Sword God in a World of Magic – Capítulo  51

O amanhecer chegou.

A mente de Alex ainda estava agitada, mesmo depois de várias horas terem se passado.

Alex não veio deste mundo.

Ele veio da Terra.

Na Terra, o assassinato não era algo comum. Claro, as notícias constantemente relatavam assassinatos, mas quantas pessoas realmente conheciam alguém que conhecia alguém que tinha sido assassinado?

Alex estava lutando consigo mesmo em sua mente.

Os bandidos não pararam, mesmo depois de Alex ter cortado o braço de alguém.

Ele deveria apenas assistir?

E então o quê?

Todo o seu dinheiro seria levado.

Ele tinha que matá-los!

Eles não parariam de outra forma!

Mas isso criou outro problema.

Alex havia matado mais pessoas do que o necessário para detê-los.

Por quê?

Para que os outros bandidos não o vissem como um fraco.

No entanto, ele não matou todos, o que tornou as mortes anteriores desnecessárias em sua mente.

Era um labirinto complexo de moralidade.

Quando a primeira luz do dia atingiu o rosto de Alex, ele pulou distraidamente do trenó e olhou ao redor.

Os cadáveres ainda estavam lá.

Eles estavam congelados devido ao frio, e nada havia se movido nas últimas horas.

Era como se o tempo não tivesse passado.

No entanto, a mudança da escuridão para a luz fez parecer que um pesadelo havia se tornado realidade.

Era tudo real.

Alex não sentiu muito quando viu todos os cadáveres.

Ele não tinha certeza do que deveria sentir.

Ele apenas fez o que tinha que fazer.

Alex reuniu a Madeira de Gelo restante ao redor e reparou a gaiola o melhor que pôde.

Levou alguns minutos, mas ele conseguiu reparar a gaiola de alguma forma. Alex sabia como fazer cordas e criar estruturas básicas devido ao longo tempo que passou na natureza.

Eventualmente, Alex pegou o trenó e o puxou de volta para a estrada.

Um pouco de neve havia caído durante a noite, mas a temperatura já havia subido acima do ponto de congelamento novamente.

A neve desapareceria nas próximas horas.

Sem pensar em nada, Alex simplesmente puxou o trenó para frente.

Todas as ações de Alex aconteceram automaticamente.

Algumas horas depois, as primeiras carruagens passaram por Alex novamente.

Quase todas elas tinham visto a clareira cheia de corpos. Alex não havia puxado o trenó muito longe quando acampou para a noite, o que significava que os corpos podiam ser vistos da estrada, desde que alguém inspecionasse os arredores com cuidado.

Quando as carruagens alcançaram Alex, elas imediatamente souberam que havia sido ele.

Por quê?

Porque, na velocidade em que ele estava puxando o trenó, ele não poderia ter ido tão longe em apenas um dia.

Isso significava que ele ou havia começado no meio da noite, ou havia começado ontem e acampado para a noite.

Então, como os donos reagiram quando viram o autor do massacre?

“Hahaha! Bom trabalho, garoto! Cada bandido morto é um bandido a menos para nos preocuparmos! Aqui, pegue isso como um agradecimento!”

O dono da carruagem gritou essas palavras enquanto diminuía a velocidade. Então, ele pegou dez moedas de prata e as jogou em direção a Alex.

Alex apenas olhou para as moedas na sujeira com a mente ausente.

O comerciante continuou seu caminho após se despedir.

Alex olhou para as dez moedas de prata diante dele na sujeira.

Era uma recompensa por matar os bandidos.

Por um tempo, Alex apenas olhou para as moedas.

Ele não tinha certeza do que deveria pensar sobre essa recompensa.

Ele havia matado vários humanos normais que nem estavam armados.

Eles nem sequer o atacaram.

Eles só queriam seu trenó para pegar um pouco de Madeira de Gelo que poderiam vender.

Muitas pessoas na Terra considerariam Alex um assassino frio e ganancioso. Ele havia colocado um pouco do seu dinheiro acima de várias vidas humanas.

De certa forma, Alex sabia por que essas pessoas pensariam assim.

Da perspectiva de um observador externo, poderia-se realmente dizer que Alex havia ido longe demais.

No entanto, Alex estava no meio de tudo isso.

Ele fez o que acreditava ser certo.

Alex apenas olhou para as moedas.

Em sua mente, as moedas estavam associadas às ações que ele havia realizado.

Ele havia matado vários humanos desarmados, e estava sendo recompensado por isso.

As sujas moedas de prata não pareciam muito atraentes.

Algo dentro de Alex dizia que ele não deveria aceitar aquele dinheiro.

Alex nunca aceitaria aquele dinheiro.

Alex tinha um certo senso de moral.

No entanto, Alex morreu na Terra.

Alex não aceitaria o dinheiro…

Mas e quanto a Shang?

Alex lembrou-se da vez em que saiu para caçar seu primeiro Gato Pestilento.

Naquela época, Alex sentia que estava deixando seu antigo mundo para trás.

Ele não lembrava mais dos rostos de sua família.

Ele não lembrava mais das vozes de sua família.

Ele nem tinha certeza de como eles agiriam ou o que pensariam se pudessem vê-lo agora.

Já fazia tanto tempo.

Depois de tanto tempo sozinho, ele sentia que realmente estava sozinho.

Ele tinha mesmo uma família?

Por que parecia que a família de Alex era a família de um estranho?

Era como se eles não fossem reais.

Ainda mais, Alex nem tinha certeza sobre seu próprio nome.

Depois de várias vezes tendo dores de cabeça intensas quando tentava lembrar seu próprio nome, ele começou a sentir aversão ao seu antigo nome.

Toda vez que pensava no fato de que ainda tinha um nome antigo, ele se sentia frustrado.

Toda vez que seu antigo nome estava prestes a aparecer, ele sentia dor.

Alex sabia que o Deus era a verdadeira razão para tudo isso, mas sentimentos muitas vezes não seguiam a lógica. Mesmo sabendo que não havia razão para não gostar de seu antigo nome, suas emoções ainda sentiam uma forte aversão a ele.

Pode-se comparar essa situação a um cachorro abusado.

O dono do cachorro pagaria alguém para abusar do cachorro a cada poucos dias para treinar o cachorro a ter cautela com certos tipos de pessoas.

O dono era a razão para a dor do cachorro.

No entanto, a pessoa que havia sido paga seria o foco total da raiva do cachorro.

Claro, os humanos são mais inteligentes e mais complexos do que cães, mas até certo ponto, as emoções ainda seguem esses princípios.

Alex sabia que não havia nada de errado com seu nome, mas ele não gostava porque o associava à agonia.

Ele não queria sentir agonia.

Junto com o sentimento desconectado em relação à sua antiga família, Alex sentia que não havia nada que o ligasse à sua vida anterior.

Ele não tinha família.

Ele não tinha amigos.

Ele nem gostava da Terra.

Todos apenas trabalhavam dia após dia.

Para quê?

Para envelhecer?

E quando envelhecessem, o que então?

Eles só fariam o que quisessem até eventualmente morrerem.

E então?

Então, eles seriam lentamente esquecidos.

Ao longo do tempo, ninguém se lembraria deles.

Eles nasceriam, fariam seu trabalho, teriam seus filhos e morreriam.

Qual é o sentido de tudo isso?

No entanto, neste mundo, Alex poderia alcançar o verdadeiro poder.

Mesmo que Alex tivesse passado por mais dor neste mundo do que no outro, ele ainda preferia este mundo à Terra.

Depois de alguns minutos, Alex avançou lentamente.

E então, Shang pegou as moedas.

Era dinheiro, e ele precisava de dinheiro.

Shang queria se tornar mais poderoso, e o dinheiro o ajudaria nisso.

Depois de guardar o dinheiro, Shang continuou puxando o trenó pela estrada.

Por alguma razão, o trenó parecia mais leve do que antes.