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Circle of Inevitability – Capítulo 144

Condições

“Falso?” A sobrancelha direita de Lumian se contraiu, como se o destino estivesse zombando impiedosamente de Charlie.

Charlie abandonou seus frágeis princípios e dormiu com Madame Alice por dias, apenas para se envolver em um processo judicial com risco de vida e perder seu emprego como aprendiz de atendente — tudo por um colar de diamantes falsificados?

Por alguma razão, Lumian sentiu uma vontade repentina de desafiar o destino.

Este não era problema dele, mas ele não conseguia se livrar da sensação.

“Vá para o inferno com esse destino inevitável!”

“Você zomba de mim, então eu vou zombar e provocar você em troca!”

Naquele momento, Lumian começou a compreender outro aspecto dos princípios de atuação do Provocador, ainda que de forma grosseira e imprecisa.

Ele olhou para Charlie e perguntou pensativamente: — Você acha que Madame Alice mentiu para você, ou a casa de penhores viu sua situação desesperadora, sabendo que você não poderia determinar a autenticidade do colar, e usou isso como desculpa para oferecer o preço mais baixo possível?

— E-eu não sei. — Charlie estava perdido e com dor.

Após uma pausa, ele acrescentou com dificuldade: — Suspeito que seja Madame Alice. Veja, há tantas pessoas aqui penhorando seus itens. Eu estou certo?

— C-como ela pôde…

Charlie não conseguia continuar.

“As casas de penhores não podem enganar a todos igualmente? Reduzir a oferta o máximo possível, especialmente para itens caros?” Lumian zombou.

— Por que não?

— Muitas pessoas ricas não acumulam fortunas através da bondade e do trabalho árduo. Se elas podem enganá-lo com uma farsa, por que oferecer o verdadeiro negócio?

— Talvez Madame Alice seja uma dessas pessoas. Ela pode nem ser tão rica. Ela confiou em ficar no Hôtel du Cygne Blanc para enganar um rapaz crédulo como você.

Lumian não desconfiava de todas as pessoas ricas. Muitos fizeram fortuna através de talento, trabalho duro e oportunidades — como Aurore.

Atormentado pelas palavras de Lumian, o rosto de Charlie se contorceu de raiva.

Ele murmurou para si mesmo amargamente: — Isso mesmo. Durante esse tempo, Madame Alice nem sequer me ofereceu uma grande refeição. Ela só me chama ao quarto dela às sete ou oito da noite para… serviço.

“Você é tão ingênuo. Você é mesmo de Reem?” Lumian não pôde evitar a palma da mão.

Ele se levantou e disse: — Pegue esse colar de volta. Vamos tentar outra casa de penhores. E se for real?

Charlie ficou surpreso.

— Tudo bem, tudo bem!

Ele também não estava satisfeito.

Lumian o incentivou: — Fique atento. Não podemos deixá-los trocar o colar.

— Sim. — Charlie fez o possível para se recuperar. — Tenho estudado esse colar diariamente recentemente e memorizei cada detalhe!

Depois de recuperar o colar de diamantes, Lumian acompanhou Charlie a duas outras casas de penhores no Quartier de l’Observatoire.

Os resultados da avaliação foram os mesmos de antes. O colar era falso e valia apenas 11 a 15 verl d’or.

A frustração de Charlie aumentou e ele desmoronou.

Lumian olhou para ele e o consolou: — Pelo menos você pode conseguir uma dúzia de verl d’or. Vai durar mais de uma semana. Com o dinheiro, você pode comprar bebidas para garçons em cafés na Rue des Blusas Blanches e pedir-lhes para ajudá-lo a encontrar um novo emprego.

Incluindo o aluguel, Charlie gastava cerca de 1 verl d’or por dia. Se ele evitasse o bar, suas despesas seriam ainda menores.

— Sim… — Charlie suspirou.

Ele ficou totalmente desapontado. Mas depois de aceitar a realidade, encontrou um raio de esperança.

Lumian hesitou antes de sugerir: — Não podemos descartar outras possibilidades. Por exemplo, as casas de penhores por aqui podem ter formas secretas de comunicação. . Que tal levar o colar a uma joalheria especializada para avaliação?

— Teríamos que pagar uma taxa. — O rosto de Charlie ficou nublado de preocupação.

Se a avaliação confirmasse sua autenticidade, seria ótimo. Mas se se revelasse falso, os seus já escassos bens seriam reduzidos em um terço ou até metade.

Lumian suspirou e ofereceu: — Dê-me o colar de diamantes e encontrarei um amigo para avaliá-lo para você… alguém que não cobrará.

— Você ainda tem algum dinheiro para passar o dia, certo?

— Eu ainda tenho 2,6 verl d’or. — Com esperança nos olhos, Charlie entregou o colar de diamantes para Lumian.

Enquanto Lumian embolsava o colar, ele sorriu e perguntou: — Você não está preocupado que a avaliação possa provar que é genuína, mas vou dizer que é falso para você e alegar que não há problema com a avaliação da casa de penhores?

— … — O rosto de Charlie ficou tenso mais uma vez.

Depois de um momento, ele exalou e admitiu: — Eu confio em você. Além disso, já considero isso uma falsificação.

Lumian despediu-se de Charlie e caminhou em direção à Place du Purgatoire.

Perto das catacumbas, Osta Trul ocupou seu assento habitual de frente para a fogueira, vestido com um manto preto com capuz.

Lumian se aproximou e perguntou com uma pitada de diversão: — Você nunca muda de área?

Osta riu e respondeu: — Minhas habilidades de adivinhação e interpretação são bastante precisas. Muitas pessoas apresentaram seus amigos. Se eu mudar de local, não perderei minha clientela? Eles são todos verl d’or ambulantes!

— O que você quer dizer com clientela? Eles são claramente um bando de idiotas, — Lumian comentou meio brincando e zombeteiramente.

Osta não se atreveu a discutir.

Lumian perguntou: — Preciso discutir algo com o Sr. K. Como posso contatá-lo?

“Então ele não está aqui para mim…” Osta suspirou de alívio e rapidamente respondeu: — Qualquer pessoa que tenha participado da reunião pode ir direto para a sede da Física, localizada no prédio onde ocorreu a nossa reunião. Na Rue Scheer, nº 19, bata no quarto 103 com três batidas longas, duas curtas e uma longa. Alguém irá levá-lo para ver o Sr. K.

— Se não quiser ir pessoalmente, pode enviar uma carta. Dirija-a ao quarto 103, Rue Scheer, nº 19, Avenue du Boulevard. O destinatário é Guillaume Pierre.

“Que nome falso… O ritmo das batidas é diferente do da reunião… O Sr. K nunca me contou isso. Ele achava que Osta me informaria?” Lumian assentiu, despediu-se de Osta e voltou à superfície.

Na entrada das catacumbas, avistou um grupo de visitantes carregando velas brancas acesas, seguindo o administrador através do arco formado naturalmente e entrando no Império da Morte.

Desviando o olhar, Lumian pegou uma carruagem pública até a Rue Scheer, nº 19, na Avenue du Boulevard.

Ele abaixou o boné e bateu no quarto 103.

A porta de madeira vermelho-escura se abriu, revelando um jovem bonito com cabelos castanhos na altura dos ombros, parecendo um artista.

O rapaz examinou Lumian com seus olhos castanhos escuros por alguns segundos.

— Quem é que voce esta procurando?

— Meu nome é Ciel. Preciso falar com o Sr. K. — Lumian respondeu sem rodeios.

O jovem inclinou ligeiramente a cabeça, como se estivesse ouvindo um som fraco.

Logo, ele instruiu Lumian: — Siga-me.

O rapaz o conduziu a um quarto de estilo vintage e revelou uma porta secreta escondida dentro do vestiário.

Uma escada descia para o subsolo, com paredes de cada lado adornadas com lâmpadas a gás envoltas em grades pretas.

Lumian entrou no porão e atravessou um curto corredor antes de chegar a uma câmara bastante árida.

Ele suspeitava que outras saídas estivessem presentes, algumas possivelmente conectando-se a áreas no subsolo de Trier.

Naquele momento, o Sr. K estava recostado em uma poltrona vermelha, o rosto escondido pela sombra de seu grande capuz.

O organizador da reunião estudou Lumian sem dizer nada, exalando um enervante ar de intimidação.

Lumian apertou o boné e sorriu.

— Bom dia, Sr. K. Preciso de sua ajuda.

— O preço que terei que pagar é a sua decisão.

Sr. K permaneceu em silêncio por alguns segundos antes de perguntar em um tom profundo e rouco: — O pessoal do Poison Spur sabe que você matou Margot?

“Como esperado…” Lumian não ficou surpreso que o Sr. K tivesse informações sobre ele.

Quando compareceu à reunião, ele envolveu deliberadamente o rosto em bandagens para recriar sua aparência quando matou Margot. Ele queria que o Sr. K estivesse ciente disso e demonstrasse seu valor e natureza impulsiva.

Isso também poderia ajudar a ganhar a confiança do Sr. K.

Lumian balançou a cabeça.

— É outro problema…

Lumian contou seu encontro com Charlie e como ele o ajudou a escapar de sua situação, apenas para ser desprezado por Susanna Mattise e quase morto por aquela criatura peculiar. Felizmente, os Beyonders oficiais chegaram a tempo. Ele não mentiu, mas também não compartilhou muitos detalhes.

Isso estava alinhado com as informações que ele buscava na reunião.

O Sr. K ouviu atentamente e perguntou em voz baixa: — Você quer proteção divina?

“Proteção divina? Você não está se superestimando? Apenas proteção!” Lumian pensou silenciosamente e acenou com a cabeça solenemente.

— Sim.

Sr. K disse asperamente: — Essa criatura é provavelmente um ser do tipo alma, semelhante a um espírito maligno. Normalmente, isso não afetaria você desde que você deixasse o distrito comercial. No entanto, os Beyonders oficiais claramente se interessaram por este assunto. Se você se mover agora, poderá levantar suspeitas. Além disso, se Susanna Mattise se lembrar ou mesmo marcar você, você poderá ser atacado em qualquer lugar. Muitas habilidades podem ultrapassar as limitações de distância. Não há necessidade de a criatura realmente deixar seu território. 

“Não admira que as duas mulheres não tenham sugerido que eu fosse embora…” Lumian assentiu pensativamente.

— O que devo fazer então?

O Sr. K falou deliberadamente: — Posso oferecer alguma proteção, mas você precisa fazer algo por mim.

— O que é? — Lumian perguntou ansioso.

O Sr. K juntou as mãos e disse: — Junte-se a qualquer gangue no distrito comercial e torne-se um líder.

“Então a organização por trás do Sr. K quer controlar indiretamente o distrito comercial?” Lumian concordou sem hesitação: — Sem problemas!

O Sr. K assentiu lentamente e segurou o dedo indicador esquerdo com a mão direita.

Então, arrancou o dedo, expondo uma ferida sangrenta e ossos brancos fantasmagóricos.

Lumian estremeceu com a visão.

Surpreendentemente, nenhum sangue fluiu do ferimento ou do dedo do Sr. K. Em vez disso, pairava na borda, torcendo-se e contraindo-se à medida que gradualmente curava.

— Leve isso com você. Pode ajudá-lo em momentos críticos. — O Sr. K jogou o dedo decepado para Lumian.

A carne da mão esquerda sem dedos se contorcia violentamente, como se um novo dedo estivesse prestes a brotar.

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