Após questionar as irmãs de suas experiências e os detalhes da história de terror, Luke e Selina partiram de novo.
Eles primeiro deram uma volta pela Rota 1, antes de seguir pela Rota 73 e ir a sudeste.
Finalmente, entraram numa estrada rural e dirigiram por 40 minutos antes de chegarem na cidade chamada Springwood. Quando entraram na cidade, conseguiram sentir vagamente que estava cercada por uma atmosfera inquieta. Todos os transeuntes tinham expressões atormentadas e pareciam completamente indiferentes as redondezas.
Eles ocasionalmente faziam contato visual com alguns moradores pelas janelas abertas do carro, mas, estas pessoas viravam rapidamente as cabeças como se eles tivessem uma praga.
Eles nem ficaram na cidade por muito tempo até seu carro ser parado.
Um xerife, num uniforme amarelo empoeirado, abaixou para olhar para eles pela janela do motorista: — Quem são vocês? O que estão fazendo aqui?
Com ambas as mãos no volante, Luke gesticulou calmamente para Selina: — Somos funcionários da Escola Nº 37, e gostaríamos de falar com Will Rollins.
O xerife franziu a testa: — Sobre o quê?
Luke continuou sorrindo: — Will fez algo não muito legal no acampamento dois dias atrás, e a conselheira o mandou se acalmar em casa. Isto, no entanto, não foi uma punição. Afinal, o acampamento são as férias para as crianças, e não seria decente excluí-lo, por isso estamos aqui.
A expressão do xerife relaxou: — Entendo, pode ir direto à casa do Will.
Luke assentiu e perguntou casualmente: — Aconteceu algo? Não vimos muitas pessoas quando entramos na cidade.
A expressão do xerife enrijeceu e respondeu friamente: — Não temos muitos moradores aqui.
Com isso, ele se virou e foi embora.
Observando o xerife sair no carro, Luke ligou o seu e suspirou: — Parece que vamos lidar com bastantes problemas.
O xerife não estaria tão ansioso se fosse um problema pequeno.
Selina estava lendo sobre Springwood: — Não tem nada de especial aqui. A população e a economia são levemente estáveis, e segundo os dados, a lei e ordem aqui estão no padrão. Eles não têm grandes casos criminais, exceto este…
Ela olhou o tablet no painel central e continuou: — Houve um caso de assassinato em série há mais de dez anos, que recebeu muita atenção em LA…
Luke deu uma olhada na imagem na manchete de um velho jornal no tablet: — Um assassino em série que alvejava crianças? Ele não foi pego?
Selina apontou para o tablet: — Não. Não havia evidências o bastante na época para condenar o suspeito, então…
Luke indagou: — Ele foi solto e agora está cometendo crimes de novo?
Selina balançou a cabeça, e outra manchete surgiu no tablet: — Então, o suspeito foi preso numa igreja abandonada fora da cidade e queimado até as cinzas pelos pais raivosos.
Luke não foi convencido: — Queimado até as cinzas? Sério? — Não era fácil queimar um homem até as cinzas, não sem um incinerador especial.
Queimar um corpo com lenha só enegreceria no máximo. Quando os ossos fossem queimados, cristalizariam e era improvável que decompusessem mais.
Selina assentiu: — A polícia nunca encontrou o cadáver do suspeito, então nenhum dos pais foi preso pelo ato. No entanto, o suspeito esteve desaparecido desde então.
Luke falou: — Tudo bem, quem foi a pessoa azarada que foi queimado até as cinzas?
Selina respondeu: — Ele era um homem branco, nascido em mil e novecentos e quarenta e oito, data desconhecida, um metro e setenta e oito de altura. Ele costumava ser um faxineiro no jardim de infância local até desaparecer em mil e novecentos e noventa. Não existe evidência que sugira que ainda esteja vivo.
Luke sentiu vontade de coçar a cabeça: — Nascido em quarenta e oito? Isso não significa que tem quase sessenta?
Este cara não envelheceu? Ou ele foi anormalmente dotado e poderia seguir num abate aos sessenta anos?
Luke não descartaria isso ainda.
Afinal, nada que acontecia neste mundo seria estranho.
Enquanto conversavam no carro, Luke dirigiu até a casa de Will Rollins.
A casa parecia boa e sugeria que a família estava indo bem de vida; foi provavelmente por isso que Will podia ir a uma escola em Los Angeles.
Luke e Selina bateram na porta e conversaram com o pai de Will e o próprio garoto por meia hora antes de saírem.
Quando o pai de Will os acompanhou até a porta, Luke falou baixinho: — Deixarei a Juliet saber da situação do Will, mas é improvável que ele consiga voltar. Você sabe que as crianças do acampamento não estão em seu melhor estado mental agora, e o Will… está um pouco encrencado também.
O pai de Will assentiu com um sorriso amargo: — Okay. Meu pedido também é muito presunçoso.
Luke suspirou: — Se possível, o melhor seria você mudar de ambiente; ficar nesta cidade não fará bem a ele, seja agora ou no futuro.
O pai de Will assentiu silenciosamente e se despediu.
No carro, Selina franziu a testa e perguntou: — O Will já está sofrendo de problemas mentais? Sinto que algo não está certo com ele. É como… se não dormisse há dias.
Luke balançou a cabeça: — Vai saber.
— Aonde agora? — Selina perguntou enquanto olhava para a frente.
Luke respondeu: — Vamos conversar com Kris Fowles. Ela é a primeira testemunha no caso de suicídio.
Eles dirigiram até o outro lado da cidade, onde todos os tipos de tábuas de pedra estavam numa colina.
Vinte a trinta pessoas estavam sentadas na sombra de uma árvore. Na frente deles estava um caixão, e um padre estava realizando um louvor.
Este era o cemitério da cidade.
Segundo a informação que receberam do departamento, o estudante no caixão era Dean Russell, que morreu alguns dias atrás.
Ele usou uma faca de mesa para cortar a própria garganta num restaurante fast food.
Várias pessoas testemunharam esta cena trágica, mas o estranho foi que disseram que seu amigo na cidade falou que um demônio matou Dean.
Também foi esse o motivo das gêmeas de Jeff criticarem a história.
Afinal, era muito difícil de alguém encontrar evidências para demônios.
Vinte minutos depois, o funeral terminou. Vendo a multidão dispersar, Luke e Selina se aproximaram.
Naquele momento, um garoto caminhou até uma garota à frente e ficaram diante de uma barraca com fotos de Dean.
Quando se aproximaram, a audição aguçada de Luke capturou a conversa.
O garoto perguntou: — Kris, você conhecia Dean desde que eram pequenos?
Baseado no filme: “A hora do pesadelo = Freddy Krueger”