Depois de praticar muitas vezes, o amanhecer já se aproximava quando Lucien finalmente se deu por satisfeito em seu domínio dos cinco feitiços de aprendiz: Olhos Estrelares, Raio Congelante, Escuridão, Mão do Mago e Orbe de Ácido. Além disso, agora Lucien conseguia ativar Vórtex sem um componente verbal em cerca de três segundos.
A bruxa levou muito mais tempo para entender todos esses feitiços. Era incrível como Lucien conseguiu dominá-los em tão pouco tempo. Em seus olhos, essas estruturas mágicas estavam relacionadas a diferentes modelos matemáticos e ao conhecimento da geometria. Depois de revisar o que ele havia aprendido no colégio, Lucien descobriu que elas eram muito fáceis de entender.
Aqui a magia poderia ser explicada pela ciência. Em Orbe de Ácido, por exemplo, o enxofre era transformado em ácido sulfúrico. No entanto, Lucien teve dificuldade em entender como a Escuridão funcionava. Seu palpite foi que a magia reconstruía o Musgo Luminoso e o fazia absorver a luz. Como esperado, Lucien teve que gastar mais tempo para dominar o feitiço da Escuridão.
Lucien refletiu sobre sua experiência mágica: seu conhecimento do passado, como física e química, era útil, mas não podia ser usado para explicar tudo neste mundo mágico. Havia algumas semelhanças compartilhadas entre este lugar e a Terra, mas também havia muitas coisas que ele não conseguia entender, como aqueles metais preciosos e os materiais mágicos. Ele sabia que deveria explorar o mundo sozinho.
Depois de uma pausa de dez minutos, Lucien começou a limpar o lugar meio que por cima.
Esses feitiços de aprendiz não são suficientemente poderosos. — Esfregando o chão, Lucien pensou, — Eles só matariam alguém se atingissem alguma parte vital, ou do contrário o máximo que poderiam fazer é deixar a pessoa mais devagar ou causar um pouco de dor. — Porém, Lucien não ficou desapontado. Ele sabia que, se necessário, eles ainda poderiam ser mais do que úteis.
Terminando a limpeza, ele cuidadosamente escondeu os materiais nas proximidades. Ele não voltou diretamente à superfície, mas continuou sua exploração até o fim dos túneis. Ele estava procurando pelo cogumelo necrótico, o que significava que ele tinha que encontrar alguns corpos primeiro. Procurar em um cemitério debaixo do nariz da igreja era muito arriscado. Lucien ouviu dizer que muitas pessoas pobres que não tinham família ou amigos morriam solitárias miseravelmente lá nos esgotos. Além disso, animais mortos e carne podre eram ainda mais fáceis de encontrar.
A bruxa não mencionou qualquer perigo potencial nos dutos, mas Lucien ainda estava muito cauteloso, permanecendo alerta a qualquer sinal de problemas.
Dentro de vinte minutos, Lucien tinha encontrado dois ratos mortos e um corpo de uma criatura gelatinosa, mas não havia nenhum cogumelo necrótico neles.
Depois de fazer uma curva, uma área vasta apareceu na frente de Lucien. Era ali que viviam os sem-teto.
O esgoto aqui era muito amplo. Um córrego subterrâneo estava fluindo lentamente pelo meio do local, com dejetos flutuando por cima, indo desaguar no rio Belém. Em ambos os lados do córrego haviam trapos sujos e panelas velhas espalhados por toda parte. As roupas que os mendigos usavam mal podiam cobrir seus corpos.
— Por que veio aqui, jovem? Seu lugar não é aqui — um homem velho provavelmente em seus sessenta anos perguntou a Lucien. Suas costelas se destacavam como lâminas arqueadas. No entanto, quando Lucien ouviu sua voz, o velho parecia que tinha apenas uns quarenta e poucos anos.
As roupas velhas de algodão que Lucien usava estavam longe de serem decentes, mas comparadas com as dos sem-teto, ele parecia um nobre.
— Eu tenho um amigo que também mora aqui. — Lucien tentou parecer confiante e forte. Ele tinha que esconder seu sentimento de insegurança na frente desses caras, ou eles pensariam que o adolescente seria uma presa fácil.
Vários mendigos atrás do velho se levantaram. Seus olhos estavam cheios de ganância e ferocidade. Lucien não estava com medo, e mostrou isso ao sacar a adaga e dar um passo adiante.
Os mendigos não se atreveram a tomar qualquer outra ação. Pelo contrário, estavam agora em posição defensiva. Nessa hora, o velho começou a sorrir.
— Você não parece um cara com um emprego decente, rapaz.
— Não é da sua conta — Lucien respondeu friamente.
— De qualquer forma, posso dizer que você não está se dando muito bem. Mesmo um rapaz jovem e trabalhador como você não consegue nem comprar pão e carne. Não é culpa sua.
Lucien não tinha certeza da intenção do velho.
— A Igreja de Santa Verdade diz às pessoas que todos nós somos servos de Deus. Mas por que pode o nobre viver uma vida extravagante, enquanto os pobres têm que sofrer todos os dias e noites? Não há diferença entre nós, e todos os seres humanos nascem pecadores!
— Eu não estou interessado em suas tolices. — Embora suas palavras fossem bastante obscuras, Lucien sabia que o velho estava tentando pregar a sua doutrina, que obviamente não era em favor da Santa Verdade. Não importava no que o velho acreditasse, fossem outros Deuses ou demônios, Lucien não estava nem um pouco interessado. O preço por ter algo a ver com uma heresia neste mundo poderia ser sua própria vida. Ele não queria acabar sendo amarrado a uma estaca e queimado vivo.
Diante dessa rejeição direta, o velho e os outros mendigos ficaram muito zangados. Sua crença foi blasfemada.
Lucien sabia que era hora de fugir desses caras. Ele começou a caminhar para a saída lenta e calmamente, firmemente segurando sua adaga brilhante na mão.
— Alguém vai peitar o pai? — Lucien olhou para eles sem medo.
Quando ele passou pelo grupo, Lucien notou que havia um pano preto e limpo no chão, sobre o qual havia um chifre prateado brilhante. Ele se lembrava que esses mendigos estavam sentados ao redor do que quer que fosse aquilo quando ele chegou ali.
Os mendigos estavam hesitantes. Ninguém queria se arriscar contra Lucien. Finalmente desistiram e se sentaram no chão.
Depois de caminhar por mais dez minutos, o som do fluxo do córrego gradualmente se tornou mais alto.
Devo estar me aproximando do final. O córrego deve desaguar no rio Belém — pensou Lucien. Havia uma malha de ferro cobrindo a saída de água na borda, e toneladas de lixo flutuante se acumulavam na malha.
Lucien abrandou o passo. Ele estava torcendo para encontrar mais cadáveres aqui. Ele não viu nada especial até chegar perto da saída. Quando ele começou a se sentir decepcionado e estava prestes a voltar para a superfície, Lucien percebeu de repente que a malha tinha uma parte faltando, debaixo da água.
Por curiosidade, Lucien agarrou a malha e tentou sacudi-la. Como esperado, havia um grande buraco lá embaixo. O mais inesperado foi que, neste momento, uma massa preta de algo emergiu gradualmente do fundo do córrego.
Lucien se aproximou. Era um corpo, inchado e já bem apodrecido. Muitas partes de sua pele tinham caído. As roupas no corpo estavam emaranhadas com muito lixo, o que facilitava que aquilo flutuasse. Lucien se sentiu muito enojado e também um pouco assustado. No entanto, ele ainda estava tentando ver se havia algum cogumelo necrótico nele.
Havia uma longa ferida no peito. Alguém cortou o pobre homem verticalmente e tirou seu coração. Mexendo no corte com a adaga, Lucien viu algo e franziu as sobrancelhas.
— Espere aí… Esta é… meu saquinho de moedas?! — Lucien ficou chocado. Ele pegou a bolsinha usando a adaga e tinha certeza de que era aquela que os gangsters levaram, alguns dias atrás. — Por que ele está aqui… — Lucien estava confuso.
Depois ele olhou com calma para o rosto do cadáver. O corpo estava tão decomposto que Lucien demorou bastante para finalmente reconhecer o sujeito.
— Humm… André?!
ohh que surpresa agradavel, recuperou o dinheiro
KKKKKKKK da maneira mais inesperada possível, mas tá valendo