Talvez tenha sido a influência da vestimenta preta de Billis.
Um jovem bonito e de pele escura correu até Billis e fez uma reverência ao dizer: “Lorde Adepto, para onde você deseja ir? Bill está disposto a servi-lo!”
Billis olhou para o jovem com seus olhos verdes e perguntou na língua Faen com sotaque estranho: “Como você sabe que sou um adepto?”
Não era estranho que estivesse desconfiado. Havia muitas outras pessoas como ele no movimentado mercado, vestindo mantos grossos ou capuzes de viajante e não revelando nem um centímetro de pele enquanto se esgueiravam.
O fato de um jovem nativo fraco poder identificá-lo como um adepto sob tais circunstâncias estava claramente além das expectativas de Billis.
O jovem nativo ficou momentaneamente chocado antes de se curvar e explicar com um olhar estranho no rosto: “Meu Senhor, nós, mortais, que foram autorizados a entrar na torre, somos todos obrigados a usar isto.”
Billis seguiu o olhar do jovem e encontrou um estranho broche preso na gola da camisa do menino. Billis ergueu os olhos e olhou em volta para ver que todos usavam um broche semelhante no peito.
Quando fechou os olhos, sentiu vagamente o fraco fluxo mágico que irradiava dos broches.
Então é assim!
Esta medida de segurança estabelecida para mortais nativos era provavelmente algo de que apenas os adeptos estavam isentos. Foi por isso que…
“Eu quero ir ao mercado de escravos das Bruxas Pálidas. Leve-me até lá!”
“Por favor, meu senhor!”
Como os donos da torre, o mercado de escravos das Bruxas Pálidas estava localizado no local mais proeminente do terceiro andar. A área ocupada também era metade de todo o andar.
Todos os escravos capturados pelas bruxas foram aprisionados aqui, aguardando o dia da abertura do portal para serem enviados de volta ao Mundo Adepto. Porém, considerando o ‘bilhete’ exigido para passar pela porta planar, nem todos os escravos seriam trazidos de volta.
Dos quatrocentos elfos que as Bruxas das Trevas sequestraram de Garan, havia muitos idosos e crianças. Na verdade, esses elfos formavam uma grande percentagem da população. Independentemente da sua força, o preço base para passar pelo portal planar era de cem cristais mágicos.
No entanto, um elfo comum não poderia vender mais do que duas ou três dúzias de cristais mágicos quando vendidos ao preço de mercado no Mundo Adepto. Enquanto isso, os custos dos elfos com talentos únicos ou daqueles que eram lutadores eram facilmente várias vezes maiores que os dos elfos comuns.
Como tal, ninguém estaria disposto a gastar tanto dinheiro para transportar um monte de bens geradores de perdas de volta ao Mundo Adepto, a menos que fosse necessário!
O Clã Carmesim também conseguiu sequestrar um total de seiscentos elfos da floresta durante os seis meses em Garan. Se trouxessem todos os elfos de volta ao Mundo Adepto, não só seriam incapazes de compensar a taxa, como também sofreriam perdas.
Foi por isso que elfos comuns e guerreiros doentes ou deficientes seriam eliminados e vendidos aos nativos Faen através do mercado de escravos das Bruxas Pálidas. Somente produtos excepcionais especialmente selecionados valiam o investimento para serem trazidos de volta.
Como recompensa de seu clã, Billis poderia escolher quinze elfos do grupo como parte de sua coleção pessoal. Quer decidisse leiloá-los ou usá-los como material experimental, todos os lucros pertenciam aos próprios adeptos.
Foi a generosidade de Greem que fez com que os adeptos do clã estivessem tão dispostos a assumir enormes riscos para lutar com ele em um mundo diferente.
Billis entrou na loja aberta pelas Bruxas Pálidas e as primeiras coisas que viu foram as velhas jaulas de madeira enfileiradas ao longo da parede de pedra. Algumas pessoas estavam em jaulas de madeira, enquanto outras estavam sentadas ou mesmo deitadas, mas todas eram escravas de outro mundo.
As jaulas de madeira não eram grandes. Eles tinham apenas dez metros quadrados de largura, mas cada uma estava lotada de escravos de diferentes espécies, raças e gêneros. Entre eles estavam anões que se destacavam em mineração e fundição, Kobolds que eram proficientes em escavação e abertura de túneis, ogros magos de duas cabeças e que tinham cinco metros de altura, leões cauda-flamejante com chamas amarelas brilhantes em suas caudas…
Claro, também houve muitos elfos da floresta sequestrados de Garan!
Um grupo de adolescentes jovens e fanáticos cercou Billis ao vê-lo entrar. Eles falaram na linguagem de adepto não fluente e serviram diligentemente esse misterioso adepto escondido sob este manto.
O jovem nativo que trouxe Billis até aqui foi desajeitadamente deixado de lado.
Agora que estavam aqui, não havia muito que pudesse dizer.
“Estou aqui para reivindicar as recompensas do meu clã. Este é o número de reivindicação!” Billis pegou uma placa de bronze e jogou-a na sua frente.
“Esta é a placa do Clã Carmesim. Seus prisioneiros estão sendo mantidos em jaulas de madeira de vinte e cinco a quarenta e um na Área Um. Luna, leve-o lá!” A velha bruxa segurando e lendo lentamente um livro atrás da mesa de madeira apenas ergueu os olhos para olhar para Billis antes de retornar ao seu próprio negócio.
Uma jovem imediatamente se apresentou e fez o que lhe foi dito.
A Área Um estava localizada no centro deste enorme mercado. Ficou claro que um número incomumente grande de traficantes de escravos e representantes de mercadores se reuniram aqui, pois os sons de suas discussões e pechinchas eram ensurdecedores e intensos. Se não fosse a proibição de lutar no mercado, alguns dos caras mais intensos não teriam conseguido se conter.
Era preciso admitir que a guerra era o melhor atalho para enriquecer!
As oportunidades de obtenção de produtos exclusivos de Garan eram poucas e raras para os nobres do Continente Faen. Embora grandes frotas de navios negreiros sempre chegassem a Garan anualmente, as tempestades do mar, os ataques das criaturas do mar e a existência dos de patrulha tornavam um desafio sequestrar qualquer elfo. O número de elfos sequestrados era tão pequeno que podiam ser contados com as duas mãos. 1
Enquanto isso, os modos debochados e extravagantes dos nobres humanos os tornavam excessivamente obcecados pelos belos e exóticos elfos da floresta. É por isso que o preço dos elfos da floresta, sejam homens ou mulheres, sempre era exorbitantemente caro no Continente Faen!
O preço de um poderoso ogro intermediário de Primeiro Grau pode nem se comparar ao de um belo elfo de nível aprendiz.
Quando a jovem levou Billis para uma fileira de jaulas de madeira, o adepto viu o emblema do Clã Carmesim no grosso e velho pilar dos cercados – uma mão gigante em chamas.
O interior da jaula estava repleto de elfos da floresta cujos olhos ardiam de fúria.
Nem um único fraco ou idoso estava entre eles. Todos eram jovens elfos com corpos excelentes e rostos bonitos. Sem exceção, uma marca circular mágica foi colocada em ambos os ombros, isolando-os de todo poder Elementium. O efeito da Fraqueza agravou ainda mais a fadiga dos elfos. Eles não eram mais tão leves e ágeis como costumavam ser ao escalar as árvores de cem metros da Floresta Fantasia.
A chegada de Billis também chamou a atenção dos mercadores reunidos perto das jaulas.
Os mais espertos do grupo se afastaram rapidamente ao ver a roupa diferente de Billis, dando lugar aos melhores lugares em frente às jaulas de madeira.
Billis caminhou pelas jaulas do Clã Carmesim e percebeu que não conseguia encontrar muitos elfos comuns lá dentro.
Havia seiscentos combatentes de Primeiro Grau. Essa era uma grande perda para o reino dos elfos!
Ele não viu nenhum elfo de Segundo Grau.
Claro, isso era natural.
Um elfo tão valioso quanto um Segundo Grau não poderia ser aprisionado em um ambiente tão cruel e hostil. Eles tiveram que se concentrar em uma instalação de classe superior. Havia dançarinos de guerra ágeis e tatuados entre esses elfos de Primeiro Grau, com arqueiros flexíveis e rápidos.
Aqueles que tinham habilidades especiais – como conjuradores, druidas ou mestres de bestas – foram especialmente selecionados e colocados em uma jaula próxima.
Com toda a honestidade, se não fosse pelo fato de que seria incapaz de trazer todo o seu exército de insetos de volta ao Mundo Adepto, Billis teria provavelmente escolhido ficar em Garan e devorar lentamente toda a floresta.
Como um adepto de insetos, sua força individual ainda era insuficiente; ele não tinha muitos feitiços poderosos que pudesse usar. Seu enxame e soldados insetos eram o fator decisivo em quase todas as suas batalhas. Isso lhe permitiu dominar oponentes mais fortes do que ele, desgastando à força criaturas poderosas que eram muito superiores a ele. No entanto, seus insetos não eram benéficos para sua força pessoal.
Como tal, Billis precisava encontrar um equilíbrio entre a melhoria do seu enxame e o aprimoramento das suas habilidades.
Seu maior e mais selvagem sonho era possuir um plano material rico em recursos e transformar todas as criaturas dentro em seu enxame, acumulando todos os recursos para si.
Quando isso acontecesse, seria o mestre do enxame e aquele que reinaria sobre dezenas de milhares de planos. Ele seria um grande adepto de insetos, reverenciado por todos os adeptos!
Infelizmente, aprendeu uma lição cruel da realidade após passar por múltiplas guerras entre planos. Não era mais do que uma fantasia para ele realizar esse sonho como um mero Primeiro Grau. Foi por isso que, pelo bem de seu desenvolvimento futuro, desistiu do exército de cem mil insetos que havia criado tão dolorosamente em Garan. Em vez disso, Billis escolheu trazer parte das elites de volta com ele para o Mundo Adepto.
Neste momento, quais quinze elfos deveria escolher tornou-se uma questão que precisava ponderar.
Lutadores comuns só poderiam ser usados para chocar enxames de insetos; apenas elfos que também possuíssem poderes Elementium poderiam ser usados para criar soldados insetos. Como tal, Billis prestou maior atenção aos conjuradores e druidas.
No momento em que estava meditando com indecisão, um traficante de escravos encontrou coragem para passar para o seu lado.
“Meu Senhor, você estaria disposto a nos dar reivindicações de seus elfos? Estamos dispostos a comprá-los por um preço alto. Além disso…” O traficante de escravos baixou a voz e disse: “Podemos conseguir coisas nas quais você possa estar interessado.”
“Coisas em que posso estar interessado?” Billis riu com sua voz rouca e disse: “Que coisas vocês, mortais, poderiam ter que poderiam me satisfazer, hmph.”
“Meu senhor, esta é uma lista do nosso inventário neste momento. Por que você não dá uma olhada?”
O traficante de escravos chefe tirou cuidadosamente um pergaminho antigo e o abriu na frente de Billis.
Billis olhou para o pedaço de pergaminho, e seu rosto de inseto sob a sombra do capuz não pôde deixar de mostrar um pouco de choque.
Hum? Por que teriam isso?
Nota:
[1] Navios Negreiros = Navios de Escravos.