Depois de cerca de uma hora, o líquido desapareceu. Gravis limpou rapidamente a umidade restante de seu corpo e da sala com seu raio. — Bem, parece que esse teste também está concluído. Acho que é hora de esperar de novo — ele disse, estalando o pescoço.
A estela no meio da sala sumiu, mas a porta não abriu. — Então, é esperar mesmo — Gravis disse. — O início da Provação do Céu foi bem empolgante, mas tudo desde então tem sido uma chatice ou entediante. Eu esperava mais de você, Céu.
Nenhuma resposta veio.
Depois disso, Gravis convocou as pílulas de refinamento corporal que havia recebido de Manuel mais cedo e começou a consumi-las. Após comer todas, seu corpo atingiu 33% dos requisitos do Estágio do Eu. Em seguida, voltou ao treinamento. Assim como no último teste, Gravis passou o tempo tentando controlar a saída de raios com a esfera de vontade, desviando dos raios da Crescimento, e ajustando seu controle sobre sua força.
Assim, se passaram oito meses.
CRRRR!
A porta se abriu, e Gravis abriu os olhos. — Finalmente — Gravis disse, exasperado. — Sinceramente, você está tentando me matar de tédio, Céu? — Gravis perguntou. — Já faz mais de um ano inteiro nessa Provação do Céu, e o que aconteceu durante esse tempo? Lutei contra um cara. Só isso.
Gravis passou pela porta, que rapidamente se fechou atrás dele. “Estou cerca de 93% do caminho até o Estágio da Árvore. No total, atingir o Estágio da Árvore levaria cerca de 15 meses. Alcançar o Estágio do Eu provavelmente levaria uns 20 meses ou algo assim. Nesse ponto, eu poderia chegar ao Reino da Unidade quando quisesse. Então, teria apenas 22 anos quando voltasse ao meu mundo natal. Seis anos, hein?”
Depois de um tempo, Gravis chegou a outro pequeno salão. Como antes, seu grupo já o esperava. Joyce correu e o abraçou. — Você ainda está vivo! Que bom — ela disse. — Muito obrigada de novo pelo seu treinamento. Sem ele, eu não estaria mais viva.
Gravis ficou um pouco surpreso com o abraço repentino, mas rapidamente a afastou gentilmente. — Como eu disse, não é nada. Não precisa agradecer.
Joyce fez um biquinho quando Gravis a afastou, mas não ligou muito. Seu bico era mais brincalhão do que zangado. Agora, Gravis finalmente teve tempo de inspecionar o grupo. A Aura de Vontade de Joyce havia se tornado mais poderosa, e ela já estava no processo de concentrá-la. Provavelmente, ela só conseguiria comprimi-la até cerca de 97% ou algo assim, mas era um começo.
Quando Gravis viu Manuel, ele sorriu de lado. Manuel também havia conseguido condensar uma Vontade de Unidade. Ele tinha o Talento de Ascendente e já estava perto de condensar uma antes. Juntando isso a dois testes perfeitamente adaptados a ele, condensar uma Vontade de Unidade não foi nada especial para ele.
Claude, o discípulo do Relâmpago, agora tinha uma Aura de Vontade totalmente condensada. Com apenas um pouco mais de refinamento, ele também condensaria uma Vontade de Unidade. O discípulo da escuridão ainda estava um pouco longe de uma Aura de Vontade totalmente condensada, mas sua aura já era poderosa o suficiente para alcançar o Estágio da Muda.
Do grupo de quatro, dois já poderiam alcançar o Estágio do Eu, enquanto um poderia alcançar o Estágio da Árvore. Isso era muito impressionante para um grupo. Aparentemente, o Céu realmente tratava o grupo com gentileza. Esses três provavelmente se tornariam o grupo de ascensores mais poderoso que esse mundo já havia produzido.
— Então, qual foi o seu teste? — Gravis perguntou.
Manuel quis falar, mas foi interrompido por Joyce. — Foi exatamente como você disse — Joyce falou em um tom animado. — O segundo teste foi bem mais difícil que o primeiro, mas não impossível. Tivemos que lutar contra muitos cultivadores.
Gravis ergueu uma sobrancelha. — Cultivadores? — ele perguntou.
— Ah, não — Joyce disse, como se lembrasse de algo. — Eles não eram pessoas reais. Eram mais como marionetes. Tivemos que lutar um-contra-um contra cada marionete e depois em equipes, em todas as configurações possíveis, várias vezes. Todas as marionetes tinham estilos de luta e elementos diferentes. E para piorar, elas eram realmente boas em lutar. Também sentimos que elas ficaram mais fortes conforme o teste avançava.
Gravis coçou o queixo. — Então, o Céu deu a vocês muitos oponentes diferentes, com diferentes forças. Quando vocês ficaram mais fortes, os inimigos também ficaram mais fortes. Acho que é impossível encontrar um refinamento melhor nesse mundo — Gravis disse.
Gravis também viu uma conexão com seus exames práticos no mundo natal. Aqueles monstros também tinham diferentes forças e fraquezas, mas havia uma diferença significativa entre os dois tipos de refinamento. A diferença entre o teste e os exames práticos era o inimigo.
Não era o fato de que um tinha marionetes imitando humanos e o outro tinha bestas, mas o fato de que as marionetes eram apenas isso, marionetes. Elas careciam da originalidade, vontade, determinação e emoção de um ser vivo. Eram ótimas no começo, mas Gravis tinha certeza de que encontraria fraquezas comuns em todas elas depois de algum tempo. Após uma exposição prolongada a isso, os cultivadores poderiam se acostumar com essas fraquezas.
Então, no geral, o refinamento que ele havia recebido em seu mundo natal havia sido ainda melhor do que isso. Quanto mais Gravis passava por refinamentos, mais ele percebia o quão sortudo havia sido por nascer com tal origem. Dizer que ele havia conquistado tudo sozinho seria uma mentira.
Sim, Gravis havia conquistado quase tudo sozinho assim que chegou a esse mundo inferior, mas sem as preparações anteriores, ele não teria sido capaz de alcançar tanto poder. “Origem também é um tipo de força. Ela pode te dar o melhor início possível”, Gravis pensou.
Tec!
Gravis voltou a focar quando alguém cutucou sua testa. — Ei, você tá viajando de novo! — Joyce disse. — Tem alguma coisa de errado com você? — ela perguntou.
Gravis balançou a cabeça. — Desculpa, não. Eu só estava perdido em pensamentos — Gravis disse, um pouco envergonhado.
Joyce colocou as mãos na cintura e suspirou, sem jeito. — Você tem feito isso desde que te encontrei de novo no Continente Central. Você tem certeza de que está tudo bem com você?
Gravis revirou os olhos. — Sim. Eu só fico perdido em pensamentos, às vezes.
O grupo observava tudo com sorrisos divertidos. Esse era o jeito da Joyce. Ela sempre dizia o que pensava. Algumas pessoas poderiam achar essa atitude rude e invasiva, mas eles achavam charmosa.
— Bem, não dá pra evitar se você é meio devagar da cabeça — Joyce disse, sorrindo.
Gravis franziu as sobrancelhas. — Eu não sou…
— Sim, sim — Joyce interrompeu, com um aceno despreocupado da mão. — E como foi o seu segundo teste?
Gravis queria dizer que não era devagar, mas então viu o sorriso dela. Então, ele suspirou e também sorriu. “Ok, ela me pegou. Não é fácil mexer com minhas emoções.”
Então, Gravis começou a falar sobre seu teste, e imediatamente, o clima no salão mudou. Passou de alívio e diversão para raiva, frustração e nojo.
BANG!
Joyce socou a parede de raiva. — Como é que esse…
WHOOM!
— JOYCE! — Gravis gritou ameaçadoramente, ativando sua Aura de Vontade. Ele usou apenas o suficiente de sua aura para impedir que eles se movessem. — Cuidado com o que você diz! Você não tem o meu passado! Se insultar o Céu, você vai morrer! Você não é forte o suficiente para resistir.
O grupo prendeu a respiração por um tempo enquanto Gravis falava. Após esperar mais alguns segundos, Gravis desativou sua Aura de Vontade, e todos respiraram fundo. — Desculpa, mas eu não quero que vocês joguem suas vidas fora assim — Gravis disse.
O Céu pode não estar autorizado a derrubá-los diretamente sob o olhar do Céu mais elevado, mas ainda poderia roubar toda a Sorte Cármica de um cultivador. Algo assim seria o fim de um cultivador.
Joyce respirava pesadamente e estava com o rosto vermelho de raiva. No entanto, seus olhos não mostravam apenas fúria, mas também medo. Devido a suas emoções, ela quase cometeu suicídio involuntário. O que ela tinha pensado ao gritar aquelas palavras? Sua raiva quase lhe custou a vida!
— Obrigada — Joyce disse baixinho depois de um tempo.
Gravis assentiu. — É por isso que eu suprimo minhas emoções — Gravis disse. — Emoções podem te levar a fazer coisas ilógicas. Quando está cego pela raiva, você vai cometer erros. Lembre-se dessa experiência.
Joyce suspirou de novo. — Você tem razão, mas eu fiquei tão irritada quando ouvi o que aconteceu com você. Como o Céu pode fazer uma coisa dessas? — ela disse, começando a se exaltar de novo. Pelo menos, ela já tinha mais controle agora.
— Porque ele tem poder — Gravis disse. — Essa é a única verdade. Ele pode fazer o que quiser, contanto que não haja algo mais poderoso interferindo. Teoricamente, o Céu poderia criar um mundo inteiro onde todos sentem uma dor insuportável enquanto estão vivos, e enquanto nada mais poderoso interferir, não há nada que ninguém possa fazer.
— Mas isso é errado! — Joyce disse.
— Sim, é — Gravis disse — mas acontece de qualquer jeito. Não importa se é certo ou errado. Simplesmente acontece.
Joyce tremia um pouco de frustração. Depois de alguns segundos, ela desviou o olhar. — Esse pensamento é frio e deprimente demais. Eu não quero que algo assim seja real.
Gravis suspirou. — Eu também não gosto disso, mas é a realidade. Você só pode mudar a realidade se for poderoso o suficiente, mas enquanto você não for tão poderoso, terá que aceitar. Só com poder você pode mudar o que quiser.
O resto do grupo tinha se mantido fora da conversa, mas as últimas declarações de Gravis também ressoaram com eles. Muitos anciões já haviam lhes dito a mesma coisa, mas era diferente quando algo acontecia de fato para provar isso. O segundo teste de Gravis era prova suficiente. Isso transformou um argumento lógico em realidade.
O grupo permaneceu em silêncio por alguns segundos enquanto refletiam sobre a situação atual.