“Reduzir meu tamanho também conta como mudança, hein”, ele pensou com interesse. “Inicialmente, queria manter meu corpo maior para comer mais, mas se encolher no futuro consumir uma mudança inteira, talvez seja melhor permanecer pequeno, mesmo que encontrar Bestas de Energia menores seja mais difícil.”
Gravis visualizou seu novo corpo e, após cerca de um minuto, finalizou a imagem.
— Mestre, inimigo forte — o linguado o alertou repentinamente.
“Sério? Justo agora?” Gravis pensou, frustrado, perdendo a concentração. A imagem em sua mente voltou a ser uma enguia gigante. Ele verificou o entorno com seu Espírito e viu a nova ameaça. “Besta Espiritual de grau médio”, ele avaliou.
CRRRRR!
Gravis despedaçou a besta com seu Espírito por ter interrompido sua evolução, embora tenha ficado surpreso com a quantidade de Espírito que isso consumiu. Mais de 10% de sua energia espiritual foi gasta para destruí-la.
“Tsc, isso pode se tornar um problema no futuro. Eu poderia usar meu corpo para enfrentar as bestas, mas ele ainda está longe do ideal. Ganhar experiência de combate com esse corpo escorregadio não vai me ajudar muito no longo prazo.”
A intrusa era uma arraia de 100 metros de comprimento. Se tivesse aparecido em outro momento, Gravis provavelmente a teria capturado com seu Anel da Vida, mas agora ele estava simplesmente irritado. Vale lembrar que bestas, assim como Gravis, não possuem Sorte Cármica. Por isso, às vezes, também sofrem com eventos que podem ser considerados má sorte.
Gravis rapidamente recuperou a imagem mental e começou a alterá-la novamente. Era uma tarefa tediosa, mas seu corpo não evoluiria sem uma imagem clara na mente. Após um minuto, a imagem foi finalizada, e seu corpo começou a mudar novamente.
Depois de alguns minutos, o processo terminou, e Gravis observou seu novo corpo.
Ele encolheu para dois metros de comprimento, ficando ainda menor do que era no início. Com sua estrutura esguia, parecia ainda mais leve do que um humano, embora isso certamente mudaria no futuro.
No entanto, havia algo que não combinava nada com o resto de seu corpo. Dois braços poderosos, imponentes e cheios de músculos cresciam de seu “peito”. Eles tinham cerca de metade do comprimento de seu corpo e eram bem largos. As mãos tinham cinco dedos com garras nas pontas. Quem olhasse para Gravis pensaria que metade de seu corpo consistia nesses braços massivos.
Com a pele viscosa ainda intacta, os braços pareciam bizarros. Gravis estava satisfeito com os resultados, mas sentia que estava se tornando uma aberração. Sua aparência surreal era perturbadora.
“A próxima evolução serão minhas escamas. Alterar a camada externa provavelmente não consumirá uma mudança inteira. Deveria ser possível redistribuir minha massa e deixar o tronco mais largo na próxima evolução.”
— Posso comer? — o linguado perguntou de repente.
Gravis o encarou, franzindo o rosto. Depois de pensar um pouco, deu de ombros com seus novos braços.
Clank!
Uma Formação dentro do linguado se quebrou, libertando-o da influência do Anel da Vida. O linguado havia tentado matá-lo, mas também o protegeu. Gravis achou que o mais justo seria libertá-lo e encontrar outro guia. A falta de inteligência do linguado o irritava mais do que ajudava. Além disso, ele era grande demais para ser comido.
Os olhos do linguado se arregalaram ao recobrar sua antiga consciência.
— Vá, você está livre agora — Gravis transmitiu de forma indiferente.
— Fraco! Você ousa me machucar!? — o linguado rugiu com raiva, avançando contra Gravis.
CRRRK!
E assim, o linguado morreu. Gravis suspirou. “Tento ser legal por uma vez por piedade, e olha no que dá”, ele pensou, decepcionado, enquanto balançava a cabeça. “Foda-se esse linguado idiota!”
Infelizmente, o linguado era grande demais para ser comido. A refeição levaria uma eternidade. Gravis simplesmente disparou para longe.
Contrariando suas expectativas, ele estava mais lento do que antes. Isso se devia ao fato de seu corpo ter ficado mais pesado, exigindo mais de seu Espírito para se movimentar. Agora ele se movia apenas na mesma velocidade com que seu Espírito se regenerava, o que era cerca de um terço de sua velocidade anterior.
“Tsc, nadar vai acabar sendo mais rápido que isso”, ele pensou, frustrado. “Bem, tanto faz. Alguns minutos a mais não fazem diferença.”
Depois de um minuto, Gravis emergiu na superfície do oceano e começou a voar. Manter-se no ar e se mover era menos desgastante para seu Espírito do que se mover pela água.
Após alguns minutos de voo e busca, Gravis precisou de ar novamente, ou, no seu caso, água. “Meu corpo não precisa tanto de ar quanto antes, mas ainda precisa de um pouco.”
Depois de mergulhar brevemente para respirar, ele retomou sua jornada. “Preciso de duas Bestas de Energia de grau médio, duas de grau alto e duas Bestas Espirituais de grau baixo. Isso não deve levar mais do que algumas horas”, ele pensou, enquanto inspecionava a água abaixo com seu Espírito.
Depois de cinco minutos, encontrou um alvo ideal: uma barracuda de seis metros. Sua boca era mais imponente que o normal, mas fora isso, parecia comum.
“Rápida e poderosa. A mandíbula grande permite que ela cace presas maiores”, ele pensou. “Estou com vontade de testar meus novos braços. Ela é um grau superior ao meu corpo, mas braços são mais úteis contra animais do que muita gente pensa, mesmo sem armas.”
Splash!
Gravis mergulhou no oceano alguns metros à frente da barracuda. O peixe o avistou rapidamente e avançou com velocidade impressionante. O exterior carnudo e viscoso de Gravis parecia apetitoso. Mas Gravis apenas sorriu.
Estava perto da superfície, então a barracuda avançou diagonalmente para cima, com a boca escancarada. Gravis esperou o último momento para desviar. Usando seus braços poderosos, lançou-se para baixo na água, movendo-se mais de dez metros com a força do impulso, fazendo a barracuda errar o alvo.
Splash!
A barracuda não conseguiu parar sua investida e saltou para fora da água.
Bang!
A cauda de Gravis o impulsionou para cima, e ele estendeu os braços.
Pack!
Embora longa, a barracuda era estreita. Gravis a agarrou pelos lados e a segurou acima de sua cabeça. A barracuda se debatia no ar com toda a força, mas Gravis, poderoso e experiente, conseguiu contê-la.
Snap! Snap!
A barracuda estalava as mandíbulas ameaçadoramente no ar, mas não conseguia alcançar Gravis. Suas nadadeiras tampouco conseguiam ferir seu corpo ou braços. Gravis apenas sorriu, observando o peixe se debater. “É foda não ter membros de verdade, né?” ele pensou, debochando mentalmente.
CRRRRRRRR! CRK!
Gravis usou sua nova mandíbula pela primeira vez e mordeu a barriga da barracuda. Foi difícil, já que ela era um grau superior a ele, mas, com esforço, ele conseguiu romper as escamas e arrancar um pedaço. “Na verdade, o gosto não é ruim”, pensou Gravis.
Gravis nunca havia sentido o gosto de nada até agora, já que sempre empurrava a comida direto para o estômago, sem passar pela língua. O sabor o surpreendeu — era muito melhor do que ele esperava.
A barracuda estava indefesa. Gravis poderia matá-la lentamente com sua mandíbula ou segurá-la fora d’água por meia hora para sufocá-la. Como a vitória já estava garantida, ele decidiu apenas destruir seu cérebro com o Espírito. A batalha já estava decidida.
“Braços são úteis”, pensou Gravis com um sorriso, enquanto colocava a barracuda em seu Espaço Espiritual.
Normalmente, era quase impossível para uma besta vencer outra de nível superior. As bestas tinham menos graus comparadas aos cultivadores, e cada grau representava uma diferença significativa. Além disso, seus estilos e técnicas de combate eram menos variados que os dos humanos. O mais forte simplesmente vencia.
Peixes eram incrivelmente rápidos e ágeis na água, mas quase indefesos no ar. No ar, não havia resistência suficiente para que suas nadadeiras funcionassem corretamente. Se Gravis não tivesse lutado na superfície, essa batalha poderia ter sido difícil e demorada. Claro, isso só seria verdade enquanto ele não usasse seu Espírito ou sua vontade.
Gravis emergiu da água novamente e continuou sua caçada. Após mais dez metros, encontrou um peixe-espada de 15 metros, uma Besta de Energia de grau alto. Ele destruiu o cérebro da criatura e a guardou no Espaço Espiritual.
Alguém poderia pensar que seu Espaço Espiritual começaria a ficar lotado, mas, desde que Gravis alcançou o Reino Unidade, seu espaço interno cresceu imensamente. Agora, ele tinha um raio de cerca de 200 metros, espaço mais do que suficiente para acomodar todas as suas presas.
“Falta uma Besta de Energia de grau médio e mais uma de grau alto”, ele pensou, enquanto continuava caçando.
Após mais dez minutos, encontrou a segunda Besta de Energia de grau médio.
Trinta minutos depois, achou uma Besta de Energia de grau alto adequada.
“Pronto! Isso deve bastar”, Gravis pensou enquanto mergulhava novamente na água. “As Bestas Espirituais estão no fundo. Acho que vou procurar um guia mais inteligente que possa vigiar os arredores enquanto observo o OMC. Felizmente, não preciso mais dormir.”
Após cerca de um minuto, Gravis chegou ao fundo do oceano novamente.
“Vamos ver o que vou encontrar”, ele pensou, disparando pela escuridão ao seu redor.