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Abe the Wizard – Capítulo 356

Treinamento de Cavaleiro

Quando Abel saiu do portal de teletransporte, o círculo de proteção do Mundo Sombrio estava intacto. No entanto, algo havia mudado: o gigante de pedra havia crescido novamente até sua altura original de dez metros.

Enquanto Chama Voadora e Vento Negro brincavam entre si, Abel decidiu reinstalar o círculo de proteção. Ao mesmo tempo, Nuvem Branca começou a chamá-lo através da conexão da alma. A criatura havia percebido a presença de seu mestre e queria informá-lo de que tudo estava normal por ali.

Abel sentiu vontade de relaxar um pouco. Enquanto pensava nisso, notou como seus braços élficos eram esguios. Agora, já podia voltar à sua forma humana, e estava ansioso para isso. Ele não gostava de ser mais baixo e perder os músculos que havia construído desde a infância.

Antes disso, precisava remover sua armadura élfica, já que ela não caberia em seu corpo humano. Enquanto se despia, não conseguiu evitar a sensação de que alguém o observava à distância. Mas deveria estar tudo bem, Nuvem Branca estava patrulhando os céus. Se houvesse elfos ou humanos por perto, seria informado rapidamente.

Depois de remover todas as roupas, ele as guardou no bracelete dimensional e pressionou a mão sobre o colar de transformação em seu peito. Então, recitou os encantamentos e uma luz verde o envolveu. Diferente da última vez, ele estava retornando a outra espécie, e a transformação foi dolorosa. Seu corpo provavelmente já estava muito acostumado a ser um elfo.

Porém, a dor logo passou. Em poucos instantes, sua silhueta musculosa e seus dois metros de altura voltaram. Abel estava de volta ao seu corpo original. Isso o fez se sentir muito bem. Não era como se tivesse ficado mais forte, rápido ou inteligente, mas algo nele se sentia… livre.

Fazia tempo desde seu último treinamento como cavaleiro. Ele o havia abandonado quando decidiu se tornar um mago. Se não fosse pelo qi de combate dourado que obteve acidentalmente, talvez tivesse desistido de ser um cavaleiro. Mas agora, com seus músculos de volta, sentiu vontade de se exercitar.

Para retomar seu treino, pegou uma espada longa leve de sua bolsa espiritual do rei orc. Era o presente de despedida que seu pai lhe deu quando foi aceito na Família Harry. Ele tinha incontáveis armas mágicas para escolher, mas essa era a que queria usar no momento. Também pegou um escudo de aço, que, tirando o brasão de unicórnio estampado, não tinha nada de especial.

Dando um leve passo à frente, começou a golpear com a espada na mão direita. Sentia-se como se estivesse de volta ao Castelo Bennett, onde treinava sob o olhar atento de seu pai. Praticou estocadas, cortes, chutes e outros movimentos básicos em sequência. Seus golpes eram tão precisos que chegavam perto da perfeição.

No entanto, algo parecia diferente no treino de hoje. Se pudesse descrever, diria que sua espada tinha vontade própria. Quando estocava, ela se tornava vigilante. Quando cortava de cima para baixo, ficava furiosa. Até seu escudo parecia ter um estado próprio, às vezes tão calmo quanto águas tranquilas, outras tão explosivo quanto um vulcão em erupção.

Sem hesitar, Abel examinou seu cinto de recuperação da serpente com o poder espiritual. Então, esvaziou um frasco inteiro da poção de alma roxa, colocando seu cérebro em modo de simulação acelerada.

Ele começou a brandir sua espada longa com mais velocidade. Nenhum dos golpes utilizava suas técnicas secretas de cavaleiro, apenas os movimentos fundamentais. Após repetir a sequência várias vezes, um fio de qi de combate dourado emergiu. Ele fluía da lâmina, dançando no ar junto aos cortes da espada.

Quando ele desferiu um golpe contra a pedra à sua frente, o qi de combate dourado se estendeu como um chicote, rachando-a ao meio. Em seguida, realizou um corte lateral, fazendo com que um rastro ainda maior de qi de combate dourado se formasse, espalhando os estilhaços.

Vento Negro estava ocupado brincando com Chama Voadora, mas ao ver aquele chicote, congelou de medo. No fim das contas, era um lobo domesticado e tinha um instinto natural de aversão a chicotes.

Abel pensou que Chama Voadora não se importaria, mas, para sua surpresa, a criatura também começou a recuar. Seguiu Vento Negro, que já se afastava para observar o que seu mestre estava fazendo. Eles não sabiam o que Abel estava tentando fazer, mas sabiam que era melhor não interrompê-lo.

Abel estava em um estado estranho. A poção da alma que ingeriu deveria ajudá-lo a pensar com mais clareza, mas seus movimentos se tornaram desajeitados enquanto treinava com o escudo e a espada. Ainda assim, ele entendia o motivo: estava se aproximando do nível de comandante-chefe dos cavaleiros, e essa era a maior evolução que já tivera como cavaleiro.

Isso o fez lembrar de Hoover. Hoover era um homem que conseguia sorrir com confiança mesmo diante de um mago avançado. Magos deveriam sobrepujar cavaleiros, mas Hoover superou essa limitação com anos de treinamento disciplinado. Mas o que o impulsionava? Mesmo que Abel soubesse a resposta, ele teria que encontrar seu próprio caminho.

Seria o fogo? Abel cogitou combinar sua habilidade de cavaleiro com o elemento fogo. Afinal, ele já podia lançar feitiços de fogo de mago, mas algo dentro dele dizia que não deveria seguir esse caminho.

E quanto ao gelo? O gelo era uma boa opção defensiva e muito mais fácil de controlar do que o fogo. No entanto, não combinava bem com suas habilidades de cavaleiro. Simplesmente não possuía as características ofensivas que os cavaleiros buscavam.

E relâmpagos? O problema era sua inconsistência. O dano causado sempre era aleatório. Mesmo que o Cubo Horádrico garantisse dano máximo em seus feitiços de raio, era impossível combinar esse dano máximo com as técnicas de combate de um cavaleiro.

Um a um, ele descartou todas as opções. Nem mesmo a poção da alma conseguia ajudá-lo a encontrar a resposta. Talvez estivesse insistindo demais em criar um estilo baseado no cavaleiro. Talvez estivesse preso à sua própria nostalgia. Afinal, foi a classe com a qual cresceu e, mesmo não sendo a melhor, foi o que o manteve vivo em diversas situações difíceis.

Quando sentiu que não havia mais ideias melhores, uma sombra cinzenta emergiu repentinamente de sua alma. Era algo muito familiar para ele. Sempre que viajava entre o Continente Sagrado e o mundo das trevas, sentia essa presença ao seu redor.

Era o Poder Dimensional. Mas por que estava surgindo agora? Talvez fosse seu subconsciente chamando por ele. Quando tentou controlá-lo, percebeu que podia movê-lo à vontade. Também conseguia extraí-lo de sua alma e fundi-lo com seu qi de combate dourado.

Isso lhe deu uma ideia. Com essa nova força combinada, saltou do chão e desferiu um golpe à sua frente. Ele mirou em uma pedra que, surpreendentemente, foi partida ao meio instantaneamente, como se fosse manteiga. E não parou por aí. Nos golpes seguintes, todas as rochas num raio de 80 metros grandes ou pequenas se partiram ao meio.

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