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Abe the Wizard – Capítulo 22

Ataque Furtivo 

Em um piscar de olhos, uma figura escura segurando uma longa espada de repente irrompeu pela cortina ondulante da carruagem, era o Cavaleiro Marechal. Um segundo antes que as espadas do servo fizessem contato com o condutor da carruagem, um poderoso lampejo de qi de combate disparou de sua espada, cortando os servos de seus cavalos em dois. Sangue fresco explodiu de seus corpos metros acima do solo. 

O lugar estava chovendo em sangue, e os poucos servos na parte de trás estavam encharcados.

Os servos ficaram apavorados, mas o Cavaleiro Marechal não demonstrou misericórdia. Ele saltou da carruagem e cortou a cabeça de um servo com sua longa espada no ar. Antes que o servo tivesse tempo de reagir, seu cérebro já havia saído do crânio e pousado na frente do cavalo de Joshua.

Joshua ficou atordoado com essa cena horrível. Seu corpo começou a enfraquecer e caiu do cavalo no local.

Em uma fração de segundo, Harry  já havia aniquilado 10 servos. Os outros 5 não estavam mais em seus cavalos segurando suas longas espadas, mas tremendo no chão. Seu oponente era um cavaleiro oficial que entendia como usar o qi de combate. Depois de testemunhar o poder de luta de um cavaleiro, esses servos comuns se lembrariam dessa experiência traumática pelo resto de suas vidas.

Abel também ficou surpreso com a crueldade e franqueza do Cavaleiro Marechal. Normalmente, sempre tinha um sorriso no rosto, mas o que acabara de acontecer deu a Abel uma impressão completamente nova.

— Senhor…. você é um grande cavaleiro. Eu sou o filho mais velho do senhor Joel. Exijo que me seja concedido o título de Nobre Prisioneiro de Guerra. — Gaguejou Joshua.

O título “Nobre prisioneiro de guerra” como forma de tratar os nobres que cometeram crimes de guerra no período atual.

De acordo com o sistema de governo de Cavaleiros, ganhar ou perder uma batalha não era o fator mais importante. O que importava era que deram o seu melhor desempenho e enfrentaram o adversário com glória. Portanto, ser prisioneiro de guerra por um cavaleiro não era uma coisa tão vergonhosa.

Além disso, a maioria dos cavaleiros detinha grande poder econômico e político. Depois de se tornarem prisioneiros de guerra, tudo o que precisavam fazer era pagar um resgate para serem libertados. Por exemplo, se um cavaleiro de alta patente tivesse sido capturado, os cavaleiros de nível inferior seriam obrigados a se transformar em reféns em troca de resgates.

Por fim, essas batalhas eram comuns no passado, então ser capturado como prisioneiro acontecia com frequência. Portanto, os prisioneiros de guerra eram muitas vezes tratados com bondade e libertados apenas com base na condição de um resgate. Harry zombou do novato sem esperança que estava tremendo no chão na frente dele antes mesmo de começar uma briga. O Cavaleiro Marechal se perguntou se deveria lidar com essa situação de acordo com o tratamento nobre de conceder-lhe o título de nobre prisioneiro de guerra.

— Joshua? — Disse Abel enquanto descia da carruagem. Olhando para Joshua no chão, Abel nunca poderia ter adivinhado que esse companheiro nobre havia feito com que as pessoas o atacassem por causa de um conflito tão pequeno.

— Você o conhece? — Harry perguntou. Ele havia percebido vagamente o motivo desse ataque, mas mesmo que houvesse conflitos na cidade, um cavaleiro raramente reunia servos  para lançar um ataque surpresa.

Depois de pensar por um tempo, Harry decidiu deixar Abel resolver essa questão. Também seria uma boa chance de treinar suas habilidades de tomada de decisão, ou pelo menos era essa a sua intenção.

— Able, como você vai lidar com ele? — Perguntou o Cavaleiro Marechal. Abel não se importava se Joshua estava vivo ou morto. Qualquer que fosse a decisão, não haveria nenhum benefício em prejudicar esse idiota lamentável. Dito isto, Joshua não era completamente inútil. Abel decidiu aproveitar isso, e por “aproveitar”, ele esperava que o Cavaleiro Marechal não se importasse que ele ganhasse algum dinheiro extra.

— Vamos trazê-lo de volta ao castelo. Joshua, vou deixá-lo desfrutar do título de nobre prisioneiro de guerra.

Depois que Harry ouviu a palavra de Abel, deu um leve sorriso de satisfação. Abel não agiu de acordo com sua raiva, mas decidiu aproveitar a riqueza de Joshua para contribuir com o desenvolvimento do castelo.

A linha de pensamento de Abel era bem simples, as habilidades de batalha de Joshua estavam a quilômetros de distância dele. Se Joshua fosse um cavaleiro de verdade e pudesse representar uma ameaça, teria escolhido o contrário, porque um inimigo é sempre melhor quando está morto.

Abel então tirou os cintos dos 5 servos sobreviventes de suas cinturas e os amarrou em suas mãos.

Além daqueles servos azarados que haviam sido cortados ao meio pelo Cavaleiro Marechal, Abel e o cocheiro jogaram Joshua e os servos cativos nos 11 cavalos sobreviventes. Depois que os cavalos se alinharam, começaram a se mover enquanto Abel estava sentado no cavalo de cor vermelha de Joshua seguindo por trás.

Joshua foi colocado no primeiro cavalo da fila. Embora seu cinto também tenha sido retirado, assim como os outros servos. Abel internacionalmente não o usou para amarrar as mãos. Isso porque se ele tentar escapar, suas calças caíram. Mas Joshua não era estúpido, não ousaria escapar na frente de um cavaleiro oficial. Foi só até agora que Joshua percebeu que havia atacado o dono do Castelo Harry, e aquela pessoa que ele chamava de “pequeno ferreiro” herdaria o seu feudo. Naquele momento, soube que a primeira coisa que faria depois que voltasse ao seu castelo seria matar o servo responsável por espionar Abel.

Depois que voltaram para o castelo, Abel deu os cativos para Lince, a governanta. As empregadas domésticas eram responsáveis por liquidar os resgates. Fora isso, elas não questionariam nada, já que era problema dos nobres. Tudo o que elas precisam fazer é identificar o status do cativo e negociar a quantia de dinheiro que precisam pagar com a governanta da outra parte.

Logo, Abel havia retomado sua programação diária. Todas as manhãs, depois do café, se exercitava e forjava metal na ferraria. À noite, retornaria ao castelo para praticar as técnicas de respiração dos cavaleiros e seguiria com uma boa noite de sono.

Assim, mais um mês se passou. Abel forjou mais de 5 espadas longas de 100 forjas usando apenas a técnica deste mundo. Ele não usou nenhuma técnica especial de carbonizaçãoou têmpera. Isso porque a única regra de forjar aqui era deixar o mestre Bentham feliz. 

Não importa quão boas sejam suas técnicas secretas, os fundamentos foram os mais importantes. Assim, pelo respeito de Abel pelas técnicas fundamentais nos últimos meses, ele foi muito elogiado pelo mestre Bentham.

Certa manhã, quando Abel estava na ferraria, foi chamado pelo mestre Bentham para ir ao escritório particular.

Abel seguiu o mestre Bentham até ao escritório, e do canto superior da sala, Mestre Bentham tirou um livro grosso e pesado de uma caixa de metal. 

— Meu professor era o Mestre de Forja anão, Mestre Robin. Durante o tempo em que anões e humanos se aliaram para combater os Orcs, todos os dias eu era enviado para praticar forjamento com os anões. — Disse o mestre Bentham.

Seus olhos  começaram a brilhar ao recordar os bons velhos tempos. Parecia que estava murmurando para si mesmo enquanto contava a Abel as histórias sobre seu passado.

— Foram os melhores dias da minha vida, todos os dias eu podia aprender algo novo. Os anões eram alguns dos seres mais talentosos quando se trata de forjar, e através de milhares de anos aperfeiçoando suas técnicas de forjamento, era realmente diferente dos outros. Diz a lenda que os anões mais poderosos eram responsáveis por fazer artefatos para os deuses.

Ele continuou:— Além de fazer armas normais, o Mestre Robin também pode fazer armas mágicas. Lembrei-me de quando vi armas mágicas pela primeira vez. Sabia que dedicaria minha vida a ser ferreiro. Lembro-me de dizer a mim mesmo que, um dia, também gostaria de fazer armas como essa. — Eu tentei muito dominar todas as coisas que o mestre Robin tinha me ensinado, e só no dia em que dominei tudo, perguntei ao mestre se poderia me ensinar a fazer armas mágicas. Ele me rejeitou sem pensar duas vezes, disse que eu não tinha talento para isso.

Mestre Bentham ficou um pouco emocionado com seu discurso.— No entanto, o Mestre Robin me deu uma última esperança quando terminei todos os meus estudos, e é este guia de forjamento de armas mágicas. Depois de pesquisar no guia, percebi que a razão pela qual eu não podia fazer armas mágicas é por causa do poder espiritual. O poder espiritual de uma pessoa é o principal quando se trata de liberar a força mágica dentro de uma arma. No entanto, a maioria das pessoas que possuíam poder espiritual se tornaria um mago. Ninguém gostaria de ser um ferreiro… até eu conhecer você.

De repente, Abel se comoveu com essas palavras do Mestre Bentham. Todo esse tempo, ele estava procurando informações sobre magos, e é a primeira vez que ouve uma pessoa falar diretamente sobre magia com ele.

— Abel, já estou velho. Eu sei que nunca conseguiria forjar uma arma mágica nesta vida, mas você é meu aluno, espero que um dia possa forjar uma arma mágica. — Disse mestre Bentham com os olhos cheios de esperança.

— Mestre, vou tentar o meu melhor. — Abel assentiu com seriedade. 

Mestre Bentham pegou aquele enorme guia de forjamento de armas mágicas de maneira quase ritualística e o passou para a mão de Abel

O livro parecia pesado na mão de Abel. Assim como a lenda diz, embora os anões fossem baixos, eles sempre acreditaram que eram descendentes dos gigantes. Portanto, tentaram fazer tudo tão grande quanto possível, este livro é uma bela manifestação disso.

Quando Abel abriu o livro, percebeu que as informação eram muito diretas. Primeira página: armas mágicas de fogo. 

No meio da página, desenhos representavam os dois lados de uma espada. No topo, havia marcas estranhas, enquanto no cabo da lâmina havia uma área côncava com a marcação dizendo “coloque gema mágica de fogo aqui”. Na parte inferior da página, havia informações sobre a função das armas mágicas do tipo fogo. A fórmula da poção de fogo e o poder de combate da arma.

A segunda página: armas mágicas do tipo gelo. O layout era o mesmo da primeira página. Desenho representando ambos os lados de uma espada no meio e explicação e fórmulas sobre armas mágicas de gelo na parte inferior.

A terceira página era sobre armas mágicas de luz, e a quarta página era sobre armas mágicas tóxicas.

Havia apenas 4 páginas neste livro. Abel pensou consigo mesmo. ‘Os anões são ridículos, devem ser estúpidos para fazer um livro tão enorme com apenas 4 páginas de informações.’ Mas olhando para a expressão sincera do Mestre Bentham, Abel não disse isso em voz alta.

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