Chrysalis – Capítulo 1244

“Algo estranho está acontecendo”, disse Zluth, com sua voz borbulhando como se surgisse das profundezas de um pântano particularmente espesso.

“Oh?” Shozzl respondeu, não particularmente interessado.

Zluth continuou a operar o conjunto com seus membros numerosos e finos enquanto se inclinava para mais perto da leitura.

“Muitos dos nossos monstros estão sendo perdidos sob o D-6. Muitos.”

“Qual montanha é D-6 mesmo?”

“Fica próxima a D-5.”

“Eu sei que fica próxima a D-5, seu fantoche nojento. Como isso me ajuda?”

A raiva feroz e primitiva que habitava toda a sua espécie fervia em Zluth agora, sibilando dentro de sua carne de lesma, e ele suprimiu isso. Aqueles que se rendiam à raiva com muita frequência logo descobriram que era mais difícil resistir, difícil encontrar um papel dentro da tribo quando se tinha o péssimo hábito de arrancar a cabeça dos parceiros com os dentes. E aqueles sem função eram carne para os núcleos.’

“D-5 é reivindicado pela árvore, idiota”, ele cuspiu, uma onda espessa de muco transbordando de sua boca. “Lembra agora?”

Um pouco de vida apareceu nos olhos que antes estavam caídos na ponta dos pedúnculos oculares de Shozzl. Vida e ódio.

“Maldita árvore. Mesmo agora, ela nos desafia.”

Zluth continuou a operar a matriz, mas sutilmente girou uma haste para monitorar seu parceiro. Ele estava ficando um pouco exaltado e era necessário um pouco de cautela.

“Devíamos ir investigar”, ele desviou, dobrando o dispositivo e deslizando-o dentro das dobras de sua camada protetora de carne viscosa.

“Não vou”, declarou Shozzl.

Com um burburinho irritado, Zluth virou-se para contemplar seu parceiro, mais uma vez permitindo-se afundar de volta na piscina de ácido borbulhante. Ele amaldiçoou. De todos os Krath com quem ele poderia ter sido parceiro, ele conseguiu Shozzl, a gota de lodo mais inútil da Tribo Slee.

“Se você não fizer isso, serei forçado a denunciar sua atitude negligente ao xamã”, disse ele acidamente.

Literalmente ácido, o gás que emergiu com suas palavras teria derretido um rosto humano em um décimo de segundo.

“Eu pessoalmente ficarei feliz quando você for digerido nas entranhas do Blubbeast, talvez você encontre sua mãe reprodutiva lá. Tenho certeza de que ela ainda vive,” concluiu ele, os olhos curvando-se em luas crescentes e perversas.

Shozzl saiu do ácido com um grito arrepiante, com os olhos brilhando em vermelho com sua raiva estúpida, e Zluth ergueu os membros para a competição.

Dez minutos depois, seu estômago embrulhou de forma desagradável enquanto ele deslizava pelos túneis encharcados de lodo, subindo até o quarto estrato.

Por mais preguiçoso e estúpido que fosse, Shozzl certamente cultivou um ácido potente. O trato digestivo de Zluth gemeu e se contorceu de dor enquanto era corroído e se reformava, lutando para quebrar a carne de seu ex-parceiro.

“O que está acontecendo aqui?” Ele murmurou para si, verificando as leituras em seu conjunto de detecção mais uma vez.

Os monstros gerados acima estavam ficando absolutamente furiosos, o que só acontecia quando alguém mexia na abençoada sujeira do quinto. Isso por si só não era incomum, as chamadas raças “civilizadas” sempre derrotavam o lodo, mas até onde os Slee sabiam, esta montanha estava vazia, exceto por aqueles cupins inúteis. Tendo já coletado amostras úteis, eles esperavam eliminar os insetos e nutrir um poço de sujeira dentro de seus corredores cavernosos durante esta onda. No último segundo eles permitiriam que o líquido transbordasse para as águas e as contaminasse completamente. Um triunfo glorioso, mas temporário, da corrupção.

À medida que se aproximava da perturbação, Zluth começou a se mover mais furtivamente, alongando seu corpo até dez vezes o comprimento original e enterrando-se na lama. Mais rápido e ágil que uma cobra viscosa, ele avançou, seu pé encharcado de muco impulsionando-o em grandes velocidades enquanto ele corria em direção à fonte da perturbação.

Ele sentiu isso muito antes de ver: vibrações viajando pelo lodo e até mesmo pela rocha abaixo. Havia uma batalha acontecendo, próxima.

Cuidadoso agora, Zluth diminuiu o passo e retraiu os talos, aproximando os olhos de sua própria carne ácida. Ele ficou preso nas sombras e nas poças mais profundas, avançando cautelosamente, querendo ver o que havia fixado residência acima de sua tribo.

Talvez não fosse nada… um grupo de monstros do quarto estrato, gerados pela onda, atacou o lodo e desencadeou essa raiva, só que isso não explicava por que ainda estava acontecendo. Os monstros do quinto eram inerentemente superiores aos do quarto, quando os dois se enfrentavam, era inevitável qual lado venceria.

Não, Zluth tinha que investigar. Esta onda era uma oportunidade para os Slee que ele se recusou a deixar escapar por entre suas garras.

Um poderoso *THUMP!* Balançou o túnel e ele quase escorregou da parede de surpresa.

‘O que foi isso?!’ Sub-repticiamente, ele extraiu seu conjunto de detecção e o manipulou com seus dez membros finos. Independentemente da luta que estava acontecendo acima, agora acabou.

‘Tão de repente?’ As leituras relativas aos monstros do quinto estrato reunidos desapareceram completamente, de alguma forma, todos eles morreram em um momento, e isso não era bom. Algo forte o suficiente para fazer isso não seria fácil de desalojar, isso poderia arruinar os esforços para corromper o D-6.

Agindo com extrema cautela, o Krath esperou, e esperou, antes de finalmente subir os últimos túneis e estender um olho para examinar o local da batalha.

Foi achatado, tudo foi achatado. O chão do túnel foi reduzido a um vão, com tudo o que havia nele. Zluth lançou seu único olho pela cena, incrédulo.

‘Em um segundo, com um feitiço, presumivelmente, algo fez isso?’

Ele não ousou ir mais longe, embora desejasse vislumbrar o monstro responsável, não era assim que os Krath operavam. Ele retraiu o olho, achatou-se e virou-se no mesmo lugar, disparando através da lama com a velocidade de um estalo de chicote.

A tribo precisava ser informada do que havia ocorrido. Talvez seus objetivos iniciais precisassem ser reavaliados, mas talvez algo ainda melhor tivesse caído em suas bocas.

Um sorriso malicioso cruzou suas presas.

Não existia um inimigo poderoso que os Krath não pudessem transformar em um aliado melhor, e Zluth pode ter acabado de localizar um alvo maravilhoso.

…