Nos anos seguintes, a humanidade continuou a crescer.
Eventualmente, vários séculos depois, alguém chegou ao domínio da humanidade.
A Raça Amorfa.
No entanto, não eram guerreiros, e sim diplomatas.
Os seres mais fortes a bordo da nave eram dois Representantes, acompanhados por dois Estrategistas.
Não havia nenhum ser no Décimo Reino presente.
Nick entrou em contato com os Representantes, e eles conversaram.
As negociações foram duras.
Os Representantes queriam, inicialmente, recrutar a humanidade como vassalos.
Eles protegeriam a humanidade em troca de Zephyx.
Mas Nick rejeitou essa proposta imediatamente.
A humanidade não precisava da proteção deles.
Então vieram as ameaças, mas Nick chamou o blefe.
Estavam livres para atacar. Já haviam lidado com dois Generais — e isso sem usar suas armas mais poderosas.
A Tribo podia mandar mais, mas todos seriam aniquilados.
A humanidade não era mais fraca como durante a guerra original.
A Raça Amorfa contatou a Mãe e partiu logo depois.
Dessa vez, os termos eram diferentes.
Uma aliança.
A Mãe estava recrutando guerreiros para ajudá-la na guerra contra as outras Tribos.
Em troca, a humanidade receberia tecnologia e recursos.
Nick aceitou os termos com uma condição: os guerreiros da humanidade não estariam sob o comando da Mãe.
Ela diria o que queria destruído, e a humanidade decidiria por conta própria como fazer isso.
Ambos os lados concordaram.
Naturalmente, a humanidade odiava a Raça Amorfa, mas precisava de um meio para entender como o universo funcionava.
A humanidade ajudou a Tribo pelos séculos seguintes, e os ventos da guerra mudaram.
Nick foi o responsável por grande parte do trabalho, mas a Raça Amorfa nunca descobriu que era ele.
Eles davam um alvo à humanidade, e, de alguma forma, aquele alvo era destruído.
A Mãe nunca soube como isso era feito.
Naturalmente, ela também enviava batedores e espiões para descobrir o que a humanidade estava fazendo, mas, por algum motivo, nenhum deles jamais retornava.
Era evidente que a humanidade matava esses espiões, mas a Mãe não podia reclamar.
Afinal, ela não deveria estar espionando em primeiro lugar.
Além disso, sempre que a humanidade eliminava um alvo, ficava com todos os recursos para si.
Sim, os inimigos da Mãe diminuíam, mas ela não ganhava nada com isso.
Mil anos depois, a guerra terminou, e a Mãe saiu vitoriosa.
Sua Tribo não estava mais sob pressão, e ela podia colher tanta Energia Pura quanto quisesse.
A Tribo se recuperou.
Ela avançou e alcançou o Pináculo do Décimo Reino.
Depois disso, deu à luz um exército de guerreiros no Décimo Reino…
E enviou todos para lidar com os humanos.
Mais de 200 guerreiros no Décimo Reino.
O exército chegou ao sistema solar.
Então, todos eles convulsionaram e morreram.
Se havia algo em que Nick era bom, era infiltração.
Ele já havia previsto esse desdobramento há muito tempo.
Por isso, havia infiltrado a Tribo da Mãe e alterado o alimento usado para fortalecer os guerreiros após o nascimento.
A mudança foi sutil, e ninguém percebeu até que Nick ativou o mecanismo de morte.
Quando todos os guerreiros morreram, Nick os consumiu.
Como um ser de Energia Pura com uma Alma, Nick podia simplesmente extrair Energia Pura de outros seres.
Após consumir todos os guerreiros, Nick alcançou o Pináculo do Décimo Reino e foi até a Mãe.
Não houve luta.
Como sempre, foi apenas um assassinato silencioso.
Nenhum membro da raça viu Nick chegar ou partir.
Num segundo, a Mãe estava viva; no seguinte, estava morta.
Naturalmente, Nick também a consumiu, junto com seus guerreiros restantes.
Sem a Mãe, a Tribo lentamente pereceria.
Mas essa não era a única Tribo no universo.
Havia mais.
A humanidade entrou em contato com outras raças e estabeleceu relações diplomáticas.
O Império Humano entrou numa aliança galáctica com algumas dessas raças.
Mas, é claro, essa aliança estava em guerra com outras alianças.
Nick não era muito fã de como a aliança tratava certos membros, e decidiu mudá-la.
Seu objetivo sempre fora ajudar os fracos, e isso não havia mudado.
A humanidade perdeu muitos acordos comerciais porque Nick se recusava a apoiar certas práticas, mas isso não a impediu.
Continuaram avançando.
Foi então que Nick soube de algo interessante.
Teoricamente, era possível alcançar o Décimo Primeiro Reino.
Haviam existido seres no passado que conseguiram atingir o Décimo Primeiro Reino.
Mas nenhum deles permanecia por perto.
Aparentemente, seres no Décimo Primeiro Reino tendiam a desaparecer depois de um tempo, por algum motivo.
Um dia estavam lá; no seguinte, sumiam.
Por isso, todos os líderes mais poderosos permaneciam no Pináculo do Décimo Reino, ninguém queria desaparecer.
Eles poderiam alcançar o Décimo Primeiro Reino, se quisessem.
Tinham os recursos.
Mas não os usavam para avançar.
Nick governou a humanidade por milhares de anos.
O Império estava estável.
Kiran já não estava mais entre eles, mas Daniel também havia alcançado o Pináculo do Décimo Reino.
Daniel poderia liderar a humanidade.
Nick percebeu que a humanidade não precisava mais dele.
Mesmo que morresse, a humanidade continuaria a sobreviver.
Estavam fortes o suficiente para se defender.
Todo o peso sumiu dos ombros de Nick.
Ele não precisava mais sobreviver por causa de ninguém.
Estava livre para fazer o que quisesse.
Nick não era alguém que parava de avançar.
Queria um novo propósito.
Ajudara a humanidade.
Mudara algumas das práticas antiéticas da aliança.
Tudo o que restava era manter o status quo por toda a eternidade.
Mas isso não era o que Nick queria.
Então, Nick decidiu alcançar o Décimo Primeiro Reino.
Após avançar, Nick se despediu de Daniel.
Queria explorar o espaço inexplorado e ver o que havia por lá.
E, assim, Nick desapareceu.
Nunca mais retornou.
A humanidade nunca o esqueceu.
Ele foi o primeiro Imperador da humanidade.
Foi quem os libertou.
De tempos em tempos, surgiam histórias sobre algum humano aleatório que havia visto o Imperador, mas nunca ficou claro se era verdade ou não.
Nick foi o humano mais forte, e deixou para trás o Império mais forte.
E agora, era hora de parar de viver pelos outros.
Era hora de viver por si mesmo.
>>> FIM <<<