em breve…

Lukas não pôde deixar de sentir o absurdo desse fato.

— Quem deixou você assim?

Parando por um momento, Lukas perguntou.

— Foi Pale?

[Não foi a Cavaleira Azul. Aumente um pouco mais os seus sentidos e concentre-se nos arredores… Você saberá quem foi que criou esta cena.]

Diablo…

Sabia quem era o responsável por isso. E ainda assim, em vez de lhe dizer o nome, ele estava dizendo para Lukas pensar por si mesmo.

Isso não era para provocá-lo ou zombar dele.

Então Lukas fez o que ele disse.

— …

Mais uma vez, ele deu uma olhada nos arredores e acelerou sua mente.

Os olhos de Diablo brilharam de surpresa quando ele olhou para Lukas.

[Você mudou muito nesse instante. O suficiente para aceitar meu conselho. De que outra forma você cresceu?]

— Bem…

Lukas balançou a cabeça e respondeu bruscamente. Sua especulação chegou ao fim.

— Foi um mago.

[Isso mesmo… um mago que fica atrás apenas de você. E também copia seu nome.]

— Alguém que copia meu nome…

A expressão de Lukas mudou.

— Você está falando sobre o ‘Lukas Trawman’ que está ativo neste mundo?

Diablo assentiu fracamente.

[Um ser perigoso… A magia que emanou de suas mãos mais ainda. Eu não consegui nem responder a nada que ele fez antes que meu corpo ficasse assim. Até meu Cavaleiro Negro, Lucid.]

— !

[Assim que aquele ‘Lukas’ apareceu, ele lançou um ataque indiscriminado em todas as direções. Quando cheguei, metade dos meus companheiros já estavam mortos.]

— Qual é o objetivo daquele cara?

[Não sei. ‘Lukas’ saiu depois de causar estragos a este lugar.]

— Onde?

O olhar de Diablo se voltou para o céu.

Depois, seu olhar abaixou lentamente.

[Não vejo mais confusão em você, Lukas Trawman… Eu sei de uma coisa. Você não aceitará minha negociação, certo?]

— Bem…

Lukas murmurou.

— Não existe uma maneira específica de lidar com o apocalipse. No entanto, não pude aceitar sua oferta nem a oferta do Deus Demônio.

Depois de dizer isso, ele sentiu que não era suficiente, então acrescentou…

— O que posso dizer? Só acontece de ser assim.

[Hehe. Gosto da sua atitude calma. Eu sei. Não é fácil ser assim depois de saber de tudo… Pelo menos eu não poderia ser assim.]

A voz de Diablo se enfraqueceu gradualmente.

[Que pena… Queria ver qual seria sua escolha. Então eu…]

— …

[Você… Você vai se lembrar da minha morte?]

Antes que Lukas pudesse responder, o crânio de Diablo se espalhou como cinzas. Lukas, sem perceber, retraiu a mão meio estendida.

Então, seus olhos se voltaram para o céu. Para o lugar onde os olhos de Diablo estavam direcionados.

[Próxima Fase]

A luta na ilha artificial flutuando no céu ainda acontecia.

* * *

Às vezes ela se perguntava.

Ela realmente teve uma infância?

Sua primeira lembrança era a fome. Ela nem sabia que a dor em seu estômago se chamava assim, então a princípio ela só sabia que era dor.

A fome, que nunca desaparecia, não importava o que ela fizesse, constantemente consumia sua mente. Se possível, ela gostaria de poder rasgar o estômago para remover a fonte da dor.

—Comer qualquer coisa faria você se sentir melhor.

Essa voz desagradável soava em sua cabeça de vez em quando.

Às vezes, a voz a incomodava mais do que a dor no estômago.

No entanto, aquelas palavras eram verdadeiras.

Porque quando ela mastigava ou engolia alguma coisa, ela conseguia esquecer a fome. O momento era passageiro, mas como resultado, ela não pôde deixar de ficar viciada em comer.

Numa vida cheia de dor, a tentação daquele momento era muito doce.

No entanto, havia um fato que ela sabia instintivamente.

Essa dor provavelmente não iria embora.

A seguiria pelo resto da vida e até mesmo após a morte.

“Por que eu?”

Ela condenou o mundo, condenou seu destino.

Ela gritou até ficar rouca e sua garganta sangrar. No processo, ela percebeu outro fato.

Nada faria melhorar.

— Você está bem?

— Eu trouxe algo para você comer.

Seus pais, cujos rostos ela não conseguia lembrar, sempre foram gentis com ela.

Eles raramente estavam em casa, mas ela sabia que era por causa dela. Por causa do apetite anormal dela, os dois provavelmente trabalhavam de madrugada a madrugada. Mesmo assim, eles nunca reclamaram dela.

Está tudo bem.

Nós te amamos.

As duas coisas que ela mais ouvia.

Ela também queria ajudar…

Ela queria suportar sua fome e fazer alguma coisa.

Então saiu e trabalhou.

— Sua vadia maluca!

— O que faremos se você comer isso?

A situação piorou.

Ela não se conteve quando a comida foi colocada na frente dela. Era muito mais do que uma questão de paciência.

Além disso, se ela movesse o corpo um pouco, o efeito colateral seria que ela ficaria com uma fome insana.

Ela, Ela…

Ela não aguentava.

Ela caiu, chorou e ainda queria algo para comer. Um dia, ela se bateu a ponto de machucar a barriga. Mesmo assim, nada melhorou.

Ela não queria mais fazer isso, ela então queria morrer, mas não podia. Seu corpo não morreu. A dor só piorou.

Ela poderia dizer claramente que era estranha. Nem mesmo a palavra monstro era suficiente para descrevê-la.

Ela tinha certeza de que seus pais eram também.

No entanto.

— Está tudo bem.

A Mãe disse.

— Está tudo bem.

O pai disse.

— Não é sua culpa.

— Você não fez nada errado.

Os dois, que já estavam velhos e não tinham mais energia para trabalhar, disseram.

— Venha aqui.

— Ainda há algo para comer.

Deitados na cama do hospital, gesticulando para ela com as mãos fracas.

Não, não havia.

Agora, em casa, não havia ‘comida’.

Com as mãos trêmulas, ela cobriu os olhos.

—Comer qualquer coisa faria você se sentir melhor.

E ainda assim, ela ainda ouvia a voz.

Ela queria ignorá-la. Ela a odiava.

Até agora, o que ela se ressentia era da fome, mas naquele momento, o que ela odiava era comer por si só. Para fazer isso aqui, ela…

— Desculpe. Filha.

— Eu realmente sinto muito.

— Eu queria te dar algo delicioso para comer.

— Sem fim, até não poder mais…

Aquelas foram as últimas palavras que ela ouviu.

Uma garota de pele vermelha.

Borboleta era ela.

Aquela criança também não aguentou a fome, então comeu algo que nunca deveria ser comido. Ela cometeu o mesmo pecado original, um ato que nunca poderia ser perdoado.

Ela viu aquela cena. Não, ela fez acontecer.

É por isso que foi ainda mais lamentável, patético, e porque ela não conseguia desviar o olhar.

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