(Kaori): “] Tosse, tosse [, ugh.”
(Hajime): “Huff, huff, você está bem Kaori?”
(Kaori): “Y-yeah, de alguma forma… todo mundo está…”
Na frente de Kaori, que estava tossindo por beber uma grande quantidade de água do mar, estava Hajime, cuja mão estava ao redor da cintura dela, e uma praia totalmente branca. Não havia mais nada ao redor dela além disso, mas ela podia ver ao longe um grande número de árvores de manguezal[1], e a superfície do mar ondulante no céu. A água do mar era como uma barreira, impedindo qualquer intruso. Era um espaço vasto.
(Hajime): “Parece que fomos separados… bom, eu dei a todas uma versão menor da [Caixa do Tesouro], então elas devem ser capazes de se cuidarem por conta própria”
(Kaori): “… nn”
Hajime levianamente disse depois de soltar Kaori e arrumar seu cabelo. Contudo, a mente de Kaori parecia estar em outro lugar.
Enquanto observava Hajime se levantar e começar a trocar de roupa, Kaori se lembrou do que aconteceu há pouco.
O grupo de Hajime tentou uma retirada estratégica com o enorme 〈Clione〉.
O lugar em que eles caíram era um espaço gigantesco e esférico com dezenas de túneis, onde havia a água do mar jorrava com tremenda força. Ou talvez podia se dizer que eles estavam sendo arrastados para lá; um lugar com uma correnteza confusa e parecida com a de uma tempestade.
Tragados pela rápida corrente, o grupo de Hajime conseguiu se manter junto, porém, a correnteza seguinte impiedosamente os separou. Yue tentou controlar a corrente com magia, mas isso não funcionou muito bem porque ela era aleatória demais. Shia controlou o peso de [Doryukken] em cooperação com Tio; uma bela ação.
Hajime realmente queria pegar o Submarino e subir nele, mas era impossível dentro da rápida correnteza. Apertando seus dentes, Hajime pegou um minério comprimido ultra pesado e tentou usar o peso para superar a corrente exatamente como Shia.
Nesse momento, por sorte, ele viu Yue sendo arrastada em sua direção, e ela iria se chocar com Hajime graças a correnteza. Shia e Tio já tinham desaparecido dentro de um túnel em algum lugar, e suas figuras não podiam mais ser vistas dentro do espaço.
Hajime tentou alcançar Yue, assim ela não se separaria dele, mas a figura de Kaori sendo tragada para o lado mais baixo entrou em sua visão. O olhar aflito de Kaori se encontrou com o de Hajime. Ele anteriormente alcançou Yue diante dele, mas seu olhar e o de Kaori se encontraram.
Havia duas escolhas.
Se ele pegasse Yue, Kaori seria arrastada sozinha para um túnel. A mesma coisa aconteceria com Yue se ele alcançasse Kaori. O atual Hajime só poderia escolher uma delas. Esse momento pareceu durar uma eternidade. Hajime trocou um olhar com Yue, e ele tomou uma decisão.
Usando o peso do minério comprimido ultra pesado que ele pegou da [Caixa do Tesouro], Hajime disparou para baixo, e então ele pegou Kaori. Os olhos de Kaori se arregalaram em surpresa, mas os dois foram imediatamente expostos a uma correnteza ainda mais forte. Juntos, os dois foram jogados dentro de um túnel.
Enquanto era arrastado, Hajime ativou ‖Vajra‖ para proteger Kaori em seus braços, resistindo até quando ele foi jogado contra uma parede de pedra. Assim, ele foi capaz de ver luz vindo do alto quando a corrente enfraqueceu e subiu.
E lá estava a areia totalmente branca da praia se espalhando por todo o litoral.
(Kaori): “… nee, Hajime-kun. Por que… por que você me salvou?”
(Hajime): “Hah?”
Kaori questionou Hajime, cujas costas estavam viradas para ela. Hajime só inclinou sua cabeça, pensando, “Que tipo de pergunta foi essa?”.
(Kaori): “Por que você me salvou e não Yue?”
(Hajime): “Bem, Kaori parecia estar morrendo e Yue pode fazer algo sozinha. Os olhos de Yue também me disseram para salvar Kaori”
(Kaori): “… você realmente confia nela, eh”
(Hajime): “Isso não é natural? Nós somos parceiros, entende?”
(Kaori): “…”
A já deprimida Kaori ficou ainda mais depressiva depois de escutar essa resposta. Subitamente, uma sombra se esticou sobre a abatida Kaori.
Confusa, Kaori olhou para cima e lá estava o rosto de Hajime muito próximo do dela. Seus olhos e nariz estavam bem na frente dela. Uma distância que terminaria em um beijo se ele se aproximasse só mais um pouco. Kaori sentiu que estava sendo sugada pelos olhos de Hajime, e, de repente, suas bochechas foram beliscadas.
(Kaori): “Izo jói! U qui vossê eztá fassendu!?”
Kaori protestou com olhos marejados.
Contudo, Hajime ignorou o protesto dela e brincou com suas bochechas macias sem se incomodar por um tempo. Depois de finalmente ser solta, Kaori olhou para cima com um olhar reprovador enquanto esfregava suas bochechas vermelhas, mas Hajime só bufou com “Hmph”.
(Hajime): “Se você tem tempo para ficar deprimida, então é melhor usá-lo e se mover. Nós estamos dentro de um |Grande Calabouço|, sabia? Até quando você vai continuar molhada deste jeito? Ou, você está tentando ganhar minha simpatia?”
As palavras duras de Hajime fizeram o rosto de Kaori instantaneamente se avermelhar. Foi pela vergonha. Ela notou o que ele deixou implícito, “Este não é o lugar errado para isso?”.
(Kaori): “Nã-não há nada disso! Eu só estava sonhando acordada. Eu-eu vou trocar minhas roupas em breve. Me desculpe”
(Hajime): “…”
Kaori apressadamente se levantou e começou a tirar suas roupas depois de pegar roupas substitutas da mini [Caixa do Tesouro] (com um armazenamento do tamanho de uma casa) que foi dada a ela antes do grupo deixar |Elisen|. Hajime despreocupadamente virou suas costas para ela. A Kaori normal iria fazer uma investida ao dizer, “Está tudo bem se você quiser olhar”, apesar de se sentir constrangida, mas a atual Kaori terminou de mudar de roupa rapidamente sem dizer nada.
(Kaori): “Eu-eu terminei… então, o que devemos fazer?”
(Hajime): “Vejamos… mesmo se formos para o fundo do mar de novo, nós ainda não sabemos onde as outras estão… mas não há nada que possamos fazer além de continuar procurando. Aquelas garotas provavelmente também estão bem”
Depois de procurar na selva por perto, Hajime se virou. Kaori concordou com ele enquanto sorria; um sorriso que escondia seu coração deprimido. Hajime estreitou ligeiramente seus olhos com o sorriso de Kaori, mas, no fim, ele não disse nada e começou a caminhar.
Avançando ao longo da praia com areia puramente branca, criando sons enquanto caminhavam, os dois entraram na selva. As densas árvores e arbustos foram cortados por Hajime. Kaori estava apenas o seguindo.
Então, Hajime subitamente parou e se virou para Kaori, colocando sua mão na parte de trás de sua cabeça como se fosse abraça-la.
(Kaori): “Fue? Ah, umm, Hajime-kun? O qu-que há com esta súbita…”
Kaori corou, mas Hajime imediatamente se separou e ela instantaneamente empalideceu quando viu a coisa na mão de Hajime.
Era uma aranha. Com tamanho quase tão grande quanto a palma de uma mão, ela estava se movendo com suas doze pernas com um líquido violeta escorrendo delas. Algumas pernas cresciam como as de uma aranha normal, enquanto algumas cresciam de suas costas; uma estrutura expressando que ela era capaz de se mover usando ambos os lados! Ela parecia repugnante.
(Hajime): “Não baixe sua guarda, okay? Um |Grande Calabouço| é completamente diferente comparado com a superfície de |Orcus|. Não pense nisso como o mesmo, ou você irá sofrer”
(Kaori): “U-un. Desculpe. Eu vou tomar cuidado”
(Hajime): “…”
A aranha que Hajime capturou não tinha [Pedra Mágica], era apenas uma aranha venenosa. O fato de que ela quase foi morta pela criatura que nem era uma 〈Fera Mágica〉, e a forma como Hajime a ajudou, fez com que Kaori ficasse ainda mais desanimada.
Quando ela ainda estava no grupo de Kouki, ela era uma faz-tudo, contudo, no grupo de Hajime, ela não era nada útil. Isso deixou Kaori mais e mais em pânico internamente.
Assim, a garota dedicou ainda mais atenção em direção ao ambiente, o que fez a conversa entre os dois diminuir, e eles saíram da selva com uma atmosfera indecifrável entre eles.
À frente deles estava…
(Hajime): “Isto… isto não é o que chamamos de cemitério de navios?[2]”
(Kaori): “Incrível… aqueles são veleiros, mas o tamanho…”
Na área rochosa adiante da selva estavam muitos veleiros alojados parcialmente apodrecidos. Os veleiros estavam a cerca de cem metros de comprimento, no mínimo, e na distância longínqua havia um maior com pelo menos trezentos metros de comprimento.
O espetáculo bizarro fez Hajime e Kaori inconscientemente pararem seu avanço. Contudo, não levou muito tempo para os dois recuperarem seus sentidos e entrarem no cemitério de navios.
Eles avançaram ao passar pelas aberturas entre rochas, algumas vezes passando sobre elas, enquanto em outras, eles caminhavam pelos navios.
(Hajime): “Ainda assim… só há navios de guerra aqui”
(Kaori): “Un. Mas só o maior deles parece ser um navio de passageiros. Ele tem decorações luxuosas…”
Os navios neste cemitério não tinham canhões localizados no estibordo[3] como os navios de guerra (que usavam velas) da Terra. Mesmo assim, Hajime foi capaz de concluir que esses eram navios de guerra porque havia marcas de uma feroz batalha em todas as embarcações. Pela aparência dos navios, eles pareciam ter recebido ataques mágicos. Alguns tiveram seus mastros cortados perfeitamente, alguns conveses foram queimados ou carbonizados, e algumas cordas e redes foram petrificadas.
Eles não tinham nenhum canhão, então eles usavam magia de longo alcance para derrotar os inimigos, o que era um método de combate imaginável pelas marcas que restavam.
Assim, o palpite de Hajime se provou um fato quando ele e Kaori estavam no meio do cemitério de navios.
(??? A): “UoOOOOOOOOOOOOOO!!!!”
(??? B): “WAaAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!”
(Hajime): “!?!?!? Mas que… !?!?!?”
(Kaori): “Hajime-kun! O ambiente está… !!!”
Quando eles sentiram que escutaram gritos de muitos homens repentinamente, a cena ao redor começou a se distorcer. Hajime e Kaori pararam de caminhar pela surpresa e eles observaram o ambiente para entender o que estava acontecendo. A distorção das imediações ficou ainda mais intensa e, antes que eles percebessem, Hajime e Kaori já estavam no convés do navio, acima do vasto oceano.
Em seguida, eles olharam ao redor, não era o cemitério de navios, mas centenas de veleiros se dividiam em dois grupos, se confrontando. Acima dos navios estavam pessoas erguendo suas armas enquanto gritavam.
(Hajime): “Qu-que merda é esta…”
(Kaori): “Ha-Ha-Hajime-kun? Eu estou dentro de um sonho? Hajime-kun, você está aqui, certo? Certo?”
Ambos Hajime e Kaori estavam espantados, mas eles conseguiram superar sua confusão, no entanto, eles não foram capazes de olhar a seu redor.
Enquanto eles faziam isso, uma enorme faísca surgiu no céu, gerando altos sons parecidos com os de fogos de artifício acompanhados por centenas de navios se movendo simultaneamente. A esquadra no lado do navio em que Hajime e Kaori estavam também se moveu depois que o fogo de artifício surgiu.
E quando os navios se aproximaram de uma certa distância, eles usaram a velocidade para colidir com os outros navios, enquanto magia também era lançada.
] GOoOOOOOOOO!! [
] DOoGAaAAAN!! [
] DOBAaAAAA!!! [
(Hajime): “Owh!?”
(Kaori): “Kyaa!”
Projéteis de fogo foram acompanhados por sons estrondosos e criaram buracos nos cascos dos navios. Enormes tornados avançaram na direção dos mastros. A superfície do mar congelou, parando os navios. E projéteis esféricos de cor cinza petrificaram tudo.
Até o convés em que Hajime e Kaori estavam foi atingido por projéteis de fogo e começou a se incendiar grandiosamente. As tripulações dos navios imediatamente ativaram magia para descongelar a água do mar e apagar o fogo.
Era literalmente um campo de batalha onde incontáveis pessoas e navios se enfrentavam. A magia lançada e envolta por intenção assassina roçou suas peles.
Hajime e Kaori distraidamente observaram esse espetáculo, e, mais uma vez, projéteis de fogo foram lançados atrás deles. Os cursos dos projéteis estavam mirados diretamente para Hajime e Kaori.
Hajime desistiu de questionar o porquê eles subitamente se envolverem nesta guerra, e ele puxou [Donner] porque estava tudo bem matar a todos porque eles foram atacados primeiro. Assim, ele interceptou os projéteis de fogo usando o canhão eletromagnético.
A bala disparada foi acompanhada por um som explosivo e um clarão, mas, inesperadamente, ela nem mesmo chegou a atingir os projéteis de fogo, quanto mais interceptá-los. A bala voou pelo céu e desapareceu.
(Hajime): “Quê!?”
Erguendo uma voz surpresa pela enésima vez, Hajime abraçou Kaori a seu lado e começou a desviar.
(Kaori): “Espere, eu vou obstruí-los! ‖Rompimento de Luz‖!”
Com o encantamento de Kaori, a ‖Magia da Luz‖ defensiva de nível iniciante apareceu.
Hajime tentou desviar porque a magia desconhecida continuava a avançar mesmo após seu núcleo ser atingido, mas Kaori ativou sua magia e não poderia se mover de lá. Relutantemente, ele ativou ‖Vajra‖ e aguardou os projéteis de fogo.
Contudo, a preocupação de Hajime se provou infundada porque a barreira de Kaori bloqueou por completo os projéteis de fogo. Com uma expressão de dúvida, Hajime pensou que ele apenas tivesse errado enquanto inclinava sua cabeça, e mais uma vez disparou contra os projéteis de fogo se aproximando. Desta vez, o [Olho Mágico] de Hajime realmente viu os núcleos sendo atingidos, mas a bala apenas atravessou os projéteis de fogo e voou para longe.
(Hajime): “… então é isso?”
Vendo a cena, Hajime estava imaginando o motivo para seu ataque não ser efetivo e decidiu tentar outro método de ataque. Kaori tentou colocar outra barreira para bloquear as chamas se aproximando, mas Hajime a impediu e ativou a ‖Garra do Vento‖ em [Donner]. Na sequência, ele desviou, e, ao mesmo tempo, ele cortou os projéteis de fogo usando a ‖Garra do Vento‖. Desta vez, os projéteis não atravessaram e foram cortados em dois.
(Kaori): “Umm, Hajime-kun?”
(Hajime): “Isso não parece ser uma ilusão nem algo real. Ataques físicos não têm efeito, mas ataques que contém |Poder Mágico⟩ sim. Santo Deus, o que há com esta situação?”
Hajime suspirou com esta situação problemática e, “Gwaa”, uma voz agonizante surgiu atrás dele. Enquanto se perguntava o que era isso, ele se virou e viu um jovem homem se agachando segurando seu abdômen, com sua outra mão segurando um alfanje[4]. Olhando cuidadosamente, havia uma piscina de sangue abaixo dele e sangue coberto de pingentes de gelo caindo por perto. Ele deve ter sido atingido por uma lança de gelo.
“Você está bem!?”, Kaori imediatamente ergueu sua voz enquanto se aproximava dele, e então, ela usou sua ‖Magia de Cura‖. Uma luz completamente branca liberada por ela envolveu o homem. Ele devia ser curado em um piscar de olhos porque Kaori era uma ⌈Curandeira⌋… ou assim ela pensava, mas o resultado foi inesperado. No momento que o jovem homem recebeu a ‖Magia de Cura‖ de Kaori, ele se tornou partículas de luz e desapareceu.
(Kaori): “Eh? Eh? Po-por que…”
Depois de pensar um pouco, Hajime disse a confusa Kaori o que ele imaginava ter acontecido.
(Hajime): “Isso não aconteceu porque o efeito e o atributo da magia não importam, já que ela possui |Poder Mágico⟩?”
(Kaori): “… então, eu-eu acabei… de matar aquela pessoa…”
(Hajime): “Kaori, isto não é a realidade. Só pense nisto como ‘uma ilusão onde podemos nos mover livremente’. Além disso, você não pode chamar algo que desapareceu ao ser curado de humano”
(Kaori): “Hajime-kun… un, você tem razão. Eu sinto muito por ficar um pouco confusa. Mas eu estou bem agora”
Embora sutil, Hajime disse palavras de preocupação a Kaori. Entretanto, ela não se sentiu feliz como acontecia normalmente, apenas encolheu seus ombros se desculpando. Então, ela sorriu para se acalmar. Ver a reação dela fez Hajime involuntariamente murmurar o que ele estava pensando desde mais cedo.
(Hajime): “… você continua se desculpando, eh”
(Kaori): “Eh? Você disse algo?”
(Hajime): “Não, nada”
Hajime moveu seu olhar de Kaori.
Não foi por causa da atmosfera enigmática ao redor dela, mas porque ele sentiu presenças ameaçadoras. Quando ele olhou ao redor, os Soldados estavam gritando e atacando os navios próximos, e antes que eles percebessem, vários homens com olhares sombrios estavam observando Hajime e Kaori.
Kaori notou o olhar de Hajime e olhou para a direção que ele estava observando, e os homens imediatamente começaram a atacar os dois.
(Soldado A): “Por Deus!”
(Soldado B): “Vida longa! Ehito-samaaaa!”
(Soldado C): “Pagãos! Morram por nosso Deus!”
Eles estavam em um frenesi. Com olhos vermelhos, eles declararam enquanto cuspiam saliva. Completamente anormal.
Ele foi capaz de imaginar que essa era uma guerra entre países pela forma como as esquadras se portavam, e ele finalmente entendeu a razão para isso. Essa era uma guerra religiosa. Se ele concentrasse sua audição, poderia ouvir outros Soldados nos outros navios gritando coisas parecidas. Contudo, eles estavam gritando o nome de um Deus diferente.
Kaori só poderia ficar parada, em completa surpresa dentro da atmosfera de loucura.
Abraçando Kaori por trás, Hajime apontou e disparou [Donner] sobre seu ombro. No entanto, o que ele disparou não era uma bala, mas uma massa de puro |Poder Mágico⟩. Usando ‖Compressão de Poder Mágico‖ e ‖Emissão de Poder Mágico‖, derivadas da ‖Manipulação de Poder Mágico‖, ele era capaz de lançar o |Poder Mágico⟩ sem afetar o alvo fisicamente. De certa forma, era uma técnica infalível para desarmar o alvo, porque humanos, e até 〈Feras Mágicas⟩, não seriam capazes de se mover se seu |Poder Mágico⟩ se esgotasse. Este movimento sempre foi mantido guardado porque ele não usaria um método tão brando contra seus inimigos.
Contudo, este método comedido seria o mais útil nesta situação. A bala vermelha brilhante disparada por [Donner] momentaneamente cortou o espaço e perfurou a testa de um dos Soldados enlouquecidos que atacava com seu alfanje. Sem parar, a bala atingiu o Soldado atrás do anterior, e seus corpos instantaneamente se dispersaram.
(Hajime): “Kaori! Nós vamos pular! Não morda sua língua!”
(Kaori): “Eh? Kyaaaaa!!”
Seria problemático se eles fossem cercados no convés, então Hajime pulou usando ‖Aerodinâmica‖ enquanto abraçava Kaori. Ela gritou com o poderoso impulso.
Chutando o Soldado no cesto da gávea[5], Hajime aterrissou em um dos quatro cestos nos mastros.
Abaixo deles, os Soldados enlouquecidos estavam olhando para cima, para Hajime e Kaori, com olhos vermelhos.
Mesmo que eles fossem inimigos de outros países, por algum motivo, alguns dos homens estavam mirando os dois estudantes. Além disso, aqueles que estavam mirando neles não faziam nenhuma distinção entre aliados e inimigos. Seus números continuavam aumentando sem parar, exatamente como um caso sério de um vírus contagioso.
Antes que um momento se passasse e, na frente de seus próprios inimigos, os Soldados subitamente pararam de se mover e torceram suas cabeças, encarando Hajime e Kaori. Eles imediatamente começaram a se aglomerar ao redor dos dois como em um filme de horror. O ar de loucura deixou até Kaori pálida.
(Hajime): “Muito bem, o que devemos fazer para sair deste espaço repugnante?”
(Kaori): “… talvez haja algo como… uma saída?”
(Hajime): “Nós estamos no meio do mar, sabia?”
(Kaori): “Talvez exista uma saída em um desses navios? Entende, algo como a Porta Para Qualquer Lugar[6]“
Kaori se lembrou e comparou isso a ferramenta conveniente de um certo gato azul robótico. Olhando para seus arredores, Hajime franziu o cenho e recusou a ideia dela porque os navios eram numerosos demais.
(Hajime): “… pelo que eu posso ver, há pelo menos seiscentos navios aqui… é impossível procurar um por um. Você não acha que seremos capazes de encontrar a saída mais rápido se a guerra acabar?”
(Kaori): “Ummmmm, de fato, também há os navios afundados… então… devemos… acabar com a guerra?”
(Hajime): “Acabar com ela… entendo, hora de matar todo mundo, huh? Kaori também disse algo extremo eh”
(Kaori): “Eh? Umm, eu não quis dizer isso…”
(Hajime): “Yup, deve ser isto. Nada mais vem a minha mente, e eu gosto mais desta solução”
Disparando balas de |Poder Mágico⟩ e atirando contra vários Soldados subindo usando as cordas no mastro, Hajime pensou que seria melhor se ele tivesse um revólver mágico. Ele pensou nisso enquanto continuava atirando as balas vermelhas brilhantes junto com o ‖Controle Remoto‖, derivado da ‖Manipulação de Poder Mágico‖, fazendo-as interceptar os projéteis de fogo que se aproximavam.
(Hajime): “Kaori, eu sei que você não é talentosa com magia ofensiva, mas até ‖Magia de Cura‖ se torna ataque aqui. E mesmo se não descobrirmos como escapar, é verdade que estamos sendo atacados, então vamos derrubar todos eles”
(Kaori): “O-okay!”
Escutando as palavras de Hajime, Kaori começou seu encantamento com uma expressão decidida enquanto tremia. O campo de batalha enlouquecido parecia atacar a mente dela, mas ela absolutamente não queria mostrar um comportamento vergonhoso para sua pessoa importante a seu lado.
Hajime estava encarando o ambiente como se a protegesse.
Olhando para baixo, aliados e inimigos estavam misturados enquanto eles subiam no navio, matando uns aos outros. Diferente do que aconteceu quando Hajime e Kaori atacaram, a morte nesta ilusão estava cheia de derramamento de sangue.
No convés estavam vísceras, membros decepados e cabeças espalhadas. Todos estavam repetidamente gritando “Por Deus”, “Pagão”, e “Punição divina”, com olhos alucinados enquanto espalhavam sua intenção assassina.
Dentro do sangue fresco dos Soldados espalhado como uma tempestade de flores de cerejeira, o cesto da gávea onde Hajime e Kaori estavam era… não, era mais como se os Soldados estivessem obstinadamente mirando nos dois alunos.
Ocasionalmente, balas vermelhas brilhantes voavam em todas as direções, atravessando os inimigos. Além disso, elas voavam ao redor de Hajime e Kaori para protegê-los, se posicionando tanto como ataque quanto defesa ao mesmo tempo.
Contudo, os soldados enlouquecidos não estavam preocupados, e repetidamente tentavam ataques suicidas. Dezenas de Soldados usavam magia para voar enquanto outros se aproximavam ao seguir de um mastro para o outro. Podia se ver que a luta estava concentrada no navio onde Hajime e Kaori estavam. O [Olho Mágico] de Hajime também capturava a oscilação de |Poder Mágico⟩ de magias de alto nível das mãos de ⌈Magos⌋ mirando neles.
Nesse momento, Hajime pensou em atirar neles, mas o encantamento de Kaori terminou e ela ativou sua magia de mais alto nível.
(Kaori): “… pessoas, ergam seus braços pois este é o local para onde a Santa Mãe está sorrindo, ‖Escritura‖!”
Assim, ondas de luz se espalharam pelo campo de batalha com Kaori no centro.
A ondulação palpitava enquanto se expandia várias vezes, chegando a um quilômetro de raio. O inimigo que era tocado pela onda era cercado pela luz.
‖Magia de Cura‖ de altíssimo nível do atributo da luz, ‖Escritura‖.
Era uma ‖Magia de Cura‖ com alcance superamplo com o efeito de curar todos dentro de sua área. O alcance em si dependia da quantidade de |Poder Mágico⟩ do usuário e de sua competência, mas, no pior caso, seu alcance efetivo era de 500 metros de raio. Além disso, se o usuário desse o “sinal” de antemão, seria possível curar alvos específicos. E, normalmente, esta magia era usada por dezenas de ⌈Magos⌋, e levava muito tempo para ativar o encantamento, juntamente a sua formação mágica estupidamente gigante. Ser capaz de ativá-la sozinha em apenas um ou dois minutos era impossível, a menos que fosse uma personagem trapaceira.
Ao mesmo tempo que a luz da ‖Escritura‖ ativada por Kaori envolvia o campo de batalha, todos os Soldados dentro da área de efeito tiveram seus corpos dispersados sem distinção de aliado ou inimigo. Quando a magia acabou, o corpo de Kaori se inclinou com a exaustão de |Poder Mágico⟩, e ela foi prontamente auxiliada por Hajime.
(Hajime): “Ohh, uma reprodução em massa de Mary Celeste[7], huh. Você foi magnífica Kaori. Não, eu deveria dizer ‘como esperado de você’?”
(Kaori): “Ah, uh, nã-não há necessidade disso. Hajime-kun e as outras são muito mais incríveis…”
O elogio honesto de Hajime fez as bochechas de Kaori corarem com o constrangimento. Ela mostrou um sorriso de autodepreciação quando ela pensou que Yue seria capaz de usar uma magia mais poderosa em menos tempo. Então, ela murmurou ‖Reabastecer‖ para recarregar o |Poder Mágico⟩ gasto com o pingente dado por Hajime. Hajime tinha melhorado o pingente com uma formação mágica e a habilidade para usar o |Poder Mágico⟩ estocado com um encantamento, pois Kaori era incapaz de usar manipulação direta de |Poder Mágico⟩.
Hajime franziu levemente suas sobrancelhas e queria dizer algo quando ele viu a expressão de Kaori, mas ele deixou isso de lado porque ele tinha que lidar com os novos inimigos se aproximando. A batalha recomeçou.
Com a ineficiência dos ataques físicos, essa era uma situação onde a enorme quantidade de Soldados não vacilava contra qualquer tipo de ataque enquanto eles lutavam no navio. Normalmente, essa seria uma situação difícil, mas havia os monstros trapaceiros no local.
Enormes frotas dos dois países foram aniquiladas pelos dois humanos em um intervalo de uma hora.
(Kaori): “… Uuh, ] tosse [, kafh, descul-…”
(Hajime): “Está tudo bem. Só aguente firme”
Logo após os últimos Soldados serem aniquilados, o ambiente mais uma vez se distorceu. Eles notaram que tinham voltado para o cemitério de navios de antes.
Se perguntando se a aniquilação realmente era a resposta correta, Kaori imediatamente suspirou de alívio, correu para uma pedra próxima e vomitou. Contudo, ela não vomitou nada, já que o jantar que ela comeu já tinha sido digerido, e assim, ela sentiu dor por tentar vomitar.
Com lágrimas se acumulando no canto de seus olhos, Kaori usou uma mão para dizer a Hajime, “Não venha”, para detê-lo.
Entretanto, Hajime ainda se aproximou dela e esfregou suas costas. Kaori não queria mostrar uma cena tão patética a ele, mas ela se sentiu confortável com os sentimentos gentis e calorosos transmitidos de suas costas. Sua náusea e espírito gradualmente se recuperaram.
Hajime pegou uma bebida parecida com suco de maçã da [Caixa do Tesouro] e entregou a ela. Kaori obedientemente o bebeu calorosamente e sua energia voltou. O sabor doce e fresco, apagou o sabor azedo do suco gástrico.
(Kaori): “Desculpe…”
Kaori, que franziu suas sobrancelhas e se desculpou pelo problema, fez com que Hajime semicerrasse seus olhos.
(Hajime): “Bem, eu acho que isso é inevitável. Até eu me senti enojado. Eu nunca imaginei que humanos ficariam tão alucinados por causa de suas crenças cegas. De qualquer forma, vamos descansar por ora. Até eu quero recuperar meu |Poder Mágico⟩ consideravelmente gasto”
(Kaori): “… un. Diga Hajime-kun. O que foi aquela ilusão? Ela está relacionada com esses destroços marítimos?”
Kaori se levantou e então se sentou em uma rocha próxima para depois o questionar. Hajime levou um tempo para pensar antes de dizer a ela sua suposição.
(Hajime): “É apenas uma hipótese, mas eu acho que a ilusão pode ser uma reprodução de uma batalha do passado. Bom, também parecia ser algum tipo de melhoria para atacar aqueles que desafiassem o |Calabouço|… ou isso pode ser o conceito deste |Calabouço|”
(Kaori): “Conceito?”
(Hajime): “Yeah. Tio disse isso quando estávamos no |Grande Vulcão Guryuuen|[8]. Ela disse, ‘Não seria possível que cada |Calabouço| tenha seu próprio conceito preparado pelos ⟦Libertadores⟧?’. Se isso for verdade, então aqui nós…”
(Kaori): “… descobrimos a miséria trazida pelos Deuses Loucos… talvez?”
(Hajime): “Aah, eu também pensei nisso”
Continuando as palavras de Hajime ao murmurar a resposta, Kaori se lembrou do espetáculo de antes, seu rosto mais uma vez ficou pálido, e seu corpo tremeu como se ela estivesse sofrendo de um resfriado.
O que fez Kaori se sentir doente era a loucura dos Soldados. O comportamento e discurso deles era exatamente como o dos chamados “fanáticos”, enquanto ela também não podia se impedir de sentir repulsa com a matança.
As pessoas continuavam a rir alto em um frenesi, mesmo quando sangue espirrava de seus corpos. Houve até aqueles que morreram ao arrancarem seus próprios corações e os erguerem em direção ao céu como uma oferenda aos Deuses. Também havia um irmão mais velho que esfaqueou seu próprio irmão, só para atacar Hajime e Kaori, enquanto o mais novo ria orgulhosamente. A guerra era um lugar cheio de loucura, mas a que eles acabaram de ver era muito mais sinistra. E ela foi travada simplesmente “Por nosso Deus”, dessa forma…
Vendo Kaori cobrindo sua boca por não poder resistir a isso, Hajime se sentou a seu lado e segurou a mão da garota. Ele não poderia deixar Kaori, que estava enojada pela loucura, sozinha. Ela ficou um pouco surpresa, olhou para Hajime, relaxou e apertou a mão dele.
(Kaori): “Hajime-kun, obrigado…”
(Hajime): “Não ligue para isso. Eu entendo… a dor de ser exposto a loucura. Eu senti isso quando caí no Abismo…”
(Kaori): “… então, como? Espere, não há necessidade para você responder… foi… Yue-san, não foi?”
(Hajime): “Yeah, foi graças a ela. Se eu não tivesse conhecido ela dentro do Abismo… eu me pergunto como eu teria terminado”
Hajime olhou para longe com afeição e nostalgia. Ele certamente estava se lembrando do momento em que encontrou Yue. Vendo sua expressão, Kaori sentiu seu peito apertar.
(Kaori): “É agoniante. Defender, proteger Hajime-kun… eu queria fazer isso. Mas mesmo se eu falar isso, não é como se eu pudesse fazer algo. Como sou eu… que não pode proteger nem mesmo uma promessa. Ahhhh, Yue é realmente uma poderosa inimigaaaa”
A risada de Kaori fez Hajime apertar seus olhos de novo. O sorriso de Kaori não era o usual sorriso caloroso e positivo porque ele também mostrava autoculpa e autodepreciação.
(Hajime): “… você esteve se desculpando desde que chegamos aqui, e não mostre um sorriso destes”
(Kaori): “Eh? Ummm…”
As repentinas palavras de Hajime fizeram Kaori ficar com uma “?” acima de sua cabeça. Contudo, o sorriso dela imediatamente se desfez e sua expressão congelou com as palavras seguintes de Hajime.
(Hajime): “… escute Kaori. Por que você nos seguiu até aqui?”
(Kaori): “… é que… eu sou apenas um fardo no fim das contas?”
A abatida Kaori fez Hajime suspirar, e ele não respondeu à pergunta dela.
(Hajime): “Eu me lembro da conversa que tivemos sob o luar enquanto bebíamos aquele chá nojento naquele dia[9]. Portanto, honestamente, eu não acho que seja esquisito você ter boa vontade pelo meu atual eu”
(Kaori): “Hajime-kun, eu…”
(Hajime): “No entanto, eu não tenho intenção de negar isso. Eu tenho certeza que Kaori tem coisas que só ela pode ver, e é isso o que atiçou seu coração. Assim, não faz sentido que eu negue a decisão que você tomou. Eu já te dei minha resposta, ‘ainda assim’, eu acho que é algo bom que você me favoreça. Até Shia não se sente desencorajada. Ou melhor, ela recentemente me deixou seriamente preocupado com a possibilidade de ela me atacar enquanto eu durmo”
Recentemente, Hajime sentiu pavor enquanto pensava na garota com orelhas de coelho com força física irritante. Vendo esse Hajime, Kaori mostrou um sorriso sem graça em concordância.
(Kaori): “… un, eu acho que a agressividade e positividade dela são incríveis”
(Hajime): “Eu a tratei duramente no início. Eu não penso em mais ninguém como ‘especial’ além de Yue… eu honestamente pensei que ela iria desistir rapidamente”
(Kaori): “…”
(Hajime): “Não importava quão mal eu tratava ela, como eu tratava Yue como especial, e ela nunca estava nem irritada e nem chorava, mas ela parecia feliz com isso. Ela não poderia se comparar a Yue em uso de magia porque ela não tem aptidão, e mesmo que ela tenha sido derrotada no duelo contra Yue, ela não parou de seguir em frente. Ela não se acobardou, mesmo quando ela foi atacada por seu próprio complexo de inferioridade”
(Kaori): “Eu-eu, algo como complexo de inferioridade…”
Kaori, que silenciosamente escutou Hajime, não poderia contestar e se levantou. Contudo, ela estava exausta e imediatamente se sentou.
(Hajime): “Você não notou isso? Você esteve se desculpando desde que chegamos aqui. Até a forma como você sorri está completamente diferente do habitual”
(Kaori): “Eh?”
(Hajime): “Escute Kaori. Não continue olhando para baixo. Erga seu rosto e olhe em meus olhos”
Escutando isso, Kaori finalmente notou que ela esteve olhando para baixo por um tempo. Antes, ela fazia questão de olhar nos olhos da outra pessoa quando falava… assim, quando Kaori enfrentou o olhar de Hajime, ela percebeu.
(Hajime): “Escute aqui, eu não vou dizer isso uma segunda vez. Eu amo Yue. Mesmo que eu pense nas outras como ‘importantes’, isso não muda o fato de que apenas Yue é ‘especial’. Então, se você sofre com isso, se você sente que é inferior comparada a Yue… Kaori, você deve se separar de mim”
(Kaori): “Kh…”
As palavras incisivas fizeram Kaori olhar para baixo de novo. Hajime continuou falando, mesmo tendo visto a reação dela.
(Hajime): “A razão para eu permitir que você nos acompanhasse naquele momento foi pela mesma razão de Shia; eu julguei que seria melhor para você ficar ao meu lado porque eu confio em Kaori. Você entendeu meus sentimentos, ‘mesmo assim’, você seguiu em frente por vontade própria. Foi por isso que eu pensei que estaria tudo bem para você ficar a meu lado se você me aprova… mas, eu não me sinto da mesma forma agora”
Quando Hajime terminou suas palavras, ele afastou sua mão da melancólica Kaori. Assim, ele jogou as palavras finais.
(Hajime): “Por favor, pense cuidadosamente sobre isso mais uma vez. Por que você veio conosco, e se você deve ficar ao meu lado de agora em diante… Kaori não é Shia. A Shia também gosta de Yue. Dependendo de sua resposta, eu vou te mandar de volta para sua melhor amiga (Yaegashi)”
(Kaori): “Eu-eu…”
Kaori queria dizer algo enquanto ela observava a mão se separando da dela, mas as palavras não sairiam.
Dentro do clima desconfortável, Hajime incitou Kaori a se mover porque era necessário para eles se aproximarem do maior dos veleiros preservados ao longe.
Notas:
[1] Manguezal, mangue, mangrove ou mangal é um ecossistema costeiro, de transição entre os ambientes terrestre e marinho, uma zona úmida característica de regiões tropicais e subtropicais.
[2] Um cemitério de navios é um local onde cascos de navios destruídos são deixados para apodrecer e se desintegrar, ou deixados como navios de reserva. Tal prática é menos comum hoje devido a legislação sobre resíduos, e assim, algumas docas onde os navios são desmantelados (para reciclar e remover materiais perigosos como o amianto) também são conhecidos como cemitérios de navios. Por analogia, o termo também pode se referir a um enorme número de destroços marítimos que se acumularam em uma única área, mas não foram removidos, sendo deixados para se desintegrarem naturalmente.
[3] Estibordo é o lado direito de uma embarcação ou aeronave, olhando-se de trás para frente.
[4] Alfanje é um sabre cuja lâmina pequena e larga possui um fio na parte convexa da curva.
[5] Na gávea, por ser o ponto mais elevado na embarcação, é construído o cesto de observação, cesto da gávea, para monitoramento nos navios onde os vigias perscrutavam o horizonte em busca de sinais de terra. Geralmente com a forma de uma pequena cesta suficientemente grande para abrigar um ou poucos homens, esta peça encontrava-se no alto dos mastros ou torres próprias das caravelas ou navios. Dada a sua situação, a gávea era um lugar muito instável pois era onde se manifestava com maior intensidade a oscilação e o rolamento lateral da embarcação.
[6] A Porta Para Qualquer Lugar (Dokodemo Door em japonês) é uma das ferramentas mais populares e frequentemente usadas na série Doraemon. Sua função primária é transportar o usuário para qualquer lugar que ele desejar ao atravessá-la.
[7] O Mary Celeste foi um bergantim (galé de um a dois mastros e velas redondas) mercante norte-americano que foi encontrado à deriva e sem tripulação no Oceano Atlântico, ao largo dos Açores, em 4 de dezembro de 1872, pelo bergantim canadense Dei Gratia. O navio, embora com sinais de abandono, estava com boas condições de navegabilidade, com parte das velas içadas, sem ninguém a bordo, e sem o seu barco salva-vidas. O último registo no diário de bordo tinha data de dez dias antes. O Mary Celeste saiu de Nova Iorque rumo a Gênova (na Itália) em 7 de novembro, e quando foi descoberto ainda tinha bastante provisões e mantimentos. Sua carga de álcool estava intacta e os bens pessoais do capitão e do restante da tripulação não tinham sido mexidos. Nunca mais se viu ou se ouviu falar dos tripulantes do navio.
[8] Alterando “Guruyuen” para “Guryuuen”.
[9] Hajime está se referindo a conversa que teve com Kaori no capítulo 4, antes dos alunos entrarem no Calabouço Orcus pela primeira vez.