Pettigrew tinha pouco mais de 1,6 metros de altura, seu cabelo desgrenhado e amarelo aparecia por baixo de uma máscara facial projetada para apresentações. Sua mão direita estava envolta em uma luva prateada extravagante, e ele usava uma jaqueta marrom aberta sobre uma camisa escura.
Quando Lumian se aproximou, Pettigrew deu um passo à frente, exclamando surpreso e encantado: — Trouxa, você finalmente reapareceu.
Lumian respondeu com um sorriso na voz de Aurore: — Algo aconteceu há algum tempo; levei um tempo para me recuperar.
— Você está bem agora? — Pettigrew perguntou preocupado.
— Está tudo bem, — Lumian respondeu com indiferença, inseguro sobre a amizade de Aurore com ele.
Ele voltou seu olhar para uma mulher sentada nos degraus de pedra.
A mulher vestia uma máscara de borboleta preta, uma camisa branca adornada com uma gravata borboleta e um casaco longo e escuro. Preso em seu peito, um crachá de papel claramente digitado dizia: “Professor”.
Lumian a cumprimentou com um sorriso: — O Professor Associado não conseguiu vir?
Professor Associado era um homem. Alguns anos atrás, devido aos codinomes compartilhados, eles se conheceram na vida real e se tornaram marido e mulher.
Ambos eram Bruxos ávidos, mergulhando fundo no estudo de vários feitiços. Os cadernos de Aurore continham o feitiço Remoção de Ervas Daninhas, cortesia do Professor Associado.
Os lábios da ‘Professora’ tinham um tom fraco, e seu rosto magro emoldurava seus lindos olhos castanhos. Ela simplesmente respondeu: — Ele está ocupado no mundo real, recebendo convidados. Ele não podia perder tempo. No entanto, minha presença é semelhante à dele; isso não altera as coisas. Trouxa, qual é o problema?
Lumian sorriu levemente e disse: — Quero agradecê-lo pelo feitiço de Remoção de Ervas Daninhas.
— O que há para ser grato? Poderia ser que sua casa estivesse tomada por um grande número de ervas daninhas? — Pettigrew perguntou curiosamente.
Lumian refletiu a expressão de Aurore enquanto ele contava o passado. Seus olhos azuis-claros dispararam ao redor enquanto ele continuava, — Algum tempo atrás, eu encontrei uma planta que parecia ser originária do Abismo. Ela não só crescia a uma taxa espantosa, mas também possuía uma vitalidade notável. Emitia gases anestésicos e devorava humanos como uma flor devoradora de homens. Sempre que ela aparecia, vinha com várias, se não milhares. O feitiço de Remoção de Ervas Daninhas, no entanto, podia murchar todas. Embora não as aniquilasse completamente, ele as deixava dormentes por um período considerável.
— A remoção de ervas daninhas funciona nas plantas Beyonder? — exclamou a ‘professora’, espantado.
Lumian assentiu e disse: — Mas é eficaz apenas contra plantas do tipo gramíneas ou trepadeiras.
Essas foram as percepções que Aurore escreveu em seus cadernos.
Era evidente que ela havia conduzido experimentos com a Flor Demoníaca do Abismo do padre, documentando meticulosamente suas descobertas com dedicação acadêmica, mesmo quando sua condição estava claramente ruim.
— Essa é uma descoberta interessante. — A ‘professora’ segurou a mão de Lumian, investigando os meandros do feitiço de Remoção de Ervas Daninhas.
Felizmente, Lumian havia se aprofundado nesse feitiço e buscado orientação de Franca e Madame Hela. Embora ele não pudesse usá-lo, seu conhecimento era suficiente para uma conversa.
Após uma longa discussão sobre feitiços e conhecimento místico com a equipe da Academia, Lumian de repente sentiu uma presença iminente, lançando uma sombra sobre o ambiente.
Erguendo os olhos, ele viu uma figura imensa.
Esta figura se elevava a imponentes 2,4 metros, envolta em um simples manto de linho. Sua cabeça estava escondida sob um capuz, e em suas mãos, um formidável cajado mágico, capaz de estilhaçar os crânios de humanos comuns, era segurado.
Era ninguém menos que Gandalf, o presidente da Sociedade de Pesquisa de Babuínos de Cabelos Encaracolados. Franca sugeriu que ele poderia ter reencarnado como um homem de meia-idade dentro do Império Feysac, dotado da linhagem Gigante. Ele tinha uma propensão para bebidas e uma sede insaciável por conhecimento místico, mas a natureza de seu caminho permanecia um enigma. Às vezes, ele exibia traços do caminho do Leitor, incorporando características de um Erudito e Espreitador de Mistérios. Em outras vezes, fazia as pessoas sentirem que, com sua condição física, seria uma pena não seguir o caminho do Guerreiro.
Conhecimento místico de alto nível, como a Lei das Características de Beyonder, a Indestrutibilidade, originou-se de Gandalf.
Estranhamente, a expressão de Franca assumiu uma expressão peculiar ao mencionar Gandalf, como se seu codinome não combinasse com sua estatura e presença imponentes.
Gandalf, com o rosto obscurecido por uma sombra sinistra, fixou o olhar em Lumian e sorriu bruscamente.
— Você perdeu algumas reuniões. Fiquei preocupado que algo pudesse ter acontecido com você.
Lumian respondeu com os lábios franzidos, seu suspiro momentâneo e desamparo escondidos sob a superfície. — Algo aconteceu, mas foi resolvido.
— Isso é reconfortante. — Gandalf assentiu aliviado.
Após mais algumas conversas corteses com Lumian, ele seguiu em direção às outras equipes.
Esta foi a primeira vez que Lumian participou das discussões da Sociedade de Pesquisa de Babuínos de Cabelos Encaracolados. Seguindo o conselho de Madame Hela, ele adotou uma postura de falar menos e ouvir mais. Frequentemente, permanecia em silêncio.
Durante todo esse processo, Lumian, agora sentado nos degraus de pedra, observava aqueles que falavam com um leve sorriso, projetando uma aura de extrema atenção.
Aurore frequentemente empregava uma tática similar. Ao conversar com Madame Pualis e as senhoras idosas em Cordu, ela agraciava quem falava com um sorriso caloroso, fazendo-as se sentirem verdadeiramente valorizadas. A discussão podia ser cativante, mas sob seu aparente envolvimento, os pensamentos de Aurore ocasionalmente vagavam. Ela voltava intermitentemente para compreender os pontos essenciais, protegendo-se contra um potencial constrangimento quando precisava responder.
É claro que, quando se tratava de discussões sobre conhecimento místico ou de fechar acordos, Lumian permanecia totalmente envolvido, simplesmente imitando o comportamento de Aurore.
Depois de um tempo, Lumian encontrou um momento adequado para se levantar de seu lugar, sinalizando sua intenção de sair da área de reunião da equipe da Academia.
Uma mulher, com o rosto adornado com tinta a óleo removível, exclamou surpresa: — Você não vai comprar nada hoje?
“Você realmente precisa gastar uma pequena fortuna em cada reunião para encontrar alegria, Grande Irmã?” Lumian murmurou silenciosamente e sorriu.
— Tenho dois motivos. Primeiro, recentemente cheguei a um gargalo e estou mais focada em reunir a fórmula e os ingredientes para a poção do Professor de Pergaminhos…
Ele falou seriamente enquanto analisava a ausência de requisitos correspondentes. Finalmente, ele disse: — Em segundo lugar, estou quebrada e devo a alguém uma quantia substancial.
Os membros da equipe da Academia riram calorosamente, demonstrando compreensão.
Todos notaram que a Trouxa havia enfrentado um problema significativo durante seu hiato das reuniões, transformando-se de uma pessoa abastada em alguém sobrecarregada de dívidas.
No entanto, eles não estavam muito preocupados com a Trouxa. Nos últimos anos, testemunharam o talento de sua companheira para acumular riqueza.
Graciosamente, Lumian seguiu até o terceiro pilar à direita da colossal cadeira de pedra, onde a equipe do Purgatório se reunia. Madame Hela frequentemente se envolvia em suas discussões.
A mulher já estava presente, embora com uma redução perceptível no frio que a envolvia. Sob seu chapéu velado havia um borrão, revelando apenas uma tez branca pálida, mas não sombria.
Silenciosamente, Lumian observou as discussões e negociações da equipe do Purgatório. Depois de um tempo, ele perguntou pensativamente: — Alguém de vocês já ouviu falar de um rio ilusório associado ao domínio da morte?
Hela lançou um olhar fugaz para Lumian, mas permaneceu em silêncio.
Outro membro da equipe do Purgatório, um homem com o codinome Cérbero, refletiu sobre a questão e respondeu: — Trouxa, por que você pergunta?
— Ouvi rumores de um rio ilusório nas profundezas do Submundo, dentro do reino do inferno. Dizem que ele está conectado a um dos Beyonders de Alta Sequência do caminho do Colecionador de Cadáveres.
“Na verdade, ele respondeu sem hesitação e não buscou compensação pela informação, embora seja apenas boato e não fato verificado…” Lumian sorriu e disse: — Recentemente, fiquei intrigada com a presença de tal rio nos mitos e lendas de nossa terra natal e aqui.
Ele levantou o assunto indiretamente, sem entrar em maiores detalhes.
Cérbero refletiu por um momento antes de comentar: — Isso pode estar enraizado na semelhança entre as origens dos mitos e o pensamento humano.
Lumian respondeu secamente com a voz de Aurore e não perguntou mais nada.
Ele escutou por mais um tempo antes de voltar sua atenção para um buraco no antigo palácio.
Com seus preparativos anteriores em andamento, Lumian pôde se misturar facilmente à Reunião da Mentira, o que lhe permitiu escutar suas conversas.
Enquanto Lumian se dirigia ao local designado, rapidamente revisou o que havia observado e ouvido.
Ele não pôde deixar de notar que sua irmã, Aurore, havia conquistado bastante popularidade. Tanto os membros da Academia quanto a equipe do Purgatório haviam demonstrado gentileza a ela.
Enquanto se movia diagonalmente pelo antigo palácio, a atenção de Lumian foi atraída para um homem com meias cobrindo a cabeça. Este indivíduo saltou sobre um pilar quebrado e se dirigiu aos membros da Sociedade de Pesquisa de Babuínos de Cabelos Encaracolados, que estavam vestidos com várias roupas excêntricas.
— Deixe-me recitar um poema!
— Oceano, você é todo água;
— Cavalo, você tem quatro patas.
— Demônio, você realmente tem um gosto ótimo!
“Isso não é um poema de jeito nenhum…” Lumian já havia comprado as Crônicas Secretas do Imperador Roselle, que incluíam piadas sobre o Imperador ter um relacionamento mais do que amigável com uma Demônia. No diário, ele até comentou sobre o gosto das Demônias.
Com um passo atrás do outro, Lumian se aproximou da equipe Reunião da Mentira. Ele avistou um homem de costas para ele, vestido com uma túnica preta de vidente. Atrás dessa figura, uma antiga palavra Feysac estava inscrita em tinta dourada: “Loki”.
Franca mencionou que Loki era uma figura de certas lendas em seu mundo, associada a mentiras, travessuras e chamas. Este membro com o codinome ‘Loki’ é o fundador da equipe do Dia da Mentira. Embora ele tenha progredido nos caminhos do divino em um ritmo não inferior a Hela e os outros, ele não ascendeu à posição de vice-presidente… Várias informações passaram pela mente de Lumian.
Ele entrou na área onde estava a equipe Reunião da Mentira, e todas as risadas cessaram abruptamente.
Em uníssono, Loki e os outros se viraram para encarar Lumian, que estava vestido com uma meia-máscara e uma túnica preta de Bruxo.
Como a Trouxa, os lábios de Lumian se curvaram em um sorriso radiante.
— Há quanto tempo não nos vemos, pessoal.