Foi isso que a Grã-Duquesa Edwina prometeu a Abel. Ela solicitou à Condessa Carrie que lhe fornecesse o conhecimento sobre a prática druida, mas a Condessa Carrie, fiel ao seu estilo habitual, apenas entregou a Abel um manual de prática druida.
A caixa também continha uma muda de carvalho marrom, com a espessura de um dedo. Abel segurou e a examinou.
Embora a muda de oak(carvalho) parecesse insignificante, após investigá-la com o poder espiritual, percebeu que estava cheia de vida, muito mais do que uma árvore comum.
Depois de devolver a muda à caixa e guardá-la, pegou o livro Druida Natural e Neutro na mão. Ele notou que o livro estava escrito inteiramente na língua élfica de elite, que elfos comuns provavelmente não conseguiriam compreender.
Os elfos conseguiram sobreviver em um mundo repleto de humanos e orcs graças à proteção dos druidas. Enquanto permanecessem nas florestas, os druidas poderiam vigiá-los e protegê-los.
Os druidas, também conhecidos como guardiões dos carvalhos, consideravam as bolotas como seus frutos sagrados. Eles eram protetores da natureza e da neutralidade, possuindo poderes concedidos pela própria natureza.
O tempo que passavam em sintonia com a natureza permitia aos druidas fundirem-se com seu entorno. Essa profunda conexão lhes concedia a habilidade de canalizar o poder da natureza, que usavam para atacar inimigos à distância, causar destruição em larga escala e até mesmo se proteger contra danos elementares.
Esses poderes, conhecidos como elementalismo, permitiam aos druidas manipular o fogo, a terra e o vento por meio da força da natureza.
Além disso, a primeira promessa da natureza dava aos druidas a capacidade de convocar plantas e animais de mundos distintos. Corvos, lobos, videiras venenosas e até mesmo espíritos da natureza respondiam às suas ordens. Esse era o poder dos invocadores.
Os druidas também podiam mudar de forma, assumindo a forma de grandes ursos ou lobos aterrorizantes. Usavam o polimorfismo, que era o poder de um metamorfo, para aumentar seu poder.
Você poderia dizer que a profissão de druida abrange muitos aspectos. Embora pudessem empunhar qualquer arma, eram tão vulneráveis quanto bruxos humanos.
Em vez de confiar em um arsenal mágico, sacrificam esse poder para se fortalecerem por meio da mudança de forma. Além disso, eram capazes de controlar a terra, o vento e o fogo para atacar inimigos à distância.
O primeiro passo para se tornar um druida era ser reconhecido pela natureza. Para alcançar esse status, os elfos passavam longos períodos isolados, interagindo apenas com plantas e cuidando de animais, até conseguirem sentir a presença da natureza.
Quando atingissem esse estado, precisavam então passar por uma avaliação para avançar para a próxima etapa do treinamento.
Embora esse primeiro passo parecesse simples, muitos elfos encontram dificuldades nessa fase. O tempo necessário para sentir a natureza variava de acordo com a afinidade natural de cada um, e alguns elfos precisavam de 10 a 20 anos de tentativas para conseguir.
Por isso, a profissão de druida era bastante rara, e a relação entre druidas e elfos era relativamente baixa. Mesmo após passar na avaliação, não havia garantia de que se tornariam druidas.
O próximo passo no processo era conhecido como portador espiritual. O druida precisava plantar um oak por conta própria e estabelecer uma comunicação contínua com a muda ao longo de sua vida. À medida que amadurecia, ele se transformava em um espírito.
Esse espírito, nutrido pelo poder espiritual do druida, fundia-se com sua alma, tornando-se a base de sua conjuração. O druida, por sua vez, cresceria junto com o espírito.
A localização de uma muda de oak druida era mantida em segredo, pois era considerada uma dádiva preciosa. Para ter sucesso, o poder espiritual do druida precisa ser puro. Se o ritual fosse influenciado pelo poder de outro druida, ele falharia, e o indivíduo perderia o direito de se tornar um druida.
Após o ritual do portador espiritual for concluído, o oak continuaria a crescer. Embora a muda perdesse sua importância para o druida, havia uma lenda de que, com tempo e mana suficientes, a árvore que conseguisse se comunicar livremente com o druida se tornaria uma entidade especial, formando um pacto natural.
Embora o livro Natureza e neutralidade tivesse algumas discordâncias, não havia evidências de que o oak fosse uma lenda.
Abel olhou para o livro com um sentimento de impotência. Sem a orientação de um mentor, sabia que não tinha a capacidade necessária para se comunicar com a natureza. O livro não fornecia detalhes sobre os requisitos para desenvolver essa habilidade.
Ao explorar sua alma, encontrou apenas uma sensação de tristeza melancólica. Depois de examinar a origem dessa tristeza, descobriu que, ao purgar o veneno do escorpião, ele havia eliminado a flora ao redor da casa.
Como havia ordenado a substituição das plantas, a vegetação circundante estava morta, e essa morte era a fonte de sua melancolia.
Esse era o sentimento da natureza! Abel precisou refletir profundamente para entender o que significava. O que mais poderia representar a capacidade de se comunicar com a natureza?
Pensando de volta, a alma druida havia se tornado verde. Se ele fosse capaz de sentir a natureza, seria impossível que as promessas não fossem transferidas para ele. Afinal, ele consumiu o poder espiritual de um feiticeiro oficial.
Quanto ao plantio do oak, não havia lugar mais seguro do que o Mundo das Trevas. Essa área estava praticamente deserta, exceto pelo acampamento Ladino e o Deserto de Sangue, que havia sido eliminado.
Abel mais uma vez montou os círculos de defesa e barreira, e então convocou o Vento Negro, entrando no acampamento Ladino através do portal.
Sem saber quanto tempo levaria, preparou algumas poções nutricionais em uma bancada de pedra e ordenou que o Vento Negro não o interrompesse.
O Vento Negro era uma besta oficial da alma, o que significava que ele também tinha o poder espiritual, e a interferência de outras fontes de poder da vontade deveria ser evitada.
Saindo do acampamento e com a grama sob seus pés, Abel caminhou cerca de 5 quilômetros até encontrar um local adequado. Lá, ele montou uma defesa sólida com um círculo de proteção intermediário e preparou outro círculo mágico.
Conforme as instruções do livro, quanto mais saturada com mana estivesse a área ao redor da muda, mais ela cresceria.
Como o processo de imbuir o espírito na muda exigia que ele permanecesse imóvel, se apoiou em um oak para garantir que o poder espiritual se misturasse de forma eficaz.
O portador espiritual era crucial para os elfos. Cada druida preparava uma grande quantidade de cristais de mana para acelerar o crescimento do oak.
No entanto, o processo apresentava uma contradição: se o oak crescesse muito rápido, isso poderia indicar que o espírito era de boa qualidade, mas também poderia comprometer o crescimento futuro da árvore.
Por outro lado, se o oak demorasse demais para amadurecer, a falta de mana poderia resultar na falha do processo.
A sustentação do espírito também dependia de sorte e dos recursos disponíveis. Apenas com recursos adequados os druidas poderiam se desenvolver plenamente; sem eles, até mesmo os druidas prodígios poderiam falhar em seu desenvolvimento.
Para Abel, que possuía a bolsa espiritual do rei orc e podia reabastecer os cristais de mana, os recursos não eram um problema. Agora, ele precisava apenas acompanhar o crescimento da árvore e avaliar a qualidade do espírito que seria formado.
A mana preenchia o círculo de defesa intermediário como uma névoa. Abel cavou um buraco de 20 cm de profundidade e enterrou a muda nele.
Sentado no chão, permitiu que a alma druida emitisse uma onda de poder espiritual, envolvendo a planta. Era como se o espírito possuísse um poder natural, despertando a muda de sua hibernação.
A muda começou a absorver a mana circundante de maneira descontrolada. Acima de Abel e da muda, formava-se um pequeno ciclone de mana, com a muda localizada na base dele.
A Condessa Carrie havia escolhido o melhor broto do palácio do Grão-Duque e o havia cultivado pessoalmente.
O crescimento da muda era um aspecto crucial mencionado no manual, essencial para garantir que outras raças não pudessem obter o poder dos druidas.
Apesar dos vários obstáculos no treinamento de druidas, o mundo carecia de prodígios, e aqueles que atendiam às exigências dos druidas eram raros. Portanto, o processo de cultivo da semente, o passo mais importante, era mantido em segredo.
Apenas mudas de oak cultivadas poderiam ser usadas no processo de formação espiritual. Cada muda cultivada era registrada, com informações detalhadas sobre sua origem e o druida responsável por ela.