Enquanto as palavras ecoavam dentro da sala do trono, o coração de Agir fervilhava com tremores selvagens, ameaçando explodir a qualquer momento. No entanto, ele conteve a dor e suprimiu sua loucura crescente para apunhalar Zamira com os olhos.
— Por que está me contando isso? Quem diabos é você?!
Agir rugiu de indignação.
— Eu sou sua salvadora. Aquela que permitirá que você elimine anos de vergonha. No entanto, devo dizer que você não é realmente inteligente. Você esperava honestamente que uma mulher bárbara se mantivesse casta por você por mais de mil anos? Vamo lá.
Que sonho você estava vivendo?
Zamira respondeu enquanto balançava a cabeça, fazendo com que Agir quase cuspisse sangue.
— Mas está tudo bem. Tenho a solução para todos os seus problemas. Você só precisa fazer algumas coisas. Primeiro, me diga exatamente quem era.
Zamira ordenou enquanto liberava sua força estelar. E sentindo a perfeita unidade das estrelas dentro daquela luz branca, Agir ficou surpreso.
— Fusão Estelar…você é um Santo da Fusão Estelar?
Ele perguntou com admiração. No entanto, quando ele se lembrou de quem era seu inimigo, esse temor logo desapareceu, substituído por frustração e uma pitada de desespero oculto. Essa reação por si só permitiu que Zamira eliminasse muitos alvos. Se um Santo da Fusão Estelar não fosse suficiente para acender a esperança no coração de Agir, então aquele a quem ele devia sua humilhação era pelo menos um especialista no Reino Divino.
Mesmo dentro da casa Serkar, a lista não era tão extensa. O patriarca, Berken, e os anciãos. Os anciãos eram um grupo heterogêneo que variava desde os filhos, irmãos e primos de Berken até seus parentes isolados. Talvez o primeiro herdeiro tivesse rompido recentemente e alcançado o Reino da Semente Divina, mas o momento não coincidiu. Portanto, Zamira o ignorou.
Quanto ao motivo pelo qual ela se importava, era naturalmente por causa de Konrad. Depois de saber que ele desejava usar as chamas da guerra para atrair valiosos especialistas em Serkar e obter entrada em seu quartel-general, ela estava planejando outro plano.
E assim que a história da princesa Helbin chegou aos seus ouvidos, ela rapidamente conectou os pontos. Através da briga dela e de Agir, para não falar de um membro valioso. Zamira estava confiante de que poderiam atrair um membro central da casa Serkar para servir ao propósito de Konrad.
Enquanto isso, ela poderia assumir o controle do Khanato do Norte sem derramar uma gota de sangue; assim, batendo em dois coelhos com uma cajadada só.
— Eu sei. Não é que você não se atreva a se vingar. Você acredita que fazer isso não faz sentido. Na melhor das hipóteses, você perderia sua vida. Na pior das hipóteses, todo o seu clã seria exterminado, seguindo os passos dos Dire e daqueles outros clãs que ofenderam aqueles que não podiam se dar ao luxo.
As palavras de Zamira combinaram perfeitamente com os pensamentos de Agir e, com a cabeça abaixada, ele suspirou.
— Com certeza. O inimigo é muito forte. Não só sua própria força é monstruosa, mas seu status dentro da casa está no cume. Um homem deve saber quando avançar e quando recuar. Independentemente do que ele faça, não posso me vingar…
Agir respondeu com os dentes afundando em sua parte inferior e suas unhas cravando em sua palma.
— Enquanto não estivermos lidando com Berken e Gulistan, tenho cem por cento de confiança em lhe dar justiça. Pode confiar em mim.
Ouvindo isso, Agir ficou surpreso. Como aquela mulher poderia fazer uma afirmação tão ousada? Evitando Berken e Gulistan, ela parecia saber claramente com o que estava lidando; no entanto, ainda falava essas palavras.
De onde veio a garantia dela? Um apoiador mais poderoso? Agir simplesmente não acreditava que um Santo pudesse ir contra seu inimigo. E mais…
— Por que você me ajudaria? O que quer de mim?
Este é o ponto mais premente. E até que essa parte fosse esclarecida, mesmo que Zamira oferecesse a lua, ele ainda não ousaria recebê-la.
— Simples.
Zamira acenou com a mão, fazendo com que uma beleza de olhos vermelhos-sangue aparecesse diante de Agir. As roupas de escrava que ela usava desapareceram, substituídas por uma assustadora armadura de cristal preto, na parte de trás da qual quatro pares de asas tremulavam.
Esta beleza de olhos vermelhos era naturalmente um dos dois Cavaleiros Supremos que seguiram Konrad nesta missão e agora serviram temporariamente sob Zamira. Removendo a luva, ela abriu a palma da mão e estendeu a mão sangrando em direção a Agir.
E sentindo a surpreendente erupção de aura de sua forma, Agir estava assustado. O cultivo de Zamira o admirava, mas não podia aterrorizá-lo. No entanto, esta mulher estava em uma liga totalmente diferente, com profundidade que ele não podia nem imaginar.
Agora, ele não duvidava mais que lidava com uma facção incomparavelmente formidável.
— Eu quero que você beba o sangue dela. Faça isso, e eu vou ajudá-lo a obter sua vingança.
Zamira ordenou. Várias raças possuíam habilidades de fascínio. Controle Mental e Orquídeas Fantasmas para íncubos, Vermes da Alma para espíritos paragonais, Compulsão de Sonhos para maras, etc….
Esta beleza de olhos vermelhos era um Ínfero de Sangue de alto nível. E assim, seu sangue possuía a capacidade de vincular quem o provasse à sua vontade. Usando esse truque, Zamira poderia controlar Agir por procuração, e ele sabia disso muito bem.
No entanto, quando o rosto daquele homem reapareceu em sua mente, e ele viu a chance de vingança dentro daquela palma sangrando, ele não hesitou mais.
— Por causa da vingança, posso desistir de qualquer coisa. Se houver uma chance, vou apostar minha alma nisso. Eu sei que você pode estar me enganando, mas ainda estou disposto a tentar!
Agir exclamou e bebeu o sangue; assim, abandonando seu livre arbítrio.
— Nome?
— Hejin Serkar!
Ao ouvir isso, Zamira ficou surpresa. Embora agora fosse evidente que o alvo de Agir era muito alto, ela não esperava que ele fosse o próprio Hejin. Afinal, Berken e Gulistan à parte, ele era o membro de mais alto escalão da casa Serkar, o primeiro herdeiro anterior e o pai do atual.
Sendo esse o caso, a princesa Helbin não era… prima de Konrad?
Pensando nas coisas prestes a ocorrer, Zamira não pôde deixar de arquear as sobrancelhas.
Tanto faz. Estávamos destinados a atravessar aquela ponte. Conhecendo-o, tenho certeza de que ele não se importará.
Ela suspirou antes de voltar sua atenção para seu servo por procuração.
— Primeiro, eu lhe darei uma das minhas mulheres da tribo como sua nova consorte. Os filhos que ela dará a você serão chamados de Borxan e, no futuro, herdarão seu assento.
Quanto a Hejin, já que ele parece se importar tanto com aquela filha dele, vamos fazer dela a isca para atraí-lo. As consequências serão diretas.
Acredito que no futuro próximo, você terá o prazer de vê-lo testemunhar suas esposas e concubinas cheias até a borda com a vara de outro homem.
As palavras eram como música para os ouvidos de Agir, e ele se curvou em submissão.
— Não anseio por mais nada!