— N-Não…
Edrea murmurou.
Seu rosto já estava pálido, seus olhos arregalados e lábios tremiam, era nítido que ela estava assustada.
Muito assustada.
— N-Não… Não sou uma espiã enviada por nenhum reino… não sou uma espiã…
— NÃO SOU UMA ESPIÃ!!
Edrea gritou em pânico e medo!
— Srta. Edrea… as coisas não são decididas por quem fala mais alto…
O homem sentado na sua frente falou.
Ele era o mesmo homem acadêmico que interrogou Edrea um dia atrás.
Agora, ela estava na sala de interrogatório, sentada de joelhos e com as mãos amarradas atrás das costas.
— Sr. Brian, por favor, confie em mim, não sou uma espiã! Admito que sou uma assassina! Sou uma assassina!
— Matei minhas competidoras para chegar aonde estou hoje. O número de pessoas que matei é por volta de doze. Eu também matei o Mason.
— Envenenei ele.
— Sou egoísta, manipuladora e maquinadora, mas não sou uma espiã!
— Por favor, acredite em mim!
Edrea admitiu todos os crimes, seu rosto estava coberto de ranho e lágrimas. Se alguém que não soubesse o que ela fez, sentiria pena.
Por que ela estava chorando?
Por que estava admitindo todos os crimes?
Por que era contra ser chamada de espiã?
Ela amava tanto seu reino que ser chamada de espiã a enchia de nojo?
É claro que não.
Edrea era uma mulher egoísta.
Ela não se importava com o reino em que vivia.
O motivo de ser tão contra ser chamada de espiã era puramente devido ao egoísmo.
Ela estava com medo.
Se fosse uma assassina, o pior que aconteceria seria a execução.
No entanto, se fosse suspeita de ser uma espiã, as coisas mudariam.
Ela seria interrogada e até torturada para que o reino pudesse extrair informações dela.
E como não era uma espiã de verdade, não havia como saber algo que satisfaria a curiosidade dos interrogadores.
O que isso significava?
Significava que ela seria torturada até a morte.
A pior maneira possível de morrer.
— Srta. Edrea, esta é a última carta que enviou ao seu amante, Algerama, o espião. É verdade? — O homem chamado Brian perguntou.
— N-Não… não escrevi essa carta! — Edrea mentiu.
Então, um sorriso frio apareceu no rosto de Brian quando sugeriu.
— Sugiro que não minta para nós, Srta. Edrea. Você só piorará as coisas para você se fizer isso.
Então, um papel apareceu em sua mente enquanto continuava.
— Este é o papel onde escreveu os números dos quartos que precisavam ser limpos e entregou ao departamento de limpeza.
— A caligrafia aqui e a da carta combinam perfeitamente — Brian expressou e então olhou para Edrea.
— Esta carta foi escrita por você, correto, Srta. Edrea?
A boca de Edrea arregalou.
Ela não conseguia acreditar que sua mentira foi exposta.
Assim, entrou em mais pânico ainda!
No final, começou a contar a verdade.
— Sim, eu escrevi esta carta.
— No entanto, o Algerama que está falando não é um espião, é o Marquês Alger! Eu enviei esta carta para o Marquês Alger!
— Oh? Por que enviou esta carta ao Marquês Alger? — Brian questionou.
— O Marquês Alger queria se aproximar da empregada-chefe Edda, contudo, ela discordou, independente do dinheiro oferecido.
— No final, o Marquês Alger se aproximou de mim, a vice-empregada-chefe, já que ele não precisava de Edda. Ele precisava da posição de empregada-chefe.
— O plano era simples, ele se livraria de Edda e eu me tornaria a próxima empregada-chefe. Em troca, eu ajudaria a fazer o que mandasse.
— O pássaro naquela carta era realmente a Edda e eu escrevi estas cartas para atualizar o Marquês Alger sobre o movimento atual dela para poder planejar e matá-la.
— Hmm? Mas, pelas informações que recebemos do Marquês Alger, a Edda e ele eram bem próximos.
— Isso é uma mentira que aquele maldito inventou!
— Por que o Marquês Alger se aproximaria de mim se era próximo da minha superiora!? Não existe motivo para isso!
— Como falei, algo não se tornará verdade se falar alto, então, por favor, abaixe o tom, Srta. Edrea.
— Além disso, se o Marquês Alger era seu aliado, por que traria você aqui?
— Não sei por que ele me traiu! Porém, não estou mentindo! As cartas que ele me enviou estão no meu anel de armazenamento! Cheque a caligrafia e compare com a do Marquês Alger! Tenho certeza de que encontrará similaridades!
Brian franziu a sobrancelha, pegou o anel espacial de Edrea e algumas cartas apareceram em sua mão.
Em seguida, pegou um documento.
Alger era um Marquês. Não era difícil para alguém como Brian encontrar um documento com sua caligrafia.
Ele então começou a comparar as duas caligrafias e balançou a cabeça.
— Elas não combinam, Srta. Edrea. Você mentiu, novamente.
Os olhos de Edrea arregalaram-se de choque.
Como isto era possível!?
Todas estas cartas foram enviadas pelo Alger!
Como a caligrafia não combinava!?
Logo, os olhos de Edrea arregalaram-se em realização.
— Um de seus subordinados deve ter escrito!
— Sim! Tenho certeza disto!
— Você deve checar a caligrafia dos subordinados! Você descobrirá que estou dizendo a verdade!
— Srta. Edrea, o Marquês Alger tem centenas de servos, você não espera que chequemos a caligrafia de todos, certo?
— E se a caligrafia não combinar?
— Então você diria que o Marquês Alger encontrou um plebeu aleatório para escrever a carta e pedirá para checarmos a caligrafia de todos os plebeus vivendo no reino?
— Srta. Edrea, existe um limite para quão inviável e idiota sua mentira pode ser.
Então, uma pressão assustadora emanou do corpo de Brian, seus olhos ficaram mais frios e gelados quando avisou.
— Srta. Edrea, sugiro que conte tudo que sabe. Diga-nos sobre o reino que lhe apoia por trás das cenas, diga-nos o que querem e qual é a sua missão.
— Conte tudo, voluntária e sinceramente.
— Caso contrário, as coisas serão dolorosas para você.
— N-Não…
— EU NÃO SOU UMA ESPIÃ!!