O príncipe Adolf parecia ser uma pessoa agradável, e Abel foi inicialmente atraído por isso. No entanto, de repente, um rugido ecoou em sua mente, o despertando. Seu semblante mudou instantaneamente. Era uma forma de lavagem cerebral poderosa.
Agora, sentia repulsa ao olhar para o sorriso do príncipe Adolf. O poder espiritual do príncipe era tão imensa que conseguia fazer com que todos os elfos normais na sala se sentissem à vontade ao seu redor. Não importava que técnica secreta ele estivesse usando; isso incomodava Abel.
O príncipe Adolf não era apenas um nobre comum; ele estava destinado a governar uma grande cidade no futuro. Isso poderia ser uma ajuda, mas Abel sentia pena dos elfos que viviam na cidade Begro sob o domínio de um governante como esse.
Ao ouvir Derek comentar que o príncipe Adolf não era tão ruim quanto aparentava, Abel o observou com curiosidade. Para sua surpresa, Derek parecia imune à lavagem cerebral que afetava os outros. Talvez ele conhecesse algo sobre o passado do príncipe Adolf e estivesse preparado.
Abel, por outro lado, foi pego de surpresa, se tornando vulnerável ao poder espiritual de Adolf. Aquele misterioso e intenso poder da técnica espiritual o atingiu em cheio.
“Lord Bennett, consegue perceber? A imagem do príncipe Adolf não é tão ruim assim,” repetiu Derek mais uma vez. Mas, naquele momento, Abel já havia entendido o que ele queria dizer.
A razão pela qual o Grã-Duquesa Edwina enviou Derek para esta missão era para investigar o misterioso poder da habilidade espiritual do príncipe Adolf.
Tratava-se de uma técnica altamente secreta, invisível e inaudível, mas capaz de alterar sutilmente a percepção de uma pessoa sobre outra. Embora não causasse danos diretos, sua eficácia residia em modificar a capacidade de raciocínio crítico de quem fosse afetado.
Se essa técnica fosse prejudicial, o príncipe Adolf não teria conseguido mantê-la em segredo por tanto tempo. Sua natureza aparentemente inofensiva era o que a tornava tão poderosa.
No entanto, Abel era diferente. Como namorado de Lorraine e Mestre Alquimista, ele precisava entender profundamente tanto o príncipe Adolf quanto a Cidade de Begro.
Essa era uma das razões pela qual Derek estava presente.
A tensão entre as duas cidades já existia há muito tempo. Angstrom, com o exército mais poderoso entre os elfos, estava situada ao sul da Floresta da Lua Dupla, próxima das fronteiras com os territórios dos anões e humanos. Dada sua localização estratégica, era natural que precisasse de uma força militar robusta, apoiada pelo Santuário Élfico.
A cidade de Begro era conhecida por seu comércio, graças à vasta gama de recursos e às grandes reservas de minério de ferro nas proximidades. Embora o poder de Begro tenha crescido com sua riqueza, Angstrom sempre foi um polo de atração para druidas, com seu sistema perfeito, poder militar e recursos que rivalizavam com os de Begro.
Angstrom sempre esteve no alvo de Begro, e a tensão entre as duas cidades se manteve por muito tempo. A principal razão pela qual o príncipe Adolf havia vindo era justamente para tentar aliviar essa tensão.
“Sejam todos bem-vindos! Espero que Begro e Angstrom possam ser grandes aliadas por muitos anos. Um brinde!” disse o príncipe Adolf, erguendo uma taça de vinho. Ele parecia charmoso e atraente sob o brilho suave da iluminação.
No entanto, Abel, com sua visão aguçada, notou algo peculiar: a Condessa Carrie, ao longe, soltava uma risada fria. Sim, ele não estava enganado. Ela ria como se as palavras do príncipe Adolf fossem uma grande piada.
“Saúde!” Todos os elfos nobres no salão ergueram suas taças de cristal, e as conversas começaram.
Uma música suave encheu o ambiente, e, ao ouvi-la, sorrisos surgiram nos rostos dos convidados. Com a combinação de vinho e a atmosfera acolhedora, o salão logo se encheu de vida e animação.
A música era tocada por uma gaita, um instrumento incomum em um banquete como este, mesmo entre humanos e anões. Parecia que essa melodia era reservada para ser tocada apenas em templos.
Abel lançou um olhar confuso para Derek e perguntou:
“Derek, a música é realmente tão incomum em Angstrom?” Segundo as lendas, os elfos apreciavam todas as formas de beleza, incluindo a música.
“Lord Bennett, em Angstrom, existe uma lei que proíbe a música em reuniões públicas. Ela só pode ser tocada para diversão pessoal,” respondeu Derek, com uma voz suave.
“Por quê? Todos parecem estar se divertindo,” Abel questionou novamente.
“Antigamente, alguns elfos negros quase invadiram nossa cidade durante um grande festival de música. Desde então, a música só é apreciada em ambiente privado,” explicou Derek.
Não é de se admirar! Abel pensou. Angstrom City pode parecer pacífica, mas bastava olhar para a grande muralha de árvores e a alta fortificação da cidade para perceber que ela nem sempre foi assim.
Apesar do misterioso poder da técnica espiritual, o príncipe Adolf ainda era uma pessoa carismática. Enquanto percorria o corredor, sua presença evocava ondas de riso entre os convidados.
Por outro lado, a Condessa Carrie estava a quilômetros de distância, mantendo uma conversa comum com quatro jovens elfas nobres. Sempre que um elfo masculino tentava se aproximar, ela os afastava com uma ou duas frases cortantes.
Embora Abel estivesse sentado em um canto, a presença de Derek indicava que sua identidade era respeitada. Ocasionalmente, alguns elfos se aproximavam para cumprimentá-lo, e ele sempre os recebia com respeito antes de encerrar a conversa.
Essa era uma das razões pelas quais Abel não gostava de banquetes. Todos os elfos se esforçavam para mostrar seu melhor lado, e isso lhe parecia inautêntico. Com sua intuição aguçada de comandante, ele podia perceber a verdadeira intenção de cada elfo que se aproximava.
Ele não estava interessado em perder tempo com aquelas conversas vazias; preferia treinar ou se dedicar à pesquisa.
De repente, uma voz graciosa chamou sua atenção: “Senhor Derek, é você?” Quando Abel levantou a cabeça, percebeu que o príncipe Adolf estava, de alguma forma, ao seu lado.
Abel pensou consigo mesmo que era mais uma vez um dispositivo para ocultar o perfume. Mesmo com sua poderosa intuição, ele não conseguia captar nem um fragmento de suas emoções ou intenç
Felizmente, Abel se lembrou do colar de transformação que usava no pescoço. Ele o ajustou sutilmente, liberando um aroma que mesclava a essência de um feiticeiro de nível 3 com a de um druida de nível 3.
“O prestigiado Príncipe Adolfo, este é o Alquimista do Grão Palácio Ducal, Mestre Bennett!” Derek levantou-se e fez uma reverência.
Quando o príncipe Adolf ouviu o nome Bennett, seus olhos brilharam. Ele se curvou e disse:
“Mestre Bennett! Por que você está sentado aqui? Por favor, perdoe-me pelo meu descuido!”
“Príncipe Adolf, fui eu que optei por sentar aqui. Não estou familiarizado com o círculo nobre e, para ser honesto, não tenho muitos amigos por aqui!” respondeu Abel, sorrindo enquanto retribuía a reverência.
Os olhos do príncipe Adolf brilharam novamente ao perceber que Abel não estava muito familiarizado com o círculo nobre e que não tinha muitos amigos. Ele então disse, sorrindo:
“A razão pela qual organizei este banquete foi para que todos pudessem fazer novas amizades. Se me permite, ficarei muito feliz em ser seu amigo!”
De repente, a Condessa Carrie se aproximou, sem oferecer nenhuma cortesia ao Príncipe.
“Adolf, você está tentando roubar o nosso alquimista do Palácio Grão-Ducal?”
“Irmã Carrie, estou apenas conversando com o Mestre Bennett como anfitrião deste banquete. É um pouco exagerado insinuar que estou tentando roubá-lo. Você não confia em seu próprio alquimista da família?” respondeu o Príncipe Adolf, com um sorriso cordial.
Embora Abel não conseguisse perceber exatamente o que os dois nobres estavam pensando, era evidente que havia uma animosidade entre eles, conforme os rumores indicavam.
“Adolf, guarde seu sorriso falso. Você é um elfo, não deveria se comportar como aqueles humanos.” A Condessa Carrie disparou com uma risada fria, antes de lançar um olhar para Abel.
Abel sentiu um impulso de se afastar da conversa, mas não conseguiu. Seria ele o tão desprezível quanto aqueles humanos? Após passar um tempo considerável no mundo dos elfos, ele chegou a uma conclusão inquietante: apesar de sua beleza exterior, seus corações não eram tão diferentes dos humanos. A ganância e o egoísmo também estavam presentes entre eles!