“O que a poção da constituição tem a ver com o pagamento?” Abel ficou ainda mais intrigado. Nunca havia tomado essa poção devido ao seu Qi dourado e nunca se preocupou em perguntar sobre isso.
“Quando você receber seu pagamento, ela será oferecida como um brinde para você”, explicou Finkle, ciente de que Abel nunca havia recebido antes.
“Quando eu voltar, você irá comigo”, afirmou Abel, dando um aceno para permitir que Finkle saísse do caminho enquanto ele se dirigia ao terceiro andar da torre mágica, onde Camille o aguardava.
A sala de recepção de Camille era ricamente decorada com pinturas élficas adornando as paredes.
Apesar da formação nobre de Abel, ele não possuía muito conhecimento sobre arte, mas sua curiosidade estava aguçada.
“Esta é uma obra do mestre da pintura élfica, mestre Alamir. Eu sou apaixonada por pinturas élficas; quando a vi em um leilão há alguns anos com o professor, implorei para que ele a comprasse para mim”, explicou Camille, ao notar Abel admirando a pintura na parede. A obra retratava uma aldeia em um estilo distintamente élfico.
“Camille, quando eu finalmente tiver a chance de explorar a floresta da lua dupla, prometo trazer algumas pinturas élficas para você”, declarou Abel, seu sorriso genuíno refletindo sua determinação.
Sua promessa não era vazia; ele planejava levar Loraine consigo quando se tornasse um Mago oficial, e a ideia de trazer algumas pinturas para Camille era totalmente viável.
“Abel, quantas jovens você já tentou conquistar com essas promessas?” Camille brincou, expressando incredulidade em suas palavras.
“Eu estava apenas brincando. Se eu realmente for até lá, não vou me esquecer de trazer suas pinturas élficas”, Abel respondeu, erguendo as mãos em sinal de inocência.
“Você não ousaria me decepcionar assim!”, retrucou Camille, antes de soltar uma risada espontânea que logo contagiou Abel. Por um momento, a sala vibrou com a harmonia entre os dois.
Abel então retirou uma preciosa gema de gelo de sua bolsa e a colocou sobre a mesa.
“Camille, como sei que você aprecia essas gemas, esta é para você.”
“Uma gema azul intermediária!” Camille exclamou, pegando a gema da mesa com uma expressão de surpresa genuína.
Neste instante, Joey, o aprendiz de Camille, entrou na sala com dois copos de suco. Seus olhos se fixaram imediatamente na gema mágica intermediária, revelando sua admiração por essas preciosidades.
Abel não pôde evitar um leve suspiro, refletindo sobre a tendência universal das mulheres em relação às gemas.
No entanto, antes que pudesse ponderar mais sobre o assunto, Joey despertou de seu encantamento e dirigiu-se a Abel em um sussurro:
“Senhor Abel, você sabe o significado de dar uma joia a uma garota?”
A pergunta pegou Abel de surpresa, fazendo-o refletir sobre suas próprias intenções ao presentear Camille.
Na verdade, quando entregou a gema, seu único pensamento foi o apreço que ela tinha por gemas mágicas, sem qualquer segunda intenção.
Agora, diante da possibilidade de que muitos homens dariam joias com a intenção de impressionar uma mulher, sentiu um rubor repentino em suas bochechas.
“Você é muito tagarela, Joey. Deveria voltar para baixo agora”, interveio Camille, fazendo um gesto para que Joey saísse enquanto soltava uma risada. Então, dirigiu-se a Abel com um sorriso tranquilizador.
“Não se preocupe com ela. Talvez eu tenha mimado ela demais”, brincou ela.
“Camille, eu realmente não tinha ideia de que isso tinha algum significado”, explicou Abel, aliviado por sua sinceridade ser bem recebida.
“De qualquer forma, como conseguiu essas gemas?”
E… sobre as gemas intermediárias… Bem, da última vez que estive em Caral com você e Carlos, encontrei um Mago das Trevas.
Acabei o derrotando e pegando seu cartão de controle mestre da torre. Foi assim que consegui essas gemas”, revelou Abel, explicando os eventos que levaram à obtenção das gemas intermediárias.
“Meu Deus! Por que não me contou antes?” A mão de Camille cobria sua boca, os olhos arregalados de espanto.
Como uma Mago novata de nível 4, ela reconhecia a gravidade de um mago das trevas com uma torre mágica, incapaz de acreditar que Abel havia sido capaz de matar um Mago oficial durante a viagem, algo que ela e Carlos desconheciam.
“Eu não queria te preocupar, por isso mantive em segredo”, Abel murmurou em tom de desculpas.
“Mas você acabou de tirar essa pedra mágica daquela bolsa na sua cintura!” A memória de Camille retornou enquanto seus olhos se fixavam na bolsa espacial presa à cintura de Abel.
“Isso é uma bolsa espacial?”
“Sim, eu ia entregá-la ao professor. Mas ele disse que era meu troféu, então me permitiu ficar com ela”, explicou Abel, retirando a bolsa da cintura e entregando-a a Camille.
“Posso?” Camille perguntou, curiosa sobre o objeto. Ela sabia que uma bolsa espacial era um segredo valioso para um Mago, por isso ficou surpresa ao tê-la em suas mãos.
“Claro, fique à vontade para examiná-la”, consentiu Abel. Os itens mais importantes dele estavam guardados naquela bolsa espacial.
Ao investigar, Camille descobriu que a bolsa continha apenas alguns equipamentos comuns de Cavaleiro e suprimentos de Mago. Embora fosse uma feiticeira novata há muitos anos, era a primeira vez que tocava em uma bolsa espacial de alta qualidade. Com cuidado, colocou sua gema mágica de nível intermediário dentro da bolsa e a retirou novamente, maravilhando-se com sua funcionalidade.
“Cof, Cof!” Abel interrompeu, notando a expressão inquieta de Camille.
“Ah!” Camille corou ao perceber o aviso de Abel, devolvendo-lhe a bolsa. Endireitou-se e disse:
“Abel, prometo ensinar-lhe o básico sobre facas de entalhe. Podemos começar hoje.”
A concentração de Abel vacilou. Aprender a usar uma faca de entalhe era fundamental para criar sinais rúnicos.
Embora já possuísse uma faca de entalhe de excelente qualidade, ainda não havia tido a oportunidade de usá-la. Ao saber que Camille o instruiria, sentiu um entusiasmo percorrer seu coração.
“As pessoas geralmente usam facas de entalhe em materiais macios, como pedras ou madeira. Mas, como Magos, precisamos esculpir núcleos de cristal solidificado, que são quase tão duros quanto o jade, tornando-os difíceis de penetrar e fáceis de cometer erros”, explicou Camille, tomando um gole de suco antes de continuar.
“Portanto, é crucial dominar o uso correto da faca. As técnicas de escultura padronizadas minimizam erros durante o processo.”
Abel assentiu ao compreender a importância das técnicas padronizadas, tendo treinado Cavaleiros profissionais anteriormente.
“Há onze métodos básicos de escultura. Dominando-os, você poderá esculpir todas as runas”, afirmou Camille, apresentando os métodos resumidos pelos antecessores de Abel.
Com uma pilha de jade à sua frente, Camille demonstrou cada método de escultura para Abel, que estava totalmente concentrado, decidido a não perder um instante dessa oportunidade valiosa. A demonstração das onze facas foi concluída pela manhã.
“Abel, agora que aprendeu o básico, o resto está em suas mãos. Continue praticando essas habilidades. Eu não tenho utilidade para essas gemas de jade mesmo. Aqui, leve todas elas”, disse Camille, empurrando a pilha de pedras restantes para Abel.
“Obrigado, Camille!” Abel acabara de adquirir o conhecimento básico e estava ansioso para praticar, e as gemas de jade eram exatamente o que ele precisava.
“Ah, e leve este livro também”, disse Camille, entregando a Abel um pergaminho macio.
“O que é isso?” Abel pegou o livro e o abriu, encontrando as descrições detalhadas das onze facas que Camille havia demonstrado anteriormente.
No entanto, ele se perguntou como seria fácil compreender tudo apenas lendo, em comparação com uma instrução presencial.
“Eu só queria te presentear com o livro, mas como você foi tão generoso ao me oferecer este presente, decidi me esforçar um pouco mais e adicionei explicações extras”, explicou Camille, sorrindo enquanto brincava com a gema média recém-adquirida.
“Isso é o que quis dizer quando mencionei que cuidaria de você. De nada, Abel!” Ele agradeceu, assentindo em gratidão.