Luke balançou a mão: — Está tudo bem. Em todo caso, só estou interessado nos gângsters. Não é da minha conta quem é que aquele mercenário quer.
Elsa pensou por um momento e assentiu: — Você sabe seus limites; não precisa se envolver em tudo.
Luke assentiu com um sorriso.
Do outro lado, Selina cobriu o rosto com a mão que estava segurando o bolo para esconder a expressão estranha. Limites? Se envolver? Os limites de Luke com certeza eram diferentes; além disso, não havia mais necessidade dele se envolver. Quando terminaram de falar, Luke se levantou e saiu com Selina.
Naquele momento, viu a porta do escritório de Dustin aberta do outro lado e Martin e Roger saindo. Martin parecia bem calmo e não estava tão sombrio quanto antes.
Talvez ver pessoalmente o arqui-inimigo que matou sua esposa e o bebê na sua frente tivesse finalmente dado alguma paz de espírito, mesmo que não fosse a pessoa puxando o gatilho.
O morto estava morto e a vivos continuavam vivendo. É assim que é a vida.
O rosto de Roger, por outro lado, estava muito mais sombrio, não só por causa da sua pele, mas também por causa da má sorte. Luke se virou e perguntou: — Chefe, qual é o problema com o Martin e o Roger?
Olhando para eles através do corredor, Elsa suspirou: — Eles… entraram em problemas no México. A Corregedoria está sendo um pé no saco sobre isto. Os dois deram uma dor de cabeça real ao Dustin.
Luke revirou os olhos: — Até o Dustin não consegue cuidar disto?
Elsa respondeu com um sorriso amargo: — É bem grande. Não acho que nosso chefe possa.
Ela já estava sendo tácita. A verdade era que as mãos de Dustin estavam amarradas. O problema que os dois causaram não era uma questão pequena.
Estes dois se envolveram numa briga enorme no México e mataram centenas de membros da gangue do Dito. A cabeça de Dustin quase explodiu quando ouviu a notícia.
Quem teria pensado que Roger e Martin poderiam fazer algo assim?
Agora, a polícia mexicana estava exigindo que os dois fossem enviados ao México para “ajudar com a investigação”.
Porém, Westside ainda precisava dizer algo. Se a polícia mexicana encontrasse evidência concreta, Roger e Martin podem não ser enviados ao México, mas definitivamente perderiam seus empregos.
Luke não fez mais perguntas e simplesmente saiu com Selina. Dirigindo do departamento, ele fez uma ligação: — Palmer, tem tempo? Tenho algo importante para pedir.
Uma hora depois, os três estavam sentados num canto de um restaurante fast food perto do DEA.
Palmer, a linda agente, tomou um gole de suco antes de ir direto ao ponto: — O que é?
Ela sabia que Luke não viria a menos que fosse um assunto sério.
Luke perguntou: — Ouviu sobre o Martin e o Roger?
Após um breve silêncio, Palmer respondeu: — Ouvi.
Luke: — Não estou claro da situação delas, então queria perguntar qual é o pior resultado possível.
Palmer soltou um suspiro: — Perder o emprego, provavelmente. Todavia, sua Westside é muito boa neste respeito e não os fez assumir a culpa.
Luke riu: — E se… e estou dizendo se… o DEA apoiá-los?
Franzindo a testa, Palmer suspirou: — Já tentei, mas o Martin e o Roger não estavam trabalhando conosco… tem uma objeção forte no DEA.
Olhando para a expressão de Palmer, Luke soube que ela tentou o máximo, mas foi em vão. Ele perguntou com um sorriso: — E se houver um acordo?
O coração de Palmer acelerou. A impressão mais profunda que tinha de Luke tinha a ver com favores.
Nas suas cooperações anteriores, ela ou devia favores, ou estava pagando-os.
Agora, outro acordo? Ela permaneceu calma: — Que tipo de acordo?
Luke: — Tenho informação dos negócios de Dito Flores.
Ponderando por um instante, Palmer balançou a cabeça: — Se for informação geral, não será o bastante. Você provavelmente não sabe o tamanho da bagunça que os dois causaram no México.
Selina já era esperta o bastante para abaixar a cabeça e dar uma grande mordida no donut para que suas bochechas estivessem cheias e ficasse impossível de rir.
Luke indagou com um sorriso: — E se forem os livros contábeis do Dito?
Palmer estreitou os olhos: — Onde você… — Ela parou instantaneamente antes que pudesse terminar.
Perguntar sobre suas fontes era um grande erro, especialmente quando eram informações relacionadas a gangues de drogas. O menor erro poderia levar a família inteira do informante sendo morta.
Luke: — Posso entregar a você primeiro, com uma condição.
Palmer: — Qual é?
Luke explicou: — Se os livros forem valiosos o bastante, dê o melhor para persuadir seu lado para salvar os empregos do Roger e do Martin.
Palmer hesitou.
Luke não falou nada e apenas observou as mudanças de expressões da linda agente. Vários minutos depois, ela assentiu: — Feito.
Luke assentiu com um sorriso: — Não se sinta pressionada demais. Ninguém pode garantir que as coisas funcionem. Apenas espero que esta informação possa ter algum uso.
Com isso, ele entregou um pen drive: — Não ocuparei mais seu tempo. Me envie uma mensagem se houver algum progresso.
Observando Luke e Selina entrarem no carro e irem embora, Palmer esfregou o pen drive e ficou quieta por um longo tempo. O que Luke entregou eram fotos dos livros contábeis de Dito. Embora ele não conseguisse entender, o DEA, que lidava especialmente com traficantes, poderia conseguir.
Ele confiava em Palmer. Pelo menos, considerando os sentimentos dela por Martin, faria definitivamente o melhor para ajudar se a informação fosse útil.
Se o DEA estivesse disposto a assumir a responsabilidade pela coisa toda, o problema no lado mexicano poderia ser resolvido facilmente. Afinal, o DEA era a única agência da lei americana que poderia atravessar a fronteira mexicana sem ser notada. Seu poder no México era gigantesco. Cruzar a fronteira sem ser notado para capturar traficantes era algo que já vinham fazendo, então poderiam assumir total responsabilidade deste assunto. A premissa era que a informação de Luke precisava valer a pena.
Após lidar com este assunto, Luke e Selina voltaram ao cronograma normal de trabalhar nos casos. Tirando pelo fato que levantavam cedo e voltavam tarde, a vida era exatamente igual.
Luke saiu novamente naquela noite. Porém, chamou Dollar primeiro e agarrou sua cabeçona: — Seja bonzinho e fique em casa, e não encoraje a Selina a me seguir de novo, entendeu?
Dollar olhou inexpressivo para Luke e choramingou.
Luke se levantou com um sorriso e esfregou sua cabeça: — Você terá comida deliciosa amanhã. Não saia da linha de novo ou a punição será estendida.
Dollar choramingou de novo antes de se virar e voltar para a cama. Naturalmente, foi Gold Nugget que estava expressando sua insatisfação.
No final, Luke voltou uma hora depois.
Ele não encontrou ninguém neste pequeno passeio. A base dos Demonic Saints foi abandonada.
Eles obviamente ficaram assustados pela queda da Black Bones na noite anterior e seu chefe e executivos correram para se esconder. Luke não ficou incomodado de verdade.