Quando Zin terminou de se lavar correndo e sair, uma Leona limpa estava esperando por ele em um sofá velho e limpo.
— Sabão é incrível.
— Você estava gritando como uma porca pouco tempo atrás, e agora parece ter mudado sua mente.
— Isso é porque pessoas sentem emoções diferentes em tempos diferentes.
— Caçador, você acabou de vestir as mesmas roupas.
— Sim…
— Qual o ponto de se lavar se você vai vestir as mesmas roupas velhas de novo?! Dê isso para mim. Eu vou lavar para você. Vá para o seu quarto e se vista com roupas novas que eu preparei…
— Você não tem que fazer isso…
— Eu estou fazendo isso por causa do saneamento, não por hospitalidade. Agora me dê isso.
— Bom, então, espere um pouco…
Depois de Zin tirar seu casaco, e tirou pegou a bolsa e outros itens necessários, antes de dar as roupas para a mulher.
A mulher pirou e murmurou:
— Deus, meu Deus, olhe para essa coisa. Cheia de óleo e poeira… nem moscas pousariam nessa coisa.
A mulher reuniu todas as roupas e olhou para Zin que tinha se trocado. Ela queria falar para Zin se lavar de novo, mas não falou.
Leona e Zin ambos tinham recebidos roupas e chinelos. A mulher estava determinada em lavar todas as roupas, assim como os sapatos.
A mulher mostrou todos os itens em uma caixa de madeira em uma mesa no corredor. Havia comida, flechas, armas tais como bestas, sabões e outros itens que estavam disponíveis em Jule.
— Se você precisar de algo a mais, deixe-me saber o quanto você precisa, e nós iremos preparar. Os preços não são negociáveis, só para te informar.
— Vocês lidam com visitantes de fora?
— Sim, mais ou menos. Se você precisar de algo a mais, deixe-me saber.
— O castelo Jule deve ter pessoas muito extrovertidas como hospedeiras. — Zin murmurou já que estava cansado, e a mulher sorriu.
— Bom, você deveria dizer que nós somos mais amigáveis, ó caçador? Você não iria preferir lidar comigo do que alguém frio?
— Hmm… imagino que sim.
— Hahaha! Eu vou aceitar isso como um elogio. Gosto de conhecer novas pessoas. Especialmente gosto de ver os estrangeiros sujos ficarem mais limpos.
— Madame, você é uma mulher peculiar… — Leona estava grata pela hospitalidade da mulher, mas estava ficando cansada dela.
Zin olhou para os suprimentos disponíveis. Alguns deles tinham sinais como “galinha” e “carne de rato selvagem”. Parecia que o castelo tinha gado.
Eles não tinham qualquer suprimento de armas que Zin estava procurando, mas havia várias comidas e roupas.
— Você poderia pagar adiantado a taxa de hospedagem de hoje?
— Aqui está.
— Muito obrigada.
Zin pagou cinco lascas. Considerando que o hotel oferecia sabão e água, o custo de cinco lascas por noite era barato. A maioria das cidades cobrava um lasca por noite, mas esse hotel até provia roupas, então não era um mau negócio.
— Madame, o que você faz geralmente para viver? Eu não acho que visitantes aparecem frequentemente.
— Hmm? Eu…
Leona perguntou coisas rudes, mas a mulher não apontou isso. Antes da mulher poder responder, um grito alto foi ouvido de longe.
— Lorde! Sr. Bom machucou seu dedo enquanto usava um martelo! — O guarda estava correndo diretamente para a entrada. A mulher ficou surpresa e correu em direção ao guarda com pressa.
— Ah não, isso é terrível! Ele se machucou muito?
— Eu acho que ele quebrou sua unha e nós vamos ter que desinfetar seus dedos!
— Certo, traga algum desinfetante e gaze para o ferreiro.
— Sim, minha Lorde! — A mulher respondeu e, então, correu em direção a Zin e Leona.
— Phew… eu já volto, então por favor, descansem.
— Ah, claro… sem problema.
— …
A mulher começou a correr para algum lugar e Zin e Leona se olharam.
— Ela é a Lorde do castelo?
— Pelo visto sim.
— … por essa eu não esperava mesmo.
Zin e Leona estavam chocados e ficaram parados lá por um tempo.
A mulher vestia um avental e tinha uma bandana branca em sua cabeça e ela não parecia nenhum pouco diferente dos outros aldeões.
— Meu marido costumava ser o Lorde deste castelo. Esse lugar costumava ser um Ponto e, então, a população cresceu o bastante para se chamar de Castelo. Mas um dia, ele saiu para caçar um urso e foi ferido. Sua condição piorou e ele morreu. Isso foi… há uns dez anos. Nós não tínhamos crianças na época. Pessoas estavam ficando assustadas porque o Lorde havia morrido e alguém tinha que ir a frente para liderar o castelo, mas não havia pessoas tão qualificadas quanto eu. Eles começaram a me chamar de Lorde e comecei a liderar como a Lorde desde então.
Depois de voltar do ferreiro, ela preparou uma refeição e começou a falar sobre a história de sua vida apesar de Zin e Leona não terem perguntado. Eles não tinham muito o que fazer, então assistiram a mulher cozinhar no fogão.
— No passado, nós rejeitavamos todos os estrangeiros e fechamos o castelo para os de fora. Mas você sabe, eu me perguntava quantos visitantes realmente vieram ao nosso castelo. Estou pensando em talvez dois ou três visitantes a cada três meses. Mas depois de perder meu marido, minha mente mudou completamente.
— Como?
— Se nós tivéssemos uma única garrafa de desinfetante, ele não teria morrido tão facilmente. Desde então, nós acolhemos cada visitante para ver se eles dividissem algum medicamento ou ervas e essas coisas. Eu sei ler e escrever, então eu tentava anotar o máximo que podia. Sei como fazer papel e aprendi como fazer sabão há uns cinco anos quando refugiados visitaram nosso castelo. Eles estão vivendo atualmente no prédio de número quatro.
Depois da morte do antigo Lorde, a atual percebeu que eles precisavam de conhecimento dos estrangeiros para sobreviver. E eles acolhiam caçadores e outros estrangeiros para que pudessem ganhar mais conhecimento. Ela hospedava os visitantes ela mesma não porque era uma pessoa extrovertida. Ela queria aprender como cultivar plantas de algodão, fazer desinfetantes, sabões e criar armas. E algumas vezes, as pessoas que tinham conhecimento ficavam no castelo como residentes.
Ela pensava que a coisa mais importante era saneamento e o segredo de um vida saudável era usar roupas limpas e boa higiene.
Água era facilmente acessível em um vale por perto e os monstros eram incapazes de escalar as muralhas. Não era problemático para eles se defenderem de monstros vindo roubar safra a noite. A Lorde atual estava certa e, apesar do castelo Jule não ter as melhores armas, o castelo estava se desenvolvendo o bastante para proteger seus residentes.
A refeição era quatro lascas cada uma, mas Zin não pensava que era ruim, já que sopa de frango era servida.
— É bom! — Leona estava animada com a comida e devorou a sopa com cevada cozida no vapor. Zin não expressou, mas ele estava gostando de uma refeição de verdade que não teve por um tempo.
— Eu não tenho uma criança, mas amo assistir crianças comendo bem.
— Madame, você é tão legal. Estou certa disso. — Leona assentiu enquanto a Lorde falava. — Ei, moço.
— Sim?
— Eu acabei de notar algo.
— E o que seria?
— Pessoas vivem para comer comida boa.
— Eu concordo.
— Né? — Leona enfiou mais comida em sua boca. Enquanto Zin concordava, a comida quente o fazia se sentir ótimo. Era uma ótima experiência se comparado a comer carne de monstro com gosto amargo e horrível.
Depois de terminarem a refeição, Zin olhou para a Lorde. Ela não parecia muito diferente das outras donas de casa, mas Zin sabia que ela era carismática de seu próprio jeito. Esse tipo de carisma era raro e nobre.
— Eu sinto te dizer, mas como um caçador, não tenho muito a te oferecer que irá ajudar com o bem-estar do castelo.
— Está tudo bem. Nós estamos bem contanto que você possa gastar lascas por nossos serviços. Está ficando complicado usar um gerador esses dias. E não há muitos monstros para caçar.
— Mas, eu posso te ajudar de um jeito. — Zin começou a falar de negócios. Era algo bom que a Lorde era uma pessoa aberta e Zin não tinha que jogar conversa fora para quebrar o gelo no começo. Depois de Leona terminar sua refeição, ela olhou para Zin se perguntando o que ele iria dizer.
— Ajuda?
— Por favor me ouça sem qualquer mal entendido. — Zin começou a falar com um tom sério.
— O castelo Jule será destruído em um ano ou até em seis meses. Bom, para ser exato ele irá cair.
— … o que você quer dizer? — A Lorde ficou séria quando ouviu Zin falar.
— Eu estou bem certo que irá acontecer por causa das formigas da caverna.
— …
A Lorde não sorriu mais e parecia muito séria. Então, Leona percebeu que a Lorde tinha muitos músculos se escondendo debaixo do seu vestido branco. Mostrava que ela trabalhava duro para manter tal corpo.
Sua expressão facial era bem intensa, como uma besta selvagem.
Era impossível lidar com tantas pessoas sendo boazinha. Sua expressão mostrava como ela era capaz de administrar o castelo. Seu tempo como Lorde não foi sempre pacífico. Depois da morte de seu marido, ela superou a tragédia para desenvolver o castelo Jule ainda mais.
— Quando eu adquiro informação, eu sempre verifico a confiabilidade primeiro. — Ela estava implicando que mentiras não iriam enganá-la.
— Eu não ganho meu dinheiro através de mentiras.
— É melhor mesmo. — A Lorde transmitiu que ela era aberta, mas não tola. Ela o avisou com uma voz calma. — Eu encontrei o urso vermelho que matou meu marido e o dilacerei com minhas próprias mãos.
Os braços da Lorde pareciam fortes o bastante para fazer isso. Era uma ameaça educada de que ela iria dilacerá-los se mentissem.
Era natural para a Lorde demonstrar tal raiva já que o que Zin disse a ela era uma mentira inacreditável. Foi uma sorte que ela não chamou os guardas.
— Como você disse, não acha que há um motivo para os monstros estarem diminuindo em número?
— Isso é verdade.
— Você sabe que as formigas da caverna começaram a viver por aqui?
— Sim, mas elas só roubam monstros mortos. Eu ouvi que elas não caçam por comida. Nós tivemos nossos monstros roubados por elas, mas não há como nós as exterminarmos por completo. Elas não causam tantos problemas para nós, então começamos a ignorá-las. E elas não roubam a safra…
Zin cortou a Lorde já que estava pronto para apontar.
— Formigas da caverna são onívoras. Por que você acha que elas não roubam safras? Elas crescem debaixo do chão e as formigas vão comer as raízes dos vegetais.
— Bom… eu não pensei nisso. Talvez elas tenham outras coisas que as formigas atacam por comida…
— As formigas da caverna caçam. E quando elas o fazem, fazem isso bem lentamente.
Caçadores conheciam as características da presa deles. E Zin conhecia as características e hábitos da maioria dos monstros.
— As formigas da caverna formaram uma colônia considerável ao redor da área. A fim de manterem a colônia, elas precisam de mais comida.
— Por favor vá direto ao ponto, caçador. Eu não gosto de explicações longas quando se trata desse tipo de coisa.
— Formigas da caverna geralmente varrem os corpos mortos de monstros que perdem uma batalha, mas quando caçam, visam um grupo. Uma comunidade que estacionária e que não se move muito. Pode ser um grupo ou ninho de monstros. — Zin apontou para o chão. — Ou uma cidade de humanos.
Com aquelas palavras, a Lorde ficou atônita.
As formigas caçavam devagar sempre. Elas decidiriam atacar a comunidade e cavariam muitos túneis debaixo dela. Em outras palavras, elas enfraqueceriam a base da comunidade. E quando estivessem prontas, colapsariam o chão da comunidade e a enterraria.
E, então, as formigas da caverna partiriam e caçariam suas presas facilmente. E o trabalho acontecia lentamente e secretamente. Seria tarde demais para se defender
Ao ouvir Zin, a Lorde ficou quieta e fez outra pergunta.
— Mas eu nunca ouvi falar que as formigas da caverna faziam tais ataques.
— Isso é óbvio. Vilas que foram atacadas desapareciam completamente. E quando elas planejam caçar, não incomodam a comunidade até atacarem. Elas sabem que a comunidade vai se dispersar quando sentissem perigo.
Não havia muitas pessoas que conheciam as características das formigas da caverna já que eram mortas por elas.
Zin fez uma pergunta.
— Recentemente, o chão afundou ou um buraco apareceu do nada?
— …
— Pelo visto sim.
— Sim… um buraco apareceu depois da última tempestade. Eu pensei que era por causa da chuva… mas não sabia que era por causa das formigas da caverna…
Ela pensou provavelmente que o chão ficou fraco e nem pensou que as formigas da caverna eram as culpadas.
— Pense nisso como um seguro contra um possível desastre. — Zin estava implicando que ele estava aqui para vender uma solução.