Os dois cargueiros Galaxy passaram lentamente pelo navio e cuspiram alguns veículos marinhos de suas grandes barrigas.
Por causa destes botes, os soldados nos cargueiros não estavam lotados, mas os aviões ainda podiam acomodar duzentas pessoas.
Em menos de dez minutos, quatro aerodeslizadores chegaram.
Uma luz de busca em um dos aerodeslizadores foi ligada e veio o som do alto-falante: — Aqui é a Marinha dos Estados Unidos. Pessoal do navio, se identifiquem ou trataremos como um sequestro e ataque terrorista.
Luke olhou para Flegg, que falou ao agente ao lado: — Pegue alguns homens e atrase-os. Ganhe o máximo de tempo possível.
Ele então disse a outro homem: — Diga ao esquadrão de coleta para trabalhar mais rápido e parar de enrolar. Os ladrões já estão aqui.
Após os dois agentes saírem, Luke perguntou com um sorriso: — São os Fuzileiros Navais dos Estados Unidos. Não está com medo?
Flegg sorriu: — É por estarem dizendo ser os Fuzileiros Navais que definitivamente não são.
Luke ficou surpreso.
Flegg explicou casualmente: — Em missões, os Fuzileiros Navais normalmente dizem que são a Navy ou até a SAS, o que facilita as disputas.
Luke entendeu imediatamente.
Os agentes Flegg e Wales do FBI, por exemplo, eram tão falsos quanto os Fuzileiros Navais na frente dele.
Quando se tratava de identidade falsa, pode-se dizer que os vários departamentos tinham relações complicadas.
Contanto que não fossem pegos com evidência, as agências muitas vezes usavam a identidade da outra parte para passar a culpa.
As pessoas no convés claramente redobraram seus esforços. Flegg virou a cabeça e olhou para Luke: — Devo te enviar de volta?
Luke assentiu rapidamente: — Apreciaria isso. Posso levar minha família comigo?
— Sim — Flegg respondeu sem hesitação: — Seria melhor sair agora ou não conseguirá quando aqueles caras embarcarem.
— Voltarei em cinco minutos.
Ao ouvir isso, Luke entrou no navio instantaneamente. Um momento depois, os três pegaram o aerodeslizador de Flegg até o hidroavião. Após o avião partir, Luke olhou para o navio e perguntou: — Você vai deixá-los assumir?
Flegg assentiu em resposta: — Eles têm aprovação oficial. Naturalmente, temos que deixá-los assumir.
— No caso, conseguimos o que queríamos. Qualquer um que quiser isto pode ir discutir com o chefe. Eu só fui responsável por pegar — murmurou consigo.
Como qualquer um na linha de frente, ele só cuidava das coisas operacionais. Não era da sua conta como os figurões se resolviam; era para isso que suas bocas e rostos serviam!
Ele também levou isto em consideração quando trouxe Luke e sua família consigo. Pelo que Luke disse, ele era a única pessoa que viu pessoalmente o polvo gigante mutante no navio.
Ao levar Luke consigo, os recém-chegados não saberiam o que diabos Flegg pegou. Eles não fariam um movimento imediato. Flegg estava agindo sob a bandeira do FBI. Os recém-chegados não tinham coragem o bastante para enfrentar o FBI, mesmo que não pudessem ter certeza da identidade de Flegg. Mesmo que xingassem em seus corações, não havia nada que pudessem fazer porque chegaram tarde. Se os figurões apoiando tivessem a capacidade, poderiam agarrar alguns espólios dos superiores de Flegg; se não tivessem, deveriam ir para casa em silêncio.
Assim que o sol nasceu, o avião pousou numa base e Flegg chamou um carro para Luke e sua família. Ele não teve tempo para se despedir e queria atrair ainda menos atenção para Robert; simplesmente assentiu para eles de longe.
Luke e sua família pegaram o ônibus matinal, que não estava lotado, e voltaram para casa sem pressa.
Quando abriram a porta e entraram, Claire, que estava caminhando de um lado para o outro na sala de estar, se virou e viu Catherine. Ela saltou nela e gritou: — Mãe, você voltou!
Catherine abraçou a macaquinha e beijou sua bochecha: — Luke nos trouxe de volta.
Claire não podia estar mais feliz. Embora Robert já tivesse ligado e dito que estavam bem, ela não ficou completamente tranquila. Somente após ver os três entrarem é que todo o peso saiu de seus ombros. Luke olhou para a cena com um sorriso e sinalizou para Selina que estava tudo bem.
Ela também relaxou.
Luke tinha saído com pressa. Embora tenha ligado duas vezes depois disso, vendo como Claire não conseguia se sentar de ansiedade, também deixou Selina preocupada.
Agora que todos estavam bem, ela também poderia relaxar.
Após todos se sentarem no sofá, ela lembrou de algo e perguntou baixinho: — Cadê o Dollar?
Luke respondeu com um sorriso: — Deve estar aqui logo. Hm, ele foi bem desta vez. Terei que dar um bônus enorme.
Selina riu quando ouviu isso: — Ele só sabe comer; o que mais você pode dar?
Luke riu, mas não disse nada. Ele não podia economizar na recompensa de Gold Nugget desta vez ou ele não ficaria tão animado no futuro.
Ele não podia ser mesquinho sobre isto. Enquanto todos conversavam, Gold Nugget saiu do corredor ao lado. Quando Luke foi pegar Robert e Catherine, este sujeito esgueirou-se no hidroavião e encontrou um canto para se esconder.
Acobertado por Luke, ele embarcou com sucesso no avião, saiu furtivamente da base e seguiu o ônibus correndo. Quando os outros estavam conversando, o cachorro entrou pela porta da garagem que Luke deixou aberta. Esfregando a cabeça do cachorro, Luke exibiu um olhar de aprovação para indicar que não esqueceria da recompensa. Feliz, o cachorro então se deitou perto de Selina e começou a roncar silenciosamente.
Gold Nugget não estava cansado, mas Dollar estava com um pouco de sono. Eles conversaram por um tempo e Luke então foi se refrescar. Ele tinha que ir trabalhar depois. Robert, Catherine e Claire ficaram acordados a noite toda. Eles também precisavam descansar.
Eles seguiram caminhos separados e a casa logo ficou quieta.
Ouvindo o som distante dos carros fora da janela, Catherine suspirou. Robert foi abraçá-la: — Qual é o problema?
Catherine respondeu com um sorriso irônico: — Sempre quis que ele pudesse permanecer seguro e ser normal, por isso pedi para você arranjar um emprego de policial para ele em Shackelford. Porém, no final, ele ainda…
Robert permaneceu em silêncio por um momento antes de abraçar com mais força: — Está tudo bem. Ele é muito capaz. Estarei lá para ajudá-lo se ele estiver com problemas.
Catherine murmurou uma resposta e a imagem de uma pessoa apareceu em sua mente. Ela se perguntou se deveria falar com a pessoa.
Porém, a ideia desapareceu tão rápido quanto chegou. Catherine deixou rapidamente o pensamento de lado e adormeceu lentamente.
Luke e Selina foram trabalhar.
Nenhum dos dois estava com sono, apesar de ficarem acordados a noite toda. Os dois não precisavam mais de tanto sono e estavam cheios de energia. Numa intercessão, Luke percebeu que a pessoa que também estava esperando no farol vermelho no lado oposto era um velho conhecido e não conteve o sorriso: — A SWAT parece muito livre hoje. Harrelson até tem tempo para vagar pelas ruas.
Selina levantou a cabeça e olhou para ele: — Todos os policiais em Los Angeles já receberam aviso para não enviar mais pessoas ao promotor de justiça. É claro que ele está livre.