Cinquenta mil legionários e cem mil auxiliares formavam o exército sob o comando da Grande Marechal. Uma força poderosa que qualquer um na Masmorra temeria enfrentar.
Normalmente, esse nível de comprometimento não seria necessário, mesmo para aniquilar um poderoso monstro de grau mítico, mas quando um poderoso monstro de grau mítico começava a povoar a Masmorra com sua própria raça de descendentes? Tal coisa não poderia ser permitida.
O Cônsul havia falado, e assim a Legião se moveu. Apoiados por trás pela aliança das Raças Antigas, eles resistiram. A prole da Masmorra não podia proliferar fora de controle, para que o mundo não caísse em ruínas.
Centenas de parafusos de fogo faziam arcos no ar a cada momento, as explosões distantes ressoando em um tamborilar constante. O calor das bolas de fogo combinadas dos magos podia ser sentido até mesmo na tenda de comando e, após apenas dez minutos da barragem, grandes seções das raízes das árvores já haviam pegado fogo.
Rianus ficou na linha de frente, observando a conflagração crescer enquanto o artilharia combinada da Legião voava sobre sua cabeça. Sua mão esquerda carregava seu pesado escudo de assalto, travado em posição com os soldados à sua esquerda e direita, apresentando uma parede inquebrável para o inimigo. Ele manteve a mão direita perto do punho de seu gládio. Logo chegaria o momento em que ele precisaria dele.
“Avançar!” Veio a ordem do centurião atrás dele, repetida ao longo da fila.
Como um só, os legionários avançaram, saindo da ilha e entrando na grande rampa que havia sido formada de mana momentos antes. Naquele momento, ele se sentiu invencível. Sua armadura abissal completa inundou seus membros com força, e os milhares de irmãos e irmãs em suas costas o asseguraram.
Só a vitória era possível neste dia. O poder da Legião estava em marcha, nada poderia ficar em seu caminho.
*PRUM!* *PRUM!* *PRUM!* *PRUM!*
A marcha constante das fileiras reunidas era precisa como uma batida de tambor, com suas botas de metal batendo na pedra fresca em perfeita sincronia.
“Escudos, alto!” Rugiram os centuriões.
“HA!” Berraram os soldados enquanto as primeiras fileiras levantavam seus escudos mais alto, até que a borda superior ficasse logo abaixo da linha dos olhos.
Parecia que o mundo estava acabando sobre suas cabeças. Uma chuva de fogo e morte que esses legionários podiam nunca mais ver.
Na frente de Rianus, a grande árvore apareceu. Quilômetros de altura, tão espessa quanto um castelo, era uma coisa monstruosa de se ver. Adequado, visto que era um monstro. Uma criatura viva, nascida da mana para cumprir a vontade da Masmorra. Hoje seria o último dia dela.
“AGUENTAR!” Os centuriões gritaram em uníssono.
Embora não tenha visto nada, Rianus e todos os legionários da linha agiram instantaneamente. Eles pararam a marcha, firmaram os calcanhares e levantaram as mãos livres para apoiar os escudos à frente.
Nem um segundo muito cedo.
Um emaranhado de raízes irrompeu pela pedra à frente deles, cordas viciosas de matéria vegetal tão fortes quanto aço açoitaram-nos, tentando se enrolar sobre seus escudos e cortar suas armaduras.
“ATAQUEM!” Veio a ordem.
Rianus deixou cair a mão direita e arrancou o gládio da bainha. Com reflexos além dos de um mortal, ele cortou cinco vezes em menos de um segundo, o aço Abissal endurecido e encantado de sua lâmina, cortando as raízes como manteiga. Com um grito, ele disparou, lançando centenas de quilos de máquina de matar legionários para a frente, escudo alto e lâminas com nada mais que um lampejo de luz.
Ao longo da linha, centenas de legionários se ocuparam com as plantas, cortando-as conforme apareciam, mas a árvore não tinha acabado.
Algo empurrou a água de cada lado da rampa, uma vasta presença subindo das profundezas. Uma abundância de água subiu quando enormes vagens romperam a superfície, abrindo-se ao fazê-lo.
Uma onda de gás verde emergiu e varreu os legionários em um instante, mas isso não os influenciou, com sua fisiologia modificada e as proteções de suas armaduras, eles eram quase imunes a venenos. O que chamou a atenção de Rianus foram as muitas fileiras de agulhas serrilhadas aninhadas na polpa das flores.
“ESCUDOS, ALTO!”
Ele não precisava ser informado duas vezes, no momento em que ergueu o escudo, sentiu uma rápida série de impactos que forçaram seu braço contra a placa do peito. Com sua visão bloqueada, as videiras emergiram mais uma vez para se enrolar e tentar deslizar para dentro de sua armadura, mas ele estava vigilante. O gládio atacou mais uma vez, cortando as raízes que procuravam enquanto suportava a barragem.
Um momento depois, os casulos foram atingidos por fogo de artilharia preciso, explodindo em uma explosão de chamas que fez com que pedaços de matéria vegetal fumegante caíssem sobre a ponte.
Mais uma vez, os legionários se firmaram e começaram a avançar pelo vão que os separava do tronco da árvore. O monstro claramente não queria que eles se aproximassem e Rianus estava alerta, esperando mais truques a cada passo.
Surpreendentemente, não houve outro ataque até que eles quase chegassem ao outro lado. Erguendo-se sob as raízes titânicas, surgiu uma multidão desorganizada de criaturas que só poderiam ser descritas como árvores retorcidas que ganharam vida. Entre eles havia figuras enormes e pesadas, duas vezes mais altas que as outras.
Esses deviam ser os ‘filhos’ que a árvore estava produzindo.
As novas criaturas avançaram, com determinação e raiva transbordando de cada centímetro de seus corpos.
Rianus sorriu enquanto avançava em sintonia com seus irmãos e irmãs da Legião, com sua mão apertando o cabo de sua lâmina.
Isso seria divertido.
Meh