Chrysalis – Capítulo 1114

Granin se mexeu quando a onda passou por ele.

“Isso é…?” Corun perguntou, sem fôlego.

“Sim,” afirmou o líder da tríade.

Torrina respirou fundo, deixando o choque se registrar em seu rosto, em vez de sua expressão estoica habitual.

“Isso é muito mais cedo do que esperávamos,” disse ela após se acalmar. “Tem certeza?”

Seu professor lançou um olhar ligeiramente irritado e ela olhou para baixo. Granin bufou.

“Você é muito esperta para fazer uma pergunta como essa,” ele a repreendeu, “acabamos de levar um soco na cara por uma parede de mana, claro que tenho certeza.”

“Eu sei, acho que só não queria que isso acontecesse agora, acho que não estou pronta.”

“Ninguém está pronto para o que está por vir, eles podem ter passado três mil anos se preparando, mas ainda não estão prontos.”

‘Pelo menos não seremos os únicos a enfrentar a força avassaladora dos Antigos. Fico feliz em deixar isso para aqueles com muito mais arrogância do que eu.’

Corun guerreou com a sensação de excitação e trepidação, eventos que abalariam o mundo aconteceriam, e logo, pois uma onda como o mundo não via desde que o Tempo de Ruptura estava se formando. Era possível que os eventos do passado se repetissem, com os Antigos causando devastação em escala global, naturalmente, ele estava nervoso.

“Quanto tempo você acha?” Ele perguntou a Granin e o velho Modelador franziu o rosto. “Seu melhor palpite.”

“Até onde sabemos, Yarrum ainda não acordou, então é lógico que há outros dormindo ainda, sendo esse o caso, o avanço de mana não é alto o suficiente, mas está chegando perto. Se eu fosse adivinhar, eu diria que os que não estão acordados estão pelo menos se mexendo, e os que já subiram estão se movimentando, estendendo a mão. Esta onda não vai ser grande o suficiente, mas e a próxima?”

Ele encolheu os ombros.

“Quem sabe? A onda depois desta, ou a seguinte? Menos de um ano, eu acho. Se não tivermos uma solução até lá, eles resolverão o problema por conta própria.”

Todos eles sabiam o que significava quando os Antigos resolviam o problema com as próprias mãos. Cataclismo, catástrofe, extinção.

“Espero que Anthony chegue a tempo,” disse Torrina, e Granin riu.

“Não está ansioso para conhecer o Verme pessoalmente?” Ele disse, e ela pensou por um momento antes de balançar a cabeça.

Ficar cara a cara com o deus de alguém pode ser uma ocasião feliz para algumas religiões, mas entre os cultos, significava ficar bem perto de ser comido um monstro todo-poderoso. Granin imaginou que seria uma experiência muito comovente ver Yarrum com seus próprios olhos, uma criatura lendária e de poder insondável, capaz de destruir tudo o que os golgari construíram, se assim o desejasse.

Eu ficaria maravilhado, pensou ele, não por muito tempo, mas ficaria maravilhado.

O Verme foi talvez o segundo mais voraz dos Antigos, não faria sentido manter Granin vivo, então ele seria comido.

‘Ainda pode valer a pena.’

“Só podemos esperar que sim,” disse ele, voltando sua mente para a conversa atual. “Nossa única chance de evitar o desastre é apresentar um novo Antigo, essa foi a tarefa dos fundadores dos cultos, e estamos ficando sem tempo para entregar. Se pudermos atender às suas expectativas, há pelo menos uma chance de que eles não destruam o mundo.”

“Ele continua apenas no avanço sete,” Corun se preocupou, e Torrina ergueu uma sobrancelha.

‘’Apenas’ avanço sete?’

Anthony foi talvez a primeira formiga de avanço sete na história de Pangera, e um monstro mítico, considerando onde ele começou, foi uma jornada notável, e lembrando que ele nem havia nascido em sua colônia, mas nos túneis e sozinho, era um milagre que ele tivesse sobrevivido até esse ponto. No entanto, ela entendeu o que ele estava dizendo. Comparado com o que ele precisava ser, ainda havia um longo caminho a percorrer.

“Talvez você não precise se preocupar muito com isso,” disse Granin. “Esta onda vai ser diferente de tudo que já vimos antes, e a próxima será ainda pior, se você quer treinar um monstro, não pode pedir melhores condições do que essa.”

Ele apontou para baixo, de seu ponto de vista no alto do ninho da fortaleza abaixo de Roklu, os três tinham uma ampla visão das planícies abaixo. Torrina e Corun inclinaram-se para ver o que ele apontava.

Caos. Total, total, caos.

As Planícies de Leng explodiram em atividade, com lava inundando a paisagem enquanto demônios atacavam sem parar. Enquanto eles observavam, isso não diminuiu, apenas piorou, piorou e piorou. Demônios maiores começaram a escalar através dos fluxos de lava, lutando se rasgando mutualmente no momento em que se encontraram.

O ar, um redemoinho constante de cinzas e fumaça, engrossou, a ponto de os golgari sentirem seus pulmões queimarem ao respirar, não da fumaça, mas do leve tom de pura destruição no ar, agora forte o suficiente para começar a desfazer seus corpos por dentro.

“Podemos precisar criar filtros para respirar,” Granin resmungou.

Corun deu um tapa em sua testa.

“Na verdade, a Colônia já fez alguns, esqueci de trazer.”

“Você será a minha morte um dia, Corun.”

“Desculpe!”

Torrina olhou para baixo, horrorizada. Ela tinha ouvido falar que o terceiro estrato era terrível durante uma onda, mas isso…?

“Não pode ser tão ruim toda vez…” ela disse.

Seu professor balançou a cabeça.

“Não é, e vai piorar, as coisas estão apenas começando.”

As formigas estariam lutando em tantas frentes contra essa onda que ela se perguntou se elas conseguiriam, apesar de toda a preparação e pensamento que eles colocaram, poderia uma raça jovem, com menos de dois anos, realmente lutar contra adversidades como essa?

Com um Antigo ao seu lado… eles podiam. Se eles tivessem um deles, eles poderiam fazer qualquer coisa.