A energia na aldeia estava elétrica.
Os eventos de várias noites atrás, quando Beyn levou os aldeões a defenderem-se heroicamente da temida invasão monstruosa de formigas, atiçou o fogo dentro dos corações dos aldeões a alturas sem precedentes.
A história crescera e se embelezara a cada narração, de uma formiga a cinco, a cinquenta! Os aldeões resistiram a uma tempestade de feitiços desonestos através da retidão de seu espírito! Pela força de sua virtude e poder de seus braços eles foram vitoriosos! Assim como os lendários primeiros exploradores da Masmorra, na época da Ruptura!
No dia seguinte, a notícia se espalhou para as aldeias e comunidades agrícolas vizinhas sobre o que aconteceu na cidade de Malgate. A Masmorra havia se aberto dentro da igreja do Caminho! Monstros surgiram, mas não prejudicaram os aldeões! Certamente isso indicava que a cidade foi escolhida para grandes coisas!
A Masmorra ocupava um lugar especial no coração dessas pessoas da cidade. Fora das cidades e longe das entradas, a maioria das pessoas de fora nunca pisou naquele local. Além de alguns veteranos aposentados e mercenários, nenhum tinha experiência em primeira mão. Monstros da Masmorra eram coisas de mitos e lendas para eles. Mais poderosos do que qualquer criatura na superfície, mais ferozes, astutos e mortais! As riquezas que fluíam da Masmorra eram tão raras para esses fazendeiros e lojistas quanto ouro e diamantes reais! Desconhecidas até!
Mas agora? Ouvir falar de uma abertura aparecendo em uma pequena cidade nos arredores da capital? Ouvir falar de aldeões lutando e matando criaturas da Masmorra? Obtendo XP e ganhando níveis, mudando seus destinos. Com certeza era um presente de Deus! O deus do Sistema!
Na manhã seguinte à vitória sobre as formigas, os primeiros peregrinos começaram a chegar a Malgate. Naquela noite havia um fluxo constante deles, enchendo a cidade a ponto de explodir, lotando as estalagens. Quando não haviam mais camas disponíveis, armavam barracas e dormiam sob as árvores. Jovens, velhos, fazendeiros e mercadores, eles chegaram, empoeirados e cansados, com armas velhas ou ferramentas agrícolas sobre um ombro e a luz da crença brilhando em seus olhos.
No meio de tudo isso estava Beyn. O padre era incansável. Sem dormir, sem parar, ele pregava ao povo. Ele nunca se cansava em sua energia implacável. Seus gestos eram ferozes e seus passos largos. Sua voz nunca vacilava, forte e poderosa ele falava sem parar, revigorando a multidão ou exortando grupos menores com a justiça da sua causa. Com o passar do tempo, o respeito aos olhos do povo mudou gradualmente para algo mais profundo e fervoroso.
Através de tudo isso, a batalha contra os monstros da Masmorra nunca terminava. Eram sempre um ou dois monstros, eles rastejavam para fora do buraco na igreja como demônios subindo do inferno. Ao lutar contra os monstros, os aldeões puderam colher uma rica colheita de XP. Para eles, os monstros não eram demônios, mas refeições frescas no forno! Monstros da Masmorra davam muito mais XP do que a variedade na superfície, dando aos aldeões a chance de aumentar suas habilidades de combate e mudar sua classe, uma oportunidade que era tão rara quanto dentes de galinha para pessoas como essas.
“Você não parece tão animada, Sra. Ruther. Alguma coisa está te preocupando?” A empregada perguntou.
Enid Ruther virou-se para olhar para a jovem criada com uma carranca no rosto. A garota era bastante agradável, mas um pouco simples demais. Encontrar alguém melhor para esse tipo de serviço provavelmente era impossível em Malgate.
De repente, Enid foi atingida por um pensamento. “Aquele jovem com quem você tem andado ultimamente, qual era o nome dele?” Ela perguntou.
Sua jovem empregada Lilly corou e se virou para o lado. “Por que Sra. Ruther, o que você está insinuando? Não há nada oficial entre eu e Burton”, disse ela.
Enid revirou os olhos. Por que ela se importaria com seus encontros?
“O Burton andou se misturando com aquele bando na frente da igreja?”
Imediatamente os olhos de Lilly brilharam de admiração. “Você quer dizer ‘Os Escolhidos da Masmorra?'” Ela perguntou emocionada.
“Os… quê?!” Enid gritou.
Lilly voltou-se para a patroa, com o rosto em choque. “Você não sabe? O Padre Beyn começou a usar esse nome esta manhã e todos os aldeões o aprovaram.”
Enid olhou de queixo caído para sua empregada tonta antes de revirar os olhos. Alguns aldeões eram agora lendários guerreiros da Masmorra? O que Derrion diria se ainda estivesse vivo?
Pensar em seu falecido marido encheu o coração de Enid de tristeza, como sempre. Deixando sua empregada ainda entusiasmada para trás, ela caminhou até o outro lado da sala de leitura, onde uma armadura estava montada em uma moldura decorativa, com uma espada de treinamento desgastada presa à madeira polida emoldurada na parede atrás dela.
Derrion sempre valorizou aquela espada de treinamento mais do que a cara arma encantada que ele usava. Quando ele se aposentou de sua carreira como Mercenário da Masmorra, era essa lâmina de treinamento que ele queria colocar na posição mais proeminente na parede. Ele havia vendido sua lâmina de combate.
Enid suspirou. Aqueles dias tinham sido os mais felizes de suas vidas. Ela havia vendido seu negócio na cidade e eles se mudaram para a cidade natal de Derrion para abrir um mercado e viver uma vida tranquila. Ele havia falecido apenas cinco anos depois.
“O que você diria a essas pessoas para fazê-los te ouvir?” Ela sussurrou para sua armadura, “eles com certeza não vão ouvir uma velha como eu”.
Derrion tinha sido uma figura poderosa em seu auge. Ele praticou incansavelmente suas técnicas e elevou sua classe para “Espadachim Expert” ao longo dos longos anos de serviço. Ele comandava um preço premium em expedições!
Quando ele falava sobre assuntos relacionados à Masmorra, ninguém ousaria dizer que ele estava errado!
Sendo casada com um mercenário de sucesso por tantos anos, como Enid não aprenderia sobre a força dos monstros na Masmorra? Seu marido nunca havia escondido nada dela, esse era o respeito mútuo que eles tinham um pelo outro. O perigo que ele experimentou, as terríveis bestas contra as quais ele lutou, ela sabia de tudo.
Como esses aldeões e fazendeiros poderiam ter alguma ideia dos horrores que habitavam o mundo abaixo? Eles podiam ter ouvido as lendas e histórias dos velhos tempos, mas isso não valia uma pitada de sal comparado a ouvir de alguém que tinha visto com seus próprios olhos.
Quando aquelas formigas saíram de dentro da igreja, ela pensou que com certeza eles estavam todos mortos naquele momento. Em vez disso, ela as viu curar o ferimento no braço do padre e depois marchar para a floresta sem sequer olhar para os humanos aterrorizados.
Isso desafiava toda a crença. Mesmo para Enid, que sabia muito mais sobre a natureza da Masmorra, esse comportamento não tinha explicação.
O que ela sabia, no entanto, era que se esses tolos na aldeia tentassem lutar contra aquelas formigas, ou tentassem mergulhar mais fundo na Masmorra, todos seriam mortos facilmente.
Enid não era uma má pessoa, ela queria salvar seus vizinhos se pudesse, mas o fervor nos olhos dos aldeões a perturbava profundamente. O que eles fariam se ela falasse contra sua nova crença?
Ela não tinha confiança de que eles iriam ouvi-la. Ela poderia ter sido casada com um mercenário, mas Enid era uma comerciante. Mesmo se ela tivesse subido na classe para “Mercadora Próspera”, que influência isso tinha?
Nenhuma.
Enid deixou sua mão percorrer os cortes na placa peitoral de pele de animal endurecido à sua frente, evidência de incontáveis batalhas sob o chão.
Para salvar tantas vidas quanto pudesse, ela teria que tentar o impossível.
Gostei da Enid, saber que existem classes como a dela deixa a história mais rica, também e bom ver a insanidade da idolatria do sistema aparecendo, assim como em Kumo Desu isso pode levar a coisas bem divertidas kkk ansioso
esse kiabo é insuportável
Ai deus, pq em histórias q o(a) prota são monstros/animais, os povs humanos são tão chatos? Por mais q a Enid pareça legal, odeio o padre desgraçado, oq eu vejo q está ocorrendo, é um exército de pessoas ficando “fortes” com o xp q vem do túnel e, todas essas pessoas odeiam os monstros! Não entendo pq o prota tenta “proteger” elas, o prota é um monstro afinal, mas oq me preocupa, é q o autor, no futuro, vai empurrar… Ler mais »
O protagonista já foi humano, duvido que tu mataria alguém a sangue frio sem sentir remorsos.
O cara simplesmente n quer ver história e nem desenvolvimento,calma calabreso,mundo n funciona assim