‘Uma Missão Divina! Uma Ordem Sagrada!’
Beyn achou difícil se conter enquanto caminhava para a cidade, deixando o armazém ocupado pelo Grande, sua família e o resto da missão comercial.
Tal era a sua energia que ele começou a tremer da cabeça aos pés, seus pés estavam no chão, mas seu espírito pairava no ar. A cada passo, ele ansiava por declarar a verdade, por falar do Novo Caminho, revelado através da graça do Grande Ser ao mundo!
Contudo, tal ação certamente resultaria em sua morte, e não era apropriado que ele se martirizasse naquele momento. Havia muito a ser feito, o grande trabalho, estabelecer o novo Caminho sobre o falso, era um trabalho árduo e precisava ser concluído tijolo por tijolo. Apesar de todas as suas falhas, que eram muitas, Beyn estava ciente de sua posição. Sua tarefa consistia não apenas em colocar tijolos, mas em recrutar outros para a causa, reunindo o povo em torno do Grande.
Então, ele deveria viver, o que significava que muitos incrédulos ao seu redor não seriam iluminados. Cada pessoa que passava sem ouvir falar do Novo Caminho enviava uma pontada de dor diretamente ao seu coração, mas ele se mantinha firme, como era seu dever.
O que os transeuntes pensavam desse homem se contorcendo, frequentemente enxugando as lágrimas dos olhos com uma das mãos, provavelmente era melhor manter um mistério.
Eventualmente, ele chegou à grande catedral que formava o centro do poder da Igreja na Cidade Prateada. No topo de uma grande escadaria, o edifício prateado e brilhante era uma maravilha de se ver, enorme em escala, impressionante em arte, era realmente uma visão incrível, no entanto, Beyn descobriu que isso não o comovia como antes.
A estátua, de 50 metros de altura, da figura sorridente e enrugada que representava o Caminho, olhava com benevolência para o fluxo de pessoas que entravam e saíam do complexo. Onde antes a figura vestida com manto, com seu chapéu grande e barba luxuosa, parecia tão sábia, quase onisciente para Beyn, agora ele conhecia a Verdade mais profunda. Havia outra maneira. Outro Caminho.
Com um conjunto de vestes sacerdotais que os brathians garantiram para ele, Beyn encolheu os ombros e subiu as escadas. Diante dele abria-se a entrada aberta da própria catedral, as palavras estrondosas de um sermão emocionante ecoando de dentro. Ele não entrou, em vez disso, ele virou para a direita e foi para o lado.
Menos público vinha para cá, em vez disso, eram principalmente padres e funcionários, carregando livros e outros documentos, realizando o trabalho da Igreja.
Já fazia muito tempo que ele não usava as vestes tradicionais e ele se sentia bastante desconfortável sem as antenas na cabeça, mas seguiu em frente, determinado a aprender o que pudesse.
“Bem-vindo à biblioteca. Como posso ajudá-lo em seu Caminho?”
Beyn se assustou ao ser interceptado no momento em que pisou no prédio. Vestido de forma semelhante a ele, o homem que o abordou claramente não era um sacerdote normal, como evidenciado pelo seu físico robusto.
Oh! Sim, um momento.”
Beyn remexeu em suas vestes até encontrar o que procurava.
“Ah, aqui”, disse ele, entregando seu medalhão de cargo.
“Um momento, padre.”
O homem pegou o disco de metal de formato fino com uma palma e colocou a outra sobre ele, lendo a mana contida nele.
“Você está muito longe do seu rebanho, padre”, ele observou calmamente.
Beyn assentiu.
“As ondas causaram muita destruição”, disse ele com tristeza. “Meu povo passou por muita coisa desde a destruição de Liria.”
“Só posso imaginar as estranhas reviravoltas do destino que o levaram ao quarto estrato. Independentemente disso, você tem permissão para entrar, e pode acessar o índice na mesa quando estiver lá dentro. Que o Caminho guie o seu caminho.”
“… E o seu.”
Ele ansiava. ELE DESEJAVA esclarecer este homem sobre o Verdadeiro Caminho, mas com grande esforço, ele segurou a língua.
“Por que você está segurando a língua, padre?”
“Não há nhada.”
Não querendo interagir mais e arriscar esgotar sua força de vontade, Beyn entrou correndo. A biblioteca era enorme, um grande repositório de conhecimento, construído pela Igreja há mais de mil anos. Embora fosse impressionante ver todos os textos num único espaço aberto, não era assim que eles eram armazenados, em vez disso, encheram sala após sala dentro do complexo da Biblioteca, cada uma indexada e catalogada, repleta de prateleiras e mais prateleiras de volumes.
Imediatamente lá dentro, encontrava-se o grande índice, uma fileira de livros enormes, cada um cuidado por um sacerdote ou sacerdotisa vestido com túnica. Após alguma discussão e consulta dos textos, foi-lhe entregue uma lista de livros, salas e estantes para encontrar o que procurava. Felizmente, havia pouca conversa dentro da Biblioteca, então Beyn se sentia seguro, acreditando que ninguém iria conversar com ele enquanto ele trabalhava.
Durante as horas seguintes, ele trabalhou nas profundezas da Biblioteca, caçando os livros de que precisava, lendo nas alcovas fornecidas, fazendo anotações. Foi fácil se perder no trabalho e houve diversas revelações que fizeram com que suas sobrancelhas se erguessem.
No entanto, sua concentração foi quebrada quando uma voz suave falou por cima do ombro.
“Padre Beyn? Posso ter um momento do seu tempo?”
Desconcertado, ele se virou e viu que um sacerdote sorridente se aproximava dele, com as mãos cruzadas dentro das vestes.
“Ah, eu não queria te surpreender. Fiquei sabendo que um sacerdote designado para a região de Liria, na superfície, havia entrado na Biblioteca, é você?”
“Sim”, afirmou Beyn, com um pouco de relutância.
Por que essa pessoa estava se aproximando dele? Por que ele se importaria com um pequeno reino fronteiriço da superfície que não existia mais?
“Vejo que confundi você”, o homem sorriu. “Não se preocupe, só tenho algumas perguntas sobre o infortúnio que assolou seu povo. Meu nome é Alir, Alir Vinting, um Grande Sacerdote do Caminho.”
Beyn abaixou rapidamente a cabeça em uma reverência improvisada.
“Não há necessidade”, disse Alir, levantando a mão. “Posso ter um momento do seu tempo para discussão?”
“Claro, Grande Sacerdote”, Beyn concordou apressadamente. “Você só precisa perguntar.”
…
E AGR que as coisas dão errado kkk