Chrysalis – Capítulo 469

Granin Lazus olhou ao redor da sala com desprezo velado, ele não reconheceu a maioria dos membros do Culto que estavam presentes. O sangue novo inundou este posto avançado, enchendo-o até a borda até que todo o lugar fedesse a impaciência, ignorância e desrespeito por métodos testados e comprovados.

Todos esses Golgari, alguns deles com sua verdadeira pele mal definida, pareciam muito animados por estarem lá. Aconchegados em suas tríades, seus sussurros excitados enchiam a sala.

“Chefe, como está o nosso homem? Pronto para ir?”

O sussurro insistente de Corun Nium, segundo da tríade de Granin, provavelmente atraiu mais atenção para eles do que falar em voz normal teria feito.

O silvo sibilante cortou o burburinho ao redor deles e atraiu mais do que alguns olhos curiosos. Granin apenas deu de ombros para eles e tentou insinuar por meio de gestos que seu segundo sofria de uma doença mental e sua medicação havia acabado.

“Chefe, ei, chefe!” Como ser cutucado diretamente no ouvido com uma faca, a voz sibilante parecia esfaquear diretamente em seu cérebro.

“Droga, Nium! Cale a boca!” Granin berrou.

Todo o som na câmara foi cortado quando todos se viraram para ver a causa do distúrbio. Tudo o que viram foi um Granin furioso, um Corun ligeiramente envergonhado e Torrina Laksham, a terceira da tríade, tentando desaparecer de vista.

Longe de querer se esconder, Granin olhou abertamente para todos que encontraram seus olhos até que ele estivesse satisfeito por registrarem sua raiva. Gradualmente, o som voltou a aumentar à medida que os vários grupos retomavam a conversa, só então ele voltou para o segundo.

“Seu maldito sussurro de palco é a maneira menos eficaz possível de esconder o que você quer falar, apenas fale como uma pessoa normal.”

“Desculpe, chefe, só estou preocupado. O Culto nunca fez nada assim antes, não é?”

“Eles nunca fizeram,” Torrina interrompeu calmamente do lado, “pelo menos de acordo com todos os registros que posso acessar.”

“É isso que estou dizendo, Anthony vai ficar bem? Como ele está se sentindo? Não consigo imaginar que ele esteja em um bom lugar agora.”

Ele parecia genuinamente preocupado e Granin não pôde deixar de se perguntar novamente com que rapidez o inseto amaldiçoado conseguiu conquistar os membros de sua tríade. Suas próprias conversas com a criatura eram irritantes mais do que qualquer outra coisa.

“Ele está bem,” ele resmungou, “eu não diria que ele está feliz com a situação, longe disso, mas ele conseguiu entender o que vai acontecer com ele.”

“Você encontrou tempo para conversar com ele sobre estratégia? Sobre sua construção? Com ​​que tipo de habilidades estamos trabalhando?” Torrina perguntou com sua voz calma, mas intensa.

Granin bufou.

“Em primeiro lugar, ele não me deixou olhar para o seu núcleo, maldito ingrato.”

Os outros dois membros da tríade trocaram olhares.

“Não estou muito surpreso com isso,” disse Corun lentamente.

“O que isso deveria significar?” Granin bufou.

“Bem, você não foi exatamente cativante com ele. Você tem que admitir, seu comportamento é menos do que amigável na melhor das hipóteses, e em relação a Anthony você tem sido particularmente frio.”

Torrina concordou com a cabeça, o que azedou o humor de Granin.

“Eu não tenho sido tão ruim assim,” ele protestou, e então ele refletiu. “Eu tenho?” Ele se perguntou, parecendo muito menos convencido do que um momento atrás.

Os dois Modeladores mais jovens trocaram outro olhar que pareceu confirmar a crescente suspeita de que ele havia tratado o mais novo membro do zoológico do Culto pior do que deveria.

“Olha, eu consegui falar um pouco com ele, ele era cauteloso e havia muito que ele não queria compartilhar, mas conseguimos encontrar algumas coisas em que ele pode trabalhar antes que este circo comece. Nós três sabemos que ele tem muito mais coisas acontecendo sob o capô do que as pessoas esperam. Ele vai chocar alguns desses idiotas, não tenho dúvidas disso.”

Corun sorriu e assentiu. Era isso que ele queria ouvir!

“Você acha que ele tem chance de ganhar essa coisa? Essa é a única maneira dele de sair vivo, certo?”

A expressão imóvel que surgiu no rosto de seu líder não inspirava muita confiança nele.

“Granin?” Ele perguntou.

“Não tenho certeza se ele terá o que é preciso para ir até o fim,” disse ele com relutância. “Eu sei que há alguns projetos que o Culto guardou por um longo tempo, se eles foram trazidos para cá e arrastados para esta confusão, então seria difícil ver a formiga sobrevivendo.”

“Vamos torcer para que ele não seja colocado contra um monstro desses no primeiro round, então.” Torrina observou em silêncio.

Os três caíram em um silêncio sombrio enquanto cada um contemplava o destino de sua carga nas próximas batalhas.

Ao redor deles, os Modeladores do culto se envolveram em conversas educadas, discussões animadas e estratégias silenciosas sobre suas próprias perspectivas no torneio.

Observações, dicas e sugestões foram trocadas enquanto os magos Golgari tentavam prever os resultados de confrontos teóricos e consideravam os pontos mais delicados dos arquétipos de monstros, o átrio era o espaço perfeito para esse tipo de coisa.

Era um amplo aposento com móveis macios e confortáveis ​​para reclinar-se, arandelas e colunas em torno das quais se formariam naturalmente pequenos grupos. Sempre que os Modeladores realizariam algum tipo de reunião, inevitavelmente seria em um espaço como este.

Granin os odiava, tanto quanto odiava todos os ambientes formais que era forçado a suportar. Ele preferia estar no campo, lá fora ele era capaz de tomar suas próprias decisões e não precisava aturar a idiotice alheia.

Pouco tempo depois, ouviu-se um único carrilhão alto que ressoou pelo espaço com uma clareza sobrenatural, interrompendo toda a conversa e silenciando quaisquer palavras que ainda escapassem dos lábios.

A nota pairou no ar pura e limpa enquanto a tagarelice cessou como se cortada por uma faca e todos os presentes se voltaram para o centro do espaço onde a tríade principal havia se reunido para se dirigir à reunião.