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Apocalypse Hunter – Capítulo 26

Desastres Não Discriminam (2)

Os gatos de Mok-Gol começaram a correr por aí tentando encontrar refúgio. Mas os três arqueiros eram habilidosos. Eles buscaram por lugares que gatos poderiam se esconder, atirando flechas nos gatos quando saiam de seus esconderijos. Eles eram extremamente habilidosos em arquearia já que eram capazes de acertar gatos que estavam correndo com tudo.

Salteadores?

Era possível que eles fossem Salteadores, mas para Zin, eles pareciam ser caçadores de animais selvagens. Salteadores não eram pessoas que conseguiam caçar animais com muito tato. A única coisa que eram bons era destruir e esmagar. Entretanto, Zin notou como alguns estavam perseguindo os gatos, e alguns estavam atirando nos gatos.

— Kyaaa!

Os gatos ágeis estavam sendo pegos um a um pelos caçadores. Leona ouviu o chiado alto e saiu do prédio cuidadosamente e acenou para Zin.

Este sinalizou para Leona.

Por aq ui.

Leona rapidamente entendeu o sinal e assentiu com sua cabeça. Sem uma palavra, Ela entendeu e agilmente foi até o prédio que Zin estava. Enquanto isso, os caçadores de animais continuavam a caçar os gatos com calma.

— O que está acontecendo?

— Eles devem estar caçando animais. Vê aquilo lá?

— Ah… sim. — Leona assentiu e parecia entender o que estava acontecendo.

— Eles não são Salteadores, né?

— Não acho que sejam…

— Eu fiquei tão surpresa…

Leona suspirou com alívio quando pensou que algo estava acontecendo já que os gatos estavam fazendo uma comoção. Zin continuou a monitorar os caçadores de animais.

O fato que Zin os avistou primeiro significava que ele podia atacá-los preventivamente. E era bem provável que eles não fossem Salteadores. Também não importava se Zin deixasse eles continuarem com a caçada e fosse embora do lugar.

— Moço, o que você está fazendo?

— Bom… parece que eles estão caçando por comida, então nós só podíamos ficar parados, mas…

Desastres não discriminavam pessoas. Se a caça de gatos trouxesse azar e causasse um desastre, os caçadores de animais não seriam os únicos afetados.

— Vamos monitorar a situação um pouco.

Zin tirou sua Remington M700, e a carregou com um pouco de munição. Ele não estava certo do que poderia acontecer, mas decidiu conservar sua munição. Leona assentiu sombriamente. Os caçadores de gatos ainda estavam andando por Mok-Gol e caçaram uns quinze gatos.

Poucos momentos depois, eles estavam perto o bastante para serem ouvidos conversando.

— Não é o bastante?

— Vamos caçar só mais um pouco para que a gente consiga voltar por mais.

— É, da última vez no distrito D, nós caçamos cachorros demais até que não sobrou nenhum.

— Nós temos cinco flechas quebradas também.

— Nós temos que pegar mais alguns. Vocês sabem quantas pessoas temos que alimentar.

Os caçadores suspiraram enquanto o que parecia ser o líder disse:

— Mesmo se pegarmos mais, nossa comida não vai durar uma semana.

— Merda… odeio esse lugar sinistro. Eu quero ir embora agora.

— Se acalme. Vamos caçar mais cinco então. As pessoas devem conseguir o bastante com isso.

Todos concordaram com o comentário do líder. Eles provavelmente tinham um abrigo em algum lugar e caçavam animais para sobreviver.

Para um grupo pequeno incapaz de formar uma vila, os cinco caçadores eram responsáveis por conseguir o sustento deles.

— Waoooh!

Os uivos aparentemente tristes dos gatos ressoavam de lá para cá. Um dos caçadores se assustou e disse:

— Vei… Esse lugar é assustador…

— Eu odeio vir aqui…

— Parem de bobagem. Não tem nada aqui. Só tem gatos neste lugar.

— Eu sei. Eu sei que ter medo é coisa de covarde… mas você sabe? Assim que terminamos de caçar, você sabe o que acontece?

Um dos caçadores olhou ao redor e falou para o líder:

— Centenas de gatos saem e começam a olhar pra gente… Vocês não sabem porque nunca viram…

O caçador estava entrando em pânico enquanto imaginava centenas de gatos encarando os caçadores com olhos cheios de rancor. A cena dos olhos daquelas criaturas noturnas encarando ele permaneciam como um pesado para aquele caçador.

No fim, o líder ficou de saco cheio e gritou com raiva.

— Cala a boca! Eu tô com mais medo de passar fome do que alguns olhares de gatos estúpidos! Tô com mais medo de ver minhas crianças tendo convulsões do que ver os olhos dos gatos! Cala a boca e me siga!

Com as palavras do líder, os outros caçadores esqueceram de seu terror. Naquele momento, eles lembraram da tristeza dos seus familiares. Lembraram-se dos olhos dos famintos e das famílias morrendo. Aqueles tipos de visões eram as mais assustadoras. E eles perceberam que não tinham tempo para se assustarem com os miados dos gatos.

— Não… não são só os olhos dos gatos estúpidos…

Entretanto, o caçador assustado murmurou para si mesmo.

— Não são só os olhos deles, eles estavam chorando de tristeza. Vocês ouviram os choros? Vocês sabem como eles choram? Vocês sabem o quão tristemente eles choram?

— Cala a porra da boca, seu idiota!

*Wham!*

O líder bateu no rosto do caçador assustado. Este caiu no chão, sangue escorria de sua boca.

— Recomponha-se. Fique de pé agora se você não quer outra porrada.

— Nós não deveríamos ter vindo aqui…

— De pé!

— Haha…hahahahaha… você, você não conhece… aquele som. Você não ouviu ele, é por isso.

— Ei, ei. Que porra tá errada com ele? Algo está errado.

Com as palavras do outro caçador, o líder ficou alerta de novo. Os outros caçadores sabiam que ele estava assustado, mas não nesse nível.

O líder estava entrando em pânico mais que o comum.

Ainda deitado no chão, o caçador começou a murmurar enquanto sangue caía de sua boca.

— Vocês sabem como eles choram?

E o caçador abriu sua boca.

— Meooooww…

O caçador miou como um gato, soltou um som que era impossível sair de um humano.

— !

O homem não estava em pânico.

— Meoowwwwww…

Conforme o miado de um gato saía das cordas vocais do caçador, todo mundo sentiu um calafrio descendo por suas espinhas. Zin ficou sério quando ouviu o miado.

Possuído por um espírito…

O homem tremia e continuou a falar.

— Assim… eles choram assim…

— Ei, que porra tá errado contigo? O que está acontecendo? Huh?

Os camaradas começaram a balançar ele, e o líder bateu em seu rosto várias vezes, mas o homem não levantava do chão.

— Nós… nós nunca deveríamos ter vindo aqui…

E ao mesmo tempo, gatos começavam a cercar os caçadores de animais, pretos, marrons, listrados, brancos, todo tipo de gato se reuniram ao redor deles. E eles começaram a miar.

— Meeeeeoowwww.

— O que… o que é isso…

Coisas azarentas atraiam infortúnios para si mesmos. Centenas de gatos estavam encarando os caçadores com seus olhos brilhantes, e eles começaram a miar com tristeza e ressentimento.

Zin guardou sua M700.

Desastre chegou neste lugar. Não é algo que possa ser resolvido com armas de fogo.

Eles só tinham arcos. Era natural que animais selvagens fugiriam de humanos. Era impensável para um grupo de animais selvagens se juntarem em um grupo, encarando os humanos.

O homem no chão começou a gritar novamente.

— Kyaaaaaah!

Com seu grito como o sinal, centenas de gatos avançaram em direção aos caçadores. Os olhos de Leona se arregalaram e assistiram a cena inacreditável.

Desastres não discriminam. Na selva, ninguém sabe o que pode acontecer a qualquer momento. Dessa maneira, era sábio evitar qualquer coisa considerada azarada. Não era parte do código do caçador, mas sim do código do mago.

— Caralho… que porra está acontecendo?

Centenas de gatos estavam atacando os caçadores. Como um exército de formigas atacando louva-deuses, os cinco caçadores estavam a mercê dos gatos.

— Aarrrggh!

— Me ajudem!

— Nãooooo! Ack! Argggh!

*Crack!* *Crunch!*

O possuído também foi comido vivo pelos gatos. Leona estava em choque conforme ela testemunhava o evento sobrenatural se desenrolando na frente dela. Ela não conseguia acreditar que animais comuns, não monstros, fariam tal coisa.

— O que está acontecendo aqui?

— Não sei exatamente, mas eles são tipos espíritos do mal.

— Não estamos em perigo também?

*Click* *Click*

Zin pegou algo de sua bolsa, e começou a montá-lo. Ao mesmo tempo, ele estava monitorando de perto a situação.

— Desastres não discriminam.

Gatos eram seres mais fracos, mas se atacassem em grupos, podiam ser uma ameaça aos outros. Eles seriam uma ameaça para Zin, e Leona iria morrer com certeza se os gatos atacassem de uma vez.

— Então qual o plano?

*Clack!*

Zin terminou de montar o item e olhou ao redor.

— Parece que os gatos estão todos no mesmo lugar.

Todos os gatos em Mok-Gol se reuniram onde os caçadores de animais estavam. Zin mirou a arma que ele havia acabado de montar em direção a eles.

Era uma ogiva de pressão-térmica RPG-7.

Zin mirou na direção dos gatos e atirou.

*Kaboom!*

— Ahh!!

Leona caiu no chão de surpresa pelo tiro, caindo de bunda no chão.

*Kabam!*

Uma explosão enorme cintilou no local onde as centenas de gatos se reuniram.

*Psssssshhh*

Com o calor e a explosão da ogiva, tudo virou carne seca. Zin guardou o lança-foguete em sua bolsa e limpou as mãos. Leona olhou para baixo incrédula.

— O que acabou de acontecer…

Junto com os caçadores que estavam sendo devorados, as centenas de gatos desapareceram instantaneamente sem deixar rastros. O raio da explosão da ogiva explodiu tudo ao redor em uma tempestade de calor. Leona estava atônita enquanto olhava para nuvem em formato de cogumelo criada no ponto de impacto da explosão.

— Foda demais…

— … Para ser honesto, eu acho que você precisa tomar cuidado com o que fala.

— Olha quem fala…

As palavras francas de Leona descreviam perfeitamente as emoções dela, mas Zin ria sempre que ela fazia tais comentários. Ela ainda estava atônita com o poder massivo da ogiva de pressão-térmica.

— Ei, pergunta… eles mataram uns dez gatos e se deram mal. Tudo certo para nós matarmos tantos gatos?

— Eu exterminei o médium do desastre, então estamos bem.

Já que o desastre aconteceu através dos gatos, não havia problema se todos os gatos desaparecessem. Leona ficou sem palavras com a declaração imprudente de Zin.

Era melhor evitar coisas azaradas. Mas se o desastre fosse atacar, a melhor ação era sobrepuja-lo. Zin sempre considerava sua própria segurança como a maior prioridade. Era melhor prevenir do que remediar.

— Bom, nós não sabemos o que pode acontecer agora…

— Também acho.

Leona pensou que não havia motivo para ficar na vila depois de ver centenas de gatos miando no mesmo lugar.

Zin e Leona ficaram juntos por um certo tempo, e eles sabiam qual seria o próximo movimento deles.

Zin então disse:

— Vamos correr.

— Só se for agora.

Zin e Leona fugiram de Mok-Gol sem olhar para trás.

Sem descobrir o que aconteceu com o espírito do gato, ou se o espírito estava lá fora por vingança, Leona e Zin partiram de Mok-Gol. Os dois continuaram andando até o alvorecer, e Zin checou Leona para se certificar de que ela não estava possuída.

— Meow.

— !

*Click!*

— Desculpa! Desculpa! Foi uma piada!

Zin puxou seu revólver e mirou para ela a queima roupa e Leona gritou em terror.

— Fique de brincadeiras aqui e você pode acabar com um buraco na cabeça, criança.

*Thud!*

— Aí!

Leona gritou quando ele bateu na cabeça dela com o revólver. Algum tempo se passou desde que eles partiram de Mok-Gol, e ela cerrava seus dentes de dor.

— Você sabia que era uma piada, e você é um babaca pegar a arma…

Zin sabia que era uma piada porque um ser humano não seria capaz de imitar o miado de um gato totalmente.

— Você não sabia? Piadas são mais divertidas quando a outra pessoa entra na brincadeira, não é mesmo? — Zin deu de ombros enquanto Leona balançava sua cabeça.

— Cansativo… É mais cansativo andar com uma pessoa como você.

Conforme eles saíam da cidade, o deserto aberto se esticava na frente deles. Eles ainda tinham que encontrar um abrigo porque o sol ainda não estava totalmente lá em cima ainda.

— Então, havia algo de valor?

Quando ele perguntou, Leona balançou sua cabeça.

— Nem. Não estava esperando muito. Não sei sobre outros lugares, mas pelo menos nos lugares que eu procurei, não tinha nada. Faz um tempo desde que o lugar caiu.

Leona falou como se fosse só um pensamento melancólico, e Zin assentiu. Seria estranho ainda haver algo de valor.

Enquanto andava, Leona falou de repente como se tivesse lembrado de algo.

— Então, o que vai acontecer com as famílias que estavam esperando eles?

— Não faça uma pergunta se você sabe a resposta.

— … Às vezes nem pra responder você está a fim.

— Eu sou assim.

— Você é um pirralho.

Leona estalou sua língua, e Zin nem respondeu seu comentário.

O que aconteceria com o grupo de pessoa que perdeu cinco caçadores? Os dois sabiam a resposta para essa pergunta. Conforme Leona pensava sobre a razão dela ter perguntado, ela não conseguia descobrir porque perguntou esse tipo de coisa para começo de conversa.

Não havia razão ou necessidade de ter simpatia. E, dessa forma, não havia razão para ser curiosa.

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